quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Guiné 63/74 - P10673: O PIFAS de saudosa memória (18): Compactos de gravação, Parte III: excerto áudio de "Nocturno" (Garcez Costa, ex-fur mil, 1970/72, ex-radialista)




Guiné, Bissau, PFA - Programa das Forças Armadas, c. 1970-72. Excerto do programa Nocturno... Compacto aúdio, de Garcez Costa, antigo radialista do PFA. Na foto, o 1º sargento Dias e o fur mil Garcez Costa; em segundo plano, o saudoso Zé Camacho Costa, o grande actor desaparecido.

Vídeo (4' 26''): Luis Graça / Garcez Costa (2012)


1. Mensagem do Garcez Costa, ex-radialista do PFA - Programa das Forças Armadas (1970/72), com data de 21 de setembro último:

De acordo com a promessa seguem anexados 3 compactos de gravações que aqui e acolá foram para o ar...

A compilação está referenciada com os indicativos:

1 - P.F.A. (Programa das Forças Armadas) [vd, aqui, poste de 7/10/2012]

2 - P.F.A. Nocturno

3 - Noite 7 (Emissão especial aos Sábados) [vd. aqui, poste de 23/10/2012]

Viva o Pifas e quem o apoiar!
G.C. [Garcez Costa]

2. Comentário de L.G.:

Por lapso, estes compactos áudio não foram publicados pela ordem sugerida pelo nosso camarada Garcez Costa, lapso de que pedimos desculpa a todos. Publicamos hoje um excerto do programa Nocturno.  Estes ficheiros, enviador pelo Garcez,  em formato mp3, têm de ser convertidos em formato vídeo, de modo a poderem ser inseridos no blogue.
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Notas do editor:

(*) Vd. poste de 23 de outubro de 2012 > Guiné 63/74 - P10561: O PIFAS de saudosa memória (16): Compactos de gravação, Parte II: excerto áudio de "Noite 7" (emissão especial aos sábados) (Garcez Costa, ex-fur mil, 1970/72, ex-radialista)

Guiné 63/74 - P10672: Parabéns a você (496): António Inverno, ex-Alf Mil Op Esp do BART 6522 e Pel Caç Nat 60 (Guiné, 1972/74); Orlando Pinela, ex-1.º Cabo Reab Mat da CART 1614 (Guiné, 1966/68) e Pacífico dos Reis, Cor Cav Ref, ex-Cap Cav - CMDT da CCAÇ 5 (Guiné, 1968/70)


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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 14 de Novembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10666: Parabéns a você (495): César Dias, ex-Fur Mil Sap Inf do BCAÇ 2885 (Guiné, 1969/71); Jacinto Cristina, ex-Soldado da CCAÇ 3546 (Guiné, 1972/74) e Maria Arminda Santos, ex-Ten Enf.ª Paraquedista (1961/70)

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Guiné 63/74 - P10671: Álbum fotográfico de Jacinto Cristina, o padeiro da Ponte Caium, 3º Gr Comb da CCAÇ 3546, 1972/74 (7): Mais fotos de Piche e da Ponmte Caium



Foto nº 1 > Piche > Jovens da Mocidade Portuguesa


Foto nº 2 > Piche > Meninas de Piche




Foto nº 3 > Piche > Confraternização

Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > CCAÇ 3546 (Piche, Ponte Caium e Camajabá, 1972 / 1974) > Fotos do álbum de Jacinto Cristina



Foto nº 4 > Ponte Caium >  Três amigos... O Jacinto está de pé, à esquerda...


Foto nº 5 > Ponte Caium > O Jacinto é o da direita


Foto nº 6  > Ponte Caium (?) > O Jacinto,  soldado do 3º Gr Comb


Foto nº 7 > Ponte Caium (?) >  Quarto de hotel de cinco estrelas...



Foto nº 8 > Ponte Caium > 


Foto nº 9 > Ponte Caium (?) > 


Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > CCAÇ 3546 (Piche, Ponte Caium e Camajabá, 1972 / 1974) > Fotos do álbum de Jacinto Cristina > Uma pequena homenagem do nosso blogue em dia do seu 63º aniversário... Recorde-se que o Cristina, sold at inf,  esteve na Guiné entre Março de 1972 e Junho de 1974; esteve destacado, com o seu Gr Comb,  na famosa Ponte de Caium,  na estrada entre Piche e Buruntuma, cerca de 14 meses (Fevereiro de 1973 / Abril de 1974), onde foi municiador do morteiro 10,7 e padeiro.


Fotos: © Jacinto Cristina (2010) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados.

