sábado, 24 de julho de 2010

Guiné 63/74 - P6781: Controvérsias (98): Quem não se sente... não é filho de boa gente (Carlos Nery)

Mensagem de Carlos Nery (ex-Cap Mil, Comandante da CCAÇ 2382, Buba, 1968/70), com data de 21 de Julho de 2010:

Caros Camaradas e Amigos,
A propósito da publicação do conto do Mário Cláudio "Para o Livro de Ouro do Capitão Garcez" desencadeou-se viva polémica no nosso blogue. Em si próprio o fenómeno terá que ser considerado bastante positivo. Contudo, acabaram por sobrar alguns comentários que considero infelizes, roçando a deselegância e, por vezes, ofensivos. Fico a pensar no que terá sido dito naqueles que, julgo, foram eliminados pelos editores.

Peço, portanto, a publicação, no blogue, de um Poste com o texto que segue em anexo, bem como as fotos e legendas para as mesmas que junto também.

Um grande abraço e bom convívio na Tabanca de Matosinhos.
Carlos Nery



CCaç 2382 em patrulha, foto do Comandante da Companhia, ex-Cap Gomes de Araújo

Quem não se sente... não é filho de boa gente

1. Literatura e opinião política, leio-a noutro lado...

Quando divulguei no Poste 6479 o meu “Noite Longa em Contabane” contei 11 comentários à minha descrição. Atendendo a que dois eram de minha autoria, afinal houvera 9 camaradas que se tinham dado ao trabalho de ler e dizer alguma coisa sobre o meu texto. Fiquei contente.

Imagine-se a reacção de Mário Cláudio aos 6 Postes e aos 51 comentários (se me não enganei a contar) a propósito do Poste 6672, onde foi publicado o seu conto “Para o Livro de Ouro do Capitão Garcez”. É obra!

Os camaradas e amigos “aquecem” rapidamente com um bom debate! (Conclusão de José Belo no Poste 6691 parecendo querer encerrar o assunto).

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Olá, Belo! Afinal lembro-me de ti perfeitamente, embora, quando falei pela primeira vez com o Luís Graça, pelo telefone, eu tivesse feito uma pequena confusão... Tinha a ideia de que o tal Alferes Belo, que num lance de audácia havia libertado alguns civis levados pela guerrilha, merecendo referências elogiosas do então Major Carlos Azeredo, pertencia a uma companhia mais antiga no Forreá. Mas, quando vi a tua foto logo se desvaneceram as minhas dúvidas. Afinal pertenceras à 2381! Não me recordava de que a tua companhia estivesse em Aldeia quando nós estávamos em Mampatá, após o abandono de Contabane. Passados 40 anos a memória nem sempre é pronta... Recordei-me, então, de uma viagem que fizemos juntos, de Abrantes para Lisboa, não sei se no meu, se no teu carro, quando me descreveste a tua experiência em Israel. De como tinham feito renascer uma língua quase morta, dos dispositivos de aquecimento solar (na altura desconhecidos entre nós), dos sistemas de rega gota-a-gota... Tem graça como essa conversa, afinal, permaneceu na minha memória. Haveria de me recordar dela, cerca de trinta anos depois, quando visitei Israel, justamente em 2000, ano do Jubileu.

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Mas voltemos ao que diz o Belo. Em seu entender, as palavras sensatas de Vasco da Gama no seu Poste 6675 recolocam o debate dentro de perspectivas... do "viável".

Cheio de esperança de que se fizesse luz lá fui, com mais atenção, reler essas palavras...

Fiquei a saber de que VG “gostou do texto são e escorreito” mas que “o texto é um panfleto contra a presença da tropa na Guiné e é apenas e só pura literatura”. (Sem descortinar o que o texto “são e escorreito” tem que ver com a presença da tropa na Guiné, fiquei sem saber se isto de ser “pura literatura” é qualidade ou defeito)...

E, por fim, que “no meu Blogue interessam-me os escritos dos camaradas da Guiné e as suas experiências dolorosas, contadas por gente com estatuto de escritor, ou por outros que mal sabem escrever”.

E, para acabar, que “literatura e opinião política, leio-a noutro lado”.

Ó Belo, desculpa lá mas não descortino onde está a sensatez deste discurso...

Ó Vasco da Gama, tento entender a lógica destas palavras... Mas... Não chego lá...
Para já um reparo: isso de procurar a política noutro lado é, também, uma outra forma de fazer política, ou não é?...

