Joaquim Peixoto (1949-2018), ex-fur mil arm pes inf,
CCAÇ 3414 (Sare Bacar, 1971/73)
1. Há muito que não falamos aqui do Joaquim Peixoto (Penafiel, 1949-Porto, 2018):
(i) foi ur mil arm pes inf, MA, CCAÇ 3414 (Sare Bacar e Bafatá, 1971/73);
(ii) professor do 1º ciclo, reformado, vivia em Penafiel, e era casado com a Margarida Peixoto, também ela professora do ensino básico, reformada;
(iii) e ambos membros da nossa Tabanca Grande, para além de amigos da Quinta de Candoz;
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Joaquim e Margarida. Monte Real, 2010. Foto de Manuel Carmelita |
(v) era uma figura muito querida na sua terra, e ,muito querida também de todos nós (e em especial. da Tabanca de Matosinhos e de "O Bando do Café Progresso");
(vi) o casal participou ainda por diversas vezes dos Encontros Nacionais da Tabanca Grande, em Ortigosa e Monte Real;
(vii) o Peixoto integrou a Tabanca Grande em 11/7/2009;
(viii) tem cerca de meia centena de referências no nosso blogue. A CCAÇ 3414, por sua vez, tem 22 referências.
Infelizmente mais nenhum "falcão de Sare Bacar" apareceu aqui com a vontade expressa de preencher o lugar vazio deixado pelo Joaquim Peixoto que "da lei da morte já se libertou".
É verdade que o grosso da companhia era malta dos Açores (que só se reencontrou pela primeira vez em 2012, na Ilha Terceira).
A CCAÇ 3414 foi mobilizada pelo BII 17, Angra do Heroísmo. E foi comandada pelo cap inf Manuel José Marques Ribeiro de Faria, hoje cor inf ref.
2. Há quinze dias passámos na A4, em Penafiel, a caminho de Candoz, e lembrámo-nos dos nossos amigos Joaquim e Margarida Peixoto.
Por outro lado, há dias deparei-me com a página do Facebook do cor inf ref Manuel Ribeiro de Faria que, de resto, é amigo do Facebook da Tabanca Grande (temos 22 amigos em comum).
Com a devida vénia, recuperei algumas das fotos do seu álbum, com destaque para a sua passagem pelo CTIG (onde foi alferes ou tenente em Có, em 1968/69, e depois capitão, em 1971/73, em Sare Bacar). Tem um brilhante currículo militar, tendo servido o Exército Português até 2008.
Gostaria que ele se juntasse ao blogue da Tabanca Grande. Tenho o nº 902, sob o nosso fraterno poilão, no caso de ele aceitar o meu convite para se juntar ao blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné.
Recordo aqui um dos seus postes, com data de 24 de dezembro de 2019, 06:55
Natal !... Este é o meu septuagésimo sexto!...
Temos de concordar que já vou tendo alguma experiência...
Vi e vivi muitos tipos de Natal, Natais europeus, Natais africanos, até asiáticos [em Goa, na Índia (1947/48/49)], uns em clima de paz, outros até de guerra, os primeiros em que se esperava a prenda (raramente "as prendas") posta no sapatinho pelo Menino Jesus que viria a ser substituído por um Pai Natal. Alguém deve ter pensado que era exploração infantil... E mais, não é que já há também uma Mãe Natal? (Elas estão a tomar conta disto)...
De todos os Natais que vivi, tiveram especial significado aqueles passados no calor da Guiné, em 1971 e 72, em noites de vigília (de prevenção, esperando um possível ataque, já que o PAIGC tinha essas tentações), visitando vários núcleos de defesa (postos de combate) onde os meus soldados, os meus "Falcões" açorianos, com pequenas celebrações lembravam a data, as famílias distantes, mas onde tinham uma pequena lembrança para o seu Capitão (ainda guardo algumas delas), pequenas e singelas no tamanho, enormes, descomunais, no significado.
Nesta época passam-me pela memória todos os meus Amigos (isto, segundo as regras que eu aprendi, inclui as Amigas) e desejo-lhes o melhor deste mundo contido na tradicional mensagem "Feliz Natal e um Bom Ano Novo"...
Peço-lhes, em troca, um momento de reflexão para todos aqueles a quem a Noite de Natal não é tão abençoada como aquela que mereciam, sobretudo as crianças que, por esse Mundo fora, não têm Ceia de Natal e não sabem sequer, muitas delas, se terão algo para se alimentarem no dia seguinte.
