quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Guiné 63/74 - P7297: Notas de leitura (172): África A Vitória Traída, de Luz Cunha, Kaúlza de Arriaga, Bethencourt Rodrigues e Silvino Silvério Marques (Mário Beja Santos)

1. Mensagem de Mário Beja Santos* (ex-Alf Mil, Comandante do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 11 de Novembro de 2010:

Queridos amigos,
Foi bom reler este depoimento do último governador e Comandante-Chefe das Forças Armadas da Guiné. O mais importante, parece-me, é o não dito, permitindo toda a ambiguidade de deixar o leitor à mercê da pura arbitrariedade de procurar ver nas entrelinhas. Referir que um plano de Defesa Nacional iria introduzir modificações de vulto no conceito de manobra e não mencionar os seus impactos é, penso eu, falsear a chamada retórica da objectividade, em que o prestigioso militar se estriba.
Não há ninguém que queira escrever sobre o recuo estratégico que estava em marcha na Guiné, naquele segundo trimestre de 1974?

Um abraço do
Mário


A vitória traída: o depoimento do Gen. Bethencourt Rodrigues

Beja Santos

O livro “África, vitória traída” (Editorial Intervenção, 1977), de autoria dos generais Luz Cunha, Kaúlza de Arriaga, Bethencourt Rodrigues e Silvino Silvério Marques, provocou algum furor na época. Viviam-se as sequelas das descolonização, a litigância para encontrar responsáveis pelo que tinha acontecido no termo do Império Colonial continuava a revelar-se como fenómeno político de duração. Já nessa altura os campos argumentavam com argumentos extremados, entre a direita radical e as várias vozes da esquerda, deixando no silêncio um vasto centro.

O que se diz na contracapa esclarece a intenção dos autores: “A vitória era possível. Em Angola estava à vista. A estratégia soviética, porém, atacou em Lisboa. E aqui ganhou o que estava a perder em África”. Os quatro generais (mais propriamente, três deles) procuram relatar os acontecimentos africanos como de uma possível normalidade, até com sucessos no terreno diplomático, na melhoria das condições de vida nos espaços afectados pela guerrilha, a situação de Portugal continental era de franco crescimento e com níveis apreciáveis na melhoria das condições de vida. Creio ser inútil voltar-se a pôr estes argumentos em cima da mesa e rebatê-los, não um a um, mas a partir do envolvimento internacional que se revelou irreversível no tocante à emancipação dos povos. A linguagem sofismada e a manipulação dos dados continua a fazer escola, como aqui já foi analisado, a propósito de um livro pretensamente rigoroso “Em nome da Pátria”, de Brandão Ferreira.

O que é verdadeiramente importante para o nosso blogue é registar como é que o último governador e Comandante-Chefe das Forças Armadas da Guiné avaliava a situação, ao nível do primeiro trimestre de 1974. Começando pela situação político-económico-social, Bethencourt Rodrigues destaca: o V Congresso do Povo, o universo escolar (61 000 alunos com 2200 professores) o incremente nas infra-estruturas da saúde e os problemas postos à população pelo abastecimento de arroz e o preço do pão. Embora as relações com o Senegal e a República da Guiné fossem praticamente inexistentes, o afluxo de cidadãos dos países vizinhos aos postos sanitários das localidades de fronteira não parava de crescer (em 1973, foram dadas mais de 60 000 consultas a tais elementos).

Quanto ao PAIGC, o general escreve: “O PAIGC demonstrava uma certa capacidade de comando e de organização. Esta capacidade de comando revelava-se, por exemplo, no adequado balanceamento de meios para a concretização de esforços sobre sucessivos sectores da fronteira e teve evidente expressão na coordenação de uma vintena de flagelações executadas em 20 de Janeiro de 1974”. Refere-se às facilidade oferecidas ao PAIGC pelos países vizinhos, à sua elevada capacidade de manobra podendo usar os cerca de 700 quilómetros de fronteira. Descrevendo o terreno, o general lembra as regiões com densidade de vegetação, apropriadas para o refúgio de guerrilheiros e onde o PAIGC instalou hospitais, escolas, lojas comunitárias e os seus órgãos primários de administração. Ir até este dispositivo inimigo exigia operações de certa envergadura. Mas nem de perto nem de longe o somatório destas zonas de refúgio atingia os dois terços da Guiné que o PAIGC reivindicava como superfície da “área libertada”. Após descrever a actividade militar do PAIGC no segundo semestre de 1973, o autor fala sobre o esforço do inimigo no canto nordeste (região de Canquelifá) e no sul (em especial Jemberém, Gadamael e Bedanda, onde provocou estragos avultados). No nosso dispositivo militar traduzia-se na existência de 225 guarnições militares, sendo 72 ocupadas exclusivamente por tropas do Exército e Armada, 82 por topas do Exército e Armada e unidades de milícias, e 71 só por unidades de milícias. O material de que dispunham as tropas portuguesas era, em alguns casos, qualitativamente inferior ao empregado pelo inimigo. E escreve: “Os meios aéreos também não eram os mais adequados ao tipo de apoio que se pretendia e que se carecia, sobretudo depois do aparecimento dos foguetes Strella”.

Em jeito de conclusão, o antigo Comandante-Chefe da Guiné refere uma vida na região condicionada pela guerra de guerrilhas mas dotada de uma relativa normalidade.

Olhando para o que se passava com o PAIGC, escreve: “O inimigo evoluíra progressiva e significativamente no seu conceito geral de manobra e no seu potencial militar, tanto humano como material, neste dispondo até de superioridade em algumas armas”.

