domingo, 8 de junho de 2014

Guiné 63/74 - P13258: Convívios (605): Almoço comemorativo dos 40 anos do regresso das CCav 8350 e CCav 8352, Estremoz e Cabeço de Vide a 30-08-2014 (Rui Pedro Silva)

1. O nosso Camarada Rui Pedro e Silva, que foi Cap Mil e comandante da CCAV 8352, enviou-nos o seguinte pedido de divulgação da próxima festa conjunta das CCAV 8350 e 8352: 


Camaradas, 

Junto envio um exemplar em Word da carta que na próxima semana começa a ser enviada por correio para os camaradas da 8350 e da 8352. Envio-vos esta cópia para que ajudem na medida das vossas possibilidades à divulgação do almoço e da visita ao RC3. Na carta estão os contactos dos camaradas de cada companhia que registarão as inscrições. Cada companhia está a tratar de convocar os seus para ser mais fácil o registo e controle. Caso tenham os endereços electrónicos de outros camaradas destas companhias reencaminhem
esta mensagem.

O RC3 já foi contactado para a visita na manhã do dia 30 e vai colaborar connosco na organização da mesma. Visitámos também o restaurante em Cabeço de Vide que apresenta todas as condições para proporcionar um grande almoço.

Para qualquer esclarecimento adicional podem contactar-me através do telemóvel 932342006.

Um abraço 


Almoço comemorativo dos 40 anos do regresso das CCav 8350 e CCav 8352

Estremoz e Cabeço de Vide a 30-08-2014

CCav 8350 - Guilege CCav 8352 - Caboxanque

1972/74 1972/74

Caros Camaradas

Em 30 de Agosto de 2014 , sábado, vamos comemorar os 40 anos do nosso regresso da Guiné numa visita ao quartel do RC3 e num almoço em Cabeço de Vide, que fica a Norte de Estremoz cerca de 40 km. O almoço reúne as companhias 8350 e 8352 ambas constituídas na mesma altura no RC3. Como se recordarão decidimos no almoço do ano passado que iríamos primeiro a Estremoz revisitar o quartel de onde partimos para a Guiné e onde a maioria de nós se conheceu e começou a cimentar a amizade que ainda hoje nos liga. 

Nessa visita será descerrada uma lápide comemorativa dos 40 anos do regresso das duas companhias e em que homenageamos os nossos camaradas falecidos na guerra e todos os outros que entretanto também já não estão entre nós. Depois realizar-se-á uma missa em Estremoz e em seguida seguimos para o restaurante em Cabeço de Vide.

Programa
10.00 horas - Concentração no quartel do RC3 em Estremoz. 
10.30 horas – Homenagem aos camaradas falecidos 
11.00 horas - Descerramento da lápide . 
11.45 horas - Missa em Estremoz 
12.00 horas - Deslocação para o Restaurante (Estalagem Rainha Dona Leonor em Cabeço de Vide). 
13.00 horas - Convívio e almoço . 

Almoço
Restaurante da Estalagem Rainha D.Leonor em Cabeço de Vide
1. Entradas variadas 
2. Sopa de cação e canja
3. Prato de peixe – bacalhau gratinado com espinafres
4. Prato de Carne – Bochechas de porco preto com migas de espargos
5. Bebidas – Vinho branco e tinto, águas, sumos, cerveja 
6. Mesa de doces e fruta
7. Café e digestivos
8. Bolo da companhia
9. Champanhe

O custo por pessoa é de 20 euros. As crianças até aos 4 anos não pagam e as crianças dos 5 aos 11 anos pagam 8.50 euros. Os restaurantes mais perto de Estremoz apresentaram preços que considerámos muito elevados. 

Para a marcação de almoços os camaradas devem contactar 

CCav 8350
1. Vicente Toucinho – 916193589

CCav 8352
2. Patrício 962995346 ou 309854000
3. Pedro Silva 932342006 ou 213632795 a partir das 20 horas
4. Pratas e Sousa 934329481

Dormidas
Quem quiser pode pernoitar na estalagem onde se vai realizar o almoço por 15 euros por pessoa com pequeno-almoço incluído. As reservas de quartos e os pagamentos devem ser tratados directamente com a estalagem para o telemóvel 961084748. 

Mapa com a ligação a azul de Estremoz a Cabeço de Vide


Apelamos aos camaradas que se inscrevam rapidamente. Apelamos ainda aos camaradas que disponham de viatura própria, e tenham lugares disponíveis, que procurem ajudar quem não tiver transporte próprio na deslocação para Estremoz e Cabeço de Vide. 
___________ 

Nota de M.R.: 

Vd. último poste desta série em: 





Guiné 63/74 - P13257: Tabanca Grande (438): António Correia Rodrigues, ex-Fur Mil Cav da CCAV 766 (Fulacunda, S. João e Tite, 1964/66)

1. Mensagem do nosso camarada e novo amigo, António Correia Rodrigues, (ex-Fur Mil Cav da CCAV 677, Fulacunda, S. João e Tite, 1964/66), com data de 5 de Junho de 2014:

Caro Luís Graça e camaradas da Guiné.
Desde há bastante tempo que tenciono fazer a inscrição na Tabanca Grande. Demorei tanto tempo que ocorreu no passado mês de Abril, dia 13, o 50º aniversário da nossa arriagem… a Bissau.
Digo arriagem porque o Uíge ficou ao largo! Já tive a oportunidade de interagir convosco para completar informação da companhia de cavalaria 677, da qual fiz parte.

Das muitas “estórias” e peripécias passadas ao longo de 2 anos menos 10 dias, permito-me contar a primeira.

Como atrás disse, o desembarque foi efectuado ao largo de Bissau e directamente para bordo de LDMs, que nos transportaram com destino ao Enxudé, para seguir em coluna auto para Tite.
Ainda traumatizados com a vista de Bissau, a cor das águas do Geba, a chaga da pedincha do preto que pedia “branco parte um peso…”, fomos praxados pelos veteranos com uma nota de boas vindas e recomendação contra os perigos eminentes em cada canto…

Foi-nos dito que teríamos de levar uma arma (G 3) e que para a levantar teríamos que entrar num espaço, algo mal iluminado, e mesmo à altura das nossas cabeças havia uma trave (propositadamente…) colocada à altura das nossas cabeças.
O resto da história, não tem piada porque é fácil de adivinhar!...

Assim começou a epopeia da Companhia de Cavalaria 677, que foi adstrita ao Batalhão 599.

Durante mais de um ano, fomos “premiados” com sucessivas operações em toda a zona. Tite, Fulacunda, Jabadá, S. João e outras que não são tão conhecidas.
Se me for proporcionado, terei gosto em relatar outras histórias e transcrever algumas passagens escritas em livro escrito, pelo então, capitão António Luís Monteiro da Graça, que me concedeu autorização para tal.