2. Nem eu nem ninguém, felizmente...

Camaradas, um debate faz-se na diversidade de opiniões. Eu, por mim, a escolher, dentro da intensa troca de ideias que o conto do Mário Cláudio suscitou, algo com que concordasse plenamente, optaria então pelo comentário do Luís Graça ao Poste 6677 do Belarmino Sardinha. Permito-me mesmo destacar esta passagem:

De qualquer modo, nem eu nem ninguém, felizmente, pode impedir que o Rui Barbot Costa, aliás Mário Cláudio, ou o Armor Pires Mota, ou o Álvaro Guerra, ou o Mário Beja Santos, ou o Barão da Cunha, ou o José Brás, ou o António Graça de Abreu, ou o Zé Teixeira, ou o Jorge Cabral, ou o J. Mexia Alves ou qualquer ex-camarada que tenha passado pelo TO da Guiné, escreva sobre a guerra, em prosa ou em verso, em registo heróico, dramático, humorístico ou burlesco... Aliás, essa é uma das funções essenciais do nosso blogue...
Não me interessa se o escritor (ou o escriba...) esteve na frente ou rectaguarda, no "front office" ou no "back office", na Amura ou em Buruntuma, se foi operacional ou contabilista, transmissões ou informações, capelão ou caixeiro, enfermeiro ou padeiro... Todos pertencemos ao mesmo exército, independentemente do "curriculo militar" ou até do "chumbo" que levámos no corpo”...

Felizmente! Amigo e camarada, Luís Graça, permito-me sublinhar a palavra!

3. Incluam-me no grupo dos iletrados!

Nos meus tempos de adolescente e de juventude, para nós, o objecto mais precioso existente em nossas casas, era o livro que se andava a ler... Líamos tudo. Desde o Mark Twain ao Eça, ao Júlio Dinis, ao Júlio Verne, ou aos romances históricos do Alexandre Herculano e do Walter Scott, passando por tudo o que era livro policial ou de aventuras. Durante uma estada passada no Funchal, em casa de família, li toda a biblioteca de livros policiais de um tio meu, para desespero de meu pai que me escrevia de Lisboa, incitando-me a visitar o interior da Ilha... Essas visitas fá-las-ia bastantes anos depois... Na altura, devorei umas centenas de livros que, depois, organizei por colecções e por autores...
Numa entrevista do Saramago, o escritor contou que, com essa idade, lia à noite, escondido por baixo dos cobertores, usando uma pequena lanterna de pilhas para o poder fazer.
Efectivamente, os adultos tentavam contrariar essa nossa actividade. Se me surpreendia a ler, meu pai repreendia-me chamando-me a atenção para a necessidade de estudar em vez de “perder o meu tempo com leituras”...

Mas o ser humano tem a misteriosa necessidade de ouvir uma história e, nesse tempo, era o livro quem lha contava. Também se ia ao cinema. Mas ir ao cinema era um ritual complicado e dispendioso que só acontecia de vez em quando.

Porém, actualmente, quando os meus netos entram em minha casa não é o livro que procuram.
Correm para a televisão ou para o meu computador. A casa, aliás, passou a estar organizada em função do televisor e o antigo leitor compulsivo acaba por não encontrar muitas vezes um local e um ambiente adequados à leitura. Lê-se menos, portanto. Mas os escritores referenciados como de mais qualidade não parecem querer fazer qualquer esforço para produzir uma literatura mais absorvente, mais acessível. Um dia, regressado da Guiné, portanto há cerca de quarenta anos, num debate realizado no Clube de Teatro 1.º Acto, em Algés, perguntei a Mário Sottomayor Cardia porque não utilizava ele uma forma de escrever mais fácil, mais atractiva para o leitor. Ouvi uma resposta breve e definitiva: “Escrevo como sei escrever”.

Entendi. A minha pergunta tinha sido descabida. É que ao leitor cabe também algum esforço.

Se leram com alguma atenção o Poste 6675 do Vasco da Gama, (desculpa lá, pá, estás na berlinda!) hão-de ter reparado que, logo no início, ele afirma possuir, com sua mulher, alguns livros do Mário Cláudio. Mas, poucas linhas adiante, confessa a sua iliteracia “Claudiana”. Poderei concluir que o nosso camarada tem livros em casa que nunca leu?

Se assim é, confesso de imediato que o mesmo se passa comigo. Vão longe os tempos em que “derrubava” bibliotecas... Hoje, são vários os livros que comprei e que ainda não li. Por exemplo do Lobo Antunes, da Augustina, do Saramago e até... do Mário Cláudio. (Confesso-te o meu pecado, amigo Barbot)...

Incluo-me, portanto, entre aqueles camaradas que, nem sempre estão dispostos, ou não encontram ambiente, ou tempo, para fazer o esforço de atenção que um bom livro nos exige.
Não pretendia dizer mais do que isto no email que enviei ao Rui Barbot e que transcrevi como comentário ao Poste 6672 e que mereceu tanta animosidade.

Meu caro Luís Graça, se porventura aquilo que disse é um atestado de iliteracia aos nossos amigos, incluam-me, então, no grupo dos iletrados...