A capacidade de iniciativa do comando das Forças Armadas Portuguesas estava fortemente condicionado. O traço enigmático do seu depoimento fica para o final destas conclusões: “A guerra estava militarmente ganha? Evidentemente que não. A guerra, na Guiné, «estava perdida no campo militar», como se tem afirmado com alguma frequência? Estávamos, na Guiné, «à beira de um desonroso colapso militar», como também se declarou? A situação na Guiné, no 1.º trimestre de 1974, concedia base àquela primeira afirmação ou apontava irremediavelmente para a segunda? Estas «notas», no rigor da sua objectividade, poderão ser, julga-se, elemento de informação útil para quem procure obter resposta a estas questões. Certo é que as guerras sempre foram e continuarão a ser lutas de vontades… e não só das vontades dos combatentes”.

Ou seja, o general não se compromete. O leitor que se entenda com o V Congresso do Povo, o asfaltamento das estradas, o apoio sanitário, o facto de que o PAIGC não controlava dois terços do território nacional e de que a capacidade de manobra do PAIGC aumentava de dia para dia. Claro que a situação militar era grave, tão grave que nesta linguagem praticamente asséptica, o general passa por cão por vinha vindimada: “Era uma situação extremamente exigente para os Comandos e também extremamente exigente e muito dura para as tropas, a requerer em curto prazo a adopção de medidas de âmbito local e no plano da Defesa Nacional, umas em planeamento ou já planeadas e outras em vias de execução”. É lastimável que o distinto general não tenha concretizado quais as medidas do plano de Defesa Nacional, já que elas estavam relacionadas com o pedido de demissão de Spínola que de modo algum aceitara ver abandonadas povoações e quartéis, indefensáveis a prazo com os novos armamentos do PAIGC. E não menos lastimável a que as pessoas que conhecem estes planos não escrevam e revelem que tipos de teatros de operações iríamos ter na Guiné, caso não tenha acontecido o 25 de Abril.
__________

Notas de CV:

(*) Vd. último poste de 15 de Novembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7284: Notas de leitura (170): Fuzileiros – Factos e Feitos na Guerra de África, Crónica dos Feitos da Guiné, de Luís Sanches de Baêna (Mário Beja Santos)

Vd. último poste da série de 15 de Novembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7286: Notas de leitura (171): A Malta das Trincheiras, de André Brun (Arménio Estorninho)

39 comentários:

an disse...

Dizes, Mário Beja Santos:

"Não há ninguém que queira escrever sobre o recuo estratégico que estava em marcha na Guiné, naquele segundo trimestre de 1974?"

Mas qual recuo estratégico? Existiu algum recuo estratégico no segundo trimestre de 1974? Só se foi depois do 25 de Abril, mas aí não era recuo, era o fim da guerra.
Estás a falar de quê?
Estive em Cufar, sul da Guiné, até 15 de Abril de 1974. Na altura estava em marcha um recuo estratégico das tropas portuguesas, segundo a mente iluminada de Beja Santos?
Se estava, ninguém o viu, a não ser a agora inteligência brilhante do nosso Mário.
Recomendo-te a leitura do meu Diário da Guiné, escrito lá, em cima dos nossos quotidianos, 72/74.
E já agora, porque não uma recensão ao meu livro?
Eu sei que também escreveste dois livros, de memórias, com um título copiado do meu, exactamente Diário da Guiné, o que começa a fazer alguma confusão entre quem se debruça e estuda a guerra da Guiné. Em literatura copiar o título de uma obra alheia e assumi-lo como seu, chama-se plágio.

Nada me move contra qualquer camarada da Guiné. Somos todos irmãos. Mas haja decência, dignidade e rigor.

Abraço,

António Graça de Abreu

Anónimo disse...

AMIGO GRAÇA ABREU, CONCORDO NA MAIORIA COM O QUE DIZES, MAS DEIXA-ME TE DIZER, TU NÃO PODES VER SÓ O SÍTIO DA GUINÉ ONDE ESTAVAS TENS QUE VER NA GLOBALIDADE COMO ESTAVA O TEATRO DE GUERRA NA ALTURA EM TODA A GUINÉ E ERA CATASTRÓFICO E EU FALO-TE DO MEU LADO, A ZONA LESTE ESTAVA DESASTROSA PARA O NOSSO LADO, FALO-TE DE COPÁ E PORQUÊ QUE FOI POSTA A ANTI-AÉREA EM PIRADA, TODA A GENTE SABE QUE PILOTOS DO PAIGC ESTAVAM A ACABAR NA RÚSSIA O CURSO PARA PILOTAREM OS MIGS 17 QUE ESTAVAM EM CONACRI. ISSO JÁ SE FALAVA, JÁ NÃO É A PRIMEIRA VEZ QUE FALO NISTO E AMIGO ABREU COMO É QUE NÓS NOS SAFAVA-MOS COM A AVIAÇÃO DELES, TEMOS DE DIZER DE UMA VEZ POR TODAS E SEM RODEIOS QUE A GUERRA NA GUINÉ ESTAVA PERDIDA E AINDA BEM QUE HOUVE O 25 ABRIL, PORQUE SENÃO TINHA-MOS QUE FUGIR DE LÁ A NADO, E REA ISTO QUE QUERIA DIZER.

UM ABRAÇO DO TAMANHO DA GUINÉ PARA TODA A TABANCA GRANDE.

AMILCAR VENTURA EX-FURRIEL MILº MECÂNICO AUTO DA 1ªCCAV/BCAV 8323
PIRADA-BAJOCUNDA-COPÁ 73/74

Luís Dias disse...

