domingo, 12 de dezembro de 2010

Guiné 63/74 - P7425: Operação Tangomau (Álbum fotográfico de Mário Beja Santos) (3): Dia 21 de Novembro de 2010

1. Mensagem de Mário Beja Santos* (ex-Alf Mil, Comandante do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 10 de Dezembro de 2010:

Malta,
Acabou-se a vagabundagem, Fodé Dahaba é o condutor dos eventos. Comecei o dia em apresentações, consegui uns minutos para ir até à Missão do Sono, depois a ponte do rio de Udunduma, Amedalai, Taliurá, Ponta Coli, Xime e Ponta Varela. Nos intervalos, bebi água, comi bolacha Maria, banana-maçã e goiaba.
Enquanto comprava fruta fui abordado por Demba Embaló, que me disse ser guarda-costas do Jorge Cabral e obrigou-me a escrever: 19662, espero que não seja nenhum código secreto, talvez um número mecanográfico.
Outro Demba, Demba Djau, anunciou-se: “Pertenci ao 1.º Pelotão da CCaç 12, peço a todos que me escrevam”.
E agora Lorde Torcato de Mansambo que se acautele: um tal Mamadu Baldé, que se apresentou como pertencente ao pelotão de milícias de Candamã, perguntou por ele. Amanhã, em Samba Juli, começarei as inquirições de que ele me incumbiu.
A minha vida mudou: jantar cedo, deitar cedo, levantar cedo. À cautela, tirei uma fotografia do pôr-do-sol, no Bairro Joli, sobre as bolanhas de Finete e Chicri. Deixara, em definitivo, o chão multiétnico de Bissau, pé entre pé estava a mergulhar no meu mundo.
Amanhã de manhã, vou atravessar Bambadinca sempre com os olhos rasos de lágrimas.

Um abraço do
Mário


OPERAÇÃO TANGOMAU - ÁLBUM FOTOGRÁFICO (3)

DIA 21 DE NOVEMBRO DE 2010

Este edifício era a Missão do Sono, sediada no Bambadincazinho. Depois do ataque de 28 de Maio de 1969, o Bambadincazinho, tal como a ponte do rio Udunduma, passou a fazer parte do plano defensivo, todas as noites um pelotão ficava aqui acantonado, na presunção de dissuadir qualquer ataque do PAIGC a partir do flanco do Xitole. À frente do edifício da missão, havia um gigantesco U com bidões cheios de terra e cobertura de cimento, seria a estrutura defensiva contra o ataque do IN. Aqui vieram “acampar” vários Pel Caç Nat, todos os pelotões da CCaç 12, isto entre 1969 e 1970. Ao amanhecer de 1 de Janeiro de 1970, o Bambadincazinho e a Missão do Sono ficaram a fazer parte dos eventos funestos do Tangomau. Passava das 5 e meia da manhã quando chegou o Xabregas (Mário Dias Perdigão) vinha buscar o contingente de duas secções do Pel Caç Nat 52. Sentei-me ao lado do Xabregas, Uam Sambu sentou-se ao meu lado e estendeu a mão a Quebá Sissé para o ajudar a subir. A fatalidade veio imediatamente. No momento em que o Unimog arranca sucedem-se vários tiros e Uam Sambu caiu-me no colo a esvair-se em sangue: “Ai, me alfero, mim muri…”. E morreu mesmo, para desgosto de nós todos e para a penitência de Quebá Sissé, que metera inadvertidamente a patilha na posição de fogo e, ao dar balanço ao corpo, meteu o dedo no gatilho.

Foi neste sombreado que se deu a tragédia ao amanhecer de 1 de Janeiro de 1970. O Unimog partiu à desfilada, como numa grotesca Pietá, eu levava Uam Sambu em agonia, o nosso médico, Joaquim Vidal Saraiva, tudo tentou, mas hemorragias provinham de órgãos vitais. Rapidamente evacuado, Uam Sambu terá já chegado morto ao HM 241. O Tangomau procurou falar com a sua viúva e lavadeira, Binta Sambu, vive para os lados de Gabu, foi o que lhe disseram. Deixou-lhe saudades e até um grande abraço do Cherno, pura mentira, pareciam o cão e o gato, ela partia todos os botões, ele protestava pois tinha que comprar material substituto e cozê-los. Estamos a menos de 50 metros da casa de Fodé Dahaba, na actualidade.