Assim, como militar que sou e serei sempre, envergo o meu melhor uniforme para, em sinal de respeito, desejar a todos os meus Amigos um Feliz Natal.
na Milícia da Mocidade Portuguesa
Aluno-cadete, 1º ano, ao lado de sua mãe
Guiné > Zona leste > Região de Bafatá > Sector L1 > Susetor de Sare Bacar >
Sare Bacar> 1973 > Cap inf, cmdt da CCAÇ 3414 (1971/73)
Angola > Março de 1996 a Setembro de 1997, ao serviço como Chefe do Estado Maior da UNAVEM III (United Nations Angola Verification Mission), depois MONUA (Mission d'Observation des Nations Unies Angola).
Guiné > Zona Oeste > Có > 1968 > "Aquartelamento de Có, ainda muito "piriquito"(era assim que eram chamados os inexperientes recém-chegados), ainda cheio de ideias. Procedimento que sempre adoptei, quando saía para uma operação, levava perto a mim um apontador de metralhadora MG-42, um apontador de Morteiro 60 mm, um apontador de Lança Granadas-Foguete e um Radio-telegrafista.
"Eu (o comandante), levar as fitas de carregamento da metralhadora, armado em Pancho Villa, era uma fantasia que a experiência cedo corrigiu... Eu estava lá para comandar, avaliar a situação, dar as ordens e coordenar a acções ou reacções adequadas, e não para terefas que não eram nem deviam ser da minha competência.
"Os ensinamentos que colhi, muito me serviram e ajudaram na posterior preparação da minha Companhia de Caçadores Independente 3414 com que voltei à Guiné". (Julgamos que em Có o Manuel Ribeiro de Faria devia alferes ou tenente.)
Guiné > Zona Leste > Região de Bafatá > CIM Contuboel > "Nasceu em 11 de Abril de 1910, em Estremoz, António de Spínola. Recordo esta figura notável não de honrarias palacianas, mas das operações nas bolanhas da Guiné, onde pude, de muito perto e com muita honra, servir sob as suas ordens. Captei esta imagem em 1972 quando, em Contuboel, Spínola presidia à cerimónia de encerramento de um Curso de Formação de Milícias que eu dirigia."
Fotos (e legendas): : © Manuel Ribeiro de Faria (2025). Todos os direitos reservados [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
3. O cor inf ref Manuel Ribeiro de Faria, filho e neto de militares, nasceu em 1943, viveu em Goa, em Moçambique e em Angola. O pai, Manuel Ribeiro de Faria (por sua vez nascido em 1915, Inhambane, Moçambique) morreu com o posto de tenente-general, segundo apurámos da sua página do Facebook.
3. O cor inf ref Manuel Ribeiro de Faria, filho e neto de militares, nasceu em 1943, viveu em Goa, em Moçambique e em Angola. O pai, Manuel Ribeiro de Faria (por sua vez nascido em 1915, Inhambane, Moçambique) morreu com o posto de tenente-general, segundo apurámos da sua página do Facebook.
Em 1954 vivia em Angola, começando a frequentar o Colégio Alexandre Herculano - Nova Lisboa, hoje Huambo, e voltaria a Angola em 1996 como Chefe do Estado Maior da UNAVEM III.
Fez duas comissões de serviço no CTIG. Deve ser do curso de 1963 na Academia Militar. Segundo a sua página no Facebook, nasceu em Mafra e mora em Oeiras. A sua última função no Exército foi a de diretor do Museu Militar. Interessa-me particularmente pela história militar.
_______________4. Ficha de unidade > Companhia de Caçadores n.º 3414
Identificação: CCaç 3414
Unidade Mob: BII 17 - Angra do Heroísmo
Crndt: Cap Inf Manuel José Marques Ribeiro de Faria
Divisa: "Antes Morrer Livres Que em Paz Sujeitos"
Partida: Embarque em 23Jun71; desembarque em 02Jul71 | Regresso: Embarque em 23Set73
Após realização da IAO, de 5 a 31ju171, no CIM, em Bolama, seguiu em 5ag071 para Sare Bacar, a fim de efectuar o treino operacional e a sobreposição com a CCaç 2636.
Observações - Tem História da Unidade (Caixa n." 96 - 2ª Div/4ª Sec, do AHM).
Fonte: Excerto de Portugal. Estado-Maior do Exército. Comissão para o Estudo das Campanhas de África, 1961-1974 [CECA] - Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África (1961-1974). 7.º volume: Fichas das Unidades. Tomo II: Guiné. Lisboa: 2002, pág. 405.
