quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Guiné 63/74 - P9017: O nosso blogue em números (13) : A propósito dos 3 milhões de visitas... Comentários de Virgínio Briote e Beja Santos



Guiné > Região do Cacheu > Bula > CCAÇ  2790 )1970/72) >  O António Matos, ex-Alf Mil Minas e Armadilhas, aos comandos de um "blindado", uma GMC-guindaste, daquelas que gastavam, não 100 aos 100, mas 100 (litros) ao 10 (km)...


Legenda:  "Ainda que o cockpit não estivesse a 100%, é nos pneus que se notava o cuidado em manter o veículo preparado para os mais altos desafios fossem quais fossem as situações;  Slics à frente porque a estrada estava seca; com piso atrás para ter mais tracção; redondinhos mais atrás para o que desse e viesse" (A.M.)... 


Ele, António Matos,  conta como foi:


(...) Certo dia, estava eu sediado no destacamento de Augusto Barros, comandei a deslocação a Bula, em coluna motorizada, a bordo duma tão fabulosa quanto velha GMC que, julgo, gastava aí uns 100 litros aos 10 kms ! 


Conduzia-a um possante soldado (reconhecia-lhe a cara no meio duma multidão mas esqueço-lhe o nome) quando nos preparávamos para o regresso.  As últimas 2 horas tinham sido passadas à volta da equipa de mecânicos "comandada" pelo furriel Perdigão afim de se arranjarem os arames mais convenientes que suportassem a resolução dum problema técnico até ao dia seguinte.


Posta a trabalhar à semelhança dum verdadeiro fórmula 1, fomos de roda batida para a nossa "casinha" [, Bula,]. Os primeiros 4 ou 5 quilómetros eram em estrada alcatroada e só depois, na Placa, se infletia à esquerda para a picada.


Era noite. Atrás da GMC vinha um Unimog 411 onde se abrigava o capitão. (...) 


[O resto da história, e do seu desfecho insólito, que ilustra o famoso desenrascanço português, pode ser conhecido aqui].


Foto © António Matos (2008). Todos os direitos reservados


A. Mais dois comentários ao poste P9003 (*), a propósito do passado, presente e futuro do nosso blogue:


1. Virgínio Briote:


 De uma forma geral, aprecio muito positivamente os conteúdos do blogue. Não perco a entrada de nenhum camarada, especialmente se ele descreve as passagens mais significativas das suas memórias, as povoações por onde andou, pessoas e locais com quem se relacionava mais, acções em que participou, imagens, impressões daquela gente e daquela terra que tanto nos marcou.

Julgo que as razões deste interesse se devem a que a minha passagem pela Guiné não se limitou aos 24 meses. E não devo correr grandes riscos se afirmar que muitos de nós "esteve" lá dos 20 aos 30 ou mais anos das nossas vidas. E hoje, de vez em quando, quantos de nos ainda lá "vão"?



O trabalho que tem sido feito pelos editores não pode deixar de ser referido. Alimentar diariamente o blogue implica acrescentar horas de trabalho sem direito a outra remuneração que não seja o gosto em ver o seu trabalho reconhecido e estarem conscientes que estão a prestar um serviço público.

O que vejo no Luís Graça, no Carlos Vinhal e no Eduardo Magalhães é o interesse em dar voz aos camaradas que, de 1961 (um ou outro ainda antes) até Setembro/Outubro de 1974, cumpriram com a obrigação de que o Portugal de então os incumbiu. É este, para mim, o principal objectivo do blogue e é com estes olhos que o leio diariamente.


2. Beja Santos:

(...) O mais importante do nosso blogue é funcionar como uma encruzilhada de múltiplas proveniências, expectativas e estados de alma. É o seu lado deslumbrante, incontornável, funcionar como um albergue espanhol de toda a gente que se revê e procura entender os seus sentimentos naquela Guiné e na que agora existe. 

Não se pode, em rigor, introduzir secções ou direcções onde o bloguista se possa vir a sentir enfiado numa determinada medida que não funciona para os outros. Qual o problema da diversidade, dos que querem testemunhar, comunicar, desabafar ou repontar? Não há problema, não percebo essa preocupação com a letargia, os textos avolumam-se, vêm de todas as sensibilidades, assim terá de continuar a ser. 

Recordo-te que há anos atrás sugeri [, ao Luís, a criação de] uma comissão acompanhadora de projectos: publicações, apoio solidário, conferências, atracção dos camaradas guineenses, etc. Teríamos aí, estou em crer, a possibilidade de gerar novas dinâmicas para alastrar a influência do blogue, que não pára de crescer. 

O blogue é simultaneamente um lugar e um não-lugar: aqui contamos com a intimidade, a identidade, afectos; por aqui passamos como por um aeroporto ou uma auto-estrada. 

Se fosse a ti [, Luís,] , sentia-me feliz por ter urdido esta malha social e o contágio que propagou.  Só vejo utilidade que te rodeies de uma máquina de ideias com dois sentidos: potenciar o valor do nosso património (em depoimentos, em textos, em imagens, em possíveis publicações) e animar iniciativas e projectos onde a filantropia e o debate/convívio adquiram outras formas, estreitando a nossa camaradagem.  (...)

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Nota do editor:

 7 de Novembro de 2011 > Guiné 63/74 - P9007: O nosso blogue em números (11): A propósito ds 3 milhões de visitas... Comentários de F. Palma, H. Sousa, F. Costa e T. Mendonça

6 de Novembro de 2011 > Guiné 63/74 - P9003: O nosso blogue em números (10): Atingidos os 9 mil postes, a caminho dos 3 milhões de visitas... Tempo de balanço(s)...

3 comentários:

António Matos disse...

Peço desculpa mas não consegui perceber da oportunidade da reedição do meu post P9017 a propósito do número de visitas no blog.
Podem esclarecer ?
Obrigado.

Luis Faria disse...

Caro e amigo Matos

Dá-me a ideia que precisarás de pôr os óculos ou mudar de lentes!!

Um abraço

Luís Graça disse...

Meu caro António: (i) Fazes parte da "família" da Tabanca Grande; (ii) Tens andado por fora; (iii) Tivemos saudades tuas, fomos folhear o "álbum de família"...

Que tenhas um belo dia de festa. Os meus parabéns! Que continues sempre em boa forma, como os teus "bólides"...Um Alfa Bravo. Luís

PS - Afinal, o "karting" já é paixão antiga, do tempo de Bula...