Abraço amigo para ti caro Luís Graça e todos aqueles que abrigam no mesmo poilão e um até breve.
António C. Rodrigues


2. Comentário do editor:

Caro camarada, e a partir de hoje, amigo tertuliano, António Rodrigues. Sê bem aparecido cá na Tabanca, onde te vais sentir entre iguais.
Pois é, só nós mesmos nos vamos entendendo nesta sociedade em que os mais velhos são pouco considerados, principalmente por quem nos tem governado, por quem nos governa e por quem nos há-de governar, porque somos causa de muita despesa e rendimento nulo. O nosso passado não conta, dando a ideia de que nunca fizemos nada na vida. Mas já fomos novos, responsáveis e até participamos numa guerra que não queríamos, numa terra que não conhecíamos.

Chegados aqui, resta-nos este espaço de convívio e repositório de memórias. Os vindouros hão-de saber que existimos e fizemos parte da História de Portugal. A nossa geração assistiu ao fim do Império, não sem antes dar o seu sangue e a sua vida.

Dizes tu: "Se me for proporcionado, terei gosto em relatar outras histórias e transcrever algumas passagens escritas em livro escrito, pelo então, capitão António Luís Monteiro da Graça, que me concedeu autorização para tal"
Desculpa, caro Rodrigues, mas não só te é proporcionado, como te é pedido. Quanto mais activos formos, mais histórias deixaremos para memória futura. Contamos contigo.

Como é hábito, ficamos por aqui para qualquer dúvida que tenhas.
Sempre que nos escreveres. manda as tuas mensagens e anexos para dois endereços, ou três, para teres a certeza de que alguém te vai ler. Se nos enviares fotos, não esqueças as respectivas legendas que devem identificar pelo menos os locais e os retratados. Se possível a data e a situação.
____________

Fica aqui um pouco da tua 677, um trabalho do nosso camarada José Martins:

CCAV 677 - Guiné 1964/66

Unidade Mobilizadora: Regimento de Cavalaria 7 – Lisboa

Embarque: 08MAI64
Desembarque: 13MAI64
Regresso: 26ABR66

É colocada em Tite com a função de intervenção e reserva do Batalhão de Caçadores 599 em 14Mai64, com um pelotão destacado em Fulacunda.

Realizou operações nas regiões de Jufá, Bária, Budugo, Gamol, Jabadá e Brandão, e destacou pelotões para reforço das guarnições de Jabadá e Enxudé.

Assumiu, em 24Abr65, a responsabilidade do subsector de S. João.
Voltou a Tite em 06Abr, seguindo para Bissau para efectuar o regresso.
____________

Posto isto, resta-me enviar-te, caro Rodrigues, um abraço de boas-vindas em nome dos editores e da tertúlia em geral.

Ao teu dispor o camarada e amigo
Carlos Vinhal
____________

Nota do editor

Último poste da série de 4 DE JUNHO DE 2014 > Guiné 63/74 - P13236: Tabanca Grande (437): Mais dados pessoais e o meu rodopío até chegar à CART 1659 - "ZORBA" (Joaquim Fernandes Alves)

Guiné 63/74 - P13256: O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande (85): Manuel Mendes, o "Lisboa", o "soldado 29", do 3º pelotão, reencontra finalmente, meio século depois, os seus camaradas da CCAÇ 728 (Catió, Cachil, Bedanda e Bissau, 1964/66), graças aos esforços da sua nora Samdra Moutinho e do nosso blogue... Esteve ontem no convívio anual, em Fernão Ferro, dos "Palmeirins de Catíó"




Foto nº 1 

Foto nº 2


Foto nº 3

Foto nº 4


Foto nº 5


Foto nº 6


Foto nº 7

Guiné > Região de Tombali > Catió > CCAÇ 728 (1964/66> O camarada Manuel Mendes. Nas duas  fotos de grupo nºs 1 e 2), ele  é o primeiro da primeira fila, a contar da direita para a esquerda. As fotos estão em amu estado de conservação e vieram sem legenda. Talvez algum "palmeirim de Catió" nos possa a ajudar a melhor identificar os locais.

Fotos: © Manuel Mendes / Sandra Moutinho  (2014). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagen: LG]


1. Mensagem da nossa leitora (e jornalista) Sandra Moutinho  com dat de 8 de abril último:

Boa noite.

O meu nome é Sandra Moutinho e sou nora de um combatente da Companhia de Caçadores 728 (Palmeirins), que esteve na Guiné entre 1964-66, e pertencia ao 3º pelotão: Manuel Mendes.

Gostava de saber se mantêm encontros de antigos camaradas e onde posso saber em que locais e datas os mesmos acontecem.

O meu sogro nunca participou em nenhum encontro de ex-combatentes, mas gostaria muito e, nós, a sua família, achamos que poderia ser importante e um feliz evento.

Deixo os meus contactos [...]  e agradeço, desde já, a atenção dispensada.

Sandra Moutinho

2.  Reencaminhei o mail para o nosso camarada e poeta J. L. Mendes Gomes, que foi alf mil da CCAÇ 728 (Cachil, Catió e Bissau, 1964/66)  e que me respondeu nestes termos, em 8 de abril, na volta do correio:

Meu grande Amigo Luís!

Foi uma bênção dos deuses ter-te conhecido...Um mundo de Luises como tu seria um paraiso!...

Lembro-me bem desse radio-telegrafista...companheiro impecável.

Quanto ao pedido. Só fui a dois encontros e foi há muito tempo. Tenho o contacto do capitão da companhia que é um tipo porreiro. O coronel Amândio Silva. Deve estar ao corrente de tudo. o TM é [...] E há outro colega- o Arlindo Barros Santos,  era alferes. segundo comandante da companhia. muito assíduo a esses encontros. E, de certeza, se lembra desse colega, Manuel Mendes
O telefone é [...].

Um grande abraço e rápidas melhoras.


3.  Dei os contactos à Sandra Moutinho que me respondeu a 9 de abril, nos seguintes termos:

Boa noite e obrigada pela informação.

Já contactámos o Sr. Arlindo Barros Santos que fez a gentileza de ficar com a nossa morada para nos informar do próximo encontro.

O meu sogro não era rádio-telegrafista, pelo que o Sr. Joaquim Luís Mendes Gomes deve estar a confundir com outro camarada.

Entre as várias informações que consegui do meu sogro sobre esse período, com vista a ele ser mais facilmente identificado, está; (i) o gosto que tinha pelo jogo da lerpa; (ii) era também conhecido por "soldado 29" e, (ii) no seu pelotão, era conhecido pelo "Lisboa", apesar de ser um beirão.

O meu sogro Manuel Mendes esteve ainda destacado durante três meses em Bedanda.

São poucas informações, mas talvez as suficientes, quem sabe...

Mais uma vez obrigada e felicidades.

