domingo, 8 de abril de 2018

Guiné 61/74 - P18502: Notícias (extravagantes) de uma Volta ao Mundo em 100 dias (António Graça de Abreu) - Parte XXXIII: Colombo, capital do Sri Lanka ou Ceilão ou "Taprobana", 15-16 de novembro de 2016


Foto nº 1 > Colombo >  O emblemático edifício da Cargills  Ceylon Limited, fundada em 1844.



Foto nº 2 > Colombo, mesquita muçulmana


Foto nº 3 > O CR7, Cristiano Ronaldo

Foto nº 4 > Na. Sra. Fátima e os Três Pastorinhos



Sri Lanka ou Ceilão > Colombo > 15 e 16 de novembro de 2016


Fotos (e legendas): © António Graça de Abreu (2017). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Continuação da publicação das crónicas da "viagem à volta ao mundo em 100 dias", do nosso camarada António Graça de Abreu, 
Escritor, poeta, sinólogo, ex-alf mil SGE, CAOP 1 [Teixeira Pinto, Mansoa e Cufar, 1972/74], membro sénior da nossa Tabanca Grande, e ativo colaborador do nosso blogue com mais de 200 referências, é casado com a médica chinesa Hai Yuan, natural de Xangai, e tem dois filhos, João e Pedro. Vive no concelho de Cascais.

2. Sinopse da série "Notícias (extravagantes) de uma Volta ao Mundo em 100 dias"

(i) neste cruzeiro à volta do mundo, o nosso camarada e a sua esposa partiram do porto de Barcelona em 1 de setembro de 2016; [não sabemos quanto despenderam, mas o "barco do amor" deve-lhes cobrado uma nota preta: c. 40 mil euros, estimanos nós];

(ii) três semanas depois de o navio italiano "Costa Luminosa", com quase três centenas de metros de comprimento, sair do Mediterrâneo e atravessar o Atlântico, estava no Pacífico, e mais concretamente no Oceano Pacífico, na Costa Rica (21/9/2016) e na Guatemala (24/9/2017), e depois no México (26/9/2017);

(iii) na II etapa da "viagem de volta ao mundo em 100 dias", com um mês de cruzeiro (a primeira parte terá sido "a menos interessante", diz-nos o escritor), o "Costa Luminosa" chega aos EUA, à costa da Califórnia: San Diego e San Pedro (30/9/2016), Long Beach (1/10/2016), Los Angeles (30/9/2016) e São Francisco (3/4/10/2017); no dia 9, está em Honolulu, Hawai, território norte-americano; navega agora em pleno Oceano Pacífico, a caminho da Polinésia, onde há algumas das mais belas ilhas do mundo;

(iv) um mês e meio do início do cruzeiro, em Barcelona, o "Costa Luminosa" atraca no porto de Pago Pago, capital da Samoa Americana, ilha de Tutuila, Polinésia, em 15/10/2016;

(v) seguem-se depois as ilhas Tonga; 
(vi) visita a Auckland, Nova Zelândia, em 20/10/2016;
(vii) volta pela Austrália: Sidney, a capital, e as Montanhas Azuis (24-26 de outubro de 2016);

(viii) o navio "Costa Luminosa" chega, pela manhã de 29710/2016, à cidade de Melbourne, Austrália;
(ix) visita à Austrália Ocidental, enquanto o navio segue depois para Singapura; o Graça de Abreu e esposa alugam um carro e percorrem grande parte da costa seguindo depois em 8 de novembro, de avião para Singapura, e voltando a "apanhar" o seu barco do amor...

(x) de 8 a 10 de novembro. o casal está de visita a Singapura, seguindo depois o cruzeiro para Kuala Lumpur, Malásia (11 de novembro); 
(xi) Phuket, Tailândia (12-13 de novembro);

(xii) Colombo, capitão do Sri Lanka ou Ceilão ou Trapobana (segundo os "Lusíadas", de Luís de Camões. I, 1), em 15-16 de novembro. de 2016;

As armas e os barões assinalados,
Que da ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca de antes navegados,
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados,
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram;



3. Viagem de volta ao mundo em 100 dias > Sri Lanka ou Ceilão, Colombo,  15-16  de novembro de 2016 (pp. 53-53-56, da Parte II)


Junk ceylon sete vezes referida na Peregrinação [, de Fernão Mendes Pinto]


Colombo, Sri Lanka ou Ceilão

Uma abordagem acelerada a Colombo, capital do Sri Lanka, não dá para tirar quaisquer tipo de conclusões sobre este país que, oficialmente, tem um nome curioso, República Democrática Socialista do Sri Lanka. Para o nosso Camões, há cinco séculos atrás, logo no Canto I, na estrofe inicial de “Os Lusíadas”, esta terra era a ilha da Taprobana.

Hoje, República Democrática, não sei, e será Socialista em quê?

Caminhei pelos mercados de rua na zona de Pettah [, Foto nº 1,]  com imensa gente pobre e milhares e milhares de lojas por tudo quanto é sítio, vendedores de toda a espécie de quinquilharia, comida, roupa, tapetes, electrodomésticos, entrei em dois hotéis de cinco estrelas, o Kingsbury e o Hilton. Neste último, à noite, havia um espectáculo com o Engelbert Humperdinck, um cantor canastrão e fora de moda, exactamente como eu que não canto, mas escrevo. Os hotéis correspondem ao mundo dos poucos muito ricos.

Atravessei avenidas com grandes bancos nacionais e internacionais, deambulei entre comandos militares alojados em edifícios com vedações altas de arame farpado e soldados de Kalashnikov à porta, tive a sensação plena de estar num país do terceiro mundo cheio de problemas, onde ainda haverá tanto por fazer.

Colombo mexe, serão 600 mil habitantes industriosos e activos, há arranha-céus a crescer, a linha junto ao mar está sendo reconstruída, mas a desorganização na cidade é imensa. Um trânsito poluindo, conspurcando, atravancando tudo, mas que lentamente funciona, com autocarros meio decrépitos, táxis, motoretas adaptadas a tuk-tuks espalhando-se por tudo quanto é beco, travessa, praça, rua ou avenida.

Faço quilómetros e quilómetros a pé por dentro de Colombo. Na rua principal do bairro de Pettah, encaixada entre os edifícios do pequeno comércio, levanta-se uma original mesquita muçulmana revestida a tijolos e ladrilhos pintados de vermelhão e branco, em curiosa geometria colorida.[Foto nº 2].

Mais adiante, numa rua transversal, aparece um templo hindu com as figuras do costume, bonecos encavalitados uns sobre os outros, guerreiros de enormes bigodaças, damas de seios capitosos, uma misturada de gentes e animais subindo barrocamente pelas paredes externas do templo. À entrada, três cidadãos, de pernas cruzadas sentados no chão diante de uns cestos, pedem-me um dólar. São encantadores de serpentes. Recebida a nota norte-americana, destapam os cestos, tocam uns pífaros e umas bem mandadas cobras-capelo erguem-se no ar.

