quinta-feira, 4 de agosto de 2005

Guiné 63/74 - P136: Informação & Propaganda: de que lado estava a verdade ? (3) (Sousa de Castro)

1. Ainda sobre as "histórias do outro lado" (artigo de Marinho Neves, publicado no Notícias Magazine, de 24 de Abril de 1994)... O Sousa da Castro fez-nos chegar um outro excerto. É sobre a invasão pelas tropas portuguesas à cidade de CONAKRY

"A versão vista pelo prisma do PAIGC, contada pelo comandante Mateus Correia do PAIGC, diz assim:

"Mateus Correia estava em Conakry quando as tropas portuguesas invadiram aquela cidade em 22 de Novembro de 1970, sob o comando de Alpoim Calvão e, a sua versão, vista pelo prisma do PAIGC, tem outros contornos:

- Os portugueses tinham informação do local onde estavam os seus prisioneiros e a sua primeira acção foi libertá-los. Entre eles estava o major-aviador António Lobato.
E acrescentou:

- Muito antes do embarque tivemos acesso à informação de que Alpoim Calvão circulava livremente por Conakry com a cobertura de alguns pides e elementos ligados à oposição de Sekou Touré.

2. Comentário do A. Marques Lopes:

O comandante Mateus Correia teve, naturalmente, uma visão parcelar dessa operação. O que se passou conta Alpoim Calvão em várias páginas do seu livro De Conakry ao MDLP (ver texto que se publica a seguir: vd. Guiné 63/74 - CXXXVII: Antologia (12): Op Mar Verde ), e creio que ele diz a verdade, pois escreve na base do relatório que fez dessa operação.

E o sargento piloto-aviador António Lourenço Sousa Lobato [que esteve em cativeiro durante sete anos, experiência que mais tarde irá relatar em livro] só foi promovido a major depois da sua libertação e depois de muito esforço seu.

Quanto aos militares da CART 1690 que não compareceram entre os 26 libertados (1):

(i) o Luís dos Santos Marques (2) terá morrido depois de uma tareia que lhe deram na prisão, segundo o actual major Lobato;
(ii) o João da Costa Sousa [,soldado,] "passou-se" e terá mesmo feito campanha contra a guerra na rádio Voz da Liberdade, em Argel;
(iii) o Francisco Gomes da Silva e o Armindo Correia Paulino [,soldados,] morreram de cólera.
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Nota de M.L.:

(1) Dos 26 prisioneiros libertados, 8 eram da CART 1690: o fur. mil. João N. Vaz; os 1ºs cabos José M.M. Duarte (residente em Amarante), e José S. Morais; os soldados Domingos N. Costa (residente em Braga), António A. Duarte (Carriço)(residente em Barreiros - Amor), David N. Pedras, José S. Teixeira, Luís S.A.A. Vieira.

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