sexta-feira, 25 de agosto de 2023

Guiné 61/74 - P24587: Notas de leitura (1609): "A Guerra e a Literatura", por Rui de Azevedo Teixeira; Vega, 2001 (Mário Beja Santos)


1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá, Finete e Bambadinca, 1968/70), com data de 14 de Setembro de 2021:

Queridos amigos,
Os trabalhos de investigação assinados por Rui de Azevedo Teixeira sobre literatura e guerra colonial são hoje obras de referência a que podemos juntar aos trabalhos de Aniceto Afonso e Carlos Vale Ferraz e igualmente a João de Melo, cobrem essencialmente obras publicadas até à década de 1990. Infelizmente, depois destas obras atrás mencionadas, não há levantamentos a não ser parciais, nenhum trabalho de conjunto, estou em crer que mais nenhuma tese de doutoramento sobre seis décadas de literatura. Da minha banda, procurei fazer o levantamento da literatura da guerra da Guiné e fiquei-me em 2012, e tenho o pesar de constatar que poucos trabalhos grandiloquentes, referenciais, vieram depois, o que talvez signifique que a idade não perdoa e os trabalhos de investigação universitários andem longe de nós.

Um abraço do
Mário



A Guerra e a Literatura, por Rui de Azevedo Teixeira

Mário Beja Santos

A obra "A Guerra e a Literatura", por Rui de Azevedo Teixeira, Vega, 2001, vem na sequência de uma obra que ainda hoje é uma referência do estudo da literatura da guerra colonial, "A Guerra Colonial e o Romance Português". Desta vez o investigador envereda por novas temáticas e analisa obras de três escritores que vinte anos depois da publicação deste ensaio se mantêm ativíssimos e nalguns casos batendo ruidosamente à porta da guerra colonial, como é o caso de Carlos Vale Ferraz.

Ele vai destacar a violência associada à guerra, observando:
“Desde a Antiguidade, a guerra é vista, por um lado, como inevitável, como força nua que determina os destinos dos povos e como teste à dureza masculina; por outro lado, é considerada como perigo para a humanidade e atacada pela sua crueldade e poder de destruição".

Era inevitável citar o general prussiano Karl von Clausewitz:
"A guerra não é meramente um ato político, mas sim um autêntico instrumento político, uma continuação da atividade política, uma realização da mesma utilizando meios diferentes”.

E, portanto, a guerra é habitação obrigatória da literatura, na maior parte dos seus modos e géneros:
“O conflito armado de grandes proporções irrompe na narrativa, no drama, na lírica, instalando-se no conto, na novela, no diário, no poema, na peça de teatro e, com especial à vontade, na epopeia e no romance”.

E elenca títulos de diferentes épocas onde a guerra é prato de substância até chegarmos ao século XX, como ele diz o das maiores matanças militares, e o autor considera haver duas grandes atitudes literárias em relação à prática bélica: a mística da guerra e o ataque frontal ao fenómeno de guerreiro. Praticamente, os grandes escritores de âmbito universal estiveram sempre fortemente seduzidos pela temática bélica, ele alarga-se em exemplificações que vão desde a extrema-direita à esquerda francesa, lembra-nos Eric Maria Remarc, Ernest Hemingway, Norman Mailer, James Jones. Com a agonia da guerra clássica, diz ele, os romances de guerra tornam-se basicamente em azedos romances de antiguerra. O poder nuclear não tem heróis lendários, os seus criadores são cientistas que muitas vezes vêm deplorar as suas criações.