4. Entra bem, pela tua mão...

Parece ter provocado entre alguns camaradas alguma estranheza o facto de ter sido eu a apresentar o texto do Mário Cláudio. Embora não entendendo qual a relevância desse pormenor, com a devida vénia, caro Luís Graça, passo a transcrever o teu e-mail de 08JUN10, que recebi após ter-te informado que o Barbot conhecia o blogue (que considera “muito saudável”, posso agora acrescentar) e que estava disposto a disponibilizar-lhe dois textos de sua autoria.

Carlos,
Obrigado pelas tuas diligências. Diz-lhe que é também uma honra para nós ter no nosso blogue um dos maiores escritores vivos da língua portuguesa!... De qualquer modo, o nosso blogue é também uma razoável montra... No espaço de um mês e pouco tivemos 100 mil visitas. Ontem por exemplo, andámos nas 3 mil... O Mário que nos mande 2 "chapas" (uma do tempo da tropa e outra actual) mais um pequeno texto de apresentação... Tu podes compor o resto... E entra bem, pela tua mão, na nossa Tabanca Grande... Um abraço, e até a um dia destes... em Alfragide. Luís


Contactei novamente o Rui Barbot que me enviou o material solicitado bem como os referidos dois contos:

“Para o Livro de Ouro do Capitão Garcez”, que sei agora não ser um inédito, tendo sido publicado em O Prazer da Leitura, Teorema/FNAC, 2008. Edição comemorativa do 10.º aniversário da FNAC. (O produto da venda reverteu, na totalidade, para a AMI).

“Espólio de Lama”, conto publicado no livro “Itinerários”, Publicações Dom Quixote, Lisboa, 1993.

O resto é consabido, não é verdade?

Falta publicar, no blogue, “Espólio de Lama”. Quem adivinha o número de Postes e de comentários que essa publicação pode vir a suscitar?

5. A minha outra face...
(Foi realmente muito bom este nosso reencontro mais de 40 anos depois (Poste 6670), não menos cantores mas um pouco mais calvos, claro. Disse o João Barge)


Páginas centrais do programa com fotografias tiradas durante os ensaios

Os Actores: João Barge, Ana Maria, Lisa Nunes, Maia Alexandre, Maria Guilhermina e Rui Barbot

Dou agora a palavra ao João Barge, alferes da C.Caç 2317 de Gandembel, onde foi colocado em 1968, por rendição individual:

Em Novembro de 1969, a CCaç 2382 do Cap. Gomes de Araújo deixa Buba e vai para Bissau onde a guerra acaba e a paz começa, onde o tempo agora se conta sempre a descer, com os olhos finalmente a acreditar que em breve se voltariam a ver terras de Espanha, areias de Portugal.
Ora um belo dia, o Cap. Araújo, cristianissimamente e sem que tivesse havido qualquer ofensa prévia, presumo eu, resolveu dar a outra face, a sua outra face, e surge o encenador Carlos Nery mais o projecto de criar de raiz um grupo de teatro. E assim do nada, na base de um amigo que traz outro amigo também, o grupo foi nascendo, e fez o seu caminho descobrindo e formando actores, inventando técnicos, confiando o guarda-roupa a senhoras sábias e generosas, improvisando palco e materiais de cena, propondo, discutindo, até se chegar à primeira peça (afastados o Auto da Índia e a Gota de Mel para evitar melindres maiores) - um texto de Eugène Ionesco - La Cantatrice chauve (A Cantora careca), publicado em 1950, um clássico do chamado Teatro do Absurdo.

Reparaste, caro Vasco da Gama? A Gota de Mel, referida por ti no Poste 6675... Coincidências, não é?

Pedi, na altura, a minha mulher, em casa dos pais, no Porto, que me conseguisse junto do poeta Egipto Gonçalves a sua tradução do belíssimo poema de Léon Chancerel. Passados alguns dias, ou semanas, lá a recebi. Como sabes contém uma clara censura à guerra e à violência. Quanto ao Auto da India, de Gil Vicente, também o sabes, evoca alguns aspectos negativos da nossa expansão marítima. Fidelidades e infidelidades de um casal separado pela ausência do marido na India, marido esse que, no seu regresso, se assume sem rebuços como um émulo, no sec. XVI, do mais recente Capitão Garcez...

Adivinhas o que se seguiu? O Barge já o deu a entender... Pediram-nos delicadamente que encontrássemos outro texto... Certos pruridos actuais já se manifestavam nesse tempo... Mas, naquele contexto, insistir iria certamente levar-nos a um beco sem saída. Procurámos outra peça, que remédio!