No enfiamento da rua, chama-me a atenção um painel da Khazana Sports (que empresa é esta?) com uma grande fotografia de um jogador de futebol com a bola nos pés, equipado de branco. Pois, tinha de ser, Cristiano Ronaldo, vestidinho à Real Madrid [Foto nº 3].  É o quarto português que encontro na passeata breve aqui por Colombo, capital do Sri Lanka. Os outros foram Jacinta, Lúcia e Francisco, os três pastorinhos de Fátima rezando diante de Nossa Senhora, com estátuas em tamanho natural, voltados para a rua na entrada da igreja católica de St.Mary’s, não longe do centro da cidade. [Foto nº 4].

No caminhar por Colombo, descubro também umas tantas tabuletas em lojas ou empresas propriedade de pessoas de apelido, Borges, Pereyra, Soyza, nossos primos afastados descendentes de lusitanos que há quinhentos anos aqui se fixaram e mesclaram as vidas com as gentes destas paragens do Ceilão, criando famílias e infindáveis histórias, muitas delas ainda por contar.

Sei que espalhados pelo Sri Lanka, esta “lágrima da Índia”, existem centenas e centenas de prodigiosos templos, sobretudo budistas, a visitar em demorada estadia. Convertido à excelente doutrina de Buda, regressarei um dia, de bigodes ao vento, montado num cavalo branco.

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Nota do editor:

Guiné 61/74 - P18501: Blogpoesia (561): "Natureza humana", "Deslumbramento...", e "Fulgurante o sol...", da autoria de J. L. Mendes Gomes, ex-Alf Mil da CCAÇ 728

1. Do nosso camarada Joaquim Luís Mendes Gomes (ex-Alf Mil da CCAÇ 728, CachilCatió e Bissau, 1964/66) três belíssimos poemas, da sua autoria, enviados entre outros, durante a semana, ao nosso blogue, que publicamos com prazer:


Natureza humana

Muito complicada a natureza dos homens.
Não é simples nem transparente.
Oculta a verdade por trás do rosto.
O que tem dentro só cada um o sabe.
É ardilosa. Omissa, por conveniência.
Finge. Ostenta força para esconder o medo.
Ignorante. Se ostenta sábia.
Esbraceja demais, quando insegura.
Só pensa nela.
Se esconde, se lhe pedem contas.
Esquece fácil quem lhe resolveu a vida.
Só se lembra do próximo, quando precisa.
Só usa o sorrir quando lhe for útil.
A inteligência lhe serve o instinto.
Da lealdade se esqueceu há muito.
Queria voar mas perdeu as asas…

Berlim, 7 de Abril de 2018
9h59m
Jlmg

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Deslumbramento…

Com o sol, cobrem-se de cor e luz as encostas dos montes.
Tingem-se de verde as margens molhadas dos rios.
Enche-se o ar de voos tresmalhados das aves libertinas.
Ressoam coros e trinados pelos meandros sombrios dos bosques adormecidos.
Bailam graciosamente as ondas brancas do mar azul.
Poisam suaves os toucados brancos da neblina sobre a manta dos vales verdes.
Entram pelas janelas ao sol os jorros de alegria.
Ficam leves as nossas almas com o júbilo ardente da Primavera.
Ficam mais brandos os nossos passos apesar das agruras que vão pelo mundo.

Berlim, 7 de Abril de 2018
8h24m
Jlmg

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Fulgurante o sol…

Fulgurante o sol surgiu na linha do horizonte.
Umas nuvens enegrecidas se inflamam diante dos seus raios.
Os telhados frios e ainda dormentes acordam sobressaltados.
Se julgavam para sempre escravos da sombra gelada que os envolvia.
Será mesmo desta que a Primavera vem e fica?
Que cenário grandioso se vai abrindo perante os olhos.
Por detrás o céu azul. Com extensas estrias brancas iluminadas.
Paradas e cismáticas as nuvens em manta retalhada, parecem esperar as ordens de avançar
Por esse mundo.
Agora, é já um balão de fogo o sol, como me aparecia lá para os lados montanhosos do Marão,
“Onde só mandam os que lá estão”…

Ouvindo Rimski-Korsakov
Berlim, 4 de Abril de 2018
7h6m
Jlmg
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Nota do editor

Último poste da série de 1 DE ABRIL DE 2018 > Guiné 61/74 - P18476: Blogpoesia (561): "Alegria da Páscoa", "Desapareceram os deuses...", e "A sinfonia dos seres", da autoria de J. L. Mendes Gomes, ex-Alf Mil da CCAÇ 728

Guiné 61/74 - P18500: (D)o outro lado do combate (26): outros elementos sociodemográficos dos bigrupos dos cmdt Mário Mendes (1943-1972) e Quintino Gomes (1946-1972) (Jorge Araújo)


Citação: (1963-1973), "Jovem guerrilheiro do PAIGC com a mulher", CasaComum.org, Disponível HTTP: http://hdl.handle.net/11002/fms_dc_43365 (2018-4-6) (Cortesia de Arquivo Amílcar Cabral / Casa Comum / Fundação Mário Soares)


Citação: (1963-1973), "Combatentes a pilar numa tabanca", CasaComum.org, Disponível HTTP: http://hdl.handle.net/11002/fms_dc_43389 (2018-4-6) (Cortesia de Arquivo Amílcar Cabral / Casa Comum / Fundação Mário Soares)


Citação: (1963-1973), "Costureira numa tabanca", CasaComum.org, Disponível HTTP: http://hdl.handle.net/11002/fms_dc_43991 (2018-4-6). (Cortesia de Arquivo Amílcar Cabral / Casa Comum / Fundação Mário Soares)



Jorge Alves Araújo, ex-Fur Mil Op Esp/Ranger, CART 3494 

(Xime-Mansambo, 1972/1974); coeditor do blogue desde março de 2018


GUINÉ: (D)O OUTRO LADO DO COMBATE
OUTROS ELEMENTOS SOCIODEMOGRÁFICOS DOS BIGRUPOS DOS CMDT MÁRIO MENDES (1943-1972) E QUINTINO GOMES (1946-1972)

1. INTRODUÇÃO

Não podia ficar indiferente aos importantes contributos transmitidos pelos diferentes tertulianos nos seus comentários, postados nos P18487 e P18493, a propósito dos meus trabalhos de investigação sociodemográfica tendo por universo dois bigrupos de guerrilheiros do PAIGC, o primeiro relacionado com o Cmdt Mário Mendes (1943-1972) e este último com o do Cmdt Quintino Gomes (1946-1972), falecidos em combate em Maio e Fevereiro de 1972, no Xime e em Empada, respectivamente.

A todos agradeço os seus comentários de igual modo, mas com particular destaque para os do nosso amigo e colaborador permanente, Cherno Baldé, que continua a ajudar-nos a decifrar alguns dos enigmas socioculturais dos seus pares e da sua terra, território onde passámos mais de dois anos da nossa juventude. Obrigado!

Pelo superior valor que lhes atribui, fui em busca de novos dados sociodemográficos de modo a alargar e/ou a complementar os já publicados.

Em resultado dessa investigação, curta no tempo mas bem-sucedida, apresento-vos abaixo o que consegui apurar, agora no âmbito do "estado civil" de cada um dos sujeitos da investigação, cujo tema poderá servir de ponto de partida para novas reflexões, singulares e colectiva.

Mais uma vez a análise centra-se nos documentos consultados no acervo de Amílcar Cabral disponíveis na CasaComum - Fundação Mário Soares.

