quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Guiné 63/74 - P13620: Memória dos lugares (273): Ganjola, destacamento de Catió, na margem direita do Rio Ganjola, vista pelo saudoso Victor Condeço (1943-2010), ex-fur mil mec armamento, CCS / BART 1913 (Catió, 1967/69)...Foi também lá que tombou, em combate, em 23/1/1965, o lourinhanense José António Canoa Nogueira (sold, Pel Mort 942 / BCAÇ 619, Catió, 1964/66)


Foto 6 >  CCS / BART 1913 (Catió, 1967/69) > Destacamento de Ganjola (*).  O fur mil  Victor Condeço em foto para a família com menina mestiça.


Foto 5 > CCS / BART 1913 (Catió, 1967/69) > Destacamento de Ganjola. Meninos filhos de habitantes, os mestiços eram irmãos e dizia-se entre a tropa, que eram filhos do proprietário, o sr. Brandão. Vista parcial dos edifícios.


Foto 5> > CCS / BART 1913 (Catió, 1967/69) > Destacamento de Ganjola. Por menor dos meninos filhos de habitantes locais, dois deles irmãos, os mestiços.


Foto 4 > CCS / BART 1913 (Catió, 1967/69) > Destacamento de Ganjola. As instalações que eram do Sr. Brandão que vivia em Catió, eram compartilhadas pela tropa e por uns poucos civis, duas famílias.  Na foto, o fur.mil Pires:  de visita, aproveitou foi ao barbeiro.


Foto 3 > CCS / BART 1913 (Catió, 1967/69)  > Rio Ganjola na cambança para o Destacamento, o militar em primeiro plano é o Srgt  Gaio, do Pelotão de Morteiros 1209.



Foto 2 > CCS / BART 1913 (Catió, 1967/69) > Rio Ganjola vendo-se na margem direita o Destacamento de Ganjola Porto,  na foz do rio Canlolom. O destacamento tinha uma guarnição fornecida por Catió, ao nível de um pelotão, a área ocupada era menor que meio campo de futebol. [este destacamento foi abandonado pelas NT na segunda metade de 1968]



Foto 2A > CCS / BART 1913 (Catió, 1967/69)  > Pormenor da foto anterior (2). Ganjola Porto era apenas um grande edifício à beira rio, que servia de habitação e entreposto de comércio, nas traseiras deste, uma outra pequena edificação era a cozinha. O resto era os postos de sentinela e defesa, tudo circundado por uma paliçada e arame farpado. O poço era fora do arame farpado a pouca distância.


Foto 1 >  CCS / BART 1913 (Catió, 1967/69)  > Rio Ganjola visto da margem esquerda, junto da cambança para o Destacamento de Ganjola Porto. Distava cerca de 5 km do centro de Catió para Norte.

Fotos do álbum do ex-fur.mil mec armamento,  CCS / BART 1913 (Guiné, Região de Tombali, Catió, 1967/69), o saudoso Victor Condeço (1943-2010), natural de (ou residente, até à sua morte, em) Entroncamento.


Fotos (e legendas) de Catió: Victor Condeço (1943/2010) / © Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2007). Todos os direitos reservados


José António Canoa Nogueira
(1942-1965)
1. Temos poucas referências (cerca de uma dezena) ao destacamento de Ganjoja, a nordeste de Catió. Por lá passaram alguns camaradas nossos, como o então cap art Alexandre Coutinho e Lima, que fez a sua primeira de três comissões no TO da Guiné, como comandante da CART 494 (Gadamael, 1963/65). Ou o Horácio Fernandes, ex-alf mil capelão, CCS/BART 1913 (Catió, 1967/69) que visitou Ganjola 8e que esteve em Catió com o Victor Condeço..

Ganjola é o primeiro topónimo que me fica gravado a ferro e fogo, na minha memória, quando eu já tinha os meus dezoito anos... Dirigia o jornal regionalista "Alvorada" quando soube da morte do primeiro lourinhanense em terras da Guiné, e fiz 3 meses tarde a notícia do seu funeral. 

Por sinal, ele era meu primo em 3º grau,  o José António Canoa Nogueira. Era sold do Pel Mort 942 / BCAÇ 619 (Catió, 1964/66). Morreu em Ganjola, em 23/1/1965. Tinha 23 anos (nascera em 11/1/1942, na vila da Lourinhã). O seu pai, o primo Nogueira, primo direito da minha mãe, ficou destroçado, nunca mais fo o mesm,o homem. Tem duas irmãs que eu já não conheço. Creio que uma está emigarada (nos EUA ou no Canadá).

Publiquei, em 23/5/1965, no jornal, quinzenário, "Alvorada", a última (ou uma das últimas cartas que ele terá escrito antes de morrer. Já a republiquei na I Série do nosso blogue, em poste de 8/9/2005. Continuam a ser memórias (algumas, dolorosas) daquela  terra e daquela guerra (***).

