Amigos & Camaradas de Tertúlia:
1. Há tempos o Sousa de Castro (mas também o David Guimarães) mandaram-me um bom mapa da Guiné-Bissau, proveniente dos serviços cartográficos das Nações Unidas, em formato.pdf. Era dos mais completos e actualizados que havia. Tinha boa qualidade de imagem. E estava disponível “on line”, em páginas como por exemplo a OMS, que como sabem é a agência especializada das Nações Unidas para a saúde. Eu tenho-o utilizado muito, no blogue, fazendo ligações para a página da OMS (http://www.who.int/) . Só que o raio do mapa, entretanto, desapareceu, ou deixou de estar disponível, o que é uma coisa que acontece com muita frequência na Net…
O ideal era ter um bom mapa da Guiné disponível nas nossas páginas, que é para gente poder consultar com frequência, saber onde ficava Nova Lamego (agora, Gabu), Teixeira Pinto (agora, Canchungo), Aldeia Formosa (agora, Quebo) e muitos outros sítios por onde passaram uns de nós e não passaram outros… ou que entretanto mudaram de nome depois da nossa saída em 1974…
Até lá guardem este. O Humberto Reis deu-me há tempos um fotocópia de vários mapas dos serviços cartográficos do Exército Português, sobretudo da Zona Leste. Há um geral sobre a Guiné, mas é impossível digitalizá-lo com qualidade… Só se o Humberto conseguir a partir do original, e reduzindo-o uma dimensão razoável. Entretanto, se algum de vocês tiver um bom mapa (ou o endereço de página com um bom mapa da Guiné-Bissau), digam-me. Eu tenho procurado, mas não estou satisfeito. O das Nações Unidas ainda o melhor existente na Net: Nações Unidas, mapa nº 4063, Julho de 1998, escala em km e em milhas…
2. O Humberto Reis que é um verdadeiro ranger, da escola de Lamego, não conhece obstáculos: foi dar a volta ao mundo para nos arranjar um mapa da Guiné do “nosso tempo”!... A primeira versão, digitalizada que me mandou, não era famosa. Mas ele não desistiu. Prometeu arranjar outra versão com muito melhor resolução.
3. Ao chegar de férias, fui encontrar na minha caixa do correio, o prometido mapa da Guiné Portuguesa, edição dos nossos conhecidos Serviços Cartográficos do Exército, de 1961…
Ficamos a dever um grande favor ao nosso camarada Humberto Reis. Utilizem o zoom para ver o mapa em detalhe. Façam o favor de identificar eventuais erros e lacunas: por exemplo, em 1961, não havia nenhuma localidade chamada Mansambo (que, no nosso tempo, ou seja, em 1969/71, não passava de um aquartelamento, com o tamanho de campo de futebol, fortificado, no meio do mato)...
De facto, Mansambo, na estrada Bambadinca-Xitole, não existia em 1961… Havia lá perto a tabanca de Moricanhe (no nosso tempo, um importante destacamento de milícias que as NT foram obrigadas a abandonar). E estão lá, na carta, bem nítidos os rios e as bolanhas que tornavam aquela estrada um inferno (para além do Senhor IN): O Rio Pulon (com a sua famosa Ponte dos Fulas), o Rio Jagarajá, o Rio Bissari, o Rio Carantaba...
Cliquem aqui para ter acesso à página onde está inserida a carta. E, por favor, aproveitem para fazer grandes viagens, de regresso ao passado…
Carta da Província Portuguesa da Guiné (1961) > Escala 1:50.000
4. Fica aqui também a nossa homenagem aos valorosos cartógrafos militares portugueses. Como sabem, a história da nossa cartografia militar remonta ao Séc. XV, tendo-se desenvolvido com os Descobrimentos. Os Serviços Cartográficos do Exército foram criados em 1933, sendo mais tarde (1993) integrados no actual Instituto Geográfico do Exército .
Um abraço. Em breve, estará disponível a página sobre Bissorã, elaborada pelo Carlos Fortunato (ex-furriel miliciano de transmissões da CCAÇ 13, "Os Leões Negros") (vd. respectivo sítio na Net)
Vosso amigo e camarada,
Luís Graça.
Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
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