Quando cheguei às 8:30 do dia 21 a casa do Fodé, tinha um comité de recepção à minha espera. O “homem grande” é Alai Fuma, paizinho de Fodé. Combateu ao lado dos portugueses em Canhabaque, nos Bijagós, em 1936. Está rodeado de vários familiares e dois deficientes das Forças Armadas. Houve abraços e a sessão de cumprimentos terminou proverbialmente com uma oração dirigido a um Deus todo misericordioso que na sua bondade alegra o coração dos homens, reencontrando-os imprevistamente.

A segunda sessão de boas vindas juntou sobretudo mulheres e crianças das famílias Dahaba e Fati, a viverem na órbita do organizador do evento. O Tangomau pede desculpa pela pouca visibilidade da imagem, havia já uma luz tão crua que ele procurou pôr este comité de recepção no recato de uma boa sombra… e excedeu-se.

Findas as duas cerimónias de recepção, Fodé Dahaba deu largas à sua hospitalidade, começavam a chegar os milícias de Finete da sua secção. Aí o meu coração começou a tremer quando apareceu Samba Gêbo ou Samba Baldé, sempre pressuroso e afável, eternamente gaiato. O Tangomau escreveu no seu caderno: “Abracei-o a chorar, era o encontro da minha juventude, o Samba pedia-me livros, era um leitor infatigável. Não me admirei quando me perguntou: “Trouxeste livros para mim?”. Em voz alta, Fodé começou a dar ordens, anunciou que iriam a Amedalai continuar a ver a família. Seguiram todos num carro de combate disfarçado de viatura civil. Enquanto se conversa e naturalmente o Tangomau é questionado quanto ao número de mulheres e filhos (quantos machos, quantas fêmeas?), passam baratas e formigas que dão ferroadas. Na comitiva seguirão três filhos da terceira mulher de Fodé: Calilo, Iaguba e Braima.

Quando o Tangomau procurou a área correspondente ao antigo destacamento da ponta do rio de Udunduma encontrou a nova tabanca, com o mesmo nome. As mulheres dançavam, tanto quanto lhe foi dado perceber celebrava-se um corte de cabelo feminino, todas as mulheres posaram para a fotografia. Até se pode imaginar que nunca houve aqui um destacamento, é ainda por cima odiado por todos que aqui tinham que prestar serviço.

Samba Gêbo em pose sobre a velha ponte do rio de Udunduma. Era aqui que se situava um dos buracos mais infectos que dava por nome de destacamento. O Luís Graça e a CCaç 12 sabem do que falam. Talvez até o Jorge Cabral, não sei. Na retirada da flagelação de 28 de Maio de 1969, as forças do PAIGC tentaram destruir a ponte que cedeu ligeiramente na outra margem. À cautela, todas as noites um pelotão pernoitava perto da ponte em condições inenarráveis: camas a boiar em poças de água, abrigos com seteiras impróprias para responder ao fogo do inimigo, um arremedo de refeitório onde o corpo ficava ainda mais picado à hora do almoço e do jantar. Com a nova estrada Xime-Bambadinca, este caminho e esta ponte só servem a tabanca de Udunduma, que o Tangomau foi visitar, antes de chegar a Amedalai.

Uma perspectiva da nova ponte sobre o rio Udunduma a partir da velha estrada Xime-Bambadinca.

Era obrigatório, chegados a Amedalai, que o Tangomau perguntasse por um dos seus mais dilectos amigos, Mamadu Djau, o 126, bazuqueiro de elite, aquele que na noite de 16 de Outubro de 1969 dera a sua palavra de honra (e cumprira) que defenderia até à morte a coluna de sinistrados que o Tangomau lhe deixara à porta. Djau partira na antevéspera para um choro em Bissau e anunciara à família que tinha de voltar rapidamente para receber nosso alfero. Quando se chegara a Amedala, o Tangomau fora interpelado pelo homem que está sentado no centro, primeiro cabo José Carlos Suleimane Baldé, da CCaç 12. E dera a seguinte ordem: “Mostre-lhes a minha fotografia, quero que saibam que ainda existo, que penso em todos eles e que lhes mando um abraço”. Por detrás, temos a morança de Mamadu Djau e a sua família.