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Notas do editor:

(*) Vd. poste de 17 de setembro de  2014 > Guiné 63/74 - P13617: O meu baptismo de fogo (27): Às 16H45 do dia 17 de Setembro de 1963, o IN atacou o que iria ser o futuro aquartelamento de Ganjola (Coutinho e Lima)

(**) Último poste da série > 23 de julho de  2014 > Guiné 63/74 - P13433: Memória dos lugares (272): Espectáculos em Galomaro no tempo do BCAÇ 2912 (1970/72) (António Tavares)

(**) Vd, I Série > 8 de setembro de 2005 > Guiné 63/74 - CLXXXI: Antologia (18): Um domingo no mato, em Ganjolá

(...) Um domingo no mato

Aqui, Ganjolá, Guiné, 10-1-1965

Mesmo no sul da Guiné, pequeno destacamento militar presta continência à Bandeira Verde-Rubra que sobre o mastro fica brilhando ao sol. E que linda que é a nossa bandeira; e é tão alegre, tão garrida, só olhá-la nos faz sentir alegria e também emoção; alegria de sermos portugueses e emoção por estarmos cá longe para a defender. Embora assim perdida no mato, a bandeira, brilhando, afirma que aqui também é Portugal.

Em volta, meia dúzia de barracas verdes, o nosso aquartelamento, a única nota de civilização nesta imensa planície. Muito ao longe, quase perdidas no mato e no capim, algumas palhotas indígenas; de resto, tudo é solidão. Somos soldados de Infantaria e por isso o nosso trabalho é fazer operações em qualquer parte do mato.

Aqui não há escolas e as igrejas não têm paredes; o tecto é o céu. Em toda a parte se reza e tudo nos incita à oração. Deus está em toda a parte e ouve-nos.

Hoje é domingo, dia de descanso, não se trabalha, mas distracções também não há. Alguns vão à pesca ou à caça; outros, deitados debaixo das enormes árvores, dormem e pensam nas suas terras e famílias distantes, mas pertinho do coração. Como são diferentes aqui os divertimentos nos domingos.

Dois soldados vão todos os dias à caça; por isso, fome não há. Temos carne com abundância, mas falta tanta coisa!... Ei-los que chegam com tenros cabritos e gazelas e logo enorme fogueira crepita alegremente. Esfolam-se os animais e lava-se a carne; a água não falta, embora para se beber seja preciso enorme cuidado. Prepara-se um espeto para se assar a carne. Espalha-se então o cheiro da carne assada pelo pequeno acampamento. Está a refeição preparada; troncos de árvores, caixotes vazios, servem de mesa e de cadeiras.

Todos se servem. A refeição é pouco variada: apenas carne assada e pão. O vinho também é pouco, mas dividido irmãmente dá para todos; que bem que sabe uma pinguita com este almoço!...

Bebia-se mais mas não há, paciência… O improvisado cozinheiro faz enormes quantidades de café. Todos enchemos os copos de alumínio e bebemos alegremente. Acaba a refeição; por fim, alguns macacos, meio domesticados, que por aqui andam, aproximam-se e reclamam a sua parte.

É assim um domingo no mato. Depois de explanar esta ideia, termino. Despeço-me com o mais ardente desejo de a todos vós abraçar brevemente, fazendo preces ao Senhor para que tenhais saúde e boa sorte. Vosso amigo que respeitosamente se subscreve, todo vosso.

José António Canoa Nogueira.
Soldado nº 2955/63
SPM 2058. (...)


Guiné 63/74 - P13619: Convívios (628): Rescaldo do almoço/convívo do pessoal da CART 6254/72, levado a efeito no passado dia 13 de Setembro em Espinho (Manuel Castro)

1. Mensagem do nosso camarada Manuel Castro (ex-Fur Mil Mec Auto da CART 6254 (Os Presentes do Olossato), Olossato, 1973/74), com data de 16 de Setembro de 2014:

ALMOÇO/CONVÍVIO DO PESSOAL DA CART 6254

ESPINHO - 13 DE SETEMBRO DE 2014

A CART 6254, que esteve no Olossato entre Março de 1973 e Julho de 1974, realizou, no passado dia 13 de Setembro de 2014, o seu 6.º almoço/convívio.

O programa iniciou-se, junto ao memorial dos combatentes, no quartel do Regimento de Engenharia 3, em Espinho, com uma cerimónia em homenagem aos camaradas que tombaram em combate.
Para o efeito o Sr. Comandante do Regimento disponibilizou as instalações e uma pequena força militar devidamente comandada pelo Sr. Alferes Oficial de Dia à Unidade.
A cerimonia terminou com a deposição de uma coroa de flores no memorial.
De seguida, foi celebrada uma missa em memória dos ex combatentes já falecidos.

Terminadas as cerimonias, no RE 3, o grupo seguiu para o restaurante onde almoçou e passou o resto da tarde partilhando memórias e acrescentando mais algumas peças ao puzzle da história da companhia.

Estiveram presentes no evento 30 ex-combatentes e 49 familiares.
Saiu toda a gente muito bem disposta e com a vontade de, anualmente, repetir o acontecimento que se realiza no segundo Sábado de Setembro de cada ano.