E temos agora propriamente a literatura da guerra colonial, e ele encontra três substantivos para a rotular: orgulho, culpa e nostalgia. Sintetiza o díptico contrastivo, entre esquerda e direita (à esquerda, Fernando Assis Pacheco, Manuel Alegre ou Álvaro Guerra) e os apoiantes do império (Couto Viana ou Alpoim Calvão). Fala também de passadistas como Reis Ventura, Couto Viana, Pedro Homem de Melo, o primeiro Manuel Barão da Cunha, Amândio César, Armor Pires Mota. Emerge uma literatura de protagonistas alferes, anticolonialista e muitas vezes pacifista e anota que a atitude desta literatura é exatamente contrária à que vai dominar na produção literária africanos lusófonos que tratam a guerra de libertação nacional.


Quem escreve? Um oficial comando como Carlos Vale Ferraz, fuzileiros como Alpoim Calvão e Modesto Navarro, Álvaro Guerra, ferido em combate, Manuel Alegre, combatente e desertor, os que não combateram diretamente como Assis Pacheco, Lobo Antunes ou João de Melo. Há os que não tendo estado em África como militares escreverão sobre a guerra, caso dos já não pertencentes à geração combatente: Fernando Namora, Sttau Monteiro, Cardoso Pires, Mário de Carvalho, José Manuel Mendes; os que estiveram em África mas que não usaram o camuflado: Reis Ventura, Amândio César, Couto Viana, António Quadros ou Rui Knopfli; e as mulheres como Olga Gonçalves, Maria Velho da Costa, Lídia Jorge, Wanda Ramos.

Destaca títulos: "O Capitão Nemo e Eu", de Álvaro Guerra; "Lugar de Massacre", de José Martins Garcia; "Os Cus de Judas", de Lobo Antunes; "Nó Cego", de Carlos Vale Ferraz; "A Costa dos Murmúrios", de Lídia Jorge; "Jornada de África", de Manuel Alegre.

O seu estudo centra-se em três autores: Lídia Jorge e A Costa dos Murmúrios; quatro livros de Carlos Vale Ferraz com destaque para "Nó Cego"; e João de Melo em "Autópsia do Mar de Ruínas".

Disseca o trabalho de Lídia Jorge para concluir que a guerra colonial não tem bode expiatório, o combatente tem uma mínima parcela de responsabilidade negativa, a trama do romance que se passa no Índico tem a ver com um império que morre. Destaca em "Nó Cego" um saber prático da máquina de guerra portuguesa e da arte da contraguerrilha, o escritor bateu-se em Angola, Moçambique e Guiné, participou em operações que fizeram história, a figura central é um capitão, formou uma equipa coesa, um conjunto de centuriões, homens disciplinados e dedicados. O autor, com as suas sucessivas comissões, começa a aperceber-se de que na guerra do Ultramar Portugal é o agressor que teima em não reconhecer que o Império vai contra o tempo. A companhia do capitão é uma unidade ofensiva que participará na Operação Nó Górdio, será ponta de lança no assalto à base Gungunhana, um comandante-chefe sonhou em envolver todos os seus efetivos para destruir a Frelimo e o que aconteceu é que a Frelimo deixou as bases vazias e imiscuiu-se em novos territórios, alastrou a guerra de contraguerrilha. Rui de Azevedo Teixeira fala de outros livros de Carlos Vale Ferraz para enfatizar que o que está em causa é o herói militar batido pela História.

Finalmente, João de Melo, "Autópsia do Mar de Ruínas". Estamos em Calambata, norte de Angola, há quartel e sanzala, por ali deambula o furriel-enfermeiro Pacheco, João de Melo por excelência, é ele o cronista do universo da sanzala de Calambata, onde várias vozes em interferência, lá aparecem heróis revolucionários, mas o que objetivamente assalta da crónica é que estamos a assistir a um mundo em decomposição:
“As personagem de autópsia articulam-se de forma limpa com os espaços do romance que, como qualquer espaço, tem os seus traidores e os seus heróis – e ambos traduzem o sentido final marxista e pró-independentista da narrativa, estamos no norte de Angola no dealbar da década de sessenta”.