Quando perguntei pelo Mamadu Djau e alguém me disse que ele não estava, apresentou-se um jovem que disse ser “o macho mais velho”. O Tangomau disse-lhe que devia ter muito orgulho no seu pai, tanto pela sua bravura como pelas suas qualidades de carácter. Ele tudo ouviu sem fazer um comentário mas no final disse-lhe: “Tira fotografia, eu e os meus irmãos não temos uma fotografia juntos, é para lembrar a viagem do branco de quem o nosso pai está sempre a falar”. Embargado pelo pedido, o Tangomau não se fez rogado, aqui estão os Djaus, machos e fêmeas.

É o que resta da estrada do Xime, junto ao porto, reduzido a meia dúzia de estacas. O Tangomau pretende mostrar homenagem a quem alcatroou esta estrada que está adubada em sangue. São incontáveis os feridos nas emboscadas e minas. Este porto e esta estrada transformaram-se num ponto vital para o abastecimento do Leste, em finais de 1969. Por ironia, Mato de Cão perde a sua importância, os barcos de maior calado aportavam ao Xime, a partir de 1970 só atracam em Bambadinca as pequenas embarcações civis. A comitiva viera de Amedalai até ao Xime, na povoação o Tangomau foi novamente apresentado à família Fati, conheceu a viúva de Mankaman Biai, um guia muito competente que ele fez louvar quando foi responsável pela operação “Rinoceronte Temível”, que ocorreu em 8 e 9 de Março de 1969. E daqui partiu-se para Ponta Varela. Nas suas notas, o Tangomau escreveu, a este propósito: “Como é bom voltar a esta estrada que se viu crescer e que se protegeu ininterruptamente durante semanas, em Junho e Julho de 1970. Gostei muito de ver as novas tabancas dos manjacos em Taliurá e Ponta Coli”.

O Tangomau fora três vezes a Ponta Varela. Naqueles tempos de guerra, saia-se do Xime, ia-se por um caminho perto do rio Geba, flanqueava-se a bolanha através do interior de um palmar e depois subia-se pela velha tabanca. A partir daí, e sempre a corta-mato (o PAIGC tinha vários caminhos minados) seguia-se ou para o Poindom e depois Ponta do Inglês, ou atravessava-se a estrada Xime-Ponta do Inglês em direcção seja a Madina Colhido, Gundaguê Beafada ou mesmo Baio ou Buruntoni. Eram recordações tão impressivas, havias tantas e tais lembranças dos ataques às embarcações em Ponta Varela que o Tangomau fez questão de ir exactamente ao local do crime. Acontece que o local do crime está a sensivelmente a três quilómetros da actual tabanca de Ponta Varela. Foi uma viagem inesquecível, os raios solares, cor de ouro, infiltravam-se pelos cajueiros, atravessaram-se hortas, avistaram-se mangais, palmares, até que se chegou ao tarrafo do Geba. O Tangomau veio acolitado por um jovem de nome Mussá e Calilo Dahaba andou sempre na minha sombra, o pai não queria que me acontecesse qualquer desgraça… para que fique gravado para todo o sempre, os ataques às embarcações ocorriam neste ponto onde está um pilar em cimento que permitia a leitura das marés, é um pilar semelhante ao que está em Mato de Cão. Havia igualmente pilastras em cimento que suportavam uma escada em madeira: as pilastras estão lá, a madeira foi devorada pelos furores do tempo. Trata-se de uma obra dos anos 50, decorrente das actividades da segunda missão geo-hidrográfica da Guiné, coordenada por Manuel Pereira Crespo, que chegou a ministro da Marinha.