Manuel Castro
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Nota do editor

Último poste da série de 16 de Setembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13615: Convívios (627): Rescaldo do Encontro do pessoal da Magnífica Tabanca da Linha, ocorrido no passado dia 11 de Setembro de 2014 (José Manuel Matos Dinis e Manuel Resende)

Guiné 63/74 - P13618: Biblioteca em férias (Mário Beja Santos) (8): Notas soltas de viagem em Inglaterra, Maio-Julho de 2014

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 20 de Agosto de 2014:

Queridos amigos,
Não sei como os outros fazem, regresso de qualquer viagem ajoujado de papelada de variada espécie, em muitos casos é tudo metido num saco de plástico e nas circunstâncias de uma mudança eventualmente haverá uma rememoração de tudo quanto se viu, ou quase. Neste mundo em que vivemos emulsionados em imagens, achei fazer tudo o sentido recapitular alguma dessa papelada e expô-la aqui, estes foram os sentimentos vividos, nestes momentos coincidentes com estas imagens era este o meu estado de alma, era assim a alegria do viajante. E que no caso de Inglaterra está sempre pronto a regressar, tudo aquilo tem caráter, tal como estes materiais vão para um saco de plástico, vale sempre a pena revisitar.

Um abraço do
Mário


Biblioteca em férias (8)

Notas soltas de viagem em Inglaterra, Maio-Julho de 2014

Beja Santos

Não é novidade para ninguém que vivemos numa sociedade de hiperconsumo onde as imagens, a estética e o entretenimento em geral nos estilizam e padronizam. O viajante tira fotografias, compra álbuns, aqui e acolá saca brochuras, às tantas regressa com um saco cheio que inevitavelmente irá parar a certas caixas que jamais voltarão a ser consultadas, ou quase.

No campo das imagens, é quase sempre intolerável ter que selecionar: o que nos sensibiliza a fundo, as recordações afetivas, a sedução daquela paisagem, as alegrias que se viveram naquela hora, por exemplo, e sabemos todos nós que o se vê de manhã não é o que se vê à tarde, o mesmo se passa com as estações do ano e com uma coisa sobre a qual não filosofamos muito, o chamado estado de espírito. A que propósito vem este arrazoado? É que já estive em Oxford, em Faringdon, já lhes teci hossanas, e cheio de convicção. Mas tenho aqui material solto, que me é prazenteiro, estamos em férias, permitam-me que vos fale dele, antes de continuar a viagem por outras paragens.

Primeiro, este espantoso celeiro a poucas milhas e Faringdon, conhecido por Great Coxwell Barn, vem do tempo do rei João, data de meados do século XIII, pertenceu à Abadia de Beaulieu. Sempre que venho a Faringdon, rumo até esta construção austera, estou absolutamente convicto que o Siza Vieira partilharia da minha admiração. Tentei vezes sem conta uma boa imagem, saía tudo truncado. Por isso recorro ao postal do National Trust, uma fundação nacional do património reconstruído e paisagístico. O monumento é rigorosamente aquele que eu amo, o azul envolvente nunca o vi, deve ser um toque de artista para relevar o ebúrneo daquela pedra talhada para guardar cereais, silo precioso para proteger os cereais na longa invernia. Não é uma beleza?


Segundo, deixo-vos algumas reminiscências de Oxford. O grande museu da cidade é o Ashmolean, visito-o para me reencontrar com os Pré-Rafaelitas, há para ali dádivas solenes, desde preciosidades egípcias até às vestimentas que o coronel Lawrence usou nas guerras do deserto, onde se cobriu de glória. Estava então patente uma exposição sobre Cézanne e seus contemporâneos, quadros pertencentes à famosíssima coleção Pearlman. Sempre apreciei o figurativismo de Amedeo Modigliani e gostei de conhecer este retrato de Jean Cocteau, pintado entre 1916 e 1917, dou-me bem com estas formas adelgaçadas, os tons carmins e alaranjados a contrastar com a fatiota acinzentada e um fundo que até pode lembrar a pintura cubista. E, sabe-se lá porquê, lembrei-me do nosso Amadeu Souza Cardoso com quem Modigliani conviveu, em cuja casa se aboletou, em cujo estúdio trabalhou. É revoltante pouco se falar desta ligação de dois artistas ímpares, há bem dez anos visitei em Paris uma exposição no museu de arte contemporânea da cidade dedicado à primeira escola de Paris, só se falava de raspão de Souza Cardoso, não gostei, mais tarde ou mais cedo a verdade virá à tona de água, de há muito que os investigadores sabem como Souza Cardoso era estimado por Modigliani. Viva Amedeo!


Saí do Ashmolean com uma grande vontade de ir visitar lojas de velharias e passear-me por onde se vende música e livros. Dei comigo a olhar esta ponte que liga dois colégios, de há muito que aqui paro, sempre curioso, há nesta construção algo que me lembra a Ponte dos Suspiros, no Palácio dos Doges, em Veneza, é um construção sóbria, uma réplica do renascimento italiano mas cabe bem nesta cidade. Não acham que é verdade?


Já vos falei de que os colégios em Oxford, tal como em Cambridge, têm as suas igrejas e capelas. A mais célebre está em Cambridge, a capela real, com o teto em leque, do tempo dos Tudors, uma obra-prima. Mas esta igreja cuja imagem vos mostro é dedicada à Virgem Maria, faz parte da tradição liberal católica da Igreja de Inglaterra, empolgou-me o cromatismo dos vitrais, espero não vos desiludir.