Quanto à data da elaboração das fichas de inspecção e coordenação do Conselho de Guerra das FARP/PAIGC, acreditamos que elas tenham ocorrido no início do ano de 1970, uma vez que os documentos agora consultados, que também não estão datados, referem a existência da "Bateria Especial Grad" da Frente Sul e que, como sabemos, foi criada no último trimestre de 1969.


2. RESULTADOS DO ESTUDO SOBRE O "ESTADO CIVIL" DOS CONSTITUINTES DOS DOIS BIGRUPOS

O quadro abaixo foi elaborado a partir das fichas de inspecção coordenação do Conselho de Guerra, já publicadas anteriormente. Foi dividido por bigrupo, correspondente a cada um dos Cmdt's, e agrupado quantitativamente por frequências relacionadas com o ano de nascimento de cada sujeito. Consideram-se apenas as duas variáveis categóricas do "estado civil" referidas na ficha: solteiro e casado.

Não nos é possível referir o ano da "união" ou "uniões", por desconhecimento, uma vez que o segundo documento consultado dá-nos conta da existência de casos de "poligamia".

Na segunda coluna da esquerda indicam-se as idades dos sujeitos no ano de 1970, por ser o ano (deduzimos) em que foi elaborado o documento acima referido, respeitante ao número de sujeitos "casados" em cada um dos bigrupos, número de mulheres e filhos, e que daremos conta em quadros originais obtidos na investigação.


Quadro 1 – distribuição de frequências em relação ao "estado civil" de cada bigrupo

Da análise ao quadro 1, verifica-se que o bigrupo do Cmdt Quintino Gomes regista sete "casados" (20.6%) em trinta e quatro casos, enquanto o bigrupo do Cmdt Mário Mendes tem treze "casados" (34.2%) em trinta e oito casos.

Quando comparados os dois bigrupos, e estratificadas as idades, constata-se que o maior número de "casados", três em cada bigrupo, nasceram no ano de 1946. O bigrupo de Mário Mendes repete igual cifra em 1942.

Por outro lado, os nascidos no ano de 1948 e seguintes, sete (9.7%) eram "solteiros" (n=72), não existindo nenhum "casado".


Quadro 2 – distribuição de frequências dos "casados", mulheres e filhos, do bigrupo do Cmdt Mário Mendes, tendo por base a região da mata do Fiofioli (frente Leste)

Da análise ao quadro 2, verifica-se que os "casados" do bigrupo do Cmdt Mário Mendes eram treze (34.2%), cada um com uma mulher. Dois "casados", no mínimo, não tinham filhos.


Quadro 3 – distribuição de frequências dos "casados", mulheres e filhos, do bigrupo do Cmdt Quintino Gomes, tendo por base a região do Quinara (frente Sul)

Citação: (s.d. [1970]), "Tabela referente ao estado civil e situação familiar dos militares do CE da Frente Sul e Leste", CasaComum.org, Disponível HTTP: http://hdl.handle.net/11002/fms_dc_40459 (2018-4-6) (com a devida vénia)

Da análise ao quadro 3, verifica-se que os "casados" do bigrupo do Cmdt Quintino Gomes eram sete (20.6%), sendo as mulheres em número superior (nove). Algumas das mulheres teriam mais de um filho.


3.  CONCLUSÕES

Da análise aos quadros supra concluímos:

(i) existe diferença no número total de "casados" entre os dois bigrupo;

(ii) no bigrupo do Cmdt Mário Mendes existe um rácio igual entre o número de homens e mulheres, sendo que nem todas as mulheres têm filhos (ou são mães);

(iii) no bigrupo do Cmdt Quintino Gomes, o número de homens é inferior ao das mulheres, o que pressupõe a existência de casos em que há homens que têm mais do que uma mulher (poligamia); neste bigrupo, o número de filhos é superior ao número de mulheres (mães) o que significa a existência de mulheres (mães) com mais de um filho. Pode-se considerar, como hipótese académica, a existência de mulheres sem filhos.

À vossa consideração.
Com um forte abraço de amizade e votos de muita saúde.
Jorge Araújo.
07ABR2018.
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Nota do editor:

Últimos dois postes da série:

6 de abril de 2018 > Guiné 61/74 - P18493: (D)o outro lado do combate (25): Jorge Araújo, "adesão" dos blufos balantas ao PAIGC? ... Eu diria antes que eles foram empurrados para os braços do Amílcar Cabral, devido ao terror provocado pelo bombardeamento indiscriminado das suas tabancas, pelas NT, nos anos 1962/63... (Cherno Baldé)

5 de abril de 2018 > Guiné 61/74 - P18487: (D)o outro lado do combate (24): estudo sociodemográfico: o caso do bigrupo do cmdt Quintino Gomes (1946-1972) (Jorge Araújo)

Guiné 61/74 - P18499: Parabéns a você (1416): José Augusto Miranda Ribeiro, ex-Fur Mil Art da CART 566 (Guiné, 1963/65)

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Nota do editor

Último poste da série de 7 de abril de 2018 > Guiné 61/74 - P18495: Parabéns a você (1415): António Rocha Costa, ex-Alf Mil Op Esp da CCAV 2539 (Guiné, 1969/71); Fernando Manuel Belo, ex-Soldado Condutor Auto do BCAV 8323 (Guiné, 1973/74) e Mário de Azevedo, ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 6 (Guiné, 1970/72)

sábado, 7 de abril de 2018

Guiné 61/74 - P18498: Tabanca Grande (462): António Lopes Pereira, ex-1º cabo atirador de infantaria, 4º Gr Comb, CCAÇ 3305/BCAÇ 3832 (Mansoa, Braia e Infandre, 1970/1973): tem um café e restaurante no Porto e vive em Matosinhos; passa a ser o nosso grã-tabanqueiro nº 771


António Lopes Pereira, ex-1º cabo atirador de infantaria, 4º Gr Comb, CCAÇ 3305/BCAÇ 3832 (Mansoa, Braia e Infandre, 1970/1973)


Hoje é proprietário de "Le Café de Paris", na Praça do Marquês de Pombal, Porto; vive na Senhora da Hora, Matosinhos.


1.  Mensagem do nosso camarada e novo grã-tabanqueiro nº 771, António Lopes Pereira

Diamantino Rafa Pereira 

Data: 5 de abril de 2018 às 16:44

Assunto: António Lopes Pereira

Uma boa tarde,  Luís Graça.

Já tive oportunidade de entrar em contacto consigo no passado.(*)

Encontro-me actualmente a morar em Matosinhos e a trabalhar no Porto, onde sou proprietário de um estabelecimento de restauração.

Venho saber qual seria a sua disponibilidade em deixar o meu perfil, morada e contacto no seu blogue, com o intuito de contactar e ser contactado por ex-companheiro meus.

Venho também lhe pedir se tem a disponibilidade em fornecer os meus dados ao ex-1º Cabo Germano Santos, que cumpriu missão na Guiné, em 1970/73, na CCAÇ 3305 / BCAÇ 3832 com a finalidade de entrar em contacto comigo.

A minha procura tem se revelada uma árdua tarefa ao longo dos anos, e sem a sua preciosa ajuda, não tenho como atingir os meus objectivos.

Espero que tenha em atenção o meu pedido e deixo toda a informação necessária.