Pela minha parte, confesso, que sentia uma enorme necessidade de fazer algo de diferente daquilo que me ocupara intensamente durante cerca de ano e meio em Bula, Contabane, Mampatá, Aldeia Formosa, Nhala e Buba. Usar a minha imaginação de outra forma. Esquecer os incidentes das operações, dos patrulhamentos, das colunas de reabastecimentos ou da protecção a colunas. Das emboscadas a colunas inimigas, da reacção às emboscadas do inimigo. Das flagelações e dos ataques aos nossos aquartelamentos... Da picagem das estradas e do levantamento das minas detectadas. Da colocação de minas nossas... Do empenhamento posto na abertura da tal Estrada Nova que nunca serviu para nada... Esquecer a tensão constante em que tínhamos vivido durante esses quase dezoito meses. Como muito bem diz o João Barge no seu texto a incluir no Poste que estamos a preparar sobre a experiência da Cantora Careca:

Creio, a esta distância, que o entusiasmo posto por todos nós foi uma forma de derrotarmos aquela guerra que nos consumia. De nos dizermos: estamos vivos, somos capazes de pensar, de sentir e de transmitir emoções”.

Foi isto, Vasco da Gama, camarada de armas, colega de teatro. Foi isto. Não dá para torceres o nariz.

6. “AS CUNHAS QUE OS SISTEMAS POLÍTICOS SEMPRE PROPICIAM A QUEM GOSTA DE CHAFURDAR EM TAIS MANJEDOURAS” ou “ENTRE DUAS GARRAFAS DE WHISKY VELHO ENTREMEADOS COM UNS GIN TÓNICOS GORDON`S OU SIMILAR, ENCENAVAM-SE TAMBÉM, AO QUE PARECE, OBRAS DE IONESCU...
GENTE FINA É OUTRA COISA COMO DIRIA O OUTRO... (frases de um comentário ao Poste 6675)


Comentário do João Barge: Foto minha em Gandembel (Ponte Balana), de Dezembro de 1968, à entrada do abrigo onde dormia com a minha gente. Como diz o Manuel Maia, em maiúsculas, logo aos berros: Sem boas cunhas, como é que eu iria para Gandembel? E depois para Buba? E depois para o Gabu?

Quinze meses depois, de novo João Barge, finalmente em Bissau, aguardando a hora do ensaio.

João Barge e Rui Barbot. Comentário do João: E o nosso Rui Barbot, licenciado em direito, só com altíssimas cunhas iria para uma secção de Justiça em Bissau... Como se sabe hoje, ser mobilizado para a Guiné, só com padrinhos de ministro para cima!

Ao Manuel Maia só quero felicitar pela sua capacidade de brilhante ficcionista.
Só que ele tem uma visão redutora do ambiente vivido numa Bissau que não conheceu, nem no tempo nem no lugar. É que entre 1970 e 1974 muita água correu pelos rios da Guiné...
Camarada, a realidade da Messe de Oficiais era bem mais complexa daquela que te deitas a adivinhar. Se é verdade que havia alguns frequentadores habituais, a grande maioria de quem por ali passava não pertencia a esse grupo. Gente de unidades do mato, em Bissau por baixa médica ou para tratar de algum assunto da sua unidade, ou ainda de férias, aguardando o transporte para Lisboa ou, terminadas estas, esperando transporte para a sua unidade. Gente da Força Aérea ou da Marinha... Oficiais das unidades especiais (comandos, pára-quedistas ou fuzileiros)... Oficiais das recentemente criadas unidades africanas. Oficiais “periquitos” ou veteranos prestes a abalar... Médicos em serviço no hospital, oficiais do QG, que sei eu... E as famílias de alguns... Recordo-me, por exemplo de ali encontrar, poucos dias antes de ser assassinado, o Major Passos Ramos e sua família bem como uma criança africana que ele tinha a intenção de adoptar.

Não, caro camarada, nunca fui de puxar por galões nem quando mos puseram sobre os ombros obrigando-me a cumprir cerca de cinco anos de serviço militar obrigatório.

Como comandante de uma companhia em teatro de operações evoco o testemunho de quem me conheceu e observou o meu comportamento.
Aqui, na Tabanca Grande há gente que esteve comigo em Buba ou no Forreá:

Da minha companhia, C.Caç. 2382, os furriéis Manuel Traquina e Joaquim Vieira Lopes e o soldado José Manuel Cancela.
(Cancela, camarada combatente e soldado amigo, diz lá qual era a alcunha que revelaste ser a minha, no encontro de Monte Real, dada pelos homens sob o meu comando, em Buba... E o porquê, dessa alcunha?)

Da C.Caç 2381 podem falar de mim o Zé Teixeira (que, aliás já o fez num comentário ao Poste 6479), o Belo, que foi um dos seus alferes, e o Eduardo Moutinho, alferes graduado em capitão, que substituíu o então Capitão Aidos no comando da companhia. Os dois últimos, não sei o que pensam de mim, sujeito-me ao seu testemunho.

Da C.Caç. 2317, a companhia de Gandembel, evoco o testemunho do camarada Idálio Reis e, como não podia deixar de ser, do João Barge.