Um bom acumulador que se preza não deita fora os programas musicais, lembrança dos espetáculos a que assistiu. Fui ouvir no Sheldonian Theatre o Quarteto de Cordas Elias, executaram três quartetos de Beethoven. São aqueles fios de música que nos infundem a vontade de lutar, de deixar o ouvido à escuta a enovelar-se com a gratidão, a vastidão dos mares, o arrebatamento puro. É um bom agrupamento musical e nem me atrevo a compará-lo com os agrupamentos míticos que se podem escutar na temporada musical da Gulbenkian. Soube-me muito bem, a despeito desta histórica sala não ter os requisitos mínimos de conforto e haver até imprevisíveis pontapés nas costas ou pisões de dedos dos pés, tal a estreiteza dos corredores, é claro que tudo isto foi concebido no tempo em que tínhamos estaturas médias e a obesidade e a corpulência eram pouco comuns.


Pronto, estamos a viajar para o Norte, alguém sugeriu que fossemos até Devizes, no Wiltshire, visitar a rede de canais, tem a sua magia. E tem mesmo, a gente sobe e desce nas bermas dos canais recuperados depois de séculos de abandono ou maus tratos. Tirei duas ou três fotografias, ficou tudo esborratado. Entrámos numa casa de chá e vi este postal, comprei logo. Elucida, parece-me com é a vida dos canais e das suas comportas, dá gosto ver estas embarcações, por vezes em filas enormes, parecem bairros em trânsito aquático. Deixem-me divagar…


Porque é que guardei esta brochura numa viagem num velho comboio até Swanage? Se a nossa civilização é um espetáculo, a permanente busca do deslumbramento, esta imagem tem a marca da realidade, o comboio existe, tal como as ruínas, lá no alto, de Corfe Castle, tudo se conjuga e harmoniza, dentro da carruagem vê-se tudo a correr, esta imagem retém, em perenidade, a panorâmica de um castelo em ruínas, em cujo vale uma locomotiva a vapor sacode o silêncio. Gostei muito desta imagem. Por isso vos ofereço o que me parece invulgar, muito belo.


Prossegue a viagem para o Norte, vamos para Ilam Hall, em pleno Dovedale, Peak District, o primeiro parque nacional inglês. Ilam Hall é do século XIX, construção vitoriana, a igreja é medieval, com vitrais novecentistas. Não resisti a estas cores vibrantes, goste-se ou não está aqui a apologia da fé, uma das fontes que nos pode levar a crer na superioridade do imaterial. Seja como for, tocou-me, aqui fica à vossa consideração.


Estamos agora em Haddon Hall apresentado como “The most perfect english house to survive from the middle ages”. Tenho mais para vos mostrar, fica para a próxima. Vejam este teto que nos deixa pequeninos, é impressionante o vigamento, percorre-se a casa sala por sala e sente-se que há uma gema inconfundível, houve, com rara felicidade, uma intervenção feliz, apropriada, que permite olhar o passado e sentirmos que não há ali cenários de papelão, para turista se impressionar.

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Nota do editor

Último poste da série de 10 de Setembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13592: Biblioteca em férias (Mário Beja Santos) (7): Primeiro, Wakefield e arredores, depois Derbyshire

Guiné 63/74 - P13617: O meu baptismo de fogo (27): Às 16H45 do dia 17 de Setembro de 1963, o IN atacou o que iria ser o futuro aquartelamento de Ganjola (Coutinho e Lima)

1. Mensagem do dia 12 de Setembro de 2014 do nosso camarada Alexandre Coutinho e Lima, Coronel na situação de Reforma (ex-Cap Art.ª, CMDT da CART 494, Gadamael, 1963/65; Adjunto da Repartição de Operações do COM-CHEFE das FA da Guiné, 1968/70 e ex-Major Art.ª, CMDT do COP 5, Guileje, 1972/73):


Baptismo de fogo da CART 494 - 17SET63

A CART 494, uma Companhia Independente, isto é, não integrada em nenhum Batalhão, desembarcou em Bissau em 22 de Julho de 1963.

O seu destino era Gadamael, mas porque ali não havia instalações (foi o que me disseram) e, porque o Batalhão com sede em Catió, vinha insistindo na necessidade de instalação de tropa em Ganjola, para permitir que a sua Companhia de Intervenção (CI) pudesse fazer operações na península do Tombali, onde o PAIGC estava instalado, foi atribuída de reforço temporário a este Batalhão.

Desta forma, a Companhia embarcou em Bissau, em 4 batelões da Casa Gouveia (um motor e os outros rebocados), em 15SET, com destino a Catió, onde chegou às 18 horas do dia 16SET. Fui então transportado de jeep, ao Comando do Batalhão, onde me foi comunicado que, no dia seguinte, 2 Grupos de Combate (GC) da CI, se deslocariam por terra, atravessariam o rio Ganjola e montariam a segurança para que, quando a CART 494 chegasse, nos batelões, pudesse desembarcar à vontade.

Na manhã de 17SET, quando a maré o permitiu, partimos de Catió para Ganjola; quando aqui chegamos (cerca da 11 horas), verificamos, que os GC da CI ainda não tinham feito a travessia do rio (Catió ficava a Sul do rio Ganjola e a posição a ocupar a Norte do mesmo rio), pelo que atracamos ao pequeno cais, sem estar montada qualquer espécie de segurança.

 Ganjola. Vd. Carta de Catió 1/50.000

Começamos a descarregar os batelões, enquanto era montada a segurança; o atraso verificado nesta era preocupante porque, seguramente, o Inimigo (IN), com muita probabilidade, tinha tido conhecimento da nossa chegada.