Caros Camaradas

Pensava que já tínhamos dado muito para este tema, nomeadamente em 2008. Já sabemos que existem camaradas que acreditam que nós tínhamos perdido militarmente a Guiné, outros, onde me incluo, acreditam que não. Continuamos a falar de se isto, se aquilo. Se o PAIGC nos atacasse com os possíveis MIG 17 - um interceptor já antiquado em 1974 (nasceu em 1952)-também se dizia que Portugal poderia ter no ar aviões Mirrage, para se opor a esses ataques e receber material anti-aéreo em conformidade.
Nós, os portugueses combatentes, não perdemos a guerra, estávamos é todos fartos dela.
Um abraço
Luís Dias

Anónimo disse...

Caros amigos

Desculpar-me-ão a minha ignorância, mas será que alguém me poderá disponibilizar um momento para responder à minha dúvida!?

Durante os dois anos que estive na Guiné, diariamente escrevia em agendas e cadernos, os acontecimentos do meu dia-a-dia, com muita minúcia, ao ponto de registar sempre que recebia a correspondência, a quantidade e de quem recebia, assim como narrava tudo sobre a alimentação diária, relevando a acção operacional. Os actos de índole particular eu também os pormenorizava nos escritos, ao ponto de poder dizer neste momento, quantas vezes, onde e como aconteceu este ou aquele acto. Paralelamente com o que escrevi, tirei milhares de fotos e diapositivos.

Há meia dúzia de anos, alguém me sugeriu, ao ver tanto papel escrito por mim guardado numa mala de madeira, que foi feita em Canjadude pelo meu amigo Pinto, porque não editar um diário sobre o meu passado na guerra da Guiné?! Não sou pretensioso, vivo em harmonia com a minha modéstia e tenho os meus limites. Humildade que aceito porque sei que nunca tive muita aptidão para a escrita, mas se um dia a presunção me invadir e eu quiser publicar a matéria que tenho escrita sobre a Guiné, será que não posso dar o titulo ao livro - Diário da Guiné dum Barão (na CCAÇ. 5, a secção de transmissões éramos apelidados de “Os Barões”) sem que esteja a plagiar?

Um abraço

José Corceiro

Anónimo disse...

Se todos os soldados Portugueses, tivessem a atitude do "Furriel?" Ventura, acredito que algo fosse complicado.

Mas mesmo assim, com as Milicias e os Comandos Africanos ainda armados.

Então é que iamos passar um mau bocado.

Tenham juizo! Já há idade para isso.

Quanto ao Diário da Guiné tema principal é verdade.

Quem esteja informado, sabe que "O Diário da Guiné", saío antes dos livros do Mário Beja Santos.

Mário Fitas

Luís Graça disse...

Amigos e camaradas, poupem munições... LG

Anónimo disse...

Caro Beja Santos.

Essa do recuo estratégico no segundo trimestre de 74, não entendo.

E lá voltamos ao mesmo.

Guerra perdida vs guerra ganha.

Proponho que de uma vez por todas digam como estava a situação militar na altura do 25 Abril da zona operacional de cada um para se ter uma ideia mais concreta sobre o que estava de facto a acontecer, já que fomos os que viveram nesse período todas as vicissitudes do desenlace final da Guerra da Guiné.

Sou dos que entendem que não a perdemos, mas desistimos por cansaço.

As teorias devem ser acompanhadas de questões concretas, senão fazemos as interpretações que queremos.

No concreto os militares acabaram com a guerra, o resto são outras histórias.

.Eu estava em Binta e depois da ofensiva do PAIGC em Maio/73 a minha ZO não piorou até Abril/74, o que seria de esperar porque estávamos a fazer a estrada Binta-Guidaje, reforçados com mais uma Ccaç.

Mas como tal não aconteceu…

Se a guerra na Guiné estava pior em 74 então eu serei levado a concluir que estaríamos perto da derrota militar na Guiné, senão posso teorizar a esta distância temporal que ainda levaria tempo e sofrimento para ambos os contendores a resolução do problema.

Um abraço

Manuel Marinho

Anónimo disse...

O processo da guerra e das independências e das descolonizações é uma cadeia de factos interligados, que ainda hoje ouvi na TPA, televisão angolana, que Angola tem a independência de ontem, de hoje e do futuro.

Dizia o velho entrevistado que a independência de hoje tem apenas 8 anos.
Referia-se ao fim da guerra MPLA e UNITA.

E na realidade, passados 35 anos será que os guineenses ganharam alguma guerra? ou a guerra dos guineenses continua?

Ainda hoje na televisão se viram súbditos ingleses de paises africanos felizes porque o seu futuro rei vai casar.

Vai levar muitos anos para saber que guerras foram estas e porque foram feitas.

Tudo o que se diz hoje sobre a guerra que se fez à 35 anos pode desdizer o que se disse antes e ser desdito pelo que se disser amanhã.

Foram muitos intervenientes, para saber quem perdeu ou ganhou.

Antº Rosinha

Anónimo disse...

NÃO POSSO DEIXAR DE DIZER DUAS COISAS
QUERO DIZER AO LUÍS DIAS NINGUÉM AQUI DIZ QUE PERDEMOS A GUERRA NEM EU O DIGO O QUE DIGO E DIZ-SE É QUE PORTUGAL ESTAVA A PERDER A LUTA ARMADA NA GUINÉ HÁ ALTURA DO 25 ABRIL DE 74, LUÍS TAMBÉM GOSTAVA DE SABER ONDE IAS BUSCAR OS MIRAGES E O MATERIAL ADEQUADO, SE TINHA-MOS TODOS OS PAÍSES DA EUROPA E AMÉRICA CONTRA NÓS, AO AMIGO MÁRIO FITAS QUANDO NÃO SE TEM ARGUMENTO A CONVERSA É DA TRETA E CONTINUA A FALAR DA MINHA AJUDA AO PAIGC COMO SE FOSSE EU O ÚNICO QUE AJUDOU O PAIGC DURANTE A GUERRA, AMIGO SABES QUE MUITA GENTE AJUDAVA, MAS NÃO TÊM É A CORAGEM DE DIZE-LO.

