terça-feira, 12 de novembro de 2013

Guiné 63/74 - P12281: In Memoriam (168): A Memória do Cheche, 6 de Fevereiro de 1969 - Lista oficial dos desaparecidos no Rio Corubal (José Martins)

1. Mensagem do nosso camarada José Marcelino Martins (ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70), com data de 22 de Outubro de 2013:

Transcrevo mail do Luis:
 "Zé: 
Queria republicar postes antigos sobre o desastre de Cheche... (O dia 6/2/2013, faziam 44 naos, passou... mas há coisas ainda para esclarecer... ). Tu andaste com este dossiê, tens autoridade na matéria... Mas em relação à tua lista dos mortos, falta um nome!... Já dei voltas e não descobri: deve ser da CCAÇ 1790... Queres pegar neste material e fazer um poste novo. atualizado ?... 
Um abraço
Luís Graça"

Não sei se era o texto que queriam.
Pelo menos segue a "lista oficial" dos desaparecidos no Cheche.

Abraço
José Martins









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Nota do editor

Último poste da série de 3 DE NOVEMBRO DE 2013 > Guiné 63/74 - P12245: In Memoriam (167): Manuel Leitão Silvério, ex-alf mil, CART 2412 (Bigene, Binta, Guidaje e Barro, 1968/70), mais tarde despromovido a 2º srgt mil, CCAÇ 2382 ( Bula, Buba, Aldeia Formosa, Contabane, Mampatá e Chamarra, 1968/70) (Adriano Moreira, ex-fur mil enf, CART 2412)

7 comentários:

Tony Borie disse...

Olá José Martins.

Tens estado a prestar um grande serviço a todos nós, com a tua especificada informação.

Tenho lido todos os teus últimos textos com uma informação militar, que ultrapassa qualquer normal combatente, que aqui expressa as suas memórias.

Devem ter sido horas e horas de busca, com atenção e carinho, para que a informação seja correcta.

Alguns textos, tomo a liberdade de os passar para o meu arquivo, para mais tarde aprender e tirar dúvidas, e já me tenho servido deles para informar aqui muitos meus amigos, não só portugueses, pois estes textos trazem muita luz e explica alguma organização do exército de Portugal, que combatia em diferentes frentes ao mesmo tempo, infelizmente, sem se lembrar que aí nesse cantinho à beira mar plantado, existia uma nação, com jovens, que no lugar de guerra, queriam paz, trabalho, constituir família, criar bases para um futuro, que torno a dizer, infelizmente nunca tiveram.

Da parte que me toca, obrigado, muito obrigado pela "aula", ou disciplina, como é costume dizer-se, que nos dá nos teus textos.

Um abraço.

Tony Borie.

Manuel Reis disse...

Caro amigo José Martins:

Apreciei o teu trabalho, que apesar de sucinto, obedece a uma lógica bem concebida pelas chefias militares.

O que me baralha são outras versões, já aqui apresentadas, que diferem um pouco desta. Até o nome Comando é diferente.

Parabéns pelo belo trabalho que nos estás a apresentar.

Um abraço amigo.
Manuel Reis

José Marcelino Martins disse...

Caro Manuel Reis

Com o teu comentário, puseste-me a pensar.

“O que me baralha são outras versões, já aqui apresentadas, que diferem um pouco desta. Até o nome Comando é diferente.”

Será que deixem “algo” no ar, que precise ser corrigido?

Abraço

Zé Martins

Luís Graça disse...

Mais um dossiê do Zé Martins, feito com amor e carinho para o nosso blogue, e nunca esquecendo aqueles de nós que lá ficaram... E no caso da tragédia do Cheche foram mesmo muitos os que lá ficaram, literal e metaforicamente falando...

Um abraço fraterno, Zé!

Manuel Reis disse...

Zé Martins:

Não posso afirmar que falte algo, os meus conhecimentos são um pouco limitados e baseiam-se no que li no Blogue, com depoimentos contraditórios, no que se refere ao desastre de Cheche.
O nome do Comandante que aparecia citado era o Capitão Aparício.
Longe de mim a ideia de colocar em causa a veracidade do teu trabalho, que tanto apreciei.

Um abraço amigo.

Manuel Reis

José Marcelino Martins disse...

O Manuel Reis tem toda a razão.
Não entendi, na totalidade, o alcance do seu comentário.
Comentemos o meu texto:
1 – Foi elaborado em função de um e-mail do Luís Graça. O nome dos camaradas que tombaram nu local. Procurei os elementos que constam da “lista oficial” e, para não colocar os nomes sem qualquer enquadramento, resolvi apoia-lo em algo que não foi focado nos textos anteriores, entre os quais há, pelo menos, um assinado por mim, alem dos que denominei “Triangulo do Boé”.
2 – Sempre que se “falou” neste assunto, foi sempre centrado em Madina, nunca se tendo falado no “papel do Cheche, como ponto de passagem” e cambança.
3 – Referi a forma como “encontrei” a colocação dos “Gatos Pretos”, no Cheche, e transcrevi a Directiva 1/68, porque foi com base e a partir desse documento que a “Operação Mabecos Bravios” evoluiu.
4 – As operações LAICO e LAMAÇAL, que mais não foram que colunas logísticas, foram realizadas com a “prata da casa” ou seja a CCaç 5 e a CArt 2338, que se encontravam em Canjadude. Por isso o nome do comandante da operação ser o capitão Pacífico dos Reis. A referência, à “Operação Mabecos Bravios”, no que respeita à guarnição de Canjadude, era a de “estado de alerta” para qualquer eventualidade, não desviando as forças em operação na retirada de Madina. O capitão Aparício era o comandante de CCaç 1790, a última unidade a estar em Madina. O comandante do Agrupamento nº 2957 era o Tenente-Coronel Hélio Augusto Esteves Felgas.
5 – O Manuel Reis fala que existem depoimentos contraditórios sobre o acontecido, no blogue. É a realidade. Há opiniões, e que ainda ninguém contestou, sobre a forma como tudo aconteceu, até que a jangada virou. A partir daí, infelizmente, é a realidade. Perdemos 47 camaradas.
6 – Há pouco localizei um texto, jornalístico é certo, que reflecte a opinião de um dos homens da 1790, mas que não trás nada de novo. Diz, inclusivamente, que foram recolhidos corpos, mas, por Canjadude, não tenho notícia da sua passagem. Também, deduz-se, já não estava no local quando o desastre se deu. A sua “versão”, como a minha, é obtida através de terceiros.
7 – Vi algures (seria no jornal Publico?) e já algum tempo, noticia de um africano que “viu” helicópteros a retirarem corpos do Corubal e a dar-lhes sepultura comum, numa vala aberta para o efeito a uma certa distância do rio. O que sei, porque estiveram em Canjadude no regresso, foi a ida do Comandante-Chefe ao local, com uma equipa de fuzileiros.

Perante este quadro, “diplomaticamente contornei” as causas directas, ficando pelos antecedentes, que ainda não tinham sido relatados.
Há feridas que não saram, pelo que ainda é doloroso falar delas.
Será mais um caso que ficará no “segredo dos Deuses”.

Anónimo disse...

O Rui Felicio estava lá...
Bernardo