4. Resposta de L. G., de 9 de abril:

Sandra: Obrigado pelas informações adicionais. O mais simples é mandar-me uma foto digitlalizada do seu sogro e nosso camarada, do tempo dos Palmeirins ou, mesmo antes, do incío da tropa...Se quiser pode também mandar uma atual.. O problema desta geração é a dupla iliteracia, funcional e informática... São cada vez os filhos, as noras e sobretudo as filhas, a contactarem-nos...Vamos tentar fazer o nissi melhor... Temos falta de fotos dos Palmeirins... Veja os nossos descritores ou procure através do Google... A maior parte das imagens são do nosso blogue (Clique aqui: Google=imagens="CCAÇ 728" + Palmeirins).


5. A Sandra mamdou-nosfotos do álbum do sogroi que se publicam algumas acima, editadas, e no dia 6 do corrente, comunicou-nos que o Manuel Mendes ia finalmente encontra os seus camaradas da CCAÇ 728:

Boa noite!

Escrevo para agradecer e informar que amanhã mesmo, dia 07 de junho, eu e a minha família - mas principalmente o meu sogro Manuel Mendes - vamos ter o prazer de participar no encontro anual da Companhia de Caçadores 728 (Palmeirins de Catió).

Graças ao seu esforço e contactos conseguidos vamos poder realizar este encontro. O meu sogro chegou hoje a Lisboa e está muito entusiasmado com este convívio, que decorrerá num restaurante em Fernão Ferro [, Seixal]. Vai ter consigo os filhos, nora e genro e os netos. Infelizmente a minha sogra não pode vir, por dificuldades físicas, mas torce igualmente pelo marido que esteve na Guiné entre 1964 e 1966.

Não sei se recebeu as fotos digitalizadas que tive oportunidade de enviar.

Aqui fica mais uma vez o nosso obrigada.

Sandra Moutinho

6. Telefonei  ontem à Sandra Moutinho: estava em Fernão Ferro, com o Manuel Mendes  e o resto da família, Rodeados de Palmeirins e felizes por este feliz desfecho.  Nós, também, porque ajudámos um camarada a reconstituir o "puzzle" das suas memórias e a encontrar o fio de Ariadne... E, mais uma vez, é caso para dizer que o Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca.. é Grande! (*)... O Manuel Mendes fica com a porta aberta para entrar e se sentar, connosco, à sombra do nosso poilão, com a ajuda da sua nora a quem eu saúdo e manifesto o meu apreço e carinho.

________________

Nota do editor:

(*) Último poste da série > 12 de maio de 2014 > Guiné 63/74 - P13133: O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande (84): Quando Bula é, por um dia, sábado, 10 de maio, duas cidades portuguesas irmanadas, Torres Vedras e Caldas da Raínha, pelos convívios da CCS/BCAÇ 2861 (Bula e Bissorã, 1969/70) e do EREC 2454 (Bula, 1969/71) (Armando Pires)

Guiné 63/74 - P13255: IX Encontro Nacional da Tabanca Grande (16): Até Monte Real, dia 14, camaradas e amigos/as (Hélder Sousa / Luís Graça)

1. Dois comentários deixados no poste P13251 (*)


(i) Hélder Sousa, nosso colaborador permanente:

Caros camaradas

Todos são importantes, é claro. Qualquer um de nós.

E problemas, dificuldades, ocupações ou impedimentos, mais ou menos súbitos, mais ou menos inesperados, podem surgir a qualquer um.

Mas lá que estes amigos nos vão deixar menos ricos, isso vão. Como é que se pode conferir os presentes e fazer a cobrança sem o JERO? Como é que se pode fazer a digestão sem a sempre esperada e apreciada intervenção musical do Vacas de Carvalho? Como se pode trocar impressões sobre as malfeitorias contabilísticas sem o Zé Martins? E o Belarmino? E o Zé Dinis? E o Marques Lopes? E o Álvaro Basto? E o Vítor Junqueira? E o Zé Brás? E.. ? E... ? E...?
Pois é, faz-se o que se pode!

Abraços
Hélder S.

[ Sábado, Junho 07, 2014 1:02:00]


(ii) Luís Graça, fundador, administrador e editor do blogue:

Tens razão, Hélder.

Ao fim destes anos todos, muitos camaradas que se registarm na Tabanca Grande (que começou por ser uma "tertúlia virtual", sem encontros face a face...) tornaram-se amigos.  E um novo vocábulo foi "grafado" no léxico da língua portugesa: camarigo... "Camarada e amigo... é camarigo!"...

Vieram depois os encontros ao vivo: o primeiro, na Ameira, Montemor o Novo, em 15 de outubro de 2006, salvo erro (, ainda tu não eras "aparecido")... Não chegávamos às seis dezenas, mas foi bonita a festa.. Seria  o ponto de partida para os nossos encontros anuais: Pombal (2007), Ortigosa (Monte Real) (2008, 2009), e por fim Monte Real (2010, 2011, 2012, 2013, 2014)...

E deu-se, entretanto, outro fenómeno: apareceram as Tabancas locais e regionais, como "extensões" da Tabanca Grande... A primeira foi a Tabanca Pequena de Matosinhos que deu origem a um blogue e mais tarde um ONGD... No blogue da Tabanca de Matosinhos, o primeiro poste foi publicado em novembro de 2008: quarta-feira, 19 de Novembro de 2008 > P001-Há festa rija quando o Zé faz anos

O exemplo foi seguido pro outros grupos de camaradas (Tabanca do Centro, Tabanca da Linha, Tabanca dos Melros, Tabanca da Ajuda Amiga, etc.... e mais recentemente Tabanca da Maia). A verdade é que  hoje há convívios regulares, sempre à volta da mesa, com maior ou menor periodicidade (semanal, mensal...).

A Tabanca Grande faz o seu convívio anual, por esta altura do ano, tendo de "concorrer" com os convívios das companhias e batalhões que por vezes nos "roubam inscrições"... As palavras"concorrer" e "roubar" são  inapropriadas, sendo aqui  utilizadas com sentido de humor: na realidade, não "concorremos" com (nem muito menos contra) ninguém... Bem, pelo contrário, contriibuinmos todos para que a "memória" das nossas vivências na Guiné não se apaguem tão cedo...

A verdade é que há conflitos de calendário para alguns de nós, nesta altura do ano... E, nesta idade, em que já todos pertencemos ao "clube dos SEXAS",  "não podemos ir a todas" . Por outro lado, não podemos esquecer, ignorar ou escamotear que todos nós, em maior ou menor grau, passamos dificuldades, financeiras e não financeiras,  não somos de modo algum um grupo privilegiado da sociedade portuguesa, bem pelo contrário,,,

Cartaz da autoria de Miguel Pessoa, o mais "strelado"
dos nossos  grã-trabanqueiros
Dito isto, serão bem vindos ao nosso Encontro  Nacional tanto os "velhinhos" como os "periquitos"
(os quevêm pela primeira vez)... E estarão no nosso coração todos aqueles que, no passado, já vieram ao nosso convívio anual uma ou mais vezes, bem como aqueles que, querendo vir pela primeira vez este ano, não o podem fazer por razões que, explicitadas ou não, só temos que aceitar e compreender... porque  "o Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande!".

Até Monte Real, dia 14, camaradas e amigos/as! 