UM ABRAÇO DO TAMANHO DA GUINÉ PARA TODA A TABANCA GRANDE.

AMILCAR VENTURA EX-FURRIEL MILº MECÂNICO AUTO DA 1ªCCAV/BCAV 8323
PIRADA-BAJOCUNDA-COPÁ 73/74

José Marcelino Martins disse...

Contribuindo para a festa, mas sem querer alimentá-la, sugiro a pesquisa e a leitura de textos que foram escritos sobre a altura, por elementos que lá estiveram/estavam e com acesso à informação.

Se a retração não foi iniciada em 1973, foi pelo menos sugerida como prioritária.

A sugestão foi proposta pelo Gen. Costa Gomes, à altura CEMGFA, e encontra-se descrita no capítulo A CAMINHO DO FIM do livro PAÍS SEM RUMO de António de Spinola.

Se necessário for, procederei ao envio do texto para o blogue.

Quanto ao nome dos livros que, eventualmente, vão sendo escritos, são as autoridades que "controlam" o registo dos mesmos que aceitam ou não o títolo atribuido. Podem "sugerir" a alteração do título, norma que não se aplicará na edição. Muitas vezes a editora "propõe" a alteração.
Se fosse restrita a apenas um livro a tribuição de "Diario de ...", poucos diarios haveria, quando todos nós temos o nosso próprio diária.

De resto, neste post ou em outros, a discução acalorada do tema tratado, a nada vai levar, muito antes pelo contário.

autor do post com erros disse...

Queiram ler título em vrz de títolo, pois que tentei emendar no próprio texto, mas não encontrei uma caneta.

Anónimo disse...

Caros amigos

Peço licença para voltar à questão sobre os títulos atribuídos a livros, sem que um autor esteja a copiar “plagiar” o outro.

Não tenho conhecimentos em matéria de direito, ou registos de patentes, mas avolumou-se-me a dúvida, tão-somente por dar uma vista de olhos, de relance, na minha biblioteca, onde descortinei logo na secção de História, quase uma dezena de livros, cujo titulo era o mesmo, apenas divergindo o autor – A História de Portugal. Assim como na secção de Biologia, tenho diversos livros de autores diferentes, cujo título é o mesmo – O corpo Humano. E tenho mais do género, não realçando por exemplo, os dicionários disto ou daquilo.

Sou levado a inferir, que há alguns títulos de livros, que são propriedade colectiva! Será que estou errado?

Um bom dia, um abraço para todos.

José Manuel Corceiro

Anónimo disse...

Caro José Corceiro,
O "Cóaigo do Direito de Autor e dos Direitos Conexos" - Dec. Lei 16/2008 - diz o seguinte sobre os direitos relativamente ao título da obra:

"ARTIGO 4º Título da obra

1 – A protecção da obra é extensiva ao título, independentemente de registo,
desde que seja original e não possa confundir-se com o título de qualquer outra
obra do mesmo género de outro autor anteriormente divulgada ou publicada.
2 – Considera-se que não satisfazem estes requisitos:
a) Os títulos consistentes em designação genérica, necessária ou
usual do tema ou objecto de obras de certo género;
b) Os títulos exclusivamente constituídos por nomes de personagens
históricas, histórico-dramáticas ou literárias e mitológicas ou por nomes de
personalidades vivas.
3 – O título de obra não divulgada ou não publicada é protegido se,
satisfazendo os requisitos deste artigo, tiver sido registado juntamente com a
obra."

Parece-me que a alínea a) do n.º 2 responde concretamente à questão que levantas. Mas isto só um jurista poderá confirmar ou não.

Um abraço,
Carlos Cordeiro

antonio graça de abreu disse...

Que dificuldade em escrever!...

É espantoso o empastelamento mental, chamemos-lhe assim, a que alguns camaradas de guerra gostam de se sujeitar.
Não pretendo julgar quem quer que seja, cada um é como bem entende.
Mas não falsifiquem factos, não mistifiquem a realidade dificil que vivemos em 1973/74.

"Recuo estratégico que estava em marcha naquele segundo trimestre de 1974." Tão sábio, tão ilustrado, tão conhecedor, Mário Beja Santos disse. E não houve recuo estratégico nenhum.

E diz o Zé Martins:

"Se a retração não foi iniciada em 1973, foi pelo menos sugerida como prioritária.
A sugestão foi proposta pelo Gen. Costa Gomes, à altura CEMGFA".

Foi proposta, sim senhor, pelo general Rolha ou Cortiça, mas jamais se concretizou.
Para entendermos o que aconteceu, temos de analisar os factos reais, não as sugestões, as intenções de a, b, ou c.
Isto é como a história dos Migs do PAICG e dos Mirage portugueses, Nunca ninguém os viu, nem entraram na guerra. Mas se tivessem entrado...
Meus caros, não especulem, não vivam de intenções, (o inferno está cheio de boas intenções!...)não emitam juízos autorizados, desautorizados, sobre o que não aconteceu,
"mas poderia ter acontecido se..."
Respeitem a História.
Respeitem os camaradas que em 1973/74 viveram honradamente uma guerra que não desejaram, não era sua, mas de onde saíram de cabeça levantada, irmanados no sofrimento e na certeza de um dever cumprido.
E não foram derrotados.
Só isto.