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Nota do editor:

Último poste da série > 9 de janeiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7579: Álbum fotográfico de Jacinto Cristina, o padeiro da Ponte Caium, 3º Gr Comb da CCAÇ 3546, 1972/74 (6): Evocando a G3...., em dia de aniversário da nossa amiga Cristina ! (Luís Graça)

Guiné 63/74 - P10670: Agenda cultural (235): Lançamento do livro Dª Berta de Bissau, de José Ceitil, no dia 21, 4ª feira, pelas 18h00, na sede da CPLP, em Lisboa, Rua de São Mamede (ao Caldas), nº 27, com atuação do músico Mamadu Baio, natural de Tabatô (José Ceitil / Hélder Sousa)


1. Mensagem,com data de 10 do corrente, enviada por José Ceitil:



Boa noite, Luís Graça
Junto convite e o pedido de divulgação no seu blogue. Seia um prazer contar com a sua presença.

Cumprimentos, José Ceitil.





Página de rosto do blogue Pensão D. Berta Bissau, criado em 21 de agosto de 2008, por uma das suas "netas", a Mónica Rodrigues:

Cantinho da Avó Berta na Net!... Finalmente um ponto de encontro no ciber espaço para todos os que passaram pela Pensão Central da D. Berta e têm saudades da Avó, da sopa de ostras, da cachupa, das omeletes de camarão e do Alves, é claro!!!!! E que querem divulgar a Pensão Central a outros que vão a Bissau!"... 




Guiné-Bissau > Bissau > Pensão Central, da Dona Berta, uma verdadeira instituição, com direito a foto na Wikipedia, the free encyclopedia... Ver aqui a entrevista que a Dona Berta, aos 80 anos, deu, em Cabo Verde, ao Expresso das Ilhas, em 15/8/2010.

2. Comentário do nosso colaborador permanente, Hélder Sousa, com data de 11 do corrente, a pedido do editor L.G.:


Olá,  Luís:
Estou sempre na esperança de 'ter tempo', mas isto está difícil...

Pois, relativamente à divulgação deste evento, a apresentação/lançamento do "Dª. Berta de Bissau", acho que não ferirá muito a sensibilidade dos que reclamam, com alguma pertinência, é certo, haver recentemente muita divulgação de acontecimentos de carácter cultural que, aparentemente, não estariam no que eles entendem ser o âmbito do Blogue.

Não conheço o conteúdo do livro mas sei que pretende ser a história de vida da Dª. Berta, concomitante da "Pensão Central". O título escolhido de "Dª. Berta de Bissau" parece-me feliz e permite 'visualizar' o conteúdo, marcando-o bem.

Nessa perspectiva considero uma justa iniciativa, bem merecida, já que tanto o estabelecimento como a pessoa que lhe dava, e dá ainda, rosto, estão no imaginário de muitos dos nossos camaradas que 'fizeram a guerra', hospedando-se lá, circulando por lá, fosse em regime mais demorado fosse em alojamento de passagem. 

Já depois da independência é a "Pensão Central" um local incontornável no que respeita ao apoio e identificação de muitos que por foram e estiveram em regime de cooperação.

E ainda hoje assim é. O autor, o meu conterrâneo, amigo e colega de Escola Técnica de Vila Franca de Xira, o José Ceitil, é um homem que gosta de retratar a vida que vê desenvolver-se à sua volta. Tem um outro pequeno livro a que deu o título de "Vidas Simples, Pensamentos Elevados", sendo esse título uma homenagem a um amigo comum, falecido precocemente, Carlos Macieira, que deve ter sido colega de curso em medicina, mais ano menos ano, do Caria Martins, e que a costumava usar com uma outra expressão antecedente: "Luta Dura, Vidas Simples e Pensamentos Elevados", preconizando assim um modo de estar, uma fórmula para 'bem viver'.

O Zé Ceitil, pai da Marta Ceitil que já leva mais tempo de vivência na Guiné do que nós nas nossas comissões, naturalmente que foi visitar a filha à Guiné, várias vezes, para ver 'in loco' como a 'caçulinha' vivia e o que a 'prendia' àquele país, mesmo com todas as dificuldades e perturbações que sabemos e daí a conhecer, estar e aprender com a Dª. Berta foi um passo. Se se acrescentar que a sua sensibilidade o levou a entender a importância da "Pensão Central" e o papel da Dª Berta e o levou a passar ao papel esses sentimentos, somado ao facto de também conseguir 'ver' a Guiné com olhos que não exclusivamente os da desgraça, aguardo com expectativa pelo conteúdo do livro.

Abraço
Hélder Sousa





Mamadu Baio, foto do Facebook

(...) "No estilo afro-mandinga, este músico da Guiné-Bissau, traz a tradição de griots e os instrumentos tradicionais (balafon, kora, djambé, dundumbá, etc.) da sua aldeia Tabatô. Mamadu esteve no Mali a gravar um cd de originais, no estúdio Moffou de Salif Keita, com o seu grupo Super Camarimba. Este conjunto dinâmico de jovens artistas de Tabatô utiliza instrumentos e estilos de dança tradicionais, desenvolve técnicas novas que combinam diferentes influências musicais, promove as tradições “Afro-mandinga” dos seus anciãos em atuações na Guiné-Bissau, Guiné-Conacri, Senegal e Gâmbia. Neste momento Mamadu Baio encontra-se em Lisboa por três meses para se desenvolver musicalmente e conhecer outros artistas com quem possa trocar experiências e promover o trabalho dos Super Camarimba." (...) [Fonte: Lisboa Africana, 12/3/2012].