O leitor que se prepare, vai ver variações deste pôr-do-sol, tendo como fundo Finete e Chicri. Foi um dia de emoções, o Tangomau levantou-se cedo, tomou um banho de caneco, bebeu chá de erva cidreira, comeu doce de papaia, eram 8 horas quando chegou Fodé, Calilo, Iabuba e Braima. Os eventos sociais de Bambadinca deixaram marcas. A recepção dos Fati em Amedalai foi demorada, pela primeira vez na sua vida o Tangomau explicou o modo como Fodé Dahaba se sinistrara perto de Madina, no amanhecer de 22 de Fevereiro de 1969. A grande surpresa foi a viagem entre a tabanca de Ponta Varela e o local do Geba onde as forças do PAIGC atacavam as embarcações. Vezes sem conta, em Mato de Cão, o Tangomau ouvira o foguetório e algumas vezes recolheu vítimas que chegaram ao Cuor. Há mais duas variações desta fotografia, ficarão à disposição de quem as solicitar.

Fotos: © Mário Beja Santos (2010). Direitos reservados.
__________

Notas de CV:

(*) Vd. poste de Guiné 63/74 - P7417: Operação Tangomau (Mário Beja Santos) (4): 20 de Novembro, de Bambadinca para o Bairro Joli

Vd. último poste da série de 9 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7410: Operação Tangomau (Álbum fotográfico de Mário Beja Santos) (2): Dia 20 de Novembro de 2010

9 comentários:

Anónimo disse...

É claro polémica!

Digam, falem e escrevam.

Como pode acontecer que este nosso Atabancado, e defensor "da guerra militarmente perdida", se encontre nesta situação?

Que tenha a coragem de o dizer junto dos amigos que lhe defenderam as costas.

Desculpa Luís, mas isto foi mesmo um pedido à saída da G3.

Aqui está ela!

Sabes que há mais e muito mais.

O Beja Santos, pode andar anos fugido, mas ele terá de explicar aqui na Tabanca: "A herança do Spínola".

Quando ele for homem, e que explanei tudo isso. Aqui estarei para escrever.

Aqueles que são contactados. Estiveram lá antes de Spínola.

Foram os primeiros a ter esperança nos Políticos.

Mário Fitas

antonio graça de abreu disse...

O Mário Beja Santos é que é o defensor da "guerra militarmente perdida", o Tangomau não, o Tangomau é o amigo de peito dos seus soldados africanos, valorosos combatentes a nosso lado.
Ou será que o Tangomau é um alter ego do MBS?
Como aprendi com o Zé Brás, recentemente no blogue,
que a verdade contém muita mentira,
e como aprendi com o poeta António Aleixo,já há muitos anos,que

P'rá mentira ser segura,
e atingir profundidade,
tem de trazer à mistura
qualquer coisa de verdade.

ando um pouco confuso com a natureza do Tangomau. Não se tratará ainda de uma outra pessoa, o Tangobom?

Muito a sério, tenho gostado de algumas frases dos textos do Tangomau, e também de muitas das fotografias feitas pelo Mário Beja Santos na nossa Guiné.
Obrigado,pelo teu testemunho e a imagem de dedicação a essa nossa gente. Obrigado Mário (não o Fitas,)Beja Santos.

Um abraço,

António Graça de Abreu

Luís Graça disse...

Mário, grande Tigre de Missirá. grande cabo de guerra, grande português, valoroso comandante do Pel Caç Nat 52:

Hoje é mau dia para grandes parangonas, porque tenho um doutoramento à tarde... Mas deixa-me, desde já, dar-te os parabéns por essa viagem de saudade do Tangomau, e abraçar-te, emocionado, pelas recordações que me/nos trazes da Guiné, em geral, e da região de Bambadinca, em particular: a missão do sono, em Bambadincazinho, o destacamento do Udunduma, Amedalai, Ponta Varela... E, claro, do meu camarigo (de facto, camarada e amigo) José Carlos Suleimane Baldé... Que bom ouvir as palavras dele e revê-lo na foto de grupo que tiraste: “Mostre-lhes a minha fotografia, quero que saibam que ainda existo, que penso em todos eles e que lhes mando um abraço”.

A malta da CCAÇ 12 também não o esquece... E está a afzer tudo para o trazer cá em Maio de 2011, para o reencontro de todos os camarigos da CCAÇ 12, de três gerações (1969/71, 1971/3, 1973/74...).

