terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Guiné 63/74 - P12616: Filhos do vento (26): A direcção da A Associação FIDJU DI TUGA: Fernandinho da Silva, presidente, e José Maria Indequi, secretário.


Guiné-Bissau  > Bissau > Associação Associação da solidariedade dos filhos e amigos dos ex-combatentes portugueses na Guiné-Bissau (FIDJU DI TUGA) > Dois elemento da direção: da direita para a esquerda, Fernandinho da Silva (telef + 5880597), Presidente, e José Maria Indequi (telef + 5218200 e  + 6612146), Secretário...

A foto foi-nos enviada ontem pelo Pepito, diretor executivo da AD - Acção para o Desenvolvimento. Segundo o Pepito, são "duas pessoas muito sérias que pretendem recensear os filhos dos militares portugueses que prestaram serviço na Guiné-Bissau, contar as suas estórias e pô-los em ligação com as famílias portuguesas que assim o entenderem".

Segundo a reportagem do Púiblico (vd. dossiê "Filhos do Vento"), da responsabilidade da jornalista Catarina Gomes (e sua equipa Manuel Roberyo e Ricardo Resende),  o Fernando Edgar da Silva, "nasceu em 1968, é camionista", e a sua "mãe era Sabadozinha Mendes, vivia junto ao quartel português de Canchungo (ex-Teixeira Pinto), onde o pai trabalharia na cozinha, enquanto esteve na Guiné, de 1966 a 1967"...Sabe que o pai "furriel". Realiza agora o seu sonho de "criar uma associação que represente todos os filhos que os militares portugueses "abandonaram" na Guiné.

Segundo a mesma fonte, José Maria Indequi é "técnico agrário, estudou em Cuba e na China. Acha que o seu verdadeiro nome, que lhe foi dado pelo pai, é José Carlos dos Santos. Nasceu a 1971, o pai talvez tenha voltado a Portugal em 1973 ou 1974". Maria Paula Indequi é o nome da sua mãe. Qunato ao pai esteve colocado no quartel de Pelundo, na região de Cachéu. Acha que pertencia ao Bcaç 2884.  "O pai vivia maritalmente com a mãe e tiveram mais uma filha, a sua irmã Elva, e uma outra rapariga, Manuela, que já morreu!. Queixa-se que os  filhos dos portugueses na Guiné são "cidadãos de segunda", "estão no meio da barcaça".

Publicámos em poste anterior (*) os estatutos da associação e lançámos um apelo à solidariedade de todos nós: amigos e camaradas da Guiné que se reunem sob o poilão da Tabanca Grande, leitores do nosso blogue, bem como régulos e membros das demais Tabancas (Ajuda Amiga, do Centro, da Linha, de Matosinhos, dos Melros, da Lapónia, de Candoz, de Guilamilo, de São Martinho do Porto...). Se cada um de nós se dispuser a dar um euro a esta associação, juntamos o dinheiro necessário para eles adquirirem o computador pessoal, a máquina fotográfica digital e o gravador que precisam para trabalhar na realização dos objetivos da associação, que nos parecem justos e nobres:  (i)  ver reconhecida a nacionalidade portuguesa, pelo Estado Português, de todos os filhos de ex-combatentes portugueses e dos seus descendentes; (ii) defender os valores da cidadania, de igualdade, justiça social e o carácter democrático, laico e pluralista da sociedade e do estado [da República da Guiné-Bissau]; (iii) reagrupar e fortalecer os Fidju di Tuga  na Guiné-Bissau com uma visão sociocultural comum que os unem;  e (iv) contribuir para o desenvolvimento humano, solidário e duradora entre os associados, amigos e a comunidade portuguesa residente e não residente na Guiné.