A apreciação de Rui de Azevedo Teixeira ao conjunto da obra, onde se fala de uma guerra em que ao guerreiro invisível e virtuoso de opõe o militar visivelmente vicioso, é duríssima:
“Autópsia é um romance morto cujas rescritas-reanimações falharam e cuja autópsia mais não pode ser de que um mero exercício crítico de manutenção”.

Deixa uma observação curiosa no final do seu trabalho:
“Porquê esta imagem negativa do português e do seu esforço de guerra e de fomento? Porquê esta mudança radical de paradigma imagiológico em relação ao corpo literário anterior? Fico-me por razões essenciais. Em primeiro lugar, porque, desabada a ditadura, vem a desforra, o pêndulo viaja até ao outro extremo. Depois, porque é uma literatura que, sustentada numa base emocional de culpa, se autopune, faz autoflagelação, masoquismo. Em terceiro lugar, porque é fundamentalmente uma literatura de alferes e de furriéis – e de mulheres de alferes. Esta última razão merece alguma demora explicativa. Tendo sido alferes e furriéis milicianos a maioria dos que romancearam a guerra de África, é natural que sofressem de incultura militar – o miliciano é um amador, não é um profissional da guerra. A incultura militar desses milicianos impede-os de entenderem, em profundidade, a natureza da guerra de guerrilha em que participavam, estando-lhes vedada a compreensão das estratégias e contra-estratégias, das táticas, das guerrilhas e das éticas”.

Abre exceção para a obra "Nó Cego", de Carlos Vale Ferraz, pois que era um capitão do quadro permanente, um profissional.

Obra a juntar ao acervo de documentos que escalpelizam a literatura da guerra colonial.

____________

Nota do editor

Último poste da série de 21 DE AGOSTO DE 2023 > Guiné 61/74 - P24574: Notas de leitura (1608): "Os Portugueses nos Rios de Guiné (1500-1900)", por António Carreira; edição de autor, Lisboa, 1984 (2) (Mário Beja Santos)

15 comentários:

antonio graça de abreu disse...

Neste caso é João de Melo citado pelo Mário Beja Santos:
"O sentido final marxista e pró-independentista da narrativa."
As águas chocas em que navega esta literatura. Falhou tudo.
As malas cheias de rublos, dólares, a amaciar as mãos de manteiga destes grandes herdeiros do colonialismo, revolucionários afinal contra os seus próprios povos, cinquenta anos após a independência.

Abraço,

António Graça de Abreu

Fernando Ribeiro disse...

1 - O autor de "A Oeste Nada de Novo", entre outros títulos, chamava-se Erich Maria Remarque e não Eric Maria Remarc.

2 - Colocar Fernando Assis Pacheco na categoria dos que «não combateram diretamente», a par de António Lobo Antunes, é o cúmulo! Como médico militar que era, Lobo Antunes dificilmente terá ouvido um tiro sequer, mas Fernando Assis Pacheco esteve múltiplas vezes debaixo de fogo, em Zala e em Nambuangongo no ano de 1963. Múltiplas vezes! Basta ler os poemas de Assis Pacheco, compará-los com a prosa de Lobo Antunes e logo se verá que existe um mundo de diferença entre eles. Em entrevista a um programa radiofónico, em 1991, declarou Fernando Assis Pacheco: «ainda hoje, no meio de uma insónia pertinaz, às vezes ainda ouço uns tirozinhos ali ao longe (…) já são muito ténues, já quase os não ouço, mas ainda dão para eu suar frio na cama».

Estamos num país livre e o disparate também é livre, mas (que diabo!) não exagerem no disparate.

Alberto Branquinho disse...


Porque será que todos os escrevedores SOBRE a literatura da guerra colonial (poucos escrevem SOBRE literatura DA experiência da guerra colonial), escrevem SEMPRE sobre os MESMOS autores e os mesmos livros?
A guerra colonial (para eles, analistas) parou no tempo que conheceram ou que quiseram conhecer. Sabemos que investigar, lamber papel e esgravatar computadores CANSA! Mas, por favor, não se intitulem especialistas na matéria.
Além do mais a guerra colonial de 1961/62 nada tem a ver com o que se verificou com a evolução da mesma e também se agravaram os aspectos sociais e políticos.