[Sábado, Junho 07, 2014 22:05:00 ]
____________

sábado, 7 de junho de 2014

Guiné 63/74 - P13254: Bom ou mau tempo na bolanha (59): O Alferes Miliciano Bobone (Tony Borié)

Quinquagésimo nono episódio da série Bom ou mau tempo na bolanha, do nosso camarada Tony Borié, ex-1.º Cabo Operador Cripto do CMD AGRU 16, Mansoa, 1964/66.




Eu estava bastante triste, tinha acabado de chorar, possivelmente usei aquele lenço branco, de pano cru, igual às duas toalhas do mesmo pano que nos foram distribuídas e faziam parte do nosso “espólio”.
Com o desespero devia ter tossido, cuspido no chão, talvez pensando que com esse gesto limpava a garganta e aliviava a dor da despedida de Portugal, da família, dos “primos de Lisboa”, que “banhados em lágrimas”, estavam lá e subiram comigo a bordo do navio “Ana Mafalda”.

Ninguém reparava em mim, quase todos os presentes só tinham “olhos” para os seus familiares, era um jovem e ninguém falava em meu favor, não havia as televisões ou os jornais, procurando notícias sensacionais para abrirem os noticiários, éramos um “monte” de militares que devíamos ir unidos, mas naquele momento éramos um “monte” de pequenos grupos, abraçados, cabeça baixa, porque se a levantássemos podíamos ver algumas pessoas, cá em baixo no cais, com os tais lenços ou farrapos brancos, acenando, despedindo-se, destes militares que iam para África.


Naquela altura penso também que a minha mente devia de ter ficado bloqueada ao ouvir o apito do navio a dar o sinal para os familiares o abandonarem. Eu não sabia nada do que ia ser a minha experiência na então província da Guiné, só sabia que ia para lá. A sensação de aventura, que quase todos nós sentíamos quando íamos para a guerra em África, só isso e mais nada, nos dava alguma força para lutar, pois ninguém ama a guerra, todos nós a odiamos.

Hoje, cinquenta anos depois, sinto algum orgulho da coragem de um jovem que eu era, pois quando servimos a nação e, essa nação tem problemas, nós como cidadãos somos vistos como parte desse mesmo problema, e também sinto alguma fúria e tristeza, se por acaso pratiquei alguma acção menos digna, daquelas, que em cenário de guerra, aparecem com muita frequência.


Companheiros, em cima dizia eu, “subiram comigo a bordo do navio Ana Mafalda”. É uma coisa um pouco estranha, civis a bordo, a despedirem-se dos militares. Pois é verdade, isso aconteceu. O causador desse momento invulgar, que devia fazer parte da história da guerra colonial, foi um companheiro do meu Agrupamento 16, o único que consegui “descobrir”, nas minhas constantes buscas, “o meu alferes Bobone”, que hoje com muita simpatia trato por Alexandre, que na altura não gostava que lhe prestassem a respectiva saudação e, como militar mais graduado era o comandante militar do navio, transformado durante aqueles cinco ou seis dias em “base militar”, era mais um companheiro, viajou connosco. Muito cedo começou a ganhar a simpatia e respeito de todos os militares, pois era simples no trato, comunicativo e frontal. Desembarcámos em Bissau, esteve connosco, primeiro num acampamento junto ao porto de desembarque, agregados a uma companhia de infantaria, portanto militares de acção, tal como quase todos nós, foi picado pelos mosquitos, dormiu em barracas, calcou a lama do acampamento, bebeu aquela água turva e quente e, como quase todos nós sabemos, naquela parte de África, a humidade e o calor nos primeiros dias “matavam”!.


Já aquartelados em Mansoa, onde a princípio, os militares usavam um edifício que diziam que era uma antiga missão de padres de uma congregação francesa, passado uns tempos, já com o aquartelamento em construção, a sua esposa veio juntar-se a ele. Era uma “lufada de ar fresco” que veio para aquela vila, onde não havia nenhuma senhora europeia. Também ouviu os tiros e rebentamentos na altura dos ataques ao aquartelamento, esteve sujeita à ementa do “arroz e peixe da bolanha”, vinham refugiar-se nos abrigos que se iam construindo, etc.
Quando o alferes Bobone foi de férias a Portugal, visitou a família dos militares que estavam sob o seu comando, levou um filme, com imagens a preto e branco, com os familiares a falarem, a rirem-se ou chorarem, a casa onde nasceram, a vila ou aldeia, com a placa de sinalização da localidade de onde eram oriundos. Nas circunstâncias em que vivíamos, valia mais aquelas imagens, do que toda a “fortuna do mundo” e, talvez sem o imaginarem, com estes gestos simples, ajudaram e motivaram mais os militares do que todas as medalhas ou louvores que eram frequentes em cenário de guerra.


Com muita alegria, hoje, passados cinquenta anos, trocamos frequentes mensagens, e um dia destes ao abrir o computador veio esta, a lembrar aquele dia que nos vai acompanhar pelo resto da nossa vida.

Faz hoje (dia 23 de Maio de 2014) 50 anos que, no “Ana Mafalda”, partimos para a Guiné Portuguesa. 
E o mais curioso é ter sido eu (um simples Alferes Miliciano de 21 anos), por - imagine-se - ser o mais graduado, ter ficado como responsável militar pelo navio, então “transformado” em base militar. 
E o ainda mais curioso, porque julgo ter sido caso único em todos os embarques para o Ultramar, foi a permissão, graças à minha posição de responsável militar e ao meu sogro (Oficial da Marinha), para que todos os membros familiares dos militares que iam partir em missão de soberania, terem podido entrar no navio e despedirem-se, in loco, de cada um de nós.


E esta, hem!!!
E agora digam lá, não é no mínimo saudável, ouvir estas palavras, hoje, passados cinquenta anos!

Maio de 2014.
Tony Borie
____________

Nota do editor

Último poste da série de 31 DE MAIO DE 2014 > Guiné 63/74 - P13219: Bom ou mau tempo na bolanha (58): Las Vegas, Las Vegas (2) (Tony Borié)

Guiné 63/74 - P13253: Documentos (28): PAIGC Actualités (António Barbosa) (2): O nº 56, de Dezembro de 1973, dedicado à admissão da Guiné como 42º Estado Membro da O.U.A.


 1. O nosso Camarada António Barbosa (ex-Alf Mil Op Esp/RANGER do 1º Pelotão da 2.ª CART do BART 6523, Cabuca, 1973/74, enviou-nos a seguinte mensagem:


Camaradas,

No meu arquivo particular tenho alguns documentos propagandísticos do PAIGC que haviam sido apreendidos pela PIDE, em Cabuca (cadernos e panfletos), e iam ficar abandonados no quartel em 1974, aquando da nossa saída definitiva daquele território.

Hoje envio-vos a segunda digitalização referente ao panfleto PAIGC actualités nº 56, datado de Dezembro de 1973, dedicado à admissão da Guiné como 42º Estado Membro da O.U.A. 