Recorde-se aqui que o João Graça, membro da nossa Tabanca Grande e da banda musical portuguesa Melech Mechaya (, neste momento em digressão por Cabo Verde e Brasil, no âmbito da 20ª edição do Festival Sete Sois Sete Luas),  conheceu, em finais de 2009, a  mítica Tabatô (que é, na Guiné-Bissau, a tabanca que tem mais músicos por metro quadrado) bem como os Super Camarimba, de que o Mamadu Baio faz parte.

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Nota do editor:

Último poste da série > 13 de novembro de 2012 >  Guiné 63/74 - P10664: Agenda cultural (234): Série "A Guerra", de Joaquim Furtado, RTP1 , às quartas feiras, 22h30: os três G, Guidaje, Guileje, Gadamael, em maio/junho de 1973 (Pedro Lauret)

Guiné 63/74 - P10669: Recortes de imprensa (60): A ONG de Pombal, Afectos com Letras, "dá Natal feliz a crianças da Guiné-Bissau" (Notícias do Centro / Carlos Pinheiro)


1. "Recorte" enviado pelo nosso camarada Carlos Pinheiro, que vive em Torres Novas, sempre atento ao que sai nos "media", relacionado com o povo  guineense, ou outros assuntos que possam interessar aos amigos e camaradas da Guiné. Reproduzimos aqui esse "recorte", com a devida vénia:



Notícias do Centro > 9/11/2012> Afectos com Letras dá Natal feliz a crianças da Guiné-Bissau

A Afectos com Letras, sedeada em Pombal, está a recolher, até ao dia 20, diversos bens e brinquedos, com vista a integrar um novo contentor de ajuda humanitária, destinado à Guiné-Bissau.

Segundo a presidente daquela organização não governamental, Joana Benzinho, o objectivo passa por recolher tudo o que é material didáctico, brinquedos, livros infantis, jogos, arroz, massas ou leite em pó, para que, neste Natal, "faça as delícias das crianças que apoiamos na Guiné-Bissau".

Com três anos de actividade, a presidente um "balanço positivo" até porque "alguns dos nos­sos sonhos concretizaram-se". Porém, Joana Benzinho refere que "falta muito", sobretudo "alguns projectos precisam de bem mais que a nossa vontade e o nosso entusiasmo para avançar", frisa.

A associação dispõe de escola com 125 alunos em Djaló a funcionar com o apoio dos padrinhos do projecto BAOBÁ, "que permitem a estas crianças terem material didáctico, alimentação, acompanhamento médico e professores de qualidade" , diz.

Apoia, ainda, a Creche de Varela com 85 crianças, através do pagamento do salário dos professores, e recentemente deixou no Hospital Nacional Simão Mendes, "centenas e centenas de medicamentos para os doentes carenciados ali internados" como "comprámos alimentos para a cozinha o que permitiu uma refeição diária", refere Joana Benzinho.

Para a presidente da Afectos com Letras, "as seis missões solidária já realizadas nestes três anos tiveram um resultado superior às expectativas", até porque foram levados médicos, psicólogos, nutricionistas e professores, que "ali deram aconselhamento e consulta".

O mais recente projecto é a Biblioteca de Bissau com um fundo documental com mais de 13 mil livros.

"Temos três anos muito ricos em emoções, em experiências, em gratidão e em sorrisos", afirma Joana Benzinho.

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Nota do editor;

Último poste da série > 18 de setembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10400: Recortes de imprensa (59): Mina antipessoal faz uma vítima na tabanca de Buruntuma, 39 anos depois do fim da guerra (Nelson Herbert)

Guiné 63/74 - P10668: Os melhores 40 meses da minha vida (Veríssimo Ferreira) (11): 12.º episódio: Uma experiência como Vagomestre

1. Em mensagem do dia 11 de Novembro de 2012, o nosso camarada Veríssimo Ferreira (ex-Fur Mil, CCAÇ 1422, Farim, Mansabá, K3, 1965/67), enviou-nos mais um episódio da sua campanha no K3, dias que fazem parte dos melhores 40 meses da sua vida. E nós acreditamos.


OS MELHORES 40 MESES DA MINHA VIDA

12.º episódio - Uma experiência como Vagomestre

Em Abril de 66, julgo eu, e porque o vagomestre iria a Bissau, para consultas médicas, foi-me ordenada colaboração, (conhecida que era a minha fama por muito comer e melhor beber), no sentido de criar outras e melhores alimentações a fornecer aos 150 elementos que constituíam a Companhia, o que não se me afigurava fácil, dada a dificuldade de aquisição da matéria-prima e da diversidade de gostos, quer dos elementos brancos, quer dos colaboradores futas, futa-fulas e felupes.