Conheceram-me, observaram como me comportava e podem, se concordarem, testemunhar se, de facto, eu fui oficial para ter de puxar dos meus galões para assumir o comando dos homens sob minha responsabilidade.

Quanto à tal outra face, a de homem de teatro, faço lembrar aquilo que a meu respeito eu disse no Poste 6183:

(…) sou um amador (no sentido em que amo) de Teatro. Aliás, em Bissau, no fim da comissão, ainda encontrei disposição para encenar "A Cantora Careca", de Ionesco... Teatro do absurdo em teatro de guerra... Um dos meus actores foi o Alferes Barbot, da Secção de Justiça do QG, hoje escritor Mário Cláudio. No programa do espectáculo escreveu um texto muito a propósito da situação dos muitos absurdos em que estávamos mergulhados...
Bem... Passaram-se quarenta anos, não é? Pois acontece que, neste momento, participo numa empolgante experiência no Centro Cultural de Belém. Dir-lhe-ei que foram convidadas pessoas com experiência teatral com idade superior a sessenta anos. Tiago Rodrigues (actor, dramaturgo e encenador) é o responsável pelo projecto que aponta para a formação da Companhia Maior do CCB. O texto ainda não existe. Ou melhor vai sendo construído por nós. Numa primeira apresentação pública eu "fui" um soldado que conta um episódio baseado em algo que aconteceu realmente (...)


Sobre teatro foi isto que disse a meu respeito. Nunca me afirmei um encenador. Fazer uma encenação (ou duas, ou três) não é bem a mesma coisa do que ser um encenador... Há que saber ler, caro Manuel Maia e não ser precipitado nem injusto. Aqui no blogue existe suficiente informação sobre o assunto que trataste tão leviana e incorrectamente. Não é próprio de um licenciado em História, como julgo que és! É que o teu arrazoado, além de ofensivo, não tem pés nem cabeça meu caro. Não foste só tu que estiveste em guerra, desculpa lá!

Mas, para acabar só uma pergunta: antes de embarcar, de regresso a Portugal, terminada a comissão da vossa unidade, quanto tempo estiveram vocês a aguardar embarque? E, durante esses dias, ou semanas, ou meses, em que ocupavam os vossos tempos livres? Por onde andavam? Que faziam?

No que nos toca, aos “filhos da Cantora Careca”, como nos baptizou o Barbot, (eu preferiria, os avós...), aproveitámos para levantar do nada uma peça de teatro. O que não adivinhávamos é que, quarenta anos depois, essa nossa actuação ia ser escrutinada desta forma, obrigando-me a adiantar esta justificação...

Julgo que algo vai mal no “Reino da Dinamarca”.
__________

Nota de CV:

Vd. último poste da série de 18 de Julho de 2010 > Guiné 63/74 - P6759: Controvérsias (97): Ainda... muito a tempo (José Belo)

13 comentários:

cancela disse...

Caros camaradas da Tabanca Grande,
fui apenas um soldado que pertenceu à c.c.2382 comandada pelo então Capitão Gomes de Araújo, hoje conhecido na nossa Tabanca por Carlos Nery.
Deste homem tenho a destacar a amizade que nutria pelos seus soldados,sem qualquer discriminação
Tínhamos a sensação,por ser um pouco mais velho,que era o nosso progenitor,e entre nós soldados chamavamos-lhe carinhosamente O REBENTA MINAS,pura e simplesmente porque junto com os soldados milícias encabeçava a patrulha,e nunca se escudou nos soldados.Tenho por ele uma grande amizade que mesmo pssados quarenta e dois anos prevalece.

Bem haja capitão "Araújo". Para mim serás sempre o capitão Araújo e apesar de todas as controvérsias sempre te serei fiel.


Abração para toda a tabanca

Zé Manel Cancela

Anónimo disse...

Camarada e Amigo.Meu Capitao! "Encontrei-me" totalmente na descricao que o Camarada Manuel Cancela faz de Si no comentário anterior,e sei nao ser só eu que o recorda desse modo.Quanto ao "viável" (no poste por mim enviado) ,a ser lido com atencao,refere-se ao "tom,teor e exclusivismos ultras" surgidos nos comentários. Foi bom saber notícias.Um grande abraco.

Luís Graça disse...

Carlos:

Aceitar a "diferença" não é fácil nem natural... Os camaradas que estiveram no CTIG aprenderam a conhecer e até aceitar a "diferença", a começar pela realidade física, demográfica e cultural dos povos da Guiné... Eu fui fazer a guerra com homens que não falavam português...

No nosso blogue há homens (e algumas mulheres) que estiveram no CTIG, como militares, desde 1959 a 1974... São muitas centenas (430 os formalmente inscritos) de "cabeças e corações" que, felizmente, não pensam nem sentem da mesma maneira... Se assim fosse seríamos uma igreja, um partido, um clube, uma associação... Não o somos, nem queremos ser, não temos nem queremos ter um "pensamento único"... Disto isto, resta-nos a nossa diversidade, que é a nossa riqueza...

