terça-feira, 18 de setembro de 2012

Guiné 63/74 - P10400: Recortes de imprensa (59): Mina antipessoal faz uma vítima na tabanca de Buruntuma, 39 anos depois do fim da guerra (Nelson Herbert)






Fonte: Portal GBissau.com. De acordo com o seu estatuto editorial, este portal "é um site de notícias, actualidades e opiniões sobre a Guiné-Bissau e as suas comunidades espalhadas pelo mundo", podendo também abordar,sempre que se justifique, "sassuntos de outros países lusófonos e africanos em geral".


O portal "foi fundada em 2012" e pretende ser "um diário de informação geral de referência para todos os cidadãos da Guiné-Bissau, independentemente da afiliação e da visão política de cada um". A ideia da sua criação "surgiu de um grupo de experientes jornalistas oriundos da Guiné-Bissau e com passagem por órgãos de comunicação social de referências nacionais e internacionais, nomeadamente a RTGB, a RDN, a Rádio Galáxia de Pindjiguiti, a Rádio Bombolom FM, a BBC, a CNN, a Voz da América, entre outros". Trata-se de um projecto de informação que se pauta "por uma postura e por um olhar factual, crítico e analítico. E acima de tudo, um olhar introspectivo, por conseguinte nacional, dos grandes desafios por que passa a Guiné-Bissau de hoje", e que se bate "por uma informação crítica, pela tolerância, pela isenção e pela verdade — de resto alicerces de um estado democrático em construção, como o caso da Guiné-Bissau".



1. Um recorte de imprensa enviado pelo nosso amigo e grã-tabanqueiro, Nelson Herbert, de origem guineense, jornalista, da VOA (Voz da América), a viver em Washington [, foto atual à direita]:


Bissau (Rádio Sol Mansi, 17 de Setembro de 2012) - Uma mulher viu um dos membros inferiores ser amputado segunda-feira por uma mina anti-pessoal na aldeia de Buruntuma, leste da Guiné Bissau, informou à imprensa a irmã da vítima.

O acidente ocorre 39 anos depois do fim da guerra de libertação nacional em setembro de 1974. De acordo com a Aminata Djaló, a sua irmã, Quinde Djaló, de 25 anos de idade, tinha ido buscar um carneiro amarrado atrás da sua casa e foi ai aonde ela pisou sobre um engenho explosivo.

“Ela apanhou ferimento no quintal da casa. Estava lá amarrado um carneiro, e por fazer muito quente, ela foi retirar o animal do local onde estava a pastar. Afinal, o carneiro pastava por cima de um engenho explosivo, que só rebentou quando a minha irmã o pisou, devido o seu peso superior ao do animal”, contou Aminata Djaló.

“No mesmo instante, ela perdeu o seu pé direito. Ela sofre muito”, observou. A vítima foi admitida no Hospital Nacional Simão Mendes em Bissau.

Fonte: Portal GBissau.com

2. Comentário de L.G.:

O título da notícia é ambivalente: "Minas antipessoais continuam a amputar 39 anos depois do fim da guerra colonial"... E no corpo da notícia, lê-se: "O acidente ocorre 39 anos depois do fim da guerra de libertação nacional em setembro de 1974"... Infelizmente, não é relevante saber a proveniência ou paternidade da mina, se do antigo exército colonial português, se da guerrilha do PAIGC, ou até se do exército bissau-guineense, envolvido em diversas lutas intestinas (golpes de estado, guerras civis, etc.) desde 1980. Este tipo de engenhos explosivos não têm bilhete de identidade, nem certidão de nascimento, são assassinos cegos, impediosos, apátridas...Só uma peritagem independente poderia datar o engenho, determinara a sua antiguidade, identificar o país de fabrico, etc. A triste verdade é que as minas continuam a matar, a amputar, a causar dor, sofrimento, medo e insegurança no antigo TO da Guiné.

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Nota do editor:

Último poste da série > 13 de setembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10375: Recortes de imprensa (58): Até os mortos são roubados!... Desaparece lápide em bronze com os nomes dos 13 combatentes de Monção mortos na guerra colonial (Carlos Pinheiro)


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