Aceitei o desafio e com a tesouraria disponível fez-se.

Para já o menu habitual (a tal dobrada) passaria só a ser disponibilizada 5 dias por semana, porque ao Sábado propus-me apresentar um prato novo e fiz o que ficou conhecido por "varrasco à K3". E ao Domingo, "restos à Brás", aliás, prato baseado no bacalhau à dito, só que não havendo este, aproveitava os sobejos do dia anterior, desossavam-se, misturava umas batatitas finas, mais uns ovos e enfim... comia-se e que me lembre nunca sobrou.

A questão principal, punha-se mais, em como e onde arranjar porcos para tanta gente, o que entretanto se resolveu com a preciosa ajuda do condutor do jeep que me acompanhou às compras em Farim. Ele tinha uma lábia fora de série, até falava (inventava) quaisquer dos dialectos, ele até era palhaço de circo na vida civil e facilmente convencia o povo das tabancas dali dos arredores.

Nem sempre, foi assim tão elementar mas lá dava a volta. Na primeira semana tudo correu bem e com 50 pesos comprava um bísaro, mas logo na segunda pôs-se a questão dos inflaccionados preços que nos exigiam. É que aumentaram o produto para o dobro o que significava que, ou passaríamos a comer metade ou voltaríamos à feijoca.

Por proposta que aceitei, foi-me dito claramente:
- Meu furriel, deixe o assunto comigo, hoje faço as compras sozinho, vá cumprimentar os amigos que eu resolvo a dificuldade e vai ver que não nos faltarão provisões porcinas, durante mais uns tempos. Tenho influências aqui na população e resolverei isto a nosso contento, não gastando mais e recebendo a mesma quantidade.

Lá foi... e lá voltou e trouxe a mercadoria em causa e durante mais duas semanas nada faltou, mas o entretanto regressado chefe de cozinha, teve que ir e para manter tão saborosos pitéus teve que ir, dizia eu, até Jumbembem se quis manter o nível acepipalhado de fim de semana, estudado e posto em prática, cá pelo rapaz. Claro que, mais tarde procurei saber como fora possível que o camarada condutor tenha dado a volta aos vendedores e questionei-o. Recusou-se ao princípio mas lá acabou por me revelar a arte posta na negociação e que ele bem sabia que aquisições, como e da forma que as fez, não teriam a minha concordância e daí ter-me procurado manter afastado.

- Então foi assim, confessou: - O que aconteceu é que antes das mercas efectuadas, dei umas voltas, fiz umas manobras de risco, como se em rally andasse, dei umas trancadas, passei por cima dum e ficou-se logo, parti as pernas aos outros dois, de forma que e quando me pediram 100, eu lhes tenha dito: - É pá 100, se estivesse vivo pagava, mas assim já morto e aleijado só dou 50.

(continua)
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 11 de Novembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10652: Os melhores 40 meses da minha vida (Veríssimo Ferreira) (10): 11.º episódio: Momentos de puro e são divertimento

Guiné 63/74 - P10667: Álbum fotográfico de Leonel Olhero (2): Bula (Fernando Súcio / Leonel Olhero)



1. Segundo de uma série de 4 postes com fotografias enviadas pelo nosso camarada e tertuliano Fernando Súcio (foto à esquerda), ex-Soldado Condutor do Pel Mort 4275, Bula, 1972/74, fotos estas pertencentes ao seu conterrâneo, o outro nosso camarada Leonel Olhero (foto à direita), ex-Fur Mil Cav do Esq Rec 3432 (Panhard), Bula, 1971/73.



João Landim > 1973 > Jangada militar no Rio Mansoa

 Bula > Fortim dos Fulas, estrada de Binar e S. Vicente

 João Landin > À espera da jangada para atravessar o Rio Mansoa

 HM 241 de Bissau, 1973 > Fernando Súcio

Jangada militar atravessa o Rio Mansoa

Bula, 21 de Julho de 1973 > Dia da Cavalaria

Jangada militar

Bula > Tabanca atingida por um míssiel no dia 5 de Maio de 1973

Bula > Ronco Balanta

Bula > Sala de Operações

João Landim > Fernando Súcio e Leonel Olhero

Fotos: © Leonel Olhero (2012). Todos os direitos reservados [Fotos editadas por CV]
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Nota de CV:

Vd. primeiro poste da série de 12 de Novembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10656: Álbum fotográfico de Leonel Olhero (1): Bula (Fernando Súcio)

Guiné 63/74 - P10666: Parabéns a você (495): César Dias, ex-Fur Mil Sap Inf do BCAÇ 2885 (Guiné, 1969/71); Jacinto Cristina, ex-Soldado da CCAÇ 3546 (Guiné, 1972/74) e Maria Arminda Santos, ex-Ten Enf.ª Paraquedista (1961/70)