António Lopes Pereira
Ex-1º cabo atirador da CCAÇ 3305/BCAÇ 3832 (Mansoa, Braia e Infandre, 1970/1973

Morada: [...] Senhora da Hora, Matosinhos.

O meu estabelecimento fica localizado na Praça do Marquês nº 114, Porto.

"Le Café de Paris".

Contactos: tem + 351 911 024 688 | telef . + 351 225 021 421

Obrigado desde já pela sua ajuda.


Guiné > Região do Óio > Mansoa > CCAÇ 3305 )1970/73) > "Aqui, em 1972, entrada do quartel de Mansoa onde passei alguns meses da minha juventude fazendo parte de uma guerra que não era a minha pois tudo fiz para fugir a esta guerra mas tudo me correu mal. Porra, 25 meses foi muito tempo, passámos fome, passámos sede, fomos picados pelos mosquitos, vivíamos com o medo de perder a vida a qualquer momento, fizemos coisas mas tivemos que lidar com situações para as quais não estávamos preparados. Desde então nunca mais fomos os mesmos, as feridas cada dia que passa se agravam, foi um preço muito alto" (...).


Guiné > Região do Óio > Mansoa > Braia > CCAÇ 3305 )1970/73) > Aqui junto à velha ponte de Braia, estas mulheres com redes apanhavam os peixes que ficaram encurralados nos locais mais fundos do rio sendo as principais fontes de alimento para toda esta gente que passava fome e que vivia sempre com o medo de sere apanhada no fogo cruzado porque sempre que houvesse um ataque ao aquartelamento as suas casas ficavam em fogo eram sempre os civis que apanhavam por tabela?


Guiné > Região do Óio > Mansoa >  CCAÇ 3305 )1970/73) > s/l > s/d > À civil,  junto de população balanta.

Fotos (e legendas): © António Pereira Lopes (2018). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].


2. Resposta do editor Luís Graça:

Camarada Lopes Pereira: interpreto o teu pedido como a aceitação do nosso convite, aberto de resto a todos os camaradas que passaram pelo TO da Guiné, de 1961 a 1974, para ingressares na nossa Tabanca Grande. Contigo passamos a ser 771 os camaradas e amigos da Guiné, formalmente registados nesta rede social de antigos combatentes.

O teu pedido vem em nome de Diamantino Rafa Pereira, que presumimos seja teu filho. Vamos tomar boa nota deste endereço de email para futuros contactos. Muitos camaradas da Guiné não têm endereço de email e, em muitos casos, não acedem sequer à Internet. É um problema geracional.

Já em 2014, o nosso coeditor Carlos Vinhal, que mora em Leça da Palmeira, te tinha escrito o seguinte:

(...) "Na nossa terra (Matosinhos) realiza-se anualmente, no primeira sábado do mês de Março, o almoço dos ex-combatentes da Guiné. Temos inscrito um camarada de Santa Cruz do Bispo com o nome de António Lopes Pereira Gomes. Se não fores tu, ficas desde já a saber da nossa iniciativa. Voltando ao Blogue, o nosso Editor Luís Graça disse-me para te convidar para aderires formalmente à nossa tertúlia. Se quiseres então fazer parte desta família de ex-combatentes da Guiné, basta uma mensagem tua a confirmar a tua adesão, e se quiseres, o envio de uma pequena história passada contigo, seja em Mansoa, Infandre ou Braia, acompanhada de fotos que tenhas." (...)

Na altura diversos camaradas que passaram por Mansoa, deixaram comentários ao teu pedido. Destaco, por exemplo, o do ex-cap mil Jorge Picado, cmdt da CCAÇ 2589:

(...) "Bem vindo,  António Pereira, a esta Tabanca, que não sendo as de Infandre ou de Braia, é uma Tabanca Grande que engloba todos os camaradas da Guiné que nela desejam conviver.  Espero e desejo que te sentes connosco sob as ramadas do Grande Poilão que nos resguarda, enquanto contamos e relembramos tempos passados, tal como faziam os Homens Grandes dos diversos lugares que cruzámos. Por mim, que "entreguei" a área que percorreste, quando vocês chegaram em Fevereiro de 1971, muito gostaria de tomar conhecimento das tuas memórias e rever fotos que possuas, não só de Mansoa, mas sobretudo de Infandre e Braia." (...)

Vejo que tens página no Google Mais, com diversas fotos do teu tempo de Guiné. Aproveito duas ou três, com as tuas legendas. Ficas devidamente apresentado à Tabanca Grande, sentas-te no lugar n.º 771 (**) e vamos pôr-te em contacto com o teu e nosso camarada Germano Santos. Ele e o saudoso França Soares (1949-2009) são as únicas referências que temos (pouco mais do que uma dúzia) à tua CCAÇ 3305.
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Guiné 61/74 - P18497: In Memoriam (312): Augusto Vieira Fidalgo (5 fev 1950 - 4 abr 2018), ex-sold, CART 3494 / BART 3873 (Xime, Enxalé e Mansambo, dez 1971 / abr 1974), taxista em Vila Nova de Gaia (Sousa de Castro)



In Memoriam: Augusto Vieira Fidalgo (5 fev 1950 - 4 abr 2018). Ex-soldado da CART 3494/BART 3873 (Xime, Enxalé e Mansambo, dez 1971 / abr 1974)


1. Mensagem do  nosso grã-tabanqueiro nº 2,  Sousa de Castro [ ex-1º Cabo Radiotelegrafista, António Manuel Sousa de Castro, Viana do Castelo], com data de ontem:

Coube-me de vos dar a notícia do falecimento de mais um camarada que trilhou os caminhos da guerra na Guiné, desta vez foi o Fidalgo. Soube da notícia da sua hospitalização pelo nosso camarada e amigo Lúcio (Vizela) [, ex-1.º cabo Lúcio Damiano Monteiro da Silva], no dia 3 de abril, informando-me da gravidade da situação.

Hoje recebi telefonema de seu filho, dando-me conta de que seu pai padecia de um tumor no fígado com ramificações nos pulmões, doença que escondeu ao máximo para que a sua família não se apercebesse: desencarnou no dia 4 de abril e foi sepultado no dia 5, no cemitério da freguesia de Coimbrões – Vila Nova de Gaia.

Em meu nome pessoal e de toda a CART 3494, apresentei aos familiares, sentidas condolências e que sua alma descanse em Paz.


 Augusto Vieira Fidalgo e sua esposa num dos convívios anuais do pessoal da CART 3494

Texto e fotos: Sousa de Castro (2018)


Quem era o Fidalgo?

Lembro-me (, se a memória não me atraiçoa,) que o Fidalgo, para além de ser um soldado disciplinado, exerceu funções de professor das crianças no Enxalé, também foi o autor da publicação da “Hsitória da Unidade BART 3873: CCS, CART 3492, CART 3493 e CART 3494".

Participou praticamente em todos os convívios que a CART 3494 realizou. Foram até ao momento 32. Exercia como sua última actividade, industrial de Taxis no Porto.

6 abr 2018
SdC
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Nota do editor:

Últtimo poste da série >  19 de março de 2018 > Guiné 61/74 - P18435: In Memoriam (311): Joaquim Evónio Rodrigues de Vasconcelos (Funchal, 1938 - Lisboa, 2012): foi comandante da CCAÇ 727 (1964/66) e da CCAÇ 2316 (1968/69)... Foi também poeta e escritor.