Quanto a títulos e plágios.
Existem naturalmente as Histórias de Portugal de diferentes, autores,
ou até de vários autores num conjunto, e têm nome, do Herculano, de Barcelos, do Veríssimo Serrão, do Matoso, do Oliveira Marques. Mas uma história de Portugal, ou um estudo sobre o Corpo Humano não é a mesma coisa que um diário de guerra.
Imaginem que os nossos camaradas actuais no Afeganistão começam a escrever e a publicar Diários do Afeganistão, uns atrás dos outros.Teremos o Diário do Afegastição do António, no ano seguinte o Diário do Afeganistão do Mário, o Mário volta à carga e um ano depois aí está de volta com o seu Diário do Afeganistão. Estretanto o Alexandre, o Manuel, o João, o Pedro, como acham o título bom, também publicam os seus Diários do Afeganistão.
Em vez de andarem a copiar o título uns dos outros,o que se chama plágio literário, era bem melhor e bem mais honesto chamarem às suas obras por exemplo, O Meu Afeganistão, Vida e Morte no Afeganistão, os Dias do Afganistão, Afeganistão, o Espanto dos Dias, etc.
Ou seja, A Minha Guiné, Vida e Morte na Guiné,os Dias da Guiné, Guiné, o Espanto dos Dias.

Estamos entendidos?
Creio que não.

Não importa.
Como diria o Eugénio de Andrade, "eu vou com as aves".

Abraço,

António Graça de Abreu

antonio graça de abreu disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
antonio graça de abreu disse...
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antonio graça de abreu disse...
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antonio graça de abreu disse...

Desculpem. Isto saiu em quatro.
O computador estava a dar que o texto era demasiado extenso e não o enviava. Eu fui tentando enviá-lo e deu nisto.
Os editores podem limpar,claro, basta um.
Desculpem,

António Graça de Abreu

Anónimo disse...

Caro Graça de Abreu

Como anteriormente disse, não tenho conhecimentos jurídicos para opinar sobre os títulos das obras literárias escolhidas pelos autores das mesmas. Porém estou convicto, perante tanta analogia, que a questão não é tão pacífica, nem linear, quanto o Graça de Abreu a apresentou. Não será necessário descrever o processo envolvendo a Intel, com os nomes dos processadores, 286, 386, 386DX, 486, 486DX e para se proteger, tiveram que alterar o nome para Pentium 5.
Ainda bem que o Graça de Abreu escolheu o título para o livro – Diário da Guiné Lama, Sangue e Água Pura. O Beja Santos a um dos livros deu o título de – Diário da Guiné 1968 – 1969 Na Terra dos Sancó; ao outro livro deu o título de – Diário da Guiné 1969 – 1970 O Tigre Vadio. Posso acrescentar, que já li um livro, há talvez uma década, cujo título era - Diário da Guiné … e mais qualquer coisa, que neste momento não posso precisar.

Um abraço

José Corceiro

Anónimo disse...

Caro Graça de Abreu

Mesmo factos reais, às vezes são susceptíveis de interpretação, consoante o interesse ou a sensibilidade de cada um…

Sobre aviões, também o Graça de Abreu cogitou, em determinado momento, como escreve no livro (Diário da Guiné pag. 140) (Cufar, 13 de Agosto de 1973) que com o devido respeito transcrevo:

“O Chugué já não “embrulha” há dezassete dias, Cufar há quatro meses. Estamos felizes.
Mas fala-se em aviões para o PAIGC, Migs e tudo! Pelo sim, pelo não estou a arranjar, ou melhor, a mandar os soldados arranjar o abrigo subterrâneo nas traseiras da minha tabanca. No caso de guerra aérea, Cufar pode ser um alvo importante, temos uma grande pista de aviação e reabastecemos os aquartelamentos no sul da Guiné. Se o PAIGC, a partir do Senegal ou da Guiné-Conacry, conseguir meter aviões dentro desta sagrada parcela da Pátria, vai ser um sarilho monumental, inclusive a nível internacional. Há quem diga que o domínio português na Guiné está por um fio. Eu digo que está por uma corda. Os guerrilheiros lá vão roendo a corda, no entanto são incapazes de a transformar num fio.
O evoluir da situação depende de Portugal e do maior auxílio internacional ao PAIGC. As coisas tendem cada vez mais para o lado dos guinéus, mas os guerrilheiros não vencem contando apenas com umas ajudazinhas externas. Se receberem umas ajudazonas, por exemplo, aviões equipados com o que de mais moderno existe, o caso muda de figura. Os nossos Fiats não são capazes de responder a aviões do topo da tecnologia, têm raios de acção curtos, só com dificuldade poderiam ir bombardear bases aéreas do PAIGC no Senegal ou na Guiné-Conacry, correndo ainda o risco de serem abatidos.
Se vêm aviões inimigos IN, será talvez a debandada das nossas tropas, com muitos mortos, muito medo, uma desmoralização ainda maior. Abandonaremos a Guiné com os fundilhos das calças todos rotos e um buraco fechadinho ao fundo das costas.”

Um abraço

José Corceiro

Anónimo disse...

Caro José Corceiro,
Aquela alínea a) do n.º 2 não ajuda?

Abraço,
Carlos Cordeiro

Anónimo disse...

Caro Carlos Cordeiro

Perdão que não tinha lido o teu comentário…

Obrigado.

Um abraço

José Corceiro

Bernardo Godinho disse...

Então não é que o "nosso querido" António nos quer meter a "cassete", bombardeando-nos com os seus comentários...
Eu estive em Mansoa e não me recordo de tal figura!
Só se fazia parte do Caop e idealizava as investidas no Morés, com comandos e tudo, só "ronco"!!!
A montanha pariu um rato.

Joaquim Mexia Alves disse...

Caros camarigos

Este assunto da guerra perdida e da guerra ganha já vai longo e já aqui foi discutido várias vezes sem que alguma concordância aconteça.

O Mário Beja Santos, que prezo, vem volta e meia à baila com o assunto para defender os seus pontos de vista.

E lá vêm os Migs virtuais, aos quais podemos opor os virtuais Mirages!