Identificação: CCaç 3414
Unidade Mob: BII 17 - Angra do Heroísmo
Crndt: Cap Inf Manuel José Marques Ribeiro de Faria
Divisa: "Antes Morrer Livres Que em Paz Sujeitos"
Partida: Embarque em 23Jun71; desembarque em 02Jul71 | Regresso: Embarque em 23Set73
Síntese da Actividade Operacional
Após realização da IAO, de 5 a 31ju171, no CIM, em Bolama, seguiu em 5ag071 para Sare Bacar, a fim de efectuar o treino operacional e a sobreposição com a CCaç 2636.
Em 27Ag071, assumiu a responsabilidade do subsector de Sare Bacar, com pelotões destacados em Sora e Sare Aliú Sene, ficando integrada no dispositivo e manobra do BArt 2920 e depois do BCaç 3884.
Em 18mai73, foi rendida no subsector de Sare Bacar pela CCaç 4147/72 e seguiu, em 20,ai73, para Cumeré, tendo reforçado o dispositivo do COP 8, de 4jun73 a 5jul73.
Em 5jul73, substituindo a CCaç 3518, assumiu a responsabilidade do subsector de Brá, ficando na dependência do COMBIS, com vista a garantir a segurança e protecção das instalações e das populações da área. No período efectuou ainda escoltas a colunas de reabastecimento a Farim, Binta, Guidage e Mansabá.
Em 25set73, foi substituída no subsector de Brá pela CCaç 3477, a fim de
efectuar o embarque de regresso.
Em 18mai73, foi rendida no subsector de Sare Bacar pela CCaç 4147/72 e seguiu, em 20,ai73, para Cumeré, tendo reforçado o dispositivo do COP 8, de 4jun73 a 5jul73.
Em 5jul73, substituindo a CCaç 3518, assumiu a responsabilidade do subsector de Brá, ficando na dependência do COMBIS, com vista a garantir a segurança e protecção das instalações e das populações da área. No período efectuou ainda escoltas a colunas de reabastecimento a Farim, Binta, Guidage e Mansabá.
Em 25set73, foi substituída no subsector de Brá pela CCaç 3477, a fim de
efectuar o embarque de regresso.
Observações - Tem História da Unidade (Caixa n." 96 - 2ª Div/4ª Sec, do AHM).
(Seleção, revisão / fixação de texto: LG)
Nota do editor LG:
Último poste da série > 1 de abril de 2025 > Guiné 61/74 - P26634: Facebook...ando (73): O aerograma-circular que o Movimento Nacional Feminino distribuia no embarque dos militares mobilizados para o Ultramar, explicando o que era e para que servia o "bate-estrada" (António Tavares, ex-fur mil SAM, CCS/BCAÇ 2912, Galomaro, 1970/72)
Último poste da série > 1 de abril de 2025 > Guiné 61/74 - P26634: Facebook...ando (73): O aerograma-circular que o Movimento Nacional Feminino distribuia no embarque dos militares mobilizados para o Ultramar, explicando o que era e para que servia o "bate-estrada" (António Tavares, ex-fur mil SAM, CCS/BCAÇ 2912, Galomaro, 1970/72)
2 comentários:
Segundo gentil informação do nosso grão-tabanqueiro Morais da Silva, cor art ref e antigo professor da Academia Militar, o Manuel Ribeiro de Faria é do seu curso:
Antonio Silva (by email)
terça, 22/04&2025, 22:35
Viva.
O Cor. Infª Manuel José Marques Ribeiro de Faria é “Kurika”, da minha incorporação na AM (Out63). Foi promovido a Alferes em 11Nov67. Julgo que o actual TCor Inf Pedro Ribeiro Faria é filho dele.
O pai, Cor Inf Manuel Ribeiro Faria, foi comandante da EPI (1963/69). Se houve avô militar não sei.
Ab, MS
P.S. Este curso de Alferes de 11Nov67 estagiou no Ultramar em 1968.
Tive a sorte de ter como instrutor na recruta em Mafra, o então Tenente Ribeiro Faria, oficial competente e de grande humanismo, o que era pouco sentido em relação a muitos outros instrutores. Confirmei isso mesmo durante a especialidade.
Em épocas diferentes passamos pelo BII 17, para formação de Companhias Independentes, com o destino à Guiné.
Votos de muita saúde para o Sr. Coronel Ribeiro Faria, de um seu antigo instruendo.
José Carvalho
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