1. O nosso Camarada Idálio Reis, ex-alf mil at inf, CCAÇ 2317 / BCAÇ 2835, Gandembel e Ponte Balana, 1968/69, enviou-nos a seguinte mensagem.
Uma jornada de confraternização de ex-aspirantes milicianos que integraram o 3.º Curso de Rangers de 1967
Caríssimos camarigos e editores da Tabanca Grande.
O pretérito sábado, dia 26, resplandeceu soalheiro, propiciando um dia bem ameno e agradável para que alguns elementos de um curso de Operações Especiais, do longínquo ano de 1967, havido em Lamego no CIOE, convergissem para a viriata cidade de Viseu, onde o nosso anfitrião e companheiro António Albuquerque, radiantemente nos havia de acolher na sua terra natal.
Foi o curso então formado por 70 garbosos militares, já mobilizados, e que após o seu término, se partiria para a Unidade mobilizadora. Por um inextricável conjunto de motivos de generosidade, que a estada num curso daquelas características sempre incute nos formandos, criou-se uma comunhão de afinidades imperecíveis, que haveria de determinar que soubéssemos notícias de cada, aquando do cumprimento da comissão nas 3 frentes da guerra.
Efectivamente, que haveria de sobejar em alguns, mesmo depois do ciclo da tropa, laços de amizade que não se esvaeceram.
A guerra de África haveria de ceifar 3 deles, e o determinismo da Lei da Vida já terá excluído brutalmente muitos por perecimento antecipado, e que atingirá muito próximo as três dezenas. Um ror de saudades que se nos afaga. E por isso, o Albuquerque tomou o belo gesto de fazer incluir no programa, a celebração de uma missa em preito de homenagem desses que se apartaram bem cedo do nosso seio.
E da igreja de S. José, demandámos um restaurante da cidade, onde seria servido um suculento almoço. Aqui juntámo-nos mais para convivermos de perto, e em que a guerra de há 45 anos e o indagar do paradeiro dos não presentes, foram temas principais das conversas. E as esposas de muitos, embevecidas, iam tomando conta das nossas transmissões.
O Hernâni apareceu pela primeira vez, e como sempre atrasado. Chegou bem, está com bom aspecto, tendo sido premiado com uma salva de palmas.
O Soares, um duriense de gema, tomou a gentileza de nos trazer um grande bolo que encomendara em Lamego, e que vinha decorado com a fotografia de cada um de nós. Final doce, para o repasto bem terminar.
Também teve a gentileza de estar presente, um dos instrutores de então, o coronel Paiva Bastos. Bem-haja.
Seguiram-se alguns momentos de maior partilha. O prestimoso Albuquerque, que nos prometera que não choveria nesse dia e que haveria de merecer justo reconhecimento, ainda nos haveria de ofertar um bonita garrafa do milenar Dão. Agradecendo a nossa presença, tecendo loas merecidas ao António Brandão, o principal impulsionador destes encontros, comoventemente pediu-nos recolha de 1 minuto de silêncio em memória dos que irreversivelmente já se apartaram, que foi maviosamente acompanhado pelo toque de silêncio, brilhantemente interpretado por uma jovenzinha, a filha do Camilo. Momento alto, que nos embeveceu sobremaneira.
Eu próprio, acabei por ter a oportunidade de ofertar o meu livro-narrativa da história da minha Companhia, tecendo considerações sucintas sobre o mesmo.
O Soares, fez-nos uma divagação de fragmentos da sua vida. Os desenfianços possíveis durante Curso, a sua comissão em Angola, a sua actual vida de reformado tomando como lema o trabalho, e principalmente tentou definir azimutes que nos cativem guarida para a próxima confraternização.