Vou fazer circular a foto e a mensagem... Até logo à noite.

Torcato Mendonca disse...

Mário

Aguçaste-me o apetite.
Deve ser Madia Baldé ex-Sargento Milicia do 145.

Pode ser outro. Vivi muito tempo em Candamã, onde estava o Régulo António Bonco Baldé e muitos outros cujo nome se foi,.

Em Bambadincazinho e na Tabanca de Fá o LALI andou a comissão inteira connosco Lali. O Sukel, outros que não recordo o nome, Laminé do 145, Leonardo Chefe dos picadores de Mansambo, grandes picadores. Gente BOA. E mulheres.Aí não digo nomes obviamente, são avós como eu.

T é Tango não é? mau é que não sou... no rádio tango, tango aqui xyz blá blá escuto...e o Torcato...aqui tango...

Tem cuidado contigo e óptima estadia.

Dá noticias...em aberto é chato...

Abraço T

Anónimo disse...

Olá Mário!
Recordo o Demba Embaló.
Era dos mais velhos e tinha um nítido ascendente sobre todos os outros. Homem muito sério e ajuizado, herdei-o já, como guarda-costas, que fora de meu antecessor, Alf. Almeida.
Claro que também passei pela ponte do Rio Udunduma. Aí comecei praticamente a minha comissão, Junho de 69, e também lá a terminei, dormindo a minha última noite, no fim de Julho de 71, em despedida do Pelotão.

Abraço Grande
Jorge Cabral


Ps.: 19662? – Não sei o que significa. Ex-milícia o Demba? Talvez o seu antigo número…

AQUILES disse...

Meu amigo

Leio e vejo que esta tua viagem te enriqueceu. Voltarás o mesmo, mas com mais carga. Pudeste abraçar, e isso enriquece o ser que cada um é.
Bem Hajas

José Grave

Anónimo disse...

Caro Mário, continua a deliciar-nos com as tuas reportagens e a abrir-me o apetite e a incutir-me o ânimo para que possa partir por terra( estou a ficar maluco) na minha viagem de saudade à nossa Guiné, já para daqui a dois ou três meses. Quero, tenho de ir ao Cumbijã e a Nhacobá de onde nunca recebo notícias dado o isolamento...
Passarei também por Aldeia Formosa, Mampatá, Colibuia, Nhala e Buba. Irei ao Unal, onde vive o meu guarda costas que,soube há pouco, ainda está vivo.
Telefonei-lhe, chorámos, trocámos fotografias, estamos velhos pá!

Um abraço...e já agora as minhas mensagens acusam erro!!!

Vasco A. R. da Gama

Hélder Valério disse...

Caros camarigos

Estes relatos da recente viagem de recolha de elementos de trabalho e ao mesmo tempo de romagem de saudade efectuada pelo nosso camarada MBSantos são, a todos os títulos, bastante meritórios.

Ficamos a conhecer situações actuais, de degradação do parque habitacional de Bissau, mas também como se vai vivendo e relacionando com o interior, com o 'mato'.
Ficamos a saber dos (re)encontros com pessoas que estiveram próximas de nós (e que, afinal, não foram todos chacinados, como já li por aqui) e de como a emoção flui a rodos, quase sempre com a lágrima a aparecer.
Ficamos sempre suspensos do continuar da narrativa, na expectativa do que ainda está para vir.

Daí que não consiga atinar com a necessidade, que já parece mania persecutória compulsiva, de alguns comentários que vão aparecendo. Mas admito que o defeito seja meu. Procurarei estar mais atento...

Um abraço
Hélder S.

Joaquim Mexia Alves disse...

Caro Mário

Também passei, com o nsso 52, pela ponte do Udunduma, talvez dois meses, se a memória não me falha antes de assentar arraiais no Mato Cão.

Vê se encontras por aí o Tomango Baldé, ou o Manga Turé, ou o Braima Candé e outros que foram do meu tempo no Mato Cão.

E mata saudades e faz uma boa viagem.

Um abraço camarigo para ti e todos eles que ainda por aí estejam.