Guiné 61/74 - P18496: Os nossos seres, saberes e lazeres (260): Uma visita à casa museu de um grande génio: Leal da Câmara (1) (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70) com data de 23 de Janeiro de 2018:

Queridos amigos,
Sempre considerei Tomás Júlio Leal da Câmara um génio no desenho de humor, levou uma vida fascinante e por razões de saúde da mulher, acolheu-se a um chão saloio, na Rinchoa, aquela casa museu é impressionante, espelha o seu talento transbordante, incluindo o mobiliário que desenhou e que se vendeu por muitas casas, tive a felicidade de todas as semanas me sentar numa sala de jantar que ele concebeu, era a casa dos meus padrinhos.
Tivemos três grandes desenhadores de humor que triunfaram fora de portas: Leal da Câmara, Emmerico Nunes e Vasco.
Dá gosto visitar esta casa museu, deferentemente conservada, sentir a atmosfera e lavar os olhos no museu onde estão exemplos concludentes de um desenhador a quem Paris abriu todas as portas, convém recordar que uma revista como L'Assiette au Beurre, onde ele desenhou as capas, era o topo das publicações humorísticas à escala europeia do seu tempo.

Um abraço do
Mário


Uma visita à casa museu de um grande génio: Leal da Câmara (1)

Beja Santos

Tudo começou na Feira da Ladra, deparou-se-me o livro “Ambições”, de Ana de Castro Osório, capa de Raquel Roque Gameiro. A memória prontamente remeteu para Leal da Câmara, protegido da escritora, inclusivamente afilhado de casamento. E daí memória viajou para casa dos meus padrinhos, em cuja sala de jantar primava o mobiliário que o nosso génio do desenho de humor da primeira metade do século XX concebeu, e móveis similares se podem encontrar na casa museu, situado na Rinchoa, no termo de Sintra, onde viveu desde os anos 1930 até à sua morte, em 1948. Meu dito meu feito, nesta mesma tarde vou matar saudades e ver alguns dos melhores desenhos de humor alguma vez feitos pelo talento português. Dito e feito.



Este aparador de sala de jantar, em exibição na Rinchoa, é luxuriante, típico da conceção de mestre de Leal da Câmara, com as ferragens em forma de coração, aquelas saliências pontiagudas e a pintura sobre vidro. Em casa dos meus padrinhos era diferente, enorme mesa de sala de jantar para 12 pessoas, dois armários junto à janela e numa das paredes um género de sofá tendo no meio um belíssimo vidro pintado com uma vista de Sintra. Dizia-me o meu padrinho que tinha ido com o pai dele a uma feira, mostrara-se maravilhado com aquela mobília, o industrial Agostinho Fernandes não se fizera rogado, comprara para o catraio todo o jogo da sala de jantar que ficara em armazém até aos esponsais. Tive pois a dita de conviver com este conjunto de Leal da Câmara até os meus padrinhos fecharem os olhos.




Consta da biografia deste génio que andou no curso de Agronomia e Veterinária, trocou-o pela profissão de jornalista, tinha um desenho acerado, fez do rei D. Carlos um bombo de festa, para fugir à captura judicial partiu para Espanha, onde também teve amargos de boca com as imagens que produziu da rainha Cristina, seguiu para Paris, tornou-se num dos mais famosos desenhadores de humor, todas as portas se lhe abriram a começar por aquela publicação de nomeada europeia L’Asiette au Beurre. Veio a guerra, regressou a Portugal, foi professor de desenho no Norte e em 1920 foi colocado na Escola Industrial de Fonseca Benevides, onde ensinava lavores femininos. Casa nesse ano com Júlia de Azevedo, Ana de Castro Osório apadrinha-os, em 1923 o casal vai para o campo, D. Júlia precisava de bons ares, compram uma casa saloia que vão aprimorar. Aqui estamos, por aqui deambulou o génio, aqui estão os seus sinais de vida, patentes na ornamentação. Dá gosto andar aqui à volta, tentar perceber as intervenções de alguém que sabia mais do que desenhar.





Primeiro o exterior, houve grandes obras de beneficiação em 1965, quando D. Júlia doou a casa à Câmara Municipal de Sintra com o encargo de nela funcionar um pequeno museu. Doou praticamente todo o recheio da casa, pinturas, gravuras, desenhos, aguarelas, guaches e a documentação do artista. Em 1992 houve obras de restauro e recuperação integral do edifício, mestre Leal da Câmara concebera um jardim estilo francês, não o viu nascer mas ele cá está, a recuperação é que conta e o bom gosto que preside a toda esta conservação do seu devoto zelador, Élvio Melim de Sousa, para que conste.


Um ano antes de falecer, Leal da Câmara fez uma série dedicada aos aliados vitoriosos, tenho sérias dúvidas que o generalíssimo Estaline tenha sido exibido em público e muito menos publicado em revista ou jornal. Confesso que desta série é Winston Churchill quem mais me empolga, pela economia do traço, naquelas escassas linhas estão todos os sinais iconográficos, o lacinho, a cartola, o charuto, as feições de bulldog carregadas de energia e dois olhos faiscantes sob pálpebras pesadas. Magnífico!

(Continua)
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Nota do editor

Último poste da série de 24 DE MARÇO DE 2018 > Guiné 61/74 - P18455: Os nossos seres, saberes e lazeres (259): Em Bruxelas, para comemorar 40 anos de uma amizade (8) (Mário Beja Santos)

Guiné 61/74 - P18495: Parabéns a você (1415): António Rocha Costa, ex-Alf Mil Op Esp da CCAV 2539 (Guiné, 1969/71); Fernando Manuel Belo, ex-Soldado Condutor Auto do BCAV 8323 (Guiné, 1973/74) e Mário de Azevedo, ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 6 (Guiné, 1970/72)



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Nota do editor

Último poste da série de 6 de Abril de 2018 > Guiné 61/74 - P18490: Parabéns a você (1414): Joaquim Mexia Alves, ex-Alf Mil Op Esp da CART 3492, do Pel Caç Nat 52 e da CCAÇ 15 (Guiné, 1971/73)

sexta-feira, 6 de abril de 2018

Guiné 61/74 - P18494: Efemérides (272): No Centenário da Batalha de La Lys, homenagem aos Combatentes do Concelho de Barcelos (Manuel Luís Lomba)

1. Mensagem do nosso camarada Manuel Luís Lomba (ex-Fur Mil da CCAV 703/BCAV 705, Bissau, Cufar e Buruntuma, 1964/66) com data de 29 de Março de 2018:

Olá, Carlos. 
O Grupo Alcaides Unidos, associação de que sou presidente, vai celebrar o Centenário da Batalha de La Lys no dia 8 de Abril de 2018.
Programa anexo. 

Abraço
Manuel Luís Lomba


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Nota do editor

Último poste da série de 1 DE ABRIL DE 2018 > Guiné 61/74 - P18475: Efemérides (271): A minha Páscoa no mato, há 45 anos (José Claudino da Silva, ex-1º cabo cond auto, 3ª CART / BART 6520/72, Fulacunda, 1972/74)

Guiné 61/74 - P18493: (D)o outro lado do combate (25): Jorge Araújo, "adesão" dos blufos balantas ao PAIGC? ... Eu diria antes que eles foram empurrados para os braços do Amílcar Cabral, devido ao terror provocado pelo bombardeamento indiscriminado das suas tabancas, pelas NT, nos anos 1962/63... (Cherno Baldé)


Excerto da lista das FARP emitida pelo organismo de Inspecção e Coordenação do Conselho de Guerra do PAIGC - Sector de Cubisseco de Baixo. Bigrupo comandado por Quintino Gomes (n=34). Fonte: Arquivo Amílcar Cabral / Casa Comum / Fundação Mário Soares.