Ao fim de seis anos e tal de convívio (virtual e real...), já nos conhecemos razoavelmente, e sabemos que para todos se poderem sentar, com um mínimo de conforto, sob o poilão da Tabanca Grande, às vezes medimos as palavras, e estamos atentos aos pontos e às vírgulas, evitamos as questões de "honra" e deixamos a G3 à entrada da Tabanca... Isto é, também aprendemos a ser tolerantes uns com os outros, mesmo sabendo que ainda há (e haverá sempre) questões "fracturantes" entre nós...

Tudo isto para te dizer, meu caro Carlos, que em mais de meia centena de postes e comentários sobre o já famoso Capitão Garcez, ícone do bestiário da guerra, e criatura saída da fábrica literária portuguesa, com assinatura do Mário Cláudio, não me dei conta de ter sido eliminado NADA por parte dos administradores do blogue...

Aliás, não exerço esse "privilégio" (o de eliminar comentários no nosso blogue) há muito tempo... Como vês, temos funcionado com muitos graus de liberdade e de responsabilidade... E contam-se pelos dedos os camaradas que já sairam da Tabanca Grande por razões de "(des)conforto" (em geral, mais "idiossincrático" do que "ideológico")...

Estamos a falar de um blogue que se quer colectivo, que tem mais de 6 anos de existência, 6700 postes, e que acaba de atingir os 1,9 milhões de visitas ("page views"), 200 mil só de 9 de Maio de 2010 até hoje (2666 em média / dia).

Da Tabanca de Candoz até Alfragide, um abraço de apreço e camaradagem. Luís

Carlos Nery disse...

Meu caro Luís, compreendo perfeitamente o que dizes. Também nós, os da CCaç 2382 temos tido a "arte" de saber conviver, ano após ano, sem ir buscar o que nos pode dividir.
Mas isso não impede que considere que, para além das legítimas divergências de opinião, houve, agora, comentários de alguns camaradas que considero ofensivos. Escolhi para título do ponto 6 deste Poste duas frases para as quais não encontro melhor definição.
Quanto a comentários retirados referia-me a três do P6672 que ali aparecem com a indicação "Luís Graça disse: esta mensagem foi removida pelo autor". Não sei o que isto significa, confesso, nem me lembro de ter visto noutros Postes. O autor arrependeu-se? Pensou melhor e redigiu de outra forma?
Um grande abraço.

JC Abreu dos Santos disse...

... que, umas quantas linhas acima, o sr. Carlos Nery de Sousa Gomes de Araújo – sob a epígrafe «Quem não se sente... não é filho de boa gente» –, informou-nos ter sido preparado «"à pressão" para assumir o comando de homens nas [...] frentes de combate em África. Estranhamente, os nossos instrutores em Mafra só conheciam a guerra da leitura dos manuais ou dos relatos dos seus camaradas com experiência de combate. Pertenciam ao curso do filho de um ministro de então e esta "coincidência" garantiu-lhes, durante anos, um estatuto de especialistas de contra-guerrilha sem nunca terem ouvido assobiar uma bala em combate. [...] O que não adivinhávamos é que, quarenta anos depois, essa nossa actuação ia ser escrutinada desta forma, obrigando-me a adiantar esta justificação... Julgo que algo vai mal no “Reino da Dinamarca”.»

Agora, e aqui que ninguém nos ouve, talvez seja o momento adequado para falar à vontade: o sr. Gomes de Araújo [existiu "um ministro" com idêntico sobrenome, mas de tal não se inferindo sejam familiares], teria sido forçado (?) a regressar à Máfrica para ser reciclado num... CPC?!; e em tal curso – destinado a ex-alferes e ex-tenentes milicianos –, os seus (dele, CNSGA) instrutores «pertenciam ao curso do filho de um ministro de então e esta "coincidência" garantiu-lhes, durante anos, um estatuto de especialistas de contra-guerrilha sem nunca terem ouvido assobiar uma bala em combate"; 'et pour cause', "só conheciam a guerra da leitura dos manuais ou dos relatos dos seus camaradas com experiência de combate»?!...
Estamos todos em pulgas, para saber: qual o curso (1967/68?), durante o qual – e nas sucintas condicionantes descritas – o sr. Gomes de Araújo terá sido "preparado à pressão para assumir o comando de homens" em teatro-de-operações de contra-guerrilha; e qual o nome do ministro, cujo filho [nome, sff] terá aos respectivos colegas de curso – instrutores [nomes, sff] do sr. Gomes de Araújo –, "garantido, durante [quantos?] anos, um estatuto de especialistas de contra-guerrilha sem nunca terem ouvido assobiar uma bala em combate"...
Tudo isto, e muito mais, escrito em 21Jul2010 – com específico propósito de divulgação por recurso à internet –, por um ex-capitão miliciano de artilharia, comandante da CCac2382/RI2-Abrantes (que em 01Mai68 embarcou no NTT "Niassa" rumo à Guiné, cumpriu a sua missão e iniciou em 03Abr70 a torna-viagem), actual bancário reformado.
Ora, não nos basta – a mim, pelo menos, enquanto irregular visitante deste weblog –, que ao éter sejam lançadas umas quantas acusações generalistas, que, de tanto repetidas (embora em 'nuances' várias), passaram ao estatuto de bolorento espólio das banalidades sem qualquer préstimo. No entanto, e muito embora tais "acusações" valham o que valem, mal não virá ao mundo cibernético que a "denúncia" seja concretizada: afinal, quem foi que fez o quê?