Eles estavam a treinar pilotos que estavam quase, quase prontos! Nós já os tinhamos e bons!

Já agora também podia invocar que quando cheguei a Angola no inicio de Março de 1974, e dado o facto que tinha acabado de sair da Guiné, tinha óptimas relações com os militares portugueses.

Corria á boca fechada insistentemente que o esforço de guerra em Angola iria passar para a Guiné, visto o panorama em Angola ser muito favorável às NT.
Verdade? Que sei eu?

Agora não entendo como é possível continuar a tentar convencer seja quem for de que a guerra estava militarmente perdida na Guiné, quando circulávamos por todo o território e onde havia vastas zonas onde raramente aconteciam contactos.

Façam apenas e só uma resenha das operações de guerra e vejam quais as melhores sucedidas?

É velho o hábito português de se amesquinhar, de se reduzir, de se humilhar!

Para este peditório não dou mais. Tenho demasiado respeito pelos que comigo estiveram, pelos que lá ficaram, pelos que voltaram e pelas famílias de todos.

Quanto ao último comentário do Bernardo Godinho, que pelos vistos não pertence à Tabanca Grande, mas desde já convido, é assintoso e sem sentido.

Também estive em Mansoa e também não me lembro dele!

Para mim todos me merecem respeito e todos foram combatentes.

Um abraço camarigo para todos

antonio graça de abreu disse...

Meu caro José Corceiro

Obrigado por publicares o meu texto.

Em Agosto de 1973, em Cufar, depois dos Strela, de Guileje, de Guidaje, com Gadamael o cenário de guerra era feio e difícil. E o futuro naturalmente incerto.Jamais neguei a realidade. Mas repara que o meu texto de então está cheio de "ses", "se vierem os Migs" etc. "fala-se", "diz-se". Falava-se muito, dizia-se muita coisa, faziam-se prognósticos. Esse meu texto corresponde um pouco a isso. Mas os piores prognósticos não se concretizaram. Basta continuares a ler o meu Diário.Está lá quase tudo.
Entre Agosto de 1973 e Abril de 1974 a situação militar melhorou significativamente para as tropas
portuguesas. Fala com os camaradas da Força Aérea, por exemplo. Houve a retirada ordenada de Copá,em Fev. 1974, mas foi apenas um pequeno destacamento com 30 homens, encostado à fronteira com a Guiné-Conacry.
Nada tem a ver com o fantástico "recuo estratégico que estava em marcha na Guiné" que saiu da cabeça do Costa Gomes, de que fala o Beja Santos.

E não dou mais para o peditório dos coitadinhos, e já agora também dos godinhos.
Acabou.

Abraço,

António Graça de Abreu

Anónimo disse...

PARA ACABAR DE VEZ COM ISTO DE GUERRA
GANHA, GUERRA PERDIDA, GOSTARIA DE COMENTAR O SEGUINTE, TODA A GENTE SABE QUE TINHA-MOS E TEMOS BONS PILOTOS, MAS POR FAVOR DIGAM-ME AS MISSÕES DOS NOSSOS FIATS EM FEVEREIRO, MARÇO E ABRIL DE 74, ENTÃO AMIGO GRAÇA ABREU, NO TEU DIÁRIO ESCREVES-TE TUDO AQUILO QUE DIGO E PASSADOS 36 ANOS DIZES QUE EU NÃO TENHO RAZÃO COM AQUILO QUE DIGO, E DEIXA-ME DIZER QUE NÃO VEJO "SES" NENHUNS, PARA MIM NÃO VOU FALAR MAIS NESTE ASSUNTO DE GUERRA PERDIDA GUERRA GANHA PORQUE ESTOU JÁ DEVIDAMENTE ESCLARECIDO.

UM ABRAÇO DO TAMANHO DA GUINÉ PARA TODA A TABANCA gRANDE

AMICAR VENTURA EX-FURRIEL MILº MECÂNICO AUTO DA 1ªCCAV/BCAV 832PIRADA-BAJOCUNDA-COPÁ 73/74

Joaquim Mexia Alves disse...

Caro Amilcar Ventura

Basta ler o texto do Graça de Abreu acima num comentário e reparar que ele está cheio de "ses".

Só não lê quem não quer!

O António Martins Matos já escreveu e demonstrou à saciedade aqui na Tabanca Grande que a Força Aérea a seguir à aparição dos misseis até incrementou as operações aéreas, rodeado logicamente das cautelas devidas.

Abraço para todos

Unknown disse...

"Amigos e camaradas, poupem munições... LG"
Escreveu o amigo Graça.

Mas eu sugeria o "carregamento" das munições do conhecimento, com a permissão dos editores deste Blog T. Grande.

http://foradolugaretempo
em: 'Libertação da Guiné, Revolução em Portugal'

Um abraço para cada um e para todos

Carlos Filipe
ex-CCS Bcaç3872 Galomaro

Anónimo disse...

Amigo JMA,

Estás a perder o teu rico tempo.

Esta malta lê o que quer e (des)interpreta a seu belo modo, empedernindo as suas ideias.

Eu para este peditório já dei o que tinha a dar.

AMEN às tuas sensatas e comprovadas palavras. Basta ler o poste do nosso camarada AMM!

Um abração
Magalhães Ribeiro

Anónimo disse...

Caro Graça de Abreu

Eu não tenho opinião estruturada, e ponho em causa que alguém tenha, porque há muitos condicionais, que me permita aferir que perdemos ou ganhamos a guerra. Não é meu timbre insistir em tentar moldar a mente humana, segundo os meus ditames, ou caprichos, porque para mim a decisão da guerra, desde o inicio que foi errada. Foi apoiando-me neste pulsar da minha natureza, esperando que a sorte desse rumo certo à minha vida, porque não teria jeito para ser um mero atirador, eu optei por nunca declarar as minhas habilitações literárias correctas, ao exército.