Uma das primeiras medidas foi montar a Metralhadora Breda e os Morteiros de 60mm, para permitir a reacção a qualquer acção do IN.

Às 16H45, o IN atacou o que iria ser o futuro aquartelamento, com grande intensidade de fogo, tendo-se aproximado a poucos metros do arame farpado (nas zonas onde já estava instalado), a coberto das bananeiras e de outras árvores de fruto, bem como do alto capim, que, obviamente, não houvera ainda tempo de cortar.
O ataque durou cerca de uma hora. O pessoal da Companhia, juntamente com os 2 GC da Companhia de Catió, reagiu ao fogo inimigo, tendo o IN retirado. Às 22H45, verificou-se novo ataque, igualmente com grande poder de fogo e foi novamente rechaçado.

No dia seguinte, foram encontrados 4 mortos do IN, deixados no meio do capim. Pelos rastos de sangue observados, o IN teve, certamente, mais baixas.
Foi capturado o seguinte material: 2 Espingardas Mauser, 1 carabina, 1 pistola metralhadora PPSH e 1 pistola de sinais; 1 cunhete de Metralhadora Ligeira Browning com 1 fita de munições completa e outras incompletas, bem como grande quantidade de granadas de mão. Durante os trabalhos de capinagem subsequentes, com o objectivo de abrir campos de tiro, foram encontradas dezenas de granadas de mão, que o IN tinha abandonado.
As Nossas Tropas (NT), com uma enorme dose de felicidade, não tiveram uma beliscadura sequer.

Duas conclusões se podem tirar do que aconteceu:
- A primeira, relativa à actuação do IN, que demonstrou grande ousadia e determinação, ao atacar, em pleno dia, as NT.
É de salientar que, só nos primeiros meses de 1973, isto é, quase 10 anos depois, o PAIGC voltou a atacar aquartelamentos das NT de dia: em Guidage (MAI/JUN 73), Guileje (MAR e MAI 73) e Gadamael (MAI/JUN 73); estas actuações foram associadas à utilização pelo IN de mísseis terra-ar STRELLA.

- A segunda conclusão diz respeito ao comportamento do pessoal da CI de Catió, cuja missão era a montagem da segurança, enquanto a CART 494 descarregava os barcos; é incompreensível e inaceitável a maneira, no mínimo desleixada, como executou a missão; de facto, uma segurança minimamente eficaz, teria detectado o avanço do grupo IN, não permitindo tão grande aproximação, o que poderia ter tido graves consequências para as NT, que, felizmente, não se verificaram.
Penso que a sua actuação, irresponsável, se pode enquadrar numa usual manifestação de pretensa superioridade da “tropa velhinha” (pessoal da Companhia de Catió), face à inexperiência dos “periquitos” (CART 494). Só assim é possível tentar um esforço de compreensão, ao concluir que o pessoal que, supostamente, deveria estar com a máxima atenção à segurança, se tenha “deitado à sombra da bananeira”, no verdadeiro sentido da expressão.

Foi este o inesperado “Baptismo de fogo da CART 494”, em pleno dia, em 17SET63, há 51 anos.

Alexandre da Costa Coutinho e Lima
Coronel de Artª: Reformado
Ex- Comandante da CART 494
Guiné 63/65
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Nota do editor

Último poste da série de 12 de Março de 2014 > Guiné 63/74 - P12829: O meu baptismo de fogo (26): Có - os primeiros contactos de fogo: um teste para os "piriquitos" (Francisco Henriques da Silva)

Guiné 63/74 - P13616: Os nossos capelães (4): O bispo de Madarsuma, capelão-mor das Forças Armadas, em Gandembel, no natal de 1968 (Idálio Reis, ex-alf mil, CCAÇ 2317, Gandembel / Balana, 1968/69)



Guiné > Região de Tombali > Gandembel > Natal de 1968 > Missa de Natal celebrada pelo capelão-mor das Forças Armadas, bispo de Madarsuma (*).


Foto: © Idálio Reis (2007). Todos os direitos reservados [Edição de L.G.]


Idálio Reis (1968)
1. Excerto de um antigo poste  do Idálio Reis ex-alf mil, CCAÇ 2317 / BCAÇ 2835 (Gandembel e Ponte Balana 1968/69), engenheiro agrónomo reformado, residente em Cantanhede (**) e autor do livro de memórias "A CCAÇ 2317, na Guerra da Guiné: Gandembel/ Ponte Balana" (edição de autor, 2012):

(...) No início da semana de Natal [de 1968], foi-nos dado a conhecer que o capelão-mor das Forças Armadas viria celebrar uma missa campal.

Os preparativos para esse dia não poderiam ser de grande monta, mercê das circunstâncias que nos eram impostas, mas houve a alegria bastante para se proceder a uma limpeza mais esmerada da pequena parada, que serviria de lugar de culto.

Assim, numa quarta-feira, dia 25 de Dezembro, como habitualmente fomo-nos levantando aos primeiros raios do alvor. Era dia de Natal, e muito certamente o único que a Companhia passaria em Gandembel/Ponte Balana, e talvez mesmo em terras da Guiné, já que do tempo de comissão decorrido, tudo indiciava que a próxima Natividade seria passada no tão desejado aconchego familiar.