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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 13 de Novembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10660: Parabéns a você (494): José Manuel Lopes, ex-Fur Mil da CART 6250 (Guiné, 1972/74)

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Guiné 63/74 - P10665: Prosas & versos de Ricardo Almeida, ex-1º cabo da CCAÇ 2548, Farim, Saliquinhedim, Cuntima e Jumbembem, 1969/71) (2): Ainda a morte do Lajeosa, o nosso quarteleiro, vítima de tuberculose pulmonar

1. Mensagem, de 5 do corrente, do Ricardo Almeida (ex-1.º Cabo da CCAÇ 2548/BCAÇ 2879, Farim, Saliquinhedim, Cuntima e Jumbembem, 1969/71) , na sequência de diversos comentários  ao seu 1º poste da série (*):

Meus amigos e camaradas tabanqueiros:

Boa noite para todos com o meu abraço solidário e bem assim os meus agradecimentos por aquilo que comentaram a meu respeito, os quais me deixaram muito sensibilizado.

Peço desculpa por ter cometido o lapso de não concretizar os locais por onde andei, no que respeita à minha estadia na Guiné. Infelizmente para mim,  com muita tristeza e mágoa por não ter acompanhado a companhia na totalidade do tempo de serviço na Guiné, devido a uma doença terrível que contraí, uma tuberculose pulmonar, que me ia levando para o outro lado.

Para atestar o acima exposto, relato um poste do camarada Carlos Silva na sua página A Guerra da Guiné, elemento da minha companhia, a CCAÇ 2548, e que versa o seguinte:

O Ricardo, homem da bazuca do terceiro pelotão, teve o azar de contrar uma doença terrível, "tuberculose pulmonar", e por isso foi evacudado por doença, em 13/11/1969, de Farim para o Hopsital Militar de Bissau, em janeiro de 1970, e dali para a Metróplo, para o Hospital Militar de Doenças Infecto-Contagiosas da Boa Hora, em Lisboa, onde permaneceu algum tempo, sendo internado posteriormente no sanatório do Caramulo.

Durante este seu percurso da sua vida, o Ricardo, com dotes de poeta, quer na caserna quer nas suas saídas para o 'mato', ia escrevendo nos papeis que embrukhavam as rações de combnate e quando nºãio tinha papel escrevia no ponche da proteção das chuvas. Quando tinha vagar, em horas de descanso, passava os seus escritos a limpo, continuando posteriormente a escrever, não permitindo que a morte, que o espreitava a todo o momento, o agarrasse.

Travou uma luta tenaz entre a vida e a morte. Foi sempre escrevendo. Felizmente recuperou da sua doença e, embora com as sequelas que o marcam, está vivo, está entre nós para nos legar o seu testemunho.

Depois da sua recuperação, começou a trabalhar na CUF [, Companhia União Fabrilo,], no departamento de segurança, no controlo de entrada e saída de matérias e produtos.

É deficiente das forças armadas [, DFA,] e actualmente está na situação de refornado pelo regime da segurança social, sem deixar de escrever. Sempre na luta, até que a morte me leve (o leve).
Um alfa bravo, camarada Ricardo, e continua por muitos anos.

Sobre a morte do camarada Lajeosa [, o quarteleiro,] (*) foi evacuado também com a mesma doença que eu. E por condão meu, foi com muito afecto e também muita tristeza que o vi partir, como descrevo em outros locais.

Atesto que se encontra sepultado no cemitério de Lajeosa do Dão [, concelho de Tondela,] ao qual me desloquei um para lhe prestar a minha homenagem e gratidão, fazendo por ele o meu luto. Por todos os que por lá ficaram para sempre, [aqui ficam] estas lágrimas que derramo. Ainda o meu coração não descansa sem que lhe seja prestada homenagem, e também gratidão da República Portuguesa pelos  sacrifícios que nós, miúdos com 20 anos,  por lá passamos.

Com um abraço sentido de solidariedade para todos vós.

Ricardo Marques de Almeida

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Nota do editor:

Último poste da série > 4 de novembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10619: Prosas & versos de Ricardo Almeida, ex-1º cabo da CCAÇ 2548, Farim, Saliquinhedim, Cuntima e Jumbembem, 1969/71) (1): A morte do quarteleiro

Guiné 63/74 - P10664: Agenda cultural (234): Série "A Guerra", de Joaquim Furtado, RTP1 , às quartas feiras, 22h30: os três G, Guidaje, Guileje, Gadamael, em maio/junho de 1973 (Pedro Lauret)

1. Mensagem do nosso camarada Pedro Lauret, capitão de mar e guerra reformado (*)


Data: 12 de Novembro de 2012 11:48

Assunto: Série "Guerra" de Joaquim Furtado


Caro Luís Graça,


Venho chamar-te a atenção, uma vez que presumo que tenha interesse para o blogue, que o programa "A Guerra",  de Joaquim Furtado, que está a passar na RTP 1, às 4.ª feiras a partir das 22:30, vai ser dedicado nos próximos quatro episódios - a partir do próximo dia 14 - aos acontecimentos da Guiné passados em Maio e Junho de 1973, em Guidaje, Guileje e Gadamael. (**)