Comentátios so poste P18487 (*):



I. Tabanca Grande Luís Graça:

Se esta ficha de inspeção e coordenação do Conselho de Guerra das FARP / PAIGC corresponde efetivamente ao Bigrupo do Cmtd Quintino Gomes, ficamos a saber mais o seguinte:

(i) o bigrupo tinha 34 elementos (a ficha não está datada, o que é um pena, mas deve ser de c. 1966):

(ii) era a seguinte a composição do bigrupo: 1 comandante, 1 comissário político, 2 chefes de grupo, sendo os restantes elementos atiradores e assaltantes:

(iii) só 7 eram casados (20,6%) e, pelos apelidos, a maioria seria balanta, seguida dos biafadas e mandingas:

(iv) só encontro, assim de repente, um tipo do leste, de Bambadinca, o nº 24, mas pelo nome é balanta...

Talvez o nosso assessor, o Cherno Baldé, nos possa dar aqui uma mãozinha... Não encontro nomes fulas...

PS - Cherno, meu querido assessor, além de irmãozinho:

Quando (e se...) puderes, dá uma vista de olhos a este poste do Jorge Araújo sobre a composição sociodemográfica do bigrupo do Quintino Gomes...

Pelos nomes, filiação e local de nascimento, podes tentar descobrir se há algum fula?... A mim pareceu-me que não...

E já agora o Quintino Gomes seria de que etnia?... E o Mário Mendes?... Ambos morreram em 1972...

Queres ainda comentar o facto do PAIGC recrutar "putos" de 14, 15, 16 anos?!.. Na nossa tropa, o "mancebo" podia ter 16 anos, idade mínima legal para se alistar na tropa (caso do "puto" Umaru Baldé, da CCAÇ 12, e outros...).


II. Cherno Baldé (Bissau), nosso assessor para as questões etnolinguísticas:

Caro amigo Luís,

Antes de mais, as minhas felicitações ao Jorge pelo empenho, pela curiosidade de olhar para o "outro lado" e pelas informações que nos tem fornecido sobre aspectos muito úteis da guerra colonial ou de libertação.

Quanto aos elementos solicitados sobre a pertença étnica, o que salta logo a vista é que não há elementos do grupo etnolinguístico Fula. De seguida, o grupo seria constituído em cerca de 70% de Balantas, pouco mais de 17% de Beafadas e um numero residual de Mandingas (2), Nalus (1), Mancanhe (1) e provavelmente Papel (O Cmdt do Bigrupo Quintino Gomes), que de todos é o mais difícil de identificar porque é o único com nome completo de assimilado. Tem no entanto, uma particularidade interessante que é o nome do pai (Amisson), quer dizer "Sozinho", que entre os assimilados crioulos (Cristãos), significa orfandade ou o facto de ser filho único da parte da mãe, provavelmente.

O Quintino tanto podia ser da etnia Manjaca como Papel, eu decidi, por pura intuição, que devia ser da etnia Papel, mas o facto de ter nascido em Empada dá-lhe uma possibilidade grande, também, de ser filho de Manjacos que emigraram para o sul alguns anos antes da guerra à procura de terras de cultivo. Portanto o caso do Quintino fica em aberto.

PS - Eu compreendo o Jorge que, para a análise, utiliza a variavel "adesão" [ao PAIGC] no ano tal [. c. 1962/63,] mas ns realidade, muitos daqueles jovens foram empurrados para a guerrilha devido ao erro estratégico do exército português em bombardear e queimar as suas aldeias de forma indiscriminada, logo no início da guerra...

Mais que adesão?!... Eles foram obrigados a escolher um dos lados e o PAIGC soube aproveitar bem o conhecimento que tinha do terreno e das suas capacidades de resiliência física e mental.

Um abraço amigo,
Cherno AB
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Nota do editor:

Último poste da série > 5 de abril de 2018 > Guiné 61/74 - P18487: (D)o outro lado do combate (24): estudo sociodemográfico: o caso do bigrupo do cmdt Quintino Gomes (1946-1972) (Jorge Araújo)

Guiné 61/74 - P18492: Notas de leitura (1055): Os Cronistas Desconhecidos do Canal do Geba: O BNU da Guiné (29) (Mário Beja Santos)

Imagem que encontrei no Arquivo Histórico do BNU referentes à documentação da empreitada de dois pavilhões para os trabalhadores do BNU em Bissau


1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 30 de Novembro de 2017:

Queridos amigos,
É o mais inusitado dos relatórios, este com data de 1940, parece que se trocaram as posições, o gerente de Bissau escreve com a vibração do alto representante do Estado na colónia. Envia para o BNU de Lisboa um documento que supera as 100 páginas, falando das instituições bancárias existentes, das colheitas das obra e do movimento dos portos, da vida económica e financeira dos municípios, vias de comunicação, o preço médio local dos géneros alimentícios, quais as indústrias locais, serviços públicos, transportes, listagens das autoridades, ramos de negócio, estado da Fazenda Pública...
Por vezes mordaz e sardónico, desmistifica a pacificação dos Canhabaques, que ele classifica como farsa, lembra que há agitação para os lados do Gabu, e não contém a sua prosa moralística, isto a propósito do monumento erigido nesse ano de 1940 para glorificar a pacificação dos Canhabaques falando em indignidade e impudor, não escondendo o seu pasmo como não vão parar à cadeia estes ofensores da política de verdade que orientava o país.

Um abraço do
Mário


Ilustração de Bernardo Marques publicada no Anuário da Guiné, edição de 1946, coordenada por Fausto Duarte


Os Cronistas Desconhecidos do Canal do Geba: O BNU da Guiné (29)

Beja Santos

Olhando para a documentação disponível no Arquivo Histórico do BNU referente a esta época, salienta-se a existência de um conflito entre os responsáveis do BNU em Bissau e Bolama, o de Bissau tem consciência dos seus poderes, o de Bolama, mesmo ciente da mudança da capital, responde grosseiramente ao funcionário mais categorizado. E temos a guerra, com as suas diferentes flutuações, as colónias francesas ao tempo do governo de Vichy e depois, em 1943 a chegada dos norte-americanos e britânicos em força ao Norte de África. Em 1941, o novo governador é Ricardo Vaz Monteiro, traz como primeira missão proceder à transferência do governo de Bolama para Bissau, seguir-se-á paulatinamente a vinda para a nova capital das outras repartições públicas. É um período atribulado, de carestia, de alta de preços e perda de poder de compra, as reclamações do funcionalismo são incessantes. Recorde-se que já o relatório de 1940 da agência de Bissau apontava para o estado calamitoso da filial de Bolama, com os seus pesados prejuízos anuais, o número de comerciantes minguava, ainda se acreditava em Bolama numa certa reanimação dada pelo transporte aéreo, será sol de pouca dura, a Pan-Am abandonará Bolama em 1945 quando os hidroaviões estiverem ultrapassados. O BNU em Bissau suspirava pela extinção da delegação de Bolama, para evitar mais prejuízos.