Bastante cedo, fomos procedendo às tarefas de rotina, e com um efectivo redobrado, seguimos até ao rio Balana buscar água; tudo haveria de correr de feição. O almoço haveria de ser mais avantajado e suculento, já que tínhamos recebido determinados víveres que deram azo a que a ementa fosse das melhores que durante esta longa estada nos fora proporcionado.

E ao princípio da tarde, vestidos a preceito (onde a camisa era indumentária de gala), esperámos o séquito que haveria de vir ao nosso encontro. E pouco tempo passado, irrompiam, nos ares do horizonte, um conjunto de helicópteros que aterravam celeremente no centro de Gandembel, donde iam saindo diversas personalidades. E logo, aquelas singulares máquinas alares - as únicas que nos puderam tantas e tantas vezes socorrer -, levantavam.

Recordo os que pisaram este chão térreo: uma comitiva do Movimento Nacional Feminino, onde pontificava a sua Presidente, D. Ana Supico Pinto; presbíteros liderados pelo Bispo de Madarsuma; o Comandante-Chefe António de Spínola com alguns militares do seu Estado-Maior; um jornalista do Diário Popular.

A Companhia postou-se junto a uma das casernas-abrigo e aprestou-se a dar as boas-vindas. Em silêncio (não em sentido), Spínola aproximou-se de nós e durante alguns momentos fitou-nos de frente [apresentava um fácies de olhar lânguido] e profere uma alocução muito breve em que abordando o tema do Natal, deu particular ênfase aos conceitos de Deus, Pátria e Família. Muito seguramente já havia tomado a decisão pela evacuação daquele aquartelamento, mas nada exteriorizou. De todo o modo, julgo que ao findar as suas palavras, parece ter-lhe perpassado um frémito de emoção, e repentinamente manda descer o seu helicóptero e segue um outro caminho, porventura menos ínvio e liberto que este.

As senhoras do MNF, em atitude bastante contida, simpaticamente fizeram uma pequena oferta a cada um de nós. O Natal de 1968 também nos obsequiara com o maior número de mulheres que Gandembel jamais tivera oportunidade de agregar, e ”nas conversas de caserna” referia-se que talvez fosse a maior prenda que o Pai Natal nos aportara.

Também se retiraram rapidamente.

Ficavam os membros do Clero, para a concelebração da missa. Um altar improvisado e uma Companhia em que a maioria dos seus homens eram católicos praticantes, sentida e contemplativamente ouvem e rezam em murmúrio dolente e fervoroso.

Mas, mal a missa acabou, começam a detonar uma série de granadas de morteiro 82, lançadas junto à fronteira. O bispo e seus acólitos ficam atónitos ante tal quadro e num relance meia dúzia de soldados vão em seu socorro, pegam-lhes nos braços e conduzem-nos para uma das casernas-abrigo. Passaram-se cerca de 10 minutos, terminam as deflagrações, e o helicóptero que devia estar em Aldeia Formosa é chamado, e os membros da Cúria também seguiram outros destinos.

Restou ente nós, o jornalista do extinto Diário Popular, que haveria de escrever um belo artigo sobre a guerra de Gandembel/Ponte Balana, e que o Blogue já o divulgou na sua quase generalidade. (...)


Capa do livro "A CCAÇ 2317, na Guerra da Guiné: Gandembel / Ponte Balana", da autoria de Idálio Reis. Edião de autor, 2012.


2. O bispo auxiliar de Lisboa, sob o título de bispo de Madarsuma, com funções de capelão mor das Forças Armadas, no período de 1967-1975. era D. António dos Reis Rodrigues (1918-2009), capelão e professor da Academia Militar, e procurador da Câmara Corporativa antes do 25 de abril (VIII Legislatura).





Ficha biográfica do bispo de Madarsuma, António dos Reis Rodrigues (Ourém, 1918 - Lisboa, 2009). Fonte: Sítio oficial da Assembelia da Repúblicia (Com a devida vénia)
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Notas do editor:

(*) Último poste da série > 5 de setembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13577: Os nossos capelães (3): O capelão do BCAÇ 619 ia, de Catió, ao Cachil dizer missa... Creio que era Pinho de apelido, e tinha a patente de capitão (José Colaço, ex-sold trms, CCAÇ 557, Cachil, Bissau e Bafatá, 1963/65)

(**) Vd. poste de 24 de dezembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3666: O meu Natal no mato (19): Spínola, as meninas do MNF, o bispo de Madarsuma e um jornalista, em Gandembel, 1968 (Idálio Reis)

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Guiné 63/74 - P13615: Convívios (627): Rescaldo do Encontro do pessoal da Magnífica Tabanca da Linha, ocorrido no passado dia 11 de Setembro de 2014 (José Manuel Matos Dinis e Manuel Resende)

1. Mensagem do nosso camarada José Manuel Matos Dinis (ex-Fur Mil da CCAÇ 2679, Bajocunda, 1970/71), com data de 11 de Setembro de 2014:

Olá Carlos e restantes Camaradas, boa tarde!
Aqui vai a notícia possível, e politicamente correcta, sobre o encontro acima referido. Peço, no entanto, que prestes atenção, às manifestações subterrâneas que um eterno candidato a ídolo anda a imaginar promover, no sentido de criar um feudo onde lhe prestem vassalagem. Ora leiam.