Abraço

Pedro Lauret

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Notas do editor:

(*) Legenda da foto acima, à direita:

Guiné > Região de Tombali > Rio Cacine > 1971 ou 1972 > A LFG Orion é (ou era, uma vez que já não existe) como a Nau Catrineta: tem (tinha) “muito que contar”, do Cacheu a Cacine, passando por Conacri… Dois camaradas nossos, o Manuel Lema Santos (como 2º Ten RN, e o Pedro Lauret (como 2º Ten) foram seus Imediatos embora em épocas diferentes  (1966/69 e 1971/73, respetivamente)…  Nesta foto vemos o actual comandante reformado, Pedro Lauret, em 1971 ou 1972, então oficial imediato do NRP Orion (1971/73), na ponta do navio, a navegar no Rio Cacine, tendo a seu lado o comandante Rita, com quem ele faria a primeira metade da sua comissão na Guiné. "Um grande homem, um grande comandante" (PL)…

O 1º Ten José Manuel Baptista Coelho Rita foi comandante do NRP [, Navio da República Portugesa,] Orion, de 7/12/1970 a 15/10/1972, tendo substituído o 1º Ten Alberto Augusto Faria dos Santos (que comandou a Orion, de 6/12/1968 a 7/12/1970) (Fonte: Wikipédia > NRP Oríon).

(**) Último poste da série > 9 de novembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10642: Agenda cultural (233): Cabo Verde, ilha de Santiago: 20 º Festival Sete Sois Sete Luas, sábado e domingo, na mítica Cidade Velha de Santiado, património mundial da humanidade

Guiné 63/74 - P10663: Álbum fotográfico de Armindo Batata, ex-comandante do Pel Caç Nat 51 (Guileje e Cufar, 1969/70) (11): População civil da região de Tombali


Foto nº 71


Foto nº 74


Foto nº 75


Foto nº 76


Foto nº 77


Foto nº 83


Guiné > Região de Tombali > s/l > c. 1969/70 > Últimas  fotos do álbum do Armindo Batata, ex-alf mil, comandante do Pel Caç Nat 51 que esteve em Guileje (desde janeiro de 1969) e depois em Cufar (1970, provavelmente, cerca de 9 meses). Em Dezembro 1969/Janeiro 1970 estava em Cacine, vindo de Gadamael, em LDM, "em trânsito para Cufar". Ficaram "uns dias em Cacine", antes de prosseguirem viagem, também em LDM, para Catió. (*) 

Estas fotos fazem parte de um lote de largas dezenas, cedidas pelo Armindo Batata ao Núcleo Museológico Memória de Guiledje. Não tinham legendas, estando distribuídas por 4 grupos: (i) Guileje, (ii) Cacine (Dez 69); (iii) Cufar e (iv) Outros locais. 

As fotos que hoje reproduzimos, pertencem a este último grupo, e retratam população civil.  

Aguardamos que o fotógrafo nos ajude a legendá-las. As fotos nº 71, 74 e 75 podem estar relacionadas com a festa do "fanado" feminino... Em princípio, terão sido tiradas em Guileje ou Cufar, as duas localidades onde o fotógrafo passou mais tempo

Fotos: © Armindo Batata (2007) / AD - Acção para o Desenvolvimento. Todos os direitos reservados [Fotos editadas por L.G.]

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Nota do editor:

Guiné 63/74 - P10662: Viagem à volta das minhas memórias (Luís Faria) (58): Bula - Pré-peluda

 


1. Em mensagem do dia 10 de Novembro de 2012, o nosso camarada Luís Faria (ex-Fur Mil Inf MA da CCAÇ 2791, Bula e Teixeira Pinto, 1970/72) enviou-nos mais este episódio para a sua série.
 




Viagem à volta das minhas memórias (58)

Bula – Pré-peluda

Surpresa

Perguntava-me o José Dinis sobre Bubaque, em comentário ao meu “poste” anterior…

Terminados os “festejos” pelo final do trabalho de “mineiro” e recuperado dos seus efeitos, começava a ser hora de iniciar a preparação para a entrada na pré-peluda, ou seja abalançar-me para uns diazitos na sonhada e ansiada Bubaque, o que envolveria alguns trâmites de ordem burocrática e logística, a começar pela efectiva autorização superior e respectiva guia de marcha (?) assim como a procura e espera de transporte. Tudo isto levaria talvez dois ou três dias, com sorte.

Estando já no Cumeré a “FORÇA”, incluso creio o pessoal administrativo, já não recordo a quem me reportava, se ao Comando antigo, se ao novo, se a alguma das Companhias que nos foram substituir. Não sei.