JC Abreu dos Santos disse...

(esclarecimento: as repetições acima, resultaram apenas de sucessivas quebras de ligação à net)

Anónimo disse...

Com tao repetitivo "controleirismo" digno de eficientes camaradas stalinistas(porque será que os extremos se tocam sempre?)compreende-se que até a própria "net" fique...indesposta. (OBS/ A comparacao com "camaradas controleiros stalinistas",é feita com profundo sentimento de "louvor").

JC Abreu dos Santos disse...

Amareleja, tarde soalhera. Dois compadres, à sombra dum chaparro.
Nisto, passa na estrada um automóvel.
Passada pr'aí uma horita, diz um para o outro: "Eh compadre, passou ali um Mine"...
Lá mais p'la tardinha, o outro retruca: "Eh compadre, nã era nã senhor, era um Fiat600"...
Até ao entardecer, já quase noitinha, o silêncio mantinha-se uma constante.
Então, o primeiro que havia botado faladura, replicou, enfastiado:
"Eh compadre, vou d'abalada. Nã gosto de discussões..."

(este chiste contou-me o senhor meu pai [nem alentejano, nem comunista, nem fascista], era eu um jovem imberbe...)

O camarada José A. da Costa Belo, tem algo de substantivo – ou eventualmente "interessante" – para acrescentar à... discussão? Não?!
Então, vá d'abalada para... Miami!

Carlos Nery disse...

Meu caro Abreu dos Santos, não sou Alentejano, sou Madeirense. Não gosto de ser picado, tenho o meu tempo. Mas não perde pela demora. Só que tenho assuntos que me ocupam o tempo. Há dois dias fui avô, hoje fui fazer um exame médico. O "Rebenta Minas" com os seus 77 anos anda um pouco rebentado... Mas vou responder-lhe, prometo.

Anónimo disse...

Carlos Gomes de Araújo,

Perante a minha pessoa, propriamente dita, não tem de responder coisa alguma.

Cpts,
Abreu dos Santos

MANUELMAIA disse...