O que posso afirmar é que nos 25 meses que estive em Canjadude, sofremos duas flagelações, dois rebentamentos de mina, uma emboscada e levantamento de duas minas anti-carro. Após a minha saída, em Junho de 1971, logo em Julho houve uma flagelação, em Agosto houve outra e de seguida uma emboscada. Pelos contactos que tenho vindo a estabelecer, com Gatos Pretos posteriores a minha saída, todos me dizem que as flagelações foram aumentando em crescendo, até Abril de 1974. Chegando a haver ataques com mísseis, que fizeram estragos e feridos no aquartelamento de Canjadude. Eu só falo de Canjadude…e pouco das redondezas!

Quanto a continuar a ler o teu livro, li-o logo em dois dias, quando o comprei no princípio do ano, sem o ter associado a um tertuliano da Tabanca Grande. Confesso, que por aquilo que li na altura, fiquei com uma imagem positiva do autor. Só posteriormente liguei o livro a um artigo do Graça de Abreu, no blogue, artigo no qual eu comentei qualquer coisa, que já não tenho presente. Aliás, eu já na última Feira do Livro de Lisboa, troquei algumas palavras com o Graça de Abreu, quando acidentalmente me cruzei contigo a autografar os teus livros, só que eu não me identifiquei, naturalmente.

Um abraço

José Corceiro

Amilcar Ventura Ex. Furriel Mil da 1ª comp BCAV8323 disse...

É COM AFIRMAÇÕES COMO ESTA DESTE CAMARADA EDITOR E NÃO SÓ QUE O PESSOAL VAI ABANDONANDO O BLOGUE, ATÉ JÁ SE TEM VERGONHA DE PÔR OS NOMES POR EXTENSO E É MAIS UM QUE SE VAI EMBORA, COMO SABE O NOSSO BLOGUE TEM 349 CAMARADAS NA TABANCA GRANDE E MAIS 35 AMIGOS DO BLOGUE, MAS OS TEXTOS SÃO QUASE SEMPRE DOS MESMOS E OS COMENTÁRIO IDEM IDEM ASPAS ASPAS, NOS EM ALGUNS TEXTOS SÓ QUEREM É SANGUE E NOUTROS NEM UM COMENTÁRIO, DOU UM EXEMPLO NO ULTIMO TEXTO RELATIVO A MIM SOBRE EU TER ENCONTRADO O MEU AMIGO MULAI BALDÉ HOUVE UM COMENTÁRIO.
AMIGOS E CAMARADAS GOSTEI MUITOS DESTE TEMPO DE TER ESTADO NO BLOGUE FOI MUITO BOM PARA MIM, MAS JÁ CHEGA A MINHA GUERRA CHEGOU AO FIM.

UM ABRAÇO DO TAMANHO DA GUINÉ PARA TODA A TABANCA GRANDE.

Joaquim Mexia Alves disse...

Caro camarigo José Corceiro

Li o teu comentário e permite-me que te responda o seguinte.

Julgo que nem o Graça de Abreu, nem eu de certeza, afirmamos que ganhámos a guerra.
A discussãocentra-se entre aqueles que afirmam que a guerra estava perdida militarmente, friso militarmente, e aqueles que afirmam que não.

Acho que todos coincidimos na opinião de que a guerra não serve para nada e que melhor seria não ter acontecido.
Julgo que também, que de um modo geral todos somos da opinião que este tipo de guerras dificilmente ou quase nunca se ganham, porque politicamente acabam como esta acabou.

Falamos apenas e estritamente em termos militares.
Repara que tu enumeras os ataques do PAIGC, mas com certeza que as nossas forças não estiveram paradas durante esse tempo pois não achas?

É lógico que durante uma guerra há ataques, emboscadas e flagelações, sobretudo da parte de quem ataca e foge.
Foge não no sentido de medo, mas porque a guerra de guerrilha é assim mesmo da parte daqueles que a fazem.

As forças Portuguesas iam onde queriam, com mais ou menos esforço, isso é que é a verdade.

Um grande abraço para ti e para todos

Joaquim Mexia Alves disse...

Oh Amilcar Ventura

Qual vergonha qual quê de colocar os nomes???

Oh camarigo basta ver que os nomes são JMA - Joaquim Mexia Alves e AMM - António Martins Matos, pois o comentário do Magalhães Ribeiro é-me dirigido em resposta ao meu último.

Não vejas coisas onde elas não existem!

Quanto aos comentários já tive vários textos que nem um comentário tiveram.

Quanto a serem sempre os mesmos dá-me a impressão que tu também és um deles tendo em vista a quantidade de comentários que vais colocando e estás no teu direito de o fazer.

Alguma vez recusaram um texto teu?
Algumna vez reccusarm um texto de alguém que estivesse de acordo com as normas do blogue?
Acho que não e os editores apenas podem colocar textos que recebem.
Se não lhos enviam eles não os podem colocar não achas?

Tem calma porque já nenhum de nós tem idade para muitas "pressões arteriais" elevadas.

E fico-me por aqui com um abraço para ti e para todos

antonio graça de abreu disse...

Meu caro Carlos Filipe

Fui ver o teu blogue que como honestamente reconheces, logo no título, está "fora do lugar e do tempo".
Como é possível, Novembro de 2010,
continuares a falar da Guiné, do mundo, com uma linguagem e um entendimento que nem o Álvaro Cunhal utilizaria?
O comunismo, sabemos hoje, criou
as piores ditaduras que a história humana jamais conheceu. Dói constatar a realidade, mas é a verdade.Posso dar-te mil exemplos do que foi a China comunista, apoiante do PAIGC, esmagando, trucidando um imenso e pobre povo.