Oitavos continua a agradar, e a concitar a atenção de uns quantos já indefectíveis da bianda com estilhaços da orla marítima. Só por isso é que eles aparecem, porque de resto, anda lá mãozinha marota a semear a divisão, com inconfessáveis objectivos, mas que o nosso serviço de informações detectou, e confirmou estar associada ao desejo de um eterno candidato a ídolo, na área da interpretação fadista, e, ao que parece, mais não quer do que comprazer-se com mordomias e seguidismo subserviente.
De facto, oriundo do Ribatejo onde não conseguiu atingir o patamar artístico da sua ambição (quem é que vai da Linha ao Ribatejo para ouvir um faducho melancólico?), o indivíduo em apreço, ainda tentou singrar a carreira na antiga província da Guiné, mas desmobilizaram-lhe o intento logo aos primeiros berros angustiantes. Depois frequentou as mais rascas aulas de canto, e andou por esse mundo a ver se impunha o estilo adquirido, mas com balas a rasar a carola, o melhor que encontrou, foi o caminho de regresso ao rincão. E agora, já com evidente falta de penugem no alto da tola, como quem experimenta nova personalidade, anda a intrigar na Magnífica, com o sentido de abrir um estaminé em Carnaxide, qual tabanca típica, com violas, guitarras e borladero. A pinga e o shope, diz o promotor da ideia, cada um que trate de si. Uma coisa destas pode incomodar, mas o pessoal comportou-se com galhardia e não quis ouvir o fado.

A questão não merece demasiada atenção, que é disso que ele carece, mas por se tratar de notícia em primeira mão, e dado o apetite dos estimados leitores por escândalos desta índole, não poderia o escrita cumprir o seu papel com eficiência sem dar lugar destacado à intriga.

Pelo meio-dia tocou o telefone, e era já a grande atraqueção do encontro, a dizer que se encontrava à porta do Paraíso. Melhor, de Oitavos. Que aguentasse, respondi, que a glória seria certa. E cheguei meia-hora depois, já alguns confrades dialogavam animadamente no terraço com vista para o infinito. Querem saber quem lá foi? Pronto, vou revelar, ainda que com o risco de faltar alguém, pois hoje foi dia de algumas estreias.

Assim: entre novos e usados, compareceram os seguintes tabanqueiros: o Senhor Comandante Rosales, naturalmente embevecido; o Lema Santos e a mulher; o Fernando Marques, sem a Gina; o João Sacoto, com a Mercedes, reluzente e linda; o João José Martins; o Malafaia Felício, um periquito de tenra idade, apesar de averbar 91 primaveras, senhor de notável juventude; o ciclópico Pires, eterno candidato a revelação em concursos da tê-vê; o Marcelino da Mata, personagem da antiga História de Portugal, e o Manuel Joaquim, que lhe serviu de guia e pisteiro; o José Rodrigues e a mulher, sempre bem disposta e camarada; o António Patrocínio, que voltou a arriscar a viagem desde Nisa; o Luís Paulino, mais o José Chaves; mais o Manuel Macias; mais o Jorge Rocha, mais o Miguel Rocha, todos estes em estreia mundial na Magnífica; o Luís Moreira, mais o Jorge e o António Maria Silva, desta vez muito bem acolitados por uma especialidade destilada com zimbro, fiquei fã; o José Louro da mesma proveniência; o José Manuel Horta, também do tempo da farda amarela; o Francisco Palma, que mantém a fidelidade; o Rogê, que compareceu pela 15H00 e andou a rapar os tachos com evidente satisfação; o Carlos Silva e a mulher, sempre prontos a alinhar; o Manuel Resende, indispensável para o registo histórico e figura destacada deste sítio; o Jorge Canhão, que merece a equivalência do Resende; o Zé Carioca, outro indefectível; o Segundo-Comandante Mário Fitas e a mulher que, calhando ao meu lado, ficou de lhe providenciar coisas para a memória, a ver se ele não se esquece dos deveres correspondentes ao alto cargo que deve exercer; o Zeca Caetano, outro distraído que só hoje, pelas 13H00 se lembrou de avisar que comparecia; eu, este atento e venerando escrita, e, a revelação que parecia impossível, o homem que tem vivido na sombra, mas que é observador atento, e finalmente desce aos terreiros das lutas devidamente certificado de que a bianda corresponde à bianda, tal e qual a apreciamos, e que os estilhaços, na sua frescura, não causam outras dores, do que esportular 15 paus pela paisagem.

Eis, então, a revelação desejada: connosco esteve o verdadeiro, e genuíno... JOSÉ DINIS, que ninguém sabe quem é, de onde veio, para onde iria, mas sabe-se já, que fica connosco para as próximas aquetuações dentífricas, vulgo, de dar ao serrote, em companhia que lhe causou agrado, conforme foi ouvisto a confessar a um camarada não identificado.

Tudo comido e bebido nos termos regulamentares, e a registar nota muito elevada, aos doces ainda se deu a resposta adequada.
Nos finalmente, todos os sortudos que puderam contactar com o produto destilado já antes referido, e houve quem reincidisse, ficaram desejosos e crentes na Senhora dos Aflitos, para que da próxima a encomenda possa valorizar-se no volume oferecido. A h Silva!!!