Sei é que nos entretantos e sem que minimamente estivesse a contar, me incumbiram de um novo trabalho que me fez ficar ”puto da vida”. Demonstrar o meu desagrado protestando em nada resultou !!! Ordens… eram para ser cumpridas! Tinha é que interiorizar a situação, mentalizar-me e na hora não deixar que qualquer sentimento de revolta afectasse a concentração no trabalho a desenvolver.

Qual o mancomunado trabalho? Um “convite”, ao que recordo em exclusividade à minha pessoa, para levantar um campo de minas, relativamente pequeno é certo, lá para as bandas esquerdas de S. Vicente, nas bordagens de uma bolanha.

Era certo, lá se me iria a ante-gozada “pré-peluda” pelo cano abaixo. Ordens… eram ordens e estas vinham de cima. Porquê a mim? À altura apeteceu-me mandar tudo “p´ro car… ” e fugir… achei injusto, na minha óptica era injusto.

Assim, no dia e hora aprazados, vestido e calçado para o efeito e munido com a “ferramenta” habitual monto-me na viatura juntamente com a rapaziada da segurança comandada pelo então Cap. Salgueiro Maia.

Chegado e referenciado o campo, surpresa… era quase só lama e água!!!

Comecei a sentir a vida a andar para trás… logo nos primeiros lançamentos… a pica nada detectou na localização assinalada nem nas proximidades. Reconfirmadas as referências e diversificadas as experiências… manteve-se a situação. De repente, talvez a um passo ao lado do pé avisto uma e na proximidade… uma outra… plásticas, digamos a boiar, completamente deslocalizadas, que lá não estavam!!! A movimentação dos pés tê-las-iam feito deslocar? Assim sendo quereria dizer que mesmo picando centímetro a centímetro estava sujeito a pisar uma vadia.

Não, não ia “entrar numa fria”. Senti que não havia a mais pequena hipótese com e naquelas condições de levar a bom termo a empreitada, pelo que não estava nada disposto a arriscar na sorte e só na sorte.

Não, nem pensar, decidi. Já havia tido que bastasse.

Chamado o Capitão… mostro-lhe as “boiadoras” - que acabei por neutralizar - e o estado em que está o campo. Esclareço-o (como se fosse necessário?!) da periculosidade e exemplifico-lhe a quase impossibilidade da detecção que só por sorte, muita sorte mesmo, seria possível sem que houvesse um acidente.

Procura dar-me ânimo e incentivar-me ao levantamento. Para além do já explicado e demonstrado, refiro-lhe o estar a poucos dias de embarcar, ao que responde com um incisivo (do género) ”tem que ser feito”, que não me agradou nada, mesmo nada.

Já decidido pelo não, ao sair-me um agressivo (quase sic), “então levante-as o meu Capitão”, vi-me de imediato com uma porrada e a prolongar a comissão num qualquer “burako” do território. ”Fod…” devia ter sido diplomático… ou fingir que torcia um pé… ou um jeito nas costas… mas o que já tinha saído, ficava… paciência, assumiria as consequências como me tinham ensinado e desde miúdo cumpria.

Se bem recordo ficou a olhar para mim surpreso e bastante “chateado”, mas não tenho ideia de quaisquer mais palavras agressivas ou ameaças… estou em crer que nada disso houve. Fiquei à espera e a mentalizar-me para a “pancada”, coisa mais que natural por ter virado costas e me ter recusado a uma ordem directa, ainda para mais vinda de “cima”.

Bem, mas como havia aqueles meus pensamentos secretos (meter o xico)… não iria ter que me esforçar a decidir, já que após o que se passara, na certa ficaria decidido por “inerência”.

Daí a uns poucos dias e sem ter vislumbrado Bubaque, estava no Cumeré sem que tenha tido conhecimento de qualquer evolução sobre o acontecido, não sei porque… talvez pelas consciências terem trabalhado… apontando a clarividência.

Julgo que três dias depois e com uma ida a Bissau pelo meio, estaria a embarcar no “Boeing” dos TAM juntamente com a Rapaziada, rumo à PELUDA.

E José Dinis, assim foi a tal pré-peluda. BUBAQUE… nem por um canudo… só um sonho relaxante e lindo!

Luís Faria
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 18 de Outubro de 2012 > Guiné 63/74 - P10544: Viagem à volta das minhas memórias (Luís Faria) (57): Bula - A guerra das minas (7): Bula - Minas, fim do suplício

Guiné 63/74 - P10661: Do Ninho D'Águia até África (26): Raízes de agricultor (Tony Borié)

1. Vigésimo sexto episódio da narrativa "Do Ninho de D'Águia até África", de autoria do nosso camarada Tony Borié (ex-1.º Cabo Operador Cripto do Cmd Agru 16, Mansoa, 1964/66), iniciada no Poste P10177:


Do Ninho D'Águia até África (26)

Raízes de agricultor

A época das chuvas, já lá vai, e com ela foram quase quatro meses. Durante este espaço de tempo, o Cifra cumpriu as suas tarefas com normalidade. Só fez uma viajem de fim de mês, circulando, sempre em zonas de acção, mas não teve contacto com alguma situação que envolvesse conflito. No aquartelamento, a sua vida é quase de rotina. Uma, duas, e até três vezes por mês, são flagelados, durante a noite por granadas de morteiro, seguidas de rajadas de metralhadoras e tiros esporádicos de outra arma, talvez pistola. Isto acontece, principalmente, quando chegam tropas novas ao aquartelamento. Já consideram isto uma rotina, umas vezes, são avisados de possível ataque, outras não.