Já temos idade para ter juízo e para conhecer o mundo.

Abraço,

António Graça de Abreu

Unknown disse...

Caro amigo Antº Graça Abreu, eu escrevi:

"...http://foradolugaretempo
em: 'Libertação da Guiné, Revolução em Portugal'..."

ou seja, Indicando um Local Expecifico do Bolg.

Aceito a tua apreciação, como é minha obrigação aqui neste lugar e pelo respeito que devo aos respectivos editores.

Mas é claro e indesmentivel que não leste o texto indicado na minha sugestão. Pois não fazes a minima referência ao seu conteuodo.

Olhaste e vieste dizer de tua justiça, que não passou de lugares comuns, já deveras conhecidos.
É sempre o inimigo estrangeiro...!

Assim sendo, não há mais motivo para a continuação destes coments, porque assim não se chega a lado nenhum.

Cumprimentos.
Carlos Filipe
ex-CCS BCAÇ3872 Galomaro

Anónimo disse...

Caro Mexia Alves

Quando menciono alguns acontecimentos passados em Canjadude, eu tão-somente estou a centrar a questão na resposta ao Graça de Abreu, ao afirmar: “Entre Agosto de 1973 e Abril de 1974 a situação militar melhorou significativamente para as tropas portuguesas.” Poderá ter acontecido, mas não em Canjadude, a fazer prova nos relatos de testemunhos, que viveram os acontecimentos, complementados com fotos, algumas das quais imagens de pára-quedas lançando alimentos, outras com os estragos feitos no aquartelamento pelas flagelações e algumas mortes.

Quero enfatizar que as tropas de Canjadude, no período em que eu estive na Guiné, estavam muito operacionais. Pois se eu tive tanta saída e noite passada no mato, palmilhando consecutivamente toda a superfície, desde o Siai ao Burmeleu passando pelo Cheche…

A mim o bom senso limita-me ao impor-me que eu não sou portador de verdades absolutas, afirmação que creio já ter lido em comentário escrito pelo Mexia Alves. Retraio-me quando leio algumas afirmações, impregnadas de tanta certeza e convicção, por parte de indeterminadas pessoas, que se autoproclamam portadores de verdades absolutas, em matérias tão falíveis, como sejam opiniões sobre comportamentos ou tácticas guerreiras. Até no campo do que mais avançado há na ciência, conceitos que eram aceites como verdades universais, desmoronaram-se do dia para a noite… eu sei que há sempre muito poder de argumentação, só que por vezes acho mais sábio, no meu entender, o silêncio. Não nos podemos dar ao luxo de nos convencermos que somos portadores de verdades absolutas, porque isso é estagnar…e o domínio do conhecimento das ciências exactas é tão limitado!

Um abraço

José Corceiro

Joaquim Mexia Alves disse...

Caro José Corceiro

Confesso que não esperava uma tal resposta.

Então eu, que sou cordato por natureza, tenho verdades absolutas?

Para além de não ter bom senso, obviamente?

Comentei serenamente e com respeito o teu comentário e tu acusas-me de "verdades absolutas"!

Tudo bem!

O que eu quis dizer e está lá bem expresso é que a maior parte das vezes apenas se apontam os "roncos" do PAIGC, como se a nossa tropa estivesse confinada aos quartéis, nada fizesse ou não
ao tivesse qualquer sucesso nas suas operações.

E tu mesmo o desmentes afirmando isso mesmo:
«Quero enfatizar que as tropas de Canjadude, no período em que eu estive na Guiné, estavam muito operacionais. Pois se eu tive tanta saída e noite passada no mato, palmilhando consecutivamente toda a superfície, desde o Siai ao Burmeleu passando pelo Cheche…»

O que era uma constante das unidades em quadricula, tirando algumas excepções.

Enfim tudo bem, cá fico com as minhas verdades absolutas.

Ah, e desculpa se te ofendi nalguma coisa, (não vejo em quê, mas a tua resposta dá a ideia disso), não era essa a minha intenção, obviamente.

Um abraço para ti e para todos os camrigos

Anónimo disse...

Estimado mexia Alves

Cheguei ao PC há cinco minutos…

Sem te conhecer pessoalmente, com honestidade te afirmo, que pela análise que faço dos teus artigos e comentários, para mim és uma pessoa sensata, cordata e intelectualmente honesta. Admiro, a tua disponibilidade, sempre e muito bem, a colocar água gelada na fervura, aqui no Blogue, sempre que a animosidade aquece, o momento o impõe e sempre com peso e medida.

Fui eu que me expressei mal! Assim, apresento as minhas desculpas e o meu lamento.

O terceiro parágrafo do meu comentário anterior, é um aflorar dum mini retrato do meu pulsar, nada mais…

Quando eu escrevi no comentário anterior: - “A mim o bom senso limita-me ao impor-me que eu não sou portador de verdades absolutas, afirmação que creio já ter lido em comentário escrito pelo Mexia Alves”. Eu fui traído na escrita, o que quis dizer na linha do meu pensamento era o seguinte: que creio, já ter lido num comentário escrito pelo Mexia Alves, que Mexia Alves disse o seguinte: - Eu não sou portador de verdades absolutas (li isto num comentário teu, eu tão-somente quis realçar o teu carácter de firmeza)… nunca no meu raciocínio passou ideia diferente.

Um abraço

José Corceiro

Joaquim Mexia Alves disse...

meu caro camarigo José Corceiro

Apenas para te deixar um fortíssimo e camariguíssimo abraço.

É bom estar com camarigos como tu!

Não pelo que dizes de mim, obviamente, que não o mereço, mas pela tua postura honesta, sincera e camariga, pois não encontro outra palavra que expresse melhor a camaradagem e a amizade!