019 - Cumprimentando 4 velhos companheiros: o pedrasrubrense Enes, o anfitrião Albuquerque, o lousadense Silva e o castelovidense Fernando
073 - A celebração da missa na igreja de S. José, sita ao Parque de S. Mateus
079 - No fim da missa, o Albuquerque agradece a nossa presença
088 - Os convivas em conjunto
107 - Os homens da Guiné ficaram juntos. O Manuel Francisco da CCaç.2313/BCaç.2834 e eu (CCaç.2317/BCaç.2835)
108 - E o ranger de vermelho é o Rocha Duarte, do meu Batalhão e da CCaç.2315
121 - O delicioso bolo oferecido pelo Soares, postado à direita do Rocha Duarte, e que andou por Angola
129 - A filhota junto ao pai Camilo, executando o toque de silêncio
Um forte abraço a toda a Tertúlia do
Idálio Reis.
Idálio Reis.
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Nota de M.R.:
Vd. último poste desta série em:
31 DE OUTUBRO DE 2013 > Guiné 63/74 - P12228: Convívios (546): XX Almoço/Convívio de ex-combatentes, promovido pelo Núcleo de Lagoa/Portimão da Liga dos Combatentes, que teve lugar no passado dia 20 (Arménio Estorninho)
4 comentários:
Um texto de tocante beleza, que só podia vir da pena de um escritor de grande talento e sensibilidade como o Idálio Reis. Parabéns aos "rangers" do curso de 67!
São impressionantes os números que nos dão ideia de quão implacável é o relógio da vida... mas também como são fortes como o aço os laços da camaradagem e da amizade. Cito o autor:
(...) "Foi o curso então formado por 70 garbosos militares, já mobilizados, e que após o seu término, se partiria para a Unidade mobilizadora. Por um inextricável conjunto de motivos de generosidade, que a estada num curso daquelas características sempre incute nos formandos, criou-se uma comunhão de afinidades imperecíveis, que haveria de determinar que soubéssemos notícias de cada, aquando do cumprimento da comissão nas 3 frentes da guerra.
"Efectivamente, que haveria de sobejar em alguns, mesmo depois do ciclo da tropa, laços de amizade que não se esvaeceram.
"A guerra de África haveria de ceifar 3 deles, e o determinismo da Lei da Vida já terá excluído brutalmente muitos por perecimento antecipado, e que atingirá muito próximo as três dezenas. Um ror de saudades que se nos afaga. E por isso, o Albuquerque tomou o belo gesto de fazer incluir no programa, a celebração de uma missa em preito de homenagem desses que se apartaram bem cedo do nosso seio." (...)
Parabéns Idálio Reis, a ti e aos teus camaradas que vão mantendo a "chama acesa" dos "rangers" de 67 e da sua memória!
(...) "O Soares, um duriense de gema, tomou a gentileza de nos trazer um grande bolo que encomendara em Lamego, e que vinha decorado com a fotografia de cada um de nós. Final doce, para o repasto bem terminar".(...)
Parabéns ao Soares pela ideia genial!... Um nunca tinha visto um bolo desses, com as fotos da malta toda! É uma obra prima da pastelaria de Lamego!
Caro Idálio
Estas notícias sobre camaradas nossos, mais próximos ou que apenas estiveram no mesmo'chão' que nós, são cada vez mais frequentes. E não deve abrandar o ritmo.
Ficamos sempre com um 'amargo de boca', como se uma parte de nós também fosse atingida (e de facto, foi, pelo menos emocionalmente) mas temos que levantar a cabeça e seguir em frente.
Pelo que vi das fotos esse convívio correu bem. As fotos são muito boas e também achei curiosa a confecção do bolo com a reprodução das fotos dos elementos do grupo. Também realço a tua reportagem que facilita o 'acompanhamento' do acontecimento à distância.
Abraço
Hélder S.
Camarada Ranger, Idálio Reis. Também estive na Guiné e frequentei o 1º curso de 73, de Op. Especiais, em Penude-Lamego.
São eternas as Amizades, que fizemos durante o percurso militar e em especial em Lamego, que perduram por todo o sempre e a prova disso está patente nas fotos publicadas.
Um Abraço Amigo.
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