Este relatório de 1940 traz uma verdadeira novidade que é uma análise detalhada das instituições bancárias existentes, merece a nossa atenção:

“Desde Janeiro de 1903 em Bolama e em Junho de 1917 em Bissau que se fundou na Guiné o Banco Nacional Ultramarino, única entidade que vem exercendo o comércio bancário.
Não fica mal, hoje, a tanto ano já de distância daquelas para que o mais modesto gerente desta instituição preste, neste seu modesto trabalho, o seu preito de homenagem ao homem que teve a visão plena de estabelecer a indústria bancária portuguesas nas terras do ultramar português, prevendo o futuro enorme que as nossas colónias teriam desde que esse desenvolvimento fosse tão eficaz quanto elas careciam. Referimo-nos a Francisco de Oliveira Chamiço e não esqueço o nome ilustre também de José da Silva Mendes Leal, o estadista que promulgou a Carta de Lei de 16 de Maio de 1864.
É pois, o Banco Nacional Ultramarino o único banco estabelecido na colónia, em Bolama e em Bissau.

A existência da filial de Bolama, há anos já, encontra a sua justificação apenas em funcionar nela a “caixa do tesouro” que será transferida para Bissau logo que aqui passe a funcionar a direcção de serviços de fazenda. Tem sido esta a razão apresentada para não se fechar Bolama. Mas, na realidade, não é razão de peso. Há anos que é na agência de Bissau que entra o grosso das receitas do Estado. Basta dizer-se que, de toda a organização administrativa da colónia, apenas as administrações de Buba, dos Bijagós e a da própria Bolama, ou seja, aquelas que movimentam menos volume de dinheiro, ali fazem os seus depósitos. Os importantíssimos depósitos das administrações, Gabu, Bissau, Cacheu e Mansoa, entram todos em Bissau. E as receitas alfandegárias mais importantes da colónia são cobradas em Bissau, é na agência de Bissau que entram também.
Bissau é a vida da colónia.

Bolama, capital da colónia desde 1879, e que foi adquirida para a coroa portuguesa em 1828, por doação feita pelos gentios Bijagós (Canhabaques) ratificada em 1837, tendo tomado posse dela Honório Barreto, será, hoje, uma múmia recordativa dos tempos passados a que, por amor real, ou por interesse pessoal, ainda estão agarrados alguns velhos fanáticos – sem dúvida respeitáveis – mas cuja opinião pouco vale nem conta já para se evitar que a capital da colónia seja em Bissau.
Até há pouco tem havido quem, conscientemente, tenha feito bastante para que a capital se mantenha em Bolama e só a um ritmo de conta-gotas se têm passado para Bissau os serviços de: Justiça, Obras Públicas, Cadastro, Correios e Telégrafos, Saúde, Agronomia e Veterinária, Marinha e os Aduaneiros. As gentes de Bissau têm visto reduzidos os vastos prejuízos que resultavam de ter que andar constantemente a caminho de Bolama, para tratarem de qualquer assunto oficial, por vezes de mínimo valor”.

Infletindo o escopo das suas considerações, passa a discretear sobre a agricultura, referindo que a “Repartição Técnica dos Serviços Agrícolas, Florestais e Pecuários” pesa enormemente no orçamento da colónia, mas que é uma verba insuficiente para as reais necessidades, contudo demasiada em relação ao benefício que a colónia recebe devido à péssima organização dos serviços. E espraia-se em considerações:

“A Guiné poderia ser um inesgotável reservatório dos seus naturais produtos. Mas não há modernização, são tudo actividades tradicionais, feitas pelos indígenas, estes continuam a ser os únicos agricultores e produtores sem terem a menor assistência de dinheiros, de alfaias, de sementes ou de ensinamentos. Fazem o que se fazia há centenas de anos e como sempre viram fazer.
Como não observamos nenhum fenómeno climatológico que bendizesse ou prejudicasse as culturas; como não ouvimos falar que os indígenas semeassem menos este ano, somos naturalmente levados a pensar que as colheitas de 1940 serão, pouco mais ou menos, o que foram as de 1939.

O único fiel que vem servindo de base ao cômputo da produção é a exportação. Fiel sem confiança porque, para a merecer, a ele se precisa de adicionar o que se consome na própria colónia e o que sai deduzindo-se o que, em contrabando também, entra. Anos há em que as circunstâncias de momento trazem uma invasão de centenas ou mesmo de milhares de toneladas de produtos que em contrabando do ‘chão francês’ vêm a ser acusados na exportação. Na campanha da mancarra de 1940/1941, por motivos resultantes da guerra, é natural que entre muita mancarra francesa, tanto mais que há um certo retraimento nos compradores”. E lança uma farpa: “Em Bissau continua a Casa Gouveia na altura da campanha da mancarra fazendo transferência ilícitas, como sempre tem feito”.

Entende o gerente dar agora um quadro das obras públicas, fala da ponte-cais de Bolama e da ponte-cais de Bissau, neste caso é minucioso:

“A ponte-cais de Bissau já começou a cair aos bocados, principalmente no lado sudoeste da testa. Já nem lhe é permitido o acesso de veículos e não permite a atracação de vapores. Tinha duas escadas laterais, de acesso, do mar ao piso de trânsito. Uma delas caiu quando se procedia a um desembarque de passageiros de um escaler e só a um mero acaso se ficou devendo não ter resultado uma desgraça. A outra escada, já partida, também ameaça cair. A velhíssima ponte-cais do Pidjiquiti, em Bissau, está arruinada. Parte do paredão a Este já caiu há anos. Deste cais, resto de um velho fortim colocado fora do recinto das antigas fortificações, já se dizia e escrevia em 1852 que estava abatido e rachado e que pouco tardava para que não caísse. Pois é este velho cais que em 1940 está abatido e a ameaçar cair, tudo quanto serve para o serviço geral de passageiros e de carga e descarga. Para o movimento de passageiros, uma escada velha, gasta e escorregadia, de difícil acesso nas marés baixas e uma parede de uns metros de comprimento e de uns 50 centímetros de altura, por onde se faz o vai-vém de pretos e brancos dando lugar, por vezes, a cenas de cabeça fraca e a vertigens. De admirar é que não se tenha registado algum desastre. Mesmo esta parede, durante longos meses, ostentou um enorme e profundo buraco, mesmo no meio do pavimento de trânsito. Em boa hora Sua Excelência o Governador Viegas intimou os subordinados de Bissau a fazerem uma espontânea manifestação de simpatia que ia até à entrega das chaves da cidade. À pressa, tapou-se então o enorme buraco para se evitar acidentes e para que o povo da cidade não assistisse à cómica cena de ver o seu governador a passar o buraco a quatro pés para vir receber o avantajado taco de madeira que fazia de chave de Bissau. Triste citação é esta que nos envergonha tanto a estrangeiros como a nós próprios. Como podem carregar-se e descarregar-se, num cais sem espaço nem condições, os milhares e milhares de toneladas de importação e exportação geral da colónia e muitas dessas toneladas têm que passaram em tal cais? Não só muitíssimo e acanhado espaço mas ainda a localização contribuiu para as tão grandes dificuldades do tráfego. Na maré cheia, ainda se vão safando as lanchas, mas logo que esta baixe ficam estas totalmente a seco, não se podendo portanto movimentar nem dar lugar à carga ou descarga de outras. Assim, perde-se muito tempo e muitíssimo dinheiro”.