CAMARADAS

ESGRIMINDO,QUAL CRUZADO,A TOLEDANA CONTRA O INFIEL,SAIU A TERREIRO O CAP-NERY,ENFUNADO Q.B. PELO POST DO VASCO DA GAMA, ONDE ESTE POBRE ESCRIBA DE CRISTO FOI APOR UNS COMENTÁRIOS CONSIDERADOS OFENSIVOS
NUM CONTEXTO DE UM "ARRAZOADO SEM PÉS NEM CABEÇA"( DE ACÉFALO,SERÁ ISSO?)
A DETERMINADA ALTURA DO SEU FORTÍSSIMO LIBELO ACUSATÓRIO,O CAP NERY ACUSA ESTE POBRE ESCRIBA DE NÃO SABER LER,PELO QUE,DE FORMA DEMOCRÁTICA, LHE RETRIBUO O GALANTEIO UMA VEZ QUE ASSENTA PARTE DESTA ACUSAÇÃO NA "AMOSTRAGEM DOS GALÕES",SOCORRENDO-SE INCLUSIVÉ DO APOIO DE EX MILITARES SEUS COMANDADOS,PEDINDO-LHES QUE FORNEÇAM AO BLOG O SEU COGNOME DE "REBENTA MINAS" CONFIGURANDO DESSA FORMA A IMAGEM DO HOMEM QUE ANDAVA SEMPRE À FRENTE DOS ACONTECIMENTOS,DE UM OPERACIONAL EM SUMA...
DEVO REAFIRMAR QUE QUANDO REFERI A EXPRESSÃO GALÕES O FIZ REPORTANDO-ME AO SEU CONHECIMENTO DA NOBRE ARTE DE
TALMA NO QUE CONCERNE À CONDUÇÃO E ENCENAÇÃO( DE QUE EU,SOU DESCONHECEDOR EM ABSOLUTO,AO CONTRÁRIO DO VASCO DA GAMA QUE É TAMBÉM,COMO O CAP.NERY,UM AMADOR,NO SENTIDO LITERAL DA EXPRESSÃO)E NÃO AOS GALÕES DE MILITAR...
AFIRMA O CAP NERY QUE TENHO UMA VISÃO REDUTORA DO AMBIENTE VIVIDO NUMA BISSAU QUE NÃO CONHEÇO NEM NO TEMPO NEM NO ESPAÇO...
MAIS À FRENTE DIZ-ME QUE A REALIDADE DA MESSE( GOSTO MAIS DE LHE CHAMAR CLUB...SÃO COISAS) ERA BEM MAIS COMPLEXA DO QUE AQUELA QUE ME PONHO A ADIVINHAR( CÁ ESTÁ UM PEQUENINO REMOQUESINHO,MUITO AO JEITO,"MAS QUE QUER ESTE FURRIELZITO DIZER?)
FUI DUAS VEZES,ACOMPANHADO DE AMIGOS OFICIAIS AO CLUB,E TENHO CONSCIÊNCIA DE QUE NÃO PARAVAM POR ALI APENAS OS DO Q.P.,PORTANTO A LONGA EXPLANAÇÃO DOS PERIQUITOS,DOS VETERANOS,DOS "DOENTES" EM TRÂNSITO,DOS ,DOS,DOS...NÃO ME PARECE TER SIDO LÁ MUITO BEM ESCOLHIDA...
A DETERMINADA ALTURA,MUITO AO JEITO DE INQUIRIÇÃO PARA AUTO MILITAR,PERGUNTA O CAP. NERY ONDE PASSAVA O MEU TEMPO DEPOIS DA COMISSÃO ACABAR.
AQUI VAI A RESPOSTA:
-COMO NUNCA VIVI NO AR CONDICIONADO,QUANDO MUITO ESPORÁDICAMENTE LÁ ME DESLOCAVA,APROVEITAVA AO MÁXIMO AS HORAS DO DIA PARA FREQUENTAR ALGUNS RESTAURANTES ONDE ERA POSSÍVEL FAZER REFEIÇÕES COM ASPECTO DE DECENTES(PORTANTO SEM A MENOR SIMILITUDE COM AS DO CANTANHEZ NA MARMITA...)BEM COMO
A IMPORTANTÍSSIMA MISSÃO DE "DESENFERRUJAR O PREGO",QUE COMO SE SABE NÃO ERA FÁCIL DE CONSEGUIR EM QUALQUER LOCALIDADE DO MATO.
NESSA ALTURA,QUEM VINHA DE FORA DA CIVILIZAÇÃO,ABDICAVA DO ALIMENTO DA ALMA E APOSTAVA NO ALIMENTO DA CARNE...
ISTO NÃO IMPLICA DESPRIMOR PELO ENORME MÉRITO QUE FOI O GIGANTISMO DE APRESENTAR UMA PEÇA DE TEATRO,E LOGO DE QUE TIPO( NUM CENÁRIO BELICISTA, EMBORA A GUERRA DO AR CONDICIONADO FOSSE SEMPREDO TIPO PORTUGUÊS SUAVE...)
O PÚBLICO PRESUMO QUE DEVERIA SITUAR-SE DENTRO DAS FAMÍLIAS DOS "OPERACIONAIS" DO TIPO AB...
GOSTARIA DE FINALIZAR DIZENDO AO JOÃO BARGE QUE ESCREVO EM MAIÚSCULAS,NÃO PORQUE BERRE COMO REFERE,MAS PORQUE TENHO DIFICULDADES DE VISÃO,E REFERIR, UMA VEZ MAIS, QUE AS CUNHAS EM BISSAU ERAM O PRATO FORTE...
SAÍAM DAS COMPANHIAS ALFERES E FURRIEIS PARA TACHOS EM BISSAU,E NÃO HÁ SARCASMO NENHUM, POR MELHOR ELABORADO QUE POSSA SER, A NEGAR ESTA EVIDÊNCIA...

SEM MELINDRES E EM SINTONIA COM A NECESSIDADE DA EXISTÊNCIA DE POLÉMICA DENTRO DA TABANCA,DAQUI ENVIO UM ABRAÇO AO CAP.NERY,EXTENSIVO A TODA A TABANCA

Anónimo disse...

Camaradas,
Ele há litigâncias, que mais parecem mal-disfarçadas manifestações de vaidade.
Acho que, em matéria de esclarecimento, não devemos ir além do essencial, e recorrendo a escritos sintéticos.
Abro excepções àqueles textos com notória qualidade literária, como já tem acontecido em alguns postes publicados, que, mesmo assim, não se excederam nas explanações.
J.Dinis

Carlos Nery disse...

Amigo Manuel Maia, acho que já dissemos o que queríamos dizer, no essencial. A partir de agora iríamos repetir-nos. Agradeço o teu abraço e retribuo. Olha, quando eu for ao Norte, vamos beber um copo e acabamos de esclarecer o que falta esclarecer... Concordas?