Brevemente enviarei mais algumas digitalizações para publicação, enquanto pensar ser interessante para o blogue este tipo de “material”. 





Cumprimentos
António Barbosa
Alf Mil Op Esp/RANGER do 1º Pel. da 2ª CART/BART 6523.

Imagens: © António Barbosa (2013). Direitos reservados.
Emblema de colecção: © Carlos Coutinho (2010). Direitos reservados.
____________
Nota de M.R.:

Vd. último poste desta série em: 

Guiné 63/74 - P13252: E as Nossas Palmas Vão para... (7): José Carmino Azevedo, autarca de Vila Frechoso, Vila Flor, que quis doar à Tabanca Grande 0,5% do seu IRS de 2013... Que gesto magnânimo!!!... Infelizmente não temos estatuto jurídico...nem sequer número de identificação fiscal (NIF) e, como tal, não existimos face ao Estado Português...




Página da junta de freguesia de Vale Frechoso, concelho de Vila Flor, distrito de Vila Real... O presidente da junta de freguesia é o nosso camarada, membro da Tabanca Grande desde 2009, José Carmino Videira Azevedo. (*)


1. Telefonou-me, em 20 de maio último, o nosso grã-tabanqueiro José Carmino Azevedo que, antes de ser autarca, foi soldado condutor auto rodas da CCAV 2487 / BCAV 2868 (Bula, 1969/71).

Em 28 de junho vai haver o convívio do BCAV 2868 que esteve em Bula (1969/71), evento esse que fica aqui registado para divulgação. Pedi ao nosso camarada que nos mandasse o programa do encontro para a divulgação.

Mas o motivo do telefonema não foi esse: o nosso camarada queria saber o NIF (nº fiscal) da Tabanca Grande. Ía apresentar a declaração de IRS 2013 e queria preencher o quadro 9 do Anexo H, com o nome e o NIF da Tabanca...

Fiquei  muito sensibilizado com o seu gesto (**), mas disse-lhe que, feliz ou infelizmente, a Tabanca Grande não é uma "Instituições Particular de Solidariedade Social (IPSS)" ou uma "Pessoa Coletiva de Utilidade Pública", não tendo por isso NIF nem sendo elegível para efeitos deste benefício fiscal. Mas transmito-lhe em nome de toda a Tabanca Grande o nosso apreço pela sua generosidade e camaradagem.

Com muita pena, e assim sendo, o nosso camarada iria voltar a entregar os 0,5 do seu IRS à Liga dos Combatentes... Sugeria-lhe outras instituições ligadas aos ex-combatentes como a APOIAR.

Também me disse que desta vez não viria ao nosso IX Encontro Nacional da Tabanca Grande, em Monte Real, no dia 14, mas que mandava um alfabravo a todos os participantes. (Ele esteve connosco, pelo menos uma vez, no V Encontro Nacional, em 2010, em Monte Real). Fica aqui o convite dele para o visitarmos em Vale Rechoso, Vila Flor, terra de que ele tem muito orgulho mas que fica "longe do mundo"... Lembrei-lhe que o Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande, mesmo que a senhora ministra das finanças nunca tenha ouvido falar em nós... (LG)



Foto de José Carmino Azevedo na  bolanha de Biombo
_____________

Notas do editor


(...) Participei na [Op]  Ostra Amarga, Operação onde estava presente a televisão Francesa, convivi de perto com os malogrados Capela e Henrique e, presenciei a infeliz ideia do Spínola de mandar para a morte os Majores Passos Ramos, Pereira da Silva, Osório, Alferes Mosca e os nativos Mamadu Sisse e Carlos Patrão.

Fui incumbido de fazer o transporte de géneros para abastecer PCA do Batalhão. Fiz o percurso Bula/Bissau/Bula, atravessei varias vezes o rio Mansoa, onde caiu o helicóptero que transportava deputado[s] à ex-Assembleia Nacional, Pinto Leite, se bem me lembro, {e outros]..

Quando estive na guerra colonial, cheguei a João Landim num dia de muito calor. Como tinha que esperar para encher a jangada, disse ao marinheiro, que era preto, que ia mergulhar para refrescar. Estavam quase 60 graus ao sol e ali não havia sombra. Quando mergulhei nas águas do Mansoa, o marinheira bateu a colatra da arma. Fiquei assustado, saí e perguntei o porquê daquela atitude, mas ele não me respondeu. No dia seguinte, quando atravessei o rio, o marinheiro chamou-me e disse:
- Vês o porquê da minha atitude? Ontem estava ali um jacaré bébé que pesava cerca de 80 quilos.

Obrigado, meu amigo, onde quer que estejas. (...)

Guiné 63/74 - P13251: IX Encontro Nacional da Tabanca Grande (15): no final de ontem, 6ª feira, tínhamos 121 inscritos: 89% provenientes de distritos do litoral, 2/3 são camaradas (n=80), 41% dos quais vêm acompanhados... As inscrições terminam 2ª feira, dia 9, às 11h





Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2014)


Lista dos inscritos no IX Encontro Nacional da Tabanca Grande, ao fim da tarde de ontem,  6ª feira [Observ.: Miguel e Giselda Pessoa são um casal, o único de camaradas]:

  1. Agostinho Gaspar (Leiria) 
  2. Alcídio Marinho e Rosa (Porto) 
  3. Almiro Gonçalves e Amélia (Vieira de Leiria / Marinha Grande) 
  4. António Faneco e Tina (Montijo / Setúbal) 
  5. António Fernando Marques e Gina (Cascais) 
  6. Antonio Garcez Costa /Lisboa() 
  7. António José Pereira da Costa e Isabel (Mem Martins / Sintra) 
  8. António Manuel Sucena Rodrigues + Rosa Pato, António e Ana Brandão (Oliveira do Bairo) 
  9. António Maria Silva (Cacém / Sintra) 
  10. António Martins de Matos (Lisboa) 
  11. António Rebelo (Massamá / Lisboa) 
  12. António Sampaio & Clara (Leça da Palmeira / Matosinhos) 
  13. António Santos, Graciela & mais 7 do clã (Caneças / Odivelas) 
  14. António Sousa Bonito (Carapinheira / Montemor-o-Velho) 
  15. Arlindo Farinha (Alvaiazzre) 
  16. Armando Pires (Algés / Oeiras) 
  17. Arménio Santos (Lisboa) 
  18. Augusto Pacheco (Maia) 
  19. C. Martins (Penamacor) 
  20. Carlos Alberto Pinto e Maria Rosa (Reboleira / Amadora) 
  21. Carlos Coropos e Ricardina (Carcavelos / Cascais) 
  22. Carlos Vinhal & Dina (Leça da Palmeira / Matosinhos) 
  23. David Guimarães & Lígia (Espinho) 
  24. Delfim Rodrigues (Coimbra) 
  25. Diamantino Varrasquinha e Manuel (Ervidel / Algustrel) 
  26. Eduardo Campos (Maia) 
  27. Eduardo Jorge Ferreira (Vimeiro / Lourinhã) 
  28. Ernestino Caniço (Tomar) 
  29. Fernandino Leite (Maia) 
  30. Fernando Súcio (Campeã / Vila Real) 
  31. Francisco (Xico) Allen (Vila Nova de Gaia) 
  32. Francisco Baptista e Fátima Anjos (Aldoar / Porto) 
  33. Francisco Palma (Estoril / Cascais) 
  34. Francisco Silva e Elisabete (Porto Salvo / Oeiras) 
  35. Helder Sousa (Setúbal) 
  36. Humberto Reis e Joana (Alfragide / Amadora) 
  37. Idálio Reis (Sete-Fontes / Cantanhede) 
  38. Joao Alves Martins (Lisboa) 
  39. Joao Moura (S Marinho do Porto / Alcobaça) 
  40. Joaquim Almeida (Maia) 
  41. Joaquim Gomes Soares e Maria Laura (Porto) 
  42. Joaquim Luís Fernandes (Maceira / Leiria) 
  43. Joaquim Mexia Alves (Monte Real / Leiria) 
  44. Joaquim Nunes Sequeira e Mariete (Colares / Sintra) 
  45. Joaquim da Silva Jorge (Ferrel / Peniche) 
  46. Jorge Cabral (Lisboa) 
  47. Jorge Canhão & Maria de Lurdes (Oeiras) 
  48. Jorge Loureiro Pinto (Agualva / Sintra) 
  49. Jorge Picado (Ilhavo) 
  50. Jorge Rosales (Monte Estoril / Cascais) 
  51. José Barros Rocha (Penafiel) 
  52. José Casimiro Carvalho (Maia) 
  53. José Louro (Algueirão / Sintra) 
  54. José Manuel Cancela e Carminda (Penafiel) 
  55. José Ramos Romão e Emília (Alcobaça) 
  56. Julio Costa Abreu e Richard (Holanda) 
  57. Juvenal Amado (Fátima / Ourém) 
  58. Luís Encarnação (Cascais) 
  59. Luís Graça & Alice (Alfragide /Amadora) 
  60. Luís Moreira (Mem Martins / Sintra) 
  61. Manuel António (Maia) 
  62. Manuel Augusto Reis (Aveiro) 
  63. Manuel Joaquim (Agualva / Sintra) 
  64. Manuel Lima Santos e Maria de Fátima (Viseu)
  65. Manuel Luís Lomba (Faria / Barcelos) 
  66. Manuel Resende, Isaura e Palmira Serra (Cascais) 
  67. Manuel da Conceição Neves e Maria da Estrela (França) 
  68. Manuel dos Santos Gonçalves e Maria de Fátima (Carcavelos / Cascais) 
  69. Mateus Mendes (Figueira da Foz) 
  70. Mateus Oliveira e Florinda (Boston / EUA) 
  71. Miguel Pessoa & Giselda (Lisboa) 
  72. Mário Gaspar (Lisboa) 
  73. Raul Albino e Rolina (Vila Nogueira de Azeitão / Setúbal) 
  74. Ricardo Figueiredo (Porto) 
  75. Rui Silva e Regina Teresa (Sta Maria Feira) 
  76. Simeão Ferreira (Guia / Monte Real / Leiria) 
  77. Vasco Ferreira (Vila  Nova de.Gaia) 
  78. Vasco da Gama (Buarcos / Figueira da Foz) 
  79. Virgínio Briote e Irene (Lisboa)
_________________

Nota do editor:

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Guiné 63/74 - P13250: Efemérides (161): Lisboa / Belém, 10 de Junho de 2014 - Homenagem Nacional aos Combatentes, integrada no Dia de Portugal

1. Convite e programa para a Homenagem Nacional aos Combatentes, integrada, como é hábito, nas comemorações do Dia de Portugal, Lisboa / Belém, 10 de Junho de 2014.


____________

Nota do editor

Último poste da série de 6 DE JUNHO DE 2014 > Guiné 63/74 - P13247: Efemérides (160): O nosso camarada luso-americano João Crisóstomo reedita iniciativa de 2004: o próximo 17 de junho será o Dia da Consciência, em homenagem a Aristides de Sousa Mendes, no 60º aniversário da sua morte.

Guiné 63/74 - P13249: Histórias em tempos de guerra (Hélder Sousa) (16): A Carta de Condução

1. Mensagem do nosso camarada Hélder Sousa (ex-Fur Mil de TRMS TSF, Piche e Bissau, 1970/72), com data de 25 de Maio de 2014:

Caros camaradas Editores
Em anexo envio uma pequena história que se passou comigo sendo realmente uma "Histórias em Tempos de Guerra".
Envio também em anexo documentos e fotos que podem ajudar a ilustrar o texto que, naturalmente, terá o destino que melhor entenderem.

Abraços
Hélder Sousa


HISTÓRIAS EM TEMPO DE GUERRA




16 - A CARTA DE CONDUÇÃO

Caros camaradas, amigos e outros…
Aqui vai uma pequena história que vou partilhar convosco esperando que seja suficientemente ‘leve’ para vos provocar um sorriso compreensivo. Certamente muitos de vós ainda se devem lembrar de uma expressão, agora já caída em desuso, e que era “eh pá, parece que tiraste a carta na tropa!”, quando alguém cometia erros de condução ou mesmo condução perigosa ou “pé pesado”. Isso era assim porque se dizia que ‘na tropa’ se tirava a carta com muita facilidade, sem rigor, sem exigências, tudo muito facilitado. Acho que havia aqui algum exagero de julgamento mas que esta expressão era um tanto corrente, lá isso era.

Tirei a minha carta de condução automóvel durante o ‘tempo da tropa’. Foi em Bissau, em Novembro de 1971.

Numa escola de condução ‘civil’, a “Escola de Condução Manuel Saad Herdeiros, Lda,” que se situava na Rua Tenente Marques Gualdes. À séria, com aulas de código e de condução pelas ruas de Bissau e também, já nas últimas lições, na estrada até ao aeroporto. O mais difícil era arranjar local para fazer “ponto de embraiagem”….

Quase tudo plano, havia três ou quatro sítios onde isso se fazia. Ensaiava-se em todos esses locais e um deles calhava de certeza no exame. A mim foi na pequena rampa de acesso à então “Praça do Império”, vindo do lado do aeroporto. Foi a última manobra e após isso, ficando aprovado, lá se foi comer uma ‘sanduiche’ de queijo da serra na “Pastelaria Império”. Com o examinador, claro!

Para comprovar, junto cópia do “cartão da escola”, do talão do pagamento de 610$00 e também da “requisição de carta”, com todos os elementos identificadores necessários e confirmados pelo Comandante do Agrupamento de Transmissões onde eu estava incorporado, Major João Silva Ramos (o “Raminhos”, como lhe chamávamos, devido à sua pequena altura) e pelo então Chefe da 1ª Rep., Tenente-Coronel Augusto Silveira Reis.