Depois deste olhar cáustico sobre o porto de Bissau, comenta a situação geral. Começa por dizer que a situação é lamentável em todos os outros ‘portos’ e recorda que se fala em rios da colónia que não são mais do que braços de mar. E diz o seguinte: “Tirando Binta, onde os barcos atracam a uma ou duas pontes de cibes que os particulares construíram, e Farim, regra-geral os barcos encostam-se e encalham-se no lodaçal imundo e profundo, numa aberta do tarrafal das margens, e há então um caminho indígena que é tratado como a ‘estrada de acesso ao porto”!
Nada mostra a ação do Estado. Tudo trabalho do particular. Mas quem se servir do “porto” que fez tem que pagar portagem ao Estado como se fosse um castigo por se servir de semelhante porto. E enumera a legislação respeitante a este imposto de portagem, diplomas de 1924, 1933 e 1939.

Quanto a movimento dos portos, refere que não há elementos publicados e os que passa a citar foram-lhe cedidos, a título particular, pelo capitão dos portos. Por motivos da guerra, está reduzida a navegação, deixaram de vir os navios nórdicos que carregavam mancarra para os respetivos países.

Tece novos comentários ao estado das infraestruturas: as obras há tanto tempo prometidas para a construção da ponte do Ensalmá; a ponte do Corubal, há pouco tempo inaugurada, e com o nome de Ponte General Carmona, tinha caído e não se abstém de dizer que a sua construção fora um ato verdadeiramente criminoso, um particular, dono de uma serração no Xitole construíra uma jangada à sua custa e pusera-a à disposição do Estado. Sempre cortante nas suas observações comenta a tal propósito: “Mas o Estado não compra a corda necessária e a jangada vai funcionando puxada por lianas amarradas umas às outras, numa inconsciente falta de noção do perigo, e este é tanto que, da única vez que fomos forçados a aproveitar tal jangada estivemos de um dia para o outro à espera que se arranjasse um momento em que se pudesse atravessar sem haver perigo. E meses são passados e tudo assim continua”. Parece haver perigos por toda a parte. Referindo-se ao local denominado Barro, estrada de Bissorã para a fronteira com o Casamansa, atravessa-se o rio de Farim numa jangada que faz prever muitos riscos, e diz: “A passagem nas vazantes é perigosa e o rio é muito fundo dando passagem no local a navios de cinco mil toneladas. Talvez por assim ser, é costume utilizar nesta jangada corda velha que já oferece perigo nas outras”. Fala na jangada de Bafatá, na jangada do rio Contubo, na projetada ponte do Cumeré, informa que na estrada Bissorã-Canchungo foi bem reparada a ponte e diz que é ali que se situa Braia, lugar histórico onde foram trucidados pelos Balantas, uns 39 homens de cavalaria, mais o seu valente comandante.

Volta-se agora para o transporte aéreo, esclarece que têm continuado os trabalhos no aeroporto de Bolama onde fazem escala os “Clippers” da Pan-Am, que fazem as carreiras postais e de passageiros entre Lisboa e a América, mais dizendo que também se projeta uma nova linha que irá da América do Sul à África do Sul e que iria utilizar o aeroporto de Bolama. Estavam suspensas as carreiras da “Elders Colonial Airways”. No aeroporto de Bolama foi construído um edifício destinado a observatório, constava que tinha muitos defeitos. Já estavam em funcionamento no aeroporto as transmissões radiotelegráficas e em acabamento a montagem das radiogoniométricas. É minucioso no que ao aeroporto diz respeito: que os serviços meteorológicos estão a funcionar; que no porto marítimo foram montadas duas bóias para amaração dos hidroaviões; que estão montados indicadores de vento mas que no aeroporto terrestre faltam instalações para os serviços alfandegários, de correios e saúde, faltando ainda aperfeiçoar as terraplanagens das pistas e iluminar e sinalizar estas.
E continua com o seguinte discurso:

“Têm melhorado um pouco as comunicações telegráficas da colónia e esta estaria hoje bem servida se o estalar da guerra, em 1939, não tivesse interrompido a montagem da estação radioemissora de Bissau. Bissau tem uma estação de onda média, para serviço interno da colónia e tem uma estação de onda curta, apenas com a potência de um quilovátio mas que liga a colónia com a metrópole. Bolama tem uma estação de ondas longas e médias e uma pequena estação de onda curtas. Pelo interior da colónia apenas existe um pequeno posto telegráfico da ilha de Bubaque. Os serviços telegráficos e telefónicos são precisamente os mesmos que existiam há anos e apenas se estendeu mais uma linha, a de Buba a Catió, em 1940”.

(Continua)
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Notas do editor

Poste anterior de30 de março de 2018 > Guiné 61/74 - P18469: Notas de leitura (1053): Os Cronistas Desconhecidos do Canal do Geba: O BNU da Guiné (28) (Mário Beja Santos)

Último poste da série de 2 de abril de 2018 > Guiné 61/74 - P18477: Notas de leitura (1054): Colóquio Internacional "Bolama Caminho Longe" (1) (Mário Beja Santos)

Guiné 61/74 - P18491: Manuscrito(s) (Luís Graça) (141): Soneto para ti, Joana, ao km 40 da tua autoestrada da vida


Soneto para ti, Joana,
ao km 40 

da tua autoestrada da vida


[foto à esquerda: Joana Graça, psicóloga, ilustradora e artista plástico, além de  contadora de estórias de se lhe tirar o chapéu; página do Facebook aqui]





Feita em julho de setenta e sete,
Para em plena primavera nasceres,
Tinhas olhos de amêndoa do Tibete,
E ordem para cresceres e viveres.

Joana, entras agora nos entas,
Troço da estrada da serenidade,
Parabéns, e vê lá se te aguentas
Até p’lo menos aos cem de idade.

Visto o teu filme em retrospectiva,
P’la fada Oriana foste fadada,

Mulher irrequieta mas criativa.

Filha querida e sempre bem amada,Não te falte a saúde e o talento
Para viver a vida a cem por cento.



Com uma lagrimazinha ao canto do olho,
os teus pais, que são ternos mas não eternos…
Alice e Luís

Alfragide, 6 de abril de 2018, 10h30

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Guiné 61/74 - P18490: Parabéns a você (1414): Joaquim Mexia Alves, ex-Alf Mil Op Esp da CART 3492, do Pel Caç Nat 52 e da CCAÇ 15 (Guiné, 1971/73)

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Nota do editor

Último poste da série de 4 de abril de 2018 Guiné 61/74 - P18482: Parabéns a você (1413): Agostinho Gaspar, ex-1.º Cabo Mec Auto do BCAÇ 4612/72 (Guiné, 1972/74); António Dias, ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 2406 (Guiné, 1968/70); Hernâni Acácio Figueiredo, ex-Alf Mil TRMS do BCAÇ 2851 (Guiné, 1968/70) e José Eduardo Reis Oliveira, ex-Fur Mil Enf da CCAÇ 675 (Guiné, 1963/65)