 Em primeiro plano Iafane, o barqueiro. De pé o Cifra

O Iafane, o “Barqueiro”, foto acima, sentado na sua canoa, olhando para o Cifra, (mais para a frente contaremos a sua história), muitas vezes dizia ao Cifra, nos momentos em que passam juntos, na sua pequena casa coberta de colmo, onde guardava os remos e outros utensílios, junta à ponte do rio, enquanto ele estava entretido, com um cigarro na boca, sem nunca o tirar, até ser consumido totalmente, na construção da sua nova canoa, e o Cifra, fumando e abrigando-se do sol tórrido:
- Cifra, pessoal mau, anda na zona.

E o Cifra, questiona:
- Como sabes.

E ele responde, mais ou menos assim:
- Tu saber, que eu sei, e digo a ti, porque tu és meu irmão, e cala-te, se militar no quartel, sabe que eu sei, estou morrido.

Isso era verdade. O Cifra sabia e o Iafane dizia isto ao Cifra, porque confiava nele e sabia do envolvimento do Cifra com as duas raparigas, que afinal eram guerrilheiras, suas vizinhas quando viviam com a família, na tal aldeia, próximo do aquartelamento, numa morança próximo da sua.

Mas continuando, quando acontece um ataque ao aquartelamento, fogem imediatamente para os abrigos, pois neste momento existe uma boa protecção em abrigos subterrâneos, que não são mais do que valas abertas no solo, da altura de um homem, cobertas com troncos de árvores, geralmente palmeiras, depois cobertos com um bom metro de terra. Há o inconveniente, de por vezes se encherem de água, que depois seca, ou se tira com um balde. À volta do aquartelamento, do lado das matas, em alguns locais, existe uma barreira de terra, afastada mais ou menos dois metros do arame farpado, com cerca de um metro de altura. Dá uma certa segurança. Se as primeiras granadas, não acertam no alvo, passado um minuto, já o pessoal está nos abrigos a proteger-se.

Durante estes ataques, e quando os rebentamentos começam a ser menos frequentes, sai uma companhia de intervenção, ou o pelotão de morteiros, tentando bater a zona, até onde sendo possível, não indo além de uma distância de duzentos a trezentos metros, talvez menos. Não sabem, talvez por sorte, ou uma certa experiência de protecção, não houve feridos ou mortes, além de uma reparação, aqui ou ali, em alguns locais, que foram atingidos pelos rebentamentos. Há uma área, no aquartelamento, que foi flagelada por granadas, que nunca se reparou. É para exemplo, de tropas novas, quando chegam ao aquartelamento.


O Cifra, nas horas em que não tem mesmo nada que fazer, trata de uma pequena plantação de couves e alfaces, que iniciou, próximo dos tais três furos de água quente, muito quente, a cheirar a enxofre, ou coisa parecida, que havia ao sul do aquartelamento. No solo, de cor preto/vermelho, largou a semente, que cobriu com um pouco de terra. Passadas umas semanas, já os vegetais cresciam. Era só regar de vez em quando.

Na altura em que a água tinha contacto com o solo, podia ver-se as alfaces a crescer, a desabrochar, como se fosse um ser vivo. Que espectáculo. Os vegetais eram consumidos no aquartelamento.

O Curvas, alto e refilão, passava muitas horas ao redor desta plantação, fez uma vedação, com paus, em seu redor, e não deixava que ninguém se aproximasse, ou tocasse nos vegetais, e dizia, na linguagem que todos lhe conheciam:
- Até que enfim que vi o Cifra fazer qualquer coisa neste aquartelamento, deviam de pôr essa “tropa fandanga”, que são os cifras, e todos esses, que estão metidos nos gabinetes, a cavar terra, pois assim já podiam dizer que trabalham, porra.

Era assim o homem.

(Texto, ilustrações e fotos: © Tony Borié (2012). Direitos reservados) 
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 10 de Novembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10646: Do Ninho D'Águia até África (25): O comboio das seis e meia (Tony Borié)

Guiné 63/74 - P10660: Parabéns a você (494): José Manuel Lopes, ex-Fur Mil da CART 6250 (Guiné, 1972/74)

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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 11 de Novembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10651: Parabéns a você (493): Jorge Araújo, ex-Fur Mil Op Esp da CART 3494 (Guiné, 1972/74)