sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Guiné 63/74 - P4895: Memória dos lugares (38): Brá, quartel dos COMANDOS, 1968 (José Nunes, ex-1º Cabo, BENG 447, Brá, 1968/70)


1. O nosso Camarada José Nunes (José Silvério Correia Nunes), ex-1º Cabo, BENG 447 (Brá, 1968/70) esteve na Guiné de 15JAN68 a 15JAN70, enviou-nos mais uma histórica reportagem fotográfica, em 24AGO2009, sobre um incidente que teve lugar no quartel dos COMANDOS em Brá, no ano de 1968:




Mensagem com data de 24AGO2009.
Assunto: Fotos da destruição do Quartel dos Comandos em Brá 1968.

Camaradas,
Aqui vão estas fotos para publicarem se acharem conveniente.
Interessante seria que alguém nos dissesse o que se passou nesse dia, para que o quartel ficasse naquele estado, pois foi tudo muito estranho.
Aqui fica lançado o desafio aos nossos habituais “investigadores”, para que catem junto de quem conheça o(s) facto(s) para nos elucidarem sobre os mesmos.
Cordiais Saudações,
Um Abraço de Amizade,
José Nunes 1º Cabo do BENG 447

Fica aqui pois o convite, para quem nos puder e quiser esclarecer sobre o(s) acontecimento(s), que originaram tamanha destruição, fornecendo-nos pormenores sobre o que se passou...
Foi um temporal? Um incêndio? Um acidente? Um defeito de construção?
Em que data, mais ou menos?
Que companhia lá estava na altura?

Brá-Comandos

Vista geral do acidente

Não houve vitimas

Hora de almoço

Como ficaram as Casernas

Fotos: © José Nunes (2009). Direitos reservados.
___________

Nota de MR:

Vd. último poste da série em:

30 de Agosto de 2009 > Guiné 63/74 - P4881: Memória dos lugares (37): Exposição de armamento capturado ao PAIGC, Bissau 1968 (José Nunes, ex-1º Cabo, BENG 447, Brá, 1968/70)

7 comentários:

Unknown disse...

Caro José Nunes

Em Março/Abril de 68 não me recordo bem da data,mas a minha Companhia tinha regressado de Madina do Boé para o 600 (Stª Luzia )os comandos tiveram um forte ataque do IN. As
Companhias instaladas no 600 foram
todas mobilizadas para a caça ao IN
mas eles já se tinham pirado. Não sei
se houve feridos ou mortos de um lado ou de outro nem posso atestar se essas fotos são dessa altura.
Armandino Alves

Anónimo disse...

Segundo a inf de um Camarada, houve um ataque ao quartel com morteiros e RPGs e durante esse ataque o paiol (ou melhor, o armazem aonde se encontravam as munições e demais material) foi atingido provocando uma grande explosão tendo o quartel em si sofrido estragos consideáveis.

Unknown disse...

Camaradas,longe de mim ao enviar as fotos que as mesmas fossem alvo de o diz que diz,como disse a verdade dos factos é que interessa.
Eu estava lá!-Não houve nenhum ataque de morteiro ou rpg,são tudo fantasias,estavamos a almoçar na Eng.quando começaram as primeiras explosões saímos á rua e começamos a ver tudo a voar,e explosões por todo o lado,nada mais do que isto!
Que o IN tivesse aproveitado os factos,é natural,mas sermos nós a
alimentar o ponto de vista do opositor não.Camaradas Comandos digam o que se passou,só voçês é que podem, dizer a verdade.
Durante o meu tempo de Comissão para além do ataque á Base Aérea em Fevereiro de 68,não tive conhecimento de qualquer ataque a Bissau,a não ser as escaramuças
entre os nossos Camaradas,Cavala-
ria,Paras,Comandos.
Tudo lamentável,mas que fazer?
Não alimentemos boatos só façtos concretos,e não se escondam no diz que disse,somos Nós que lá estivemos,temos a visãodos factos,eu fiz as fotos,portanto sei o que fotografei.
E sei das movimentações após o ataque á Base,portanto nada do dizem têm ponta de verdade,são meros Boatos.

Colaço disse...

Muito bem José Nunes é no relato dos que estiveram presentes, que nos podem descrever os momentos vividos.
E não o que diz que disseram, ou o dos ses.
Lamento não poder ajudar sou maçarico,já não estava lá.
Um alfa bravo Colaço

MaSaGra disse...

Caros camaradas,

"Sou protagonista" deste acontecimento. Pertencia a 15ª companhia de comandos e era furiel mecânico. Tenho informações e fotos que poderão dissipar as vossas dúvidas. Como curiosidade.... o FIAT 1100 NECKAR que se vê na última foto era meu.

Se quiserem contactar-me aqui vai o meu e-mail: manuel.graca@gmail.com

Saudações,
Manuel Graça

António Matos disse...

1ª declaração - eu não estava na Guiné em 1968;
2ª declaração - vou-me pronunciar não como comentador do acidente / incidente mas pelo feeling que as fotos me provocam ;
3ª declaração - movem-me interesses meramente opinativos na qualidade de "profissional de minas e armadilhas com mestrado em explosivos" que fui.

Olhando para as fotos, e se me perguntassem se tinha sido ataque ou rebentamento do paiol, não hesitava em optar pela 2ª hipótese tendo em consideração o estado dos edifícios.
Se verificarem, a destruição está em consonância com uma eventual onda de choque provocada por um potente rebentamento a qual, curiosamente, "poupa" algumas paredes ( e o FIAT atrás de uma delas ) por se tratar do sítio oposto ao "epicentro".
Ressalvo que isto de estar a fazer conjecturas sobre um acontecimento de há 40 anos tendo por base 4 fotografias pouco esclarecedoras é uma temeridade da minha parte mas mesmo assim apelava ao Manuel Graça que, sendo possuidor de "provas concludentes", publique as fotos na sua posse pois será uma curiosidade que todos os tabanqueiros agradecem.
Caso contrário lá vem mais uma polémica entre um feroz ataque terrorista e um possível rebentamento dum paiol.
Há que esclarecer para não fomentar estorietas de que o rei vai ( ia ) nu.
Um abraço,
António Matos

António Matos disse...

Manuel Graça, são tuas as palavras que transcrevo :
"Sou protagonista" deste acontecimento. Pertencia a 15ª companhia de comandos e era furiel mecânico. Tenho informações e fotos que poderão dissipar as vossas dúvidas.

No meu anterior comentário a este post solicitei-te que fosses explícito na demonstração do que se passou e não fomentasses, pelo silêncio, as dúvidas e os "romances" que o caso pudesse gerar.
Até hoje não voltaste ao assunto, ( quero crer por afazeres teus ) mas volto a insistir que o blog só terá a ganhar se se dissiparem as incertezas que caracterizam algumas passagens da nossa vida pela Guiné.
Caso contrário fica-nos o incómodo das falsas expectativas que criaste.
Um abraço,
António Matos