Talão de Caixa no valor de 610$00 (Pesos)

Boletim de inspecção

Até aqui, nada de especial, apenas o facto de ainda não ter visto no Blogue nenhum relato semelhante, embora tenham havido referências a problemas e acidentes de condução. O que tem de mais curioso é que esta questão de tirar a carta não era, para mim, naquele tempo, naquela época, nenhuma obsessão, ainda não havia a ‘pressão social’ de se ter que ter um carro para ‘melhorar’ o seu estatuto social. Recordo mesmo que naqueles momentos de folga, entre turnos de serviço “Escuta”, tinha já, uma vez ou outra, conversado com o meu amigo e camarada de curso e serviço, Nelson Batalha, de que já aqui falei e que é meu padrinho de casamento, da vantagem de tirar a carta numa escola de condução que pudesse ministrar formação mais rigorosa. Lembro-me de se ter concluído que seria essa a decisão que ambos tomaríamos e que de facto aconteceu.

Foto da esplanada do Ronda. (Publicada por Francisco Carrola,  Facebook.)


Vista exterior da esplanada do Ronda. (Publicada por Francisco Carrola, Facebook.)

A parte caricata tem a ver com uma situação que ocorreu talvez em Setembro de 1971, na esplanada da Pensão/Café Ronda, de que junto umas fotos que retirei da ‘net’, apresentadas no “Facebook” por Francisco Carrola. Não me recordo como tudo começou mas a certa altura estávamos para aí uns catorze ou quinze em várias mesas juntas, com muita cerveja e algumas coisas para comer, sendo que quem estava ali era o amigo do amigo do amigo, de que apenas conhecia dois ou três deles.
A certa altura, também já não me lembro a que propósito, a conversa chegou até à parte dos “exames de condução” e de “tirar a carta na tropa”. Foram-se dando opiniões, palpites, etc. e tal, e quando me perguntaram o que é que achava, em vez de ser assertivo e dizer o que realmente pensava, que estava determinado a fazer e que realmente fiz, entrei numa de “maria-vai-com-as-outras” entrando na onda do tom geral das observações que se faziam e disse mais ou menos isto:
- “Eh pá, eu também tinha pensado em tirar a carta na tropa mas parece que há por lá no Serviço de Transportes um Alferes que dizem ser um grande filho “da mãe” que tem a mania que é rigoroso e anda a ‘chumbar’ a malta toda e não estou para isso”….

Nessa ocasião, o camarada ‘à civil’ que estava ao meu lado esquerdo “amigo do amigo do amigo”, disse:
- “Olha lá, esse Alferes sou eu e achas que faço mal?”

Acreditam que ia jurar que me pareceu que alguma coisa ‘caiu aos pés’? Claro que tratei de ensaiar uma ‘retirada estratégica’, balbuciando umas tretas, do tipo de “não era bem isso que queria dizer”, “realmente tens razão”, “é verdade que é preciso evitar que o pessoal vá para a vida civil mal preparado” (afinal tudo o que na verdade acreditava) e outras coisas do género.

Não aconteceu mais nada de especial. Houve compreensão, ficámos amigos e cerca de mês depois estava de facto a frequentar a Escola de Condução.

Sempre que sou tentado em rodear uma questão em vez de a enfrentar de forma séria lembro-me deste episódio, que me marcou verdadeiramente. Até por ter sido uma situação desnecessária.

Um abraço para toda a Tabanca!
Hélder Sousa
Fur. Mil.
Transmissões TSF
____________

Nota do editor

Último poste da série de 9 DE ABRIL DE 2014 > Guiné 63/74 - P12957: Histórias em tempos de guerra (Hélder Sousa) (15): O meu amigo Fur Mil Bento Luís, ou a amizade através dos tempos

Guiné 63/74 - P13248: Recordações de um "Zorba" (Mário Gaspar, ex-Fur Mil At Art, MA, CART 1659, Gadamael e Ganturé, 1967/68) (13): T/T Uíge: ementa dos sargentos no dia 2 de novembro de 1968, e o filme "Negócio à italiana" com o Alberto Sordi




Ementa no paquete Uíge no Regresso, 2 de novembro de 1968… mas para Sargentos! No porão, os valentes militares bebiam, jogavam à lerpa, ao abafa e vomitavam as tripas…

Já à noite, pelas 21,15 horas, todos tinham “O Negócio à Italiana” – com o iconfundível Alberto Sordi – os que não vomitavam, claro. (*)

No dia 5 de Novembro de 1968, à tarde chegámos à barra. Ficámos até de manhã esperando ordens para desembarcar no dia seguinte… O Uíge tombava todo para terra, virados para a linha do Estoril e ninguém dormiu. Eu tomei um duche de água fria para refrescar as ideias e fumei 7 maços de tabaco.

Foto (e legenda): © Mário Gaspar (2014). Todos os direitos reservados [Edição: L.G.]


1. Mensagem do Mário Gaspar, com data de hoje

Assunto: T/T Uíge: Ementa dos Sargentos no dia 2 de novembro de 1968

Camarada e Amigo

Envio uma ementa ferrugenta, e até assinada por alguns Furriéis Milicianos da CART 1659 , "Zorba", de uma refeição no UÍge na viagem de regresso.

Ao encontrar estas relíquias, perdidas por entre papelada que guardo, verifico que muito ficou por contar no Livro "O Corredor da Morte". Não deveria ter omitido umas tantas situações, e tive a oportunidade de as denunciar.

Daquilo que vou conhecendo da guerra - e daquela porque eu passei em particular - e de toda a experiência de quase 11 anos a conversar com combatentes enquanto um dos dirigentes da APOIAR, quero frisar que o soldado português é o melhor de todos os soldados. O soldado acostumado à enxada, a cavar desde o nascer do sol ao pôr do sol, que habitava por entre pedras, longe da civilização; o soldado que nunca vira o mar, nem sequer o comboio; o soldado que palmilhava quilómetros a pé e por vezes descalço, não
necessitava de treino físico.

Dei várias recrutas; uma Especialidade e até uma de Minas e
 Armadilhas a uma Companhia que estava como a minha em Penafiel, e já com o destino marcado, conheci de perto os melhores dos melhores. E temos direito a quê?  Uma estátua plantada numa praça de uma cidade ou vila, e os mortes poucos possuem o seu nome numa rua.

A Guerra Colonial encontra-se na gaveta, e foi a razão que me levou a escrever o livro. Curioso que entrei em contacto com as três freguesias de onde eram oriundos os que morreram da minha Companhia, e até hoje continuo à espera de uma resposta. Convidei os Presidentes das mesmas a se fazerem representar no lançamento do livro.

Em relação à vila de Abitureiras, do concelho e distrito de Santarém, que tem uma rua com o nome do meu grande amigo Furriel Miliciano Vítor José Correia Pestana, curioso a rua onde está instalada a Junta de Freguesia de Abitureiras, consegui falar via telemóvel com o presidente, respondeu-me após lhe ter enviado uma foto do Pestana, e também uma outra tirada no Monumento dito Combatentes do Ultramar, em Belém, onde no Memorial consta o seu nome. E o que me disse o senhor presidente? Simplesmente que lhe enviasse o livro em PDF. Logo pense, e resolvi não o fazer. Se pretendesse o livro que o fosse buscar, até o dava.