Nota final: Um grupo destes cidadãos (não confundir com cidadães da linguagem oficial portuguesa) parece impelido na intenção de, em Outubro, demandarem as bandas da Moita onde ocorrem alguns festins com enguias.
Voltaremos ao assunto.

 Francisco Palma

 Armando Pires

Manuel Lema Santos

José Rodrigues

Comandante Jorge Rosales

 Jorge Pinto

O fotógrafo oficial dos Convívios, Manuel Resende, à esquerda, acompanhado do Marcelino da Mata e do João Parreira

 Mendonça

 Manuel Macias

Marcelino da Mata, Mário Fitas e João Parreira

António Fernando Marques

Jorge Canhão

 Carlos Silva

 Zeca Caetano

Texto: José Manuel Matos Dinis
Fotos: Manuel Resende


2. Mensagens de apreço:

i)
Caro José MM Dinis (para distinguir do outro José Dinis):
Grato pelo convívio, simpatia, pelo bom repasto e magnífica paisagem.
Parabéns ao fotógrafo e a si pelo texto, ainda que para mim esteja demasiado encriptado por desconhecer os personagens nele referidos.
Espero que o tempo me resolva esta dificuldade.

Abraço
Miguel Rocha

ii)
Caro José Manuel Matos Dinis e antigos Companheiros e Camaradas,
Mais uma jornada de Amizade e Camaradagem vivida em companhia de excelência e num ambiente de são convívio.
São momentos como estes que nos permitem o alheamento de algumas duras realidades que sentimos e vivemos no nosso dia-a-dia. Por breves momentos, foi possível o esquecimento numa breve romagem de saudade ao passado recente de todos nós.
Ainda que não desejável de todo aquele regresso, ali deixámos mais um marco de que continua a ter sentido a continuidade de valores, ainda hoje preservados, no rumo de vida que cada um de nós traçou.
Mais uma vez, os nossos agradecimentos por nos ter sido conferida a honra de os partilharem connosco.

Saudações navais!
Abraço,
Mauel Lema Santos
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Nota do editor

Último poste da série de 14 de Setembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13608: Convívios (626): Encontro anual do pessoal do HM 241 de Bissau, dia 4 de Outubro de 2014 em Coimbra (Manuel Freitas)

Guiné 63/74 - P13614: Histórias da CCAÇ 2533 (Canjambari e Farim, 1969/71) (Luís Nascimento / Joaquim Lessa): Parte XXII: No T/T Niassa,, em 24/5/1969, a caminho do "desterro"... (Agostinho Evangelista, 1º pelotão)


Chaves , BCAÇ 10 (?) > CCAÇ 2533 > Desfile antes da partida para Lisboa, para embarque, em 24/5/1969, no  N/M  com destino ao TO da Guiné. À frente das suas torpas, o cap inf  Sidónio Martins Ribeiro da Silva, hoje cor inf ref.



T/T Niassa > Maio de 1969 > Uma imagem repetida até à exaustão; o transporte de tropas era feito em cargueiros, mistos, adaptados... As condições a bordo eram execráveis... Neste caso foram transportadas 13 companhias independentes.

Fotos do livro "Histórias da CCAÇ 2533" [Edição e legendagem: LG]



1. Continuação da publicação das "histórias da CCAÇ 2533", a partir do documento editado pelo ex-1º cabo quarteleiro, Joaquim Lessa, e impresso na Tipografia Lessa, na Maia (115 pp. + 30 pp, inumeradas, de fotografias). (*)

Mais dois episódios naarados pelo sold Agostinho Gomes Evangelista, do 1º pelotão:

 (i) natural de Viana do Castelo, o autor passou trambém pelo BCAÇ 9;

(ii) partida para o TO da Guiné no T/T Niassa, em 24 de maio dce 1969 (com outras subunidades, incluindo a CCAÇ 2590, mais tarde CCAÇ 12, a que pertenceu o nosso editor Luís Graça), revista às tropas em parada, na oresença do gen Spínola, e viagem de LDG até Farim (pp. 80/81).


Registe-se, mais uma vez, como facto digno de nota, que esta publicação é uma obra coletiva, feita com a participação de diversos ex-militares da CCAÇ 2533 (oficiais, sargentos e praças), num esforço esforço de partilha de memórias comuns...

A brochura, com cerca de 6 dezenas de curtas histórias (de 1 a 2 pp.), e proiusamente ilustrada (c. meia centena de fotos), chegou-nos às mãos, em suporte digital, através do Luís Nascimento, que vive em Viseu, e que também nos facultou um exemplar em papel. para consulta. Até ao momento, ele é o único representante da CCAÇ 2533, na nossa Tabanca Grande, apesar dos convites, públicos, que temos feito aos autores cujas histórias vamos publicando.

Temos autorização do editor e autores para dar a conhecer, a um público mais vasto de amigos e camaradas da Guiné, as aventuras e as desventuras vividas pelo pessoal da CCAÇ 2533, companhia independente que esteve sediada em Canjambari e Farim, região do Oio, ao serviço do BCAÇ 2879, o batalhão dos Cobras (Farim, 1969/71). (LG)







Foto de Canjambari, presume-se. Do álbum do Luís Nascimento (aqui, ao centro, sentado) (p. 80)





(Continua)
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