Quem quer, individual ou coletivamente, assumir a liderança deste projeto de ajuda e solidariedade em favor da Associação Fidju di Tuga ? Lançava o desafio ao José Saúde (da delegação de Beja da Tabanca Grande), que teve o mérito de grafar a expressão "filhos do vento"... Ou então a poderosos régulos como o José Teixeira, da Tabanca de Matosinhos, o Carlos Fortunato, da Tabanca Ajuda Amiga ou o Joaquim Mexia Alves, da Tabanca do Centro (agora a comemorar o seu 4º aniversário, realizando em 31 do corrente, um almoço-convívio,. em Monte Real,  que já esgotou o limite de lugares na sala, que são 80). Sem esquecer o Jorge Rosales e o seu ajudante campo, o Zé Manel Dinis, da Tabanca da Linha... Um alfabravo para todos. LG

______________

2 comentários:

Unknown disse...

Sem a menor duvida, concordo com a pretensão, muito legitima, de regularização da paternidade de filhos de militares portugueses, que na força da sua juventude, abalaram com medo que o barco fugisse...Apesar de ter consciência que não deixei herdeiros na Guiné, disponho-me a contribuir para a aquisição do material que a Associação FIDJU DI TUGA necessitam. Informem conta para transferência.

José Saúde disse...

Luís, amigo e camarada

Disse, um dia, que me sentia lisonjeado pelo impacto que o título "Filhos do Vento", um desígnio da minha autoria, acabou por ter não só a nível nacional como além-fronteiras, principalmente na nossa Guiné.

Catarina Gomes, jornalista de "O PÚBLICO", com a minha autorização, pegou no tema, desbravou fronteiras e trouxe à estampa essa irreversível verdade.

Percebo que a recetividade da temática carecesse de uma opinião consensual e generalizada, ou não, sendo que não excluo, por isso, a origem de alguns comentários menos abonatórios que não terão concordado com o título. Plenamente de acordo, camaradas.

Mesmo assim, arrisquei trilhar uma vereda, quiçá armadilhada, mas o meu espírito de antigo combatente e de velho Ranger, transmitia-me que a batalha seria vencida, bastasse que o tema trazido pela minha pena a público chegasse decididamente a solo guineense.

Felizmente que a oportunidade aconteceu. Obrigada à Catarina Gomes e ao jornal "O PÚBLICO" pelo excelente trabalho feito junto aos "Filhos do Vento" que acabam de eleger a Associação FIDJU DI TUGA, na Guiné.

Sei que o desbravar determinados temas que permanecem no limbo dos nossos baús, não é fácil. O risco é, por outro, calculado, pensado e remonta a um tempo em que fomos jovens militares atirados para as frentes de batalha.

Sublinho, também, em elevar o conteúdo dos conhecimentos bélicos que o nosso blogue (Luís Graça & Camaradas da Guiné) tem proporcionado aos antigos combatentes na Guiné que, transversalmente, emitem aqui consentâneas e válidas opiniões.

Eu sou e serei mais um dos camaradas envolvidos nesta coisa da escrita. Congratulo-me pelos meus simples escritos desvendarem eventuais "segredos" de uma comissão militar obrigatória que nos levou a praticar atos inimagináveis, e impensáveis, não se conhecendo ao certo o seu futuro.

Somos humanos e sabendo a razão que move aquela gente que sempre sonhou com um pai português e que jamais conheceu, está na hora de dar-mos, no mínimo, as mãos para ajudarmos homens e mulheres que reclamam, justamente, a causa da sua paternidade.

Camaradas, sendo a minha situação atual fisicamente débil, não memorial, derivado de um tal AVC que me fustigou um dia a vida, preponho que, dentro das nossas vagas possibilidades, ajudemos estes nossos irmãos guineenses.

Aliás, não terá sido por mero acaso que passados 40 e 50 anos dos nossos tempos na Guiné, estas crianças de outrora, homens e mulheres no presente, assumiram publicamente esta sua verdadeira postura humana. Bem-haja a sua enorme voluntariedade!

Força, e caminhem sempre em frente!...

Zé Saúde