E é desta maneira que nos tratam. Mas a questão não vai ficar por aqui. Tenho o curso de Minas e Armadilhas - é uma forma de me expressar - e vou tratar à minha maneira do assunto. Aliás é o que tenho feito nesta minha caminhada que é a vida.

Isto foi escrito por um artista de circo, talvez um trapezista, e sem rede. Como saiu,  saiu.

Em anexo  segue "A Ementa do Uíge para Sargentos" (**)

Um abraço
Mário Vitorino Gaspar

 ______________

Notas do editor:

(*) Negócio à Italiana [título original., Il boom]. Comédia, 97 m, 1963. Estreado em Portugakl em 1963. Filme iirigido por diirigido por Vittorio di Sicca, com,os atores Alberto Sordi, Gianna Maria Canale and Ettore Geri Runtime. Argumento: Cesare Zavattini. Produtor: Dino di Laurentiis. 

Sinopse: Giovanni Alberti é um pequneno homem de negócios com uma série de problemas financeiros s que gosta muito de sua esposa. Estamos em pleno "milagre económico italiano" ("il boom"), que vai do in+icio dos anos de 1950 a princípios de 1970.. O problema ce Giovanii é que a esposa ama tanto o luxo e a boa vida que Giovanni precisa de cada vez mais dinheiro para satisfazer seus caprichos e manter um nível de vida para o qual não tem fontes de rendimento... Até que surge uma oferta aparentemente irrecusável....
 (**) Último poste da série > 28 de abril de 2014 >  Guiné 63/74 - P13056: Recordações de um "Zorba" (Mário Gaspar, ex-Fur Mil At Art, MA, CART 1659, Gadamael e Ganturé, 1967/68) (12): O inferno de Ganturé, Sangonhá e Gadamael Porto... e as fotos para enganar a família

Guiné 63/74 - P13247: Efemérides (160): O nosso camarada luso-americano João Crisóstomo reedita iniciativa de 2004: o próximo 17 de junho será o Dia da Consciência, em homenagem a Aristides de Sousa Mendes, no 60º aniversário da sua morte.


Cabeçalho do jornal Açores9, no respetivo "site"...  Reproduz-se a seguir a peça da agência Lusa, publicada aqui, em 1 de junho de 2014.

Reproduzido com a devida vénia, por sugestão do João Crisóstomo, nosso camarada da Guiné e membro da nossa Tabanca Grande (*)

(i) é natural de A-dos-Cunhados, Torres Vedras; (ii) foi alf mil, na CCAÇ 1439 (Enxalé, Porto Gole, Missirá, 1965/66); (iii) vive em Nova Iorque desde 1975; (iv) é um mediático ativista comunitário, tendo estado ligado à defesa de três causas que tiveram repercussão internacional e que nos dizem muito, a nós, portugueses (gravuras de Foz Coa, independência de Timor Leste e memória de Aristides Sousa Mendes); e, não menos importante, (v) integra a nossa Tabanca Grande desde 26 de julho de 2010.


Aristides Sousa Mendes homenageado em igrejas e sinagogas à volta do mundo


O diplomata português Aristides de Sousa Mendes será homenageado em igrejas e sinagogas de todo o mundo no dia 17 de junho, lembrando os seus esforços de salvar milhares de judeus do regime nazi.

A iniciativa para o dia em que se celebram 60 anos após a morte do diplomata e 70 anos do holocausto judeu é de João Crisóstomo, um português residente em Nova Iorque que organizou uma iniciativa semelhante em 2004.

[Foto à direita, João Crisóstomo, na sua terra natal, Paradas, A-dos-Cunhados, Torres Vedras, em 15 de outubro de  2013;  foto de L.G.]

Nesse ano, foram celebradas 34 missas e celebrações em sinagogas em 22 países, da África do Sul ao Canadá e à Venezuela.

As homenagens acontecem nos dias 17, 20 e 22 de junho e vão celebrar também Luís Martins de Sousa Dantas, um diplomata brasileiro que salvou cerca de 800 pessoas.

“Decidi celebrar o 17 de junho, a que chamo o Dia da Consciência, porque acho que as pessoas devem ser celebradas por aquilo que de bom fizeram em vida e não pelo dia em que nasceram ou morreram”, disse João Crisóstomo.

Os prelados do Rio de Janeiro, Vaticano, Bordéus e Luxemburgo já confirmaram a sua participação. João Crisóstomo diz já ter contatado vários outros países, como África do Sul e Bélgica.

Nos EUA, estão agendadas missas em Newark, Long Island e Yonkers, perto de centros de comunidades imigrantes portuguesas.

Em Portugal, o Patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, já confirmou a sua participação, bem como as Dioceses de Braga, Viseu, Bragança, Setúbal e Beja.

“O bispo das Forças Armadas, a Ordem Franciscana, a Comunidade de Sto. Egídio e as comunidades israelitas de Lisboa e Porto também já responderam afirmativamente”, disse João Crisóstomo.

O português está a tentar agora o apoio do próprio Papa Francisco.

“Escrevi-lhe uma carta, na esperança de uma reação que valorizasse o ato de consciência do cônsul. Já falei com D. Renato Martino (prefeito emérito do Pontifício Conselho Justiça e Paz) e também com o Cardeal Saraiva Martins (prefeito emérito da Congregação para as Causas dos Santos). Continuo a acreditar que sua Santidade possa liderar a iniciativa”, disse João Crisóstomo.

Quanto à participação das sinagogas na homenagem, o trabalho está a ser coordenado pela Fundação Raul Vallenberg, de que João Crisóstomo é vice-presidente.

Em 1940, o cônsul português de Bordéus terá salvo milhares de judeus e outros refugiados de guerra, visando vistos sem autorização do Ministério dos Negócios Estrangeiros português, facto que levou à sua punição disciplinar. (**)

_______________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 6 de junho de 2014 > Guiné 63/74 - P13246: O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande (84): De Nova Iorque, o nosso camarigo João Crisóstomo, não virá ao nosso IX Encontro Nacional, em Monte Real, a 14 de junho, mas pede-nos para nos associarmos à sua iniciativa, o "17 de junho, Dia da Consciência", em homenagem ao Aristides Sousa Mendes (Eduardo Jorge Ferreira / Luís Graça)

(**) Último poste da série > 28 de maio de 2014 > Guiné 63/74 - P13204: Efemérides (159): Foi há 45 anos, o ataque a Bambadinca, dois meses depois da Op Lança Afiada... Parágrafo lacónico na história do BCAÇ 2852: "Em 28 [de Maio de 1969], às 00H25, um Gr IN de mais de 100 elementos flagelou com 3 Can s/r, Mort 82, LGF, ML, MP e PM, durante cerca de 40 minutos, o aquartelamento de Bambadinca, causando 2 feridos ligeiros"