domingo, 19 de janeiro de 2014

Guiné 63/74 - P12608: Locais e povoações onde gastámos dois anos das nossas curtas mas valiosas vidas - CCAÇ 675 (Belmiro Tavares)

1. Mensagem do nosso camarada Belmiro Tavares (ex-Alf Mil, CCAÇ 675, Quinhamel, Binta e Farim, 1964/66), com data de 15 de Março de 2013:

Caro Luís Graça:
Atendendo à tua solicitação para aumentar a lista de povoações da Guiné onde gastámos – bem ou mal – dois anos das nossas curtas mas valiosas vidas, envio o meu singelo contributo.

Quanto à longevidade, não tenho que me lamentar, pois tenho um acordo celebrado de boa fé com o S. Pedro, segundo o qual viverei, de boa saúde, até aos 120 anos, porque me foi confiada uma missão importantíssima – colocação de lápides nas sepulturas dos ex-combatentes da Gloriosa CCaç 675. 

Duas povoações da minha zona já constam da lista:
Binta, sede da companhia e Guidage que foi o alvo apetecido no aproximar do fim da Guerra.

Cito outros nomes da minha zona e de terrenos limítrofes:
- Uália
- Sambuiá
- Sambuiadim
- Malibolon
- Udasse
- Santancoto – aqui foi ferido o então Cap. Tomé Pinto
- Banhima *
- Mansália
- Fajonquito
- Quenhato
- Buborim – limite oeste da nossa zona
- Sansancutoto – aqui deixámos um cunhete de munições armadilhado; levaram-no mas nunca soubemos o que aconteceu
- S. João – nossa primeira operação com tiros
- Genicou Mandinga** – a dois passos daqui reconstruímos uma ponte onde deixámos uma placa informativa: “atenção – há armadilhas” – funcionou em pleno
- Genicon Mancanho **
- Lenquetó – o batismo de fogo da CCaç 675
- Massacundá**
- Caurbá
- Faer
- Temanto
- Dungal
- Ufudé
- Fodé Siraia
- Sanjalo
- Tambandinto
- Tambato
- Cansenha – aqui morreu o nosso guia Pathé Balde
- Caurdim
- Canicó
- Fátima
- Tancroal
- Olossato
- Safim
- Cuntima (colina do norte)
- Cajambari
- Barro

 * - já desactivadas quando lá chegámos
** - destruídas pelo PAIGC nas brigas intestinas

Nota: - As povoações que eles não destruíram, nós riscámo-las do mapa; em contrapartida, reconstruímos a Grande Binta – Vila Capitão de Binta – e repovoámo-la com as pessoas que se haviam refugiado no Senegal e que regressaram quando se aperceberam que nós dominávamos a situação; também (re)construímos Guidage.

Aquele abraço
BT

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