Alberto Branquinho

Tabanca Grande Luís Graça disse...

'Manuel Alegre, combatente e desertor" ?... Felizmente que ele não nos lê... Mas se nos lesse não iria gostar... Já põs um general em sentido por lhe chamar 'desertor'... A palavar tanto pode ser elogio como insukto, dependendo de quem a proferir ou a ler... LG

Alberto Branquinho disse...


Boa tarde Carlos

Este post foi repetido e com os comentários que tinha anexos (que já constavam quando foi publicado há uns dias ). Deve ser do calor...

Mas, já agora, aproveito para acrescentar ao meu comentário atrás que Carlos Vale Ferraz (a.k.a., de seu nome, Matos Gomes, é muito mais que "Nó Cego").

Abraço (sem muito aperto por causa do calor)
Alberto Branquinho

João Carlos Abreu dos Santos disse...

... «Obra a juntar ao acervo de documentos que escalpelizam a literatura da guerra colonial»»?!

De quando em vez, passo por este 'blog' para ver as vistas: pelos vistos, nada de novo; sempre os mesmos requentados 'opinion makers'...
Desta feita, o kamarada Mário António Gonçalves Beja dos Santos - que persiste em enxamear este 'blog' com "assuntos" quais em bom rigor nada têm a ver com a guerra "colonial" ocorrida na Provínca Ultramarina da Guiné, cuja, aliás, pouco ou nada viu e de que (chatice!, foi "obrigado" pela "ditadura salazenta" a participar..) -, brinda o leitor com mais uma das suas verrinas interpretativas livrescas: sucede que o RAT é um ex-comando que se comportou 'muy malo' na ZML de Angola; e após o 25A passou-se para as legiões esquerdolas. Não me merece qq créditos, tal como os demais escrevinhadores citados, qualquer deles e todos em conjunto fazem parte de um "clube" enlouvinhamado pela 'intelligentzia' da bem-pensancia desta 3ª 'res publica'...
Com que então, "Obra a juntar ao acervo de documentos que escalpelizam a literatura da guerra colonial"
Oh Beja Santos, 'por que nó te callas'?!

João Carlos Abreu dos Santos disse...

Luís Manuel da Graça Henriques, escreveu que em tempo MAMD «põs um general em sentido por lhe chamar 'desertor'».
Queira, por obséquio, mencionar, pelo nome, o dito general.
Cpts

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Não entro em picardias... Não sei o que quer dizer a sigla MAMD...

Sobre o Manuel Alegre, que como outro qualquer antigo combatente merece o nosso respeito, aqui ficam dois links:

https://observador.pt/factchecks/fact-check-manuel-alegre-desertou-de-acampamento-militar-em-angola/


https://tvi.iol.pt/noticias/politica/politica/general-pede-desculpas-por-chamar-desertor-a-manuel-alegre

Manuel Luís Lomba disse...

Manifesto o meu apreço pelos "modos e géneros" com que o Mário alimenta o blogue, mas critico-lhe a presente omissão: no após cronológico de "A Guerra e a Literatura" do RAT, apenas menciona meia dúzia de autores "institucionais", talvez por eles e a sua circunstância, não registando tantos autores da guerra vivida, sofrida e narrada na primeira pessoa, talvez por serem amadores, logo não institucionais - entre os quais me incluo.
Abr.

Antº Rosinha disse...

Com o oportuno, original e chamativo "Os Cus de Judas" tudo o que se escreva sobre a guerra, sofre os efeitos ofuscantes do quase Nobel Lobo Antunes.

Aliás, quantos volumes do próprio Lobo Antunes irão parar a muitas prateleiras à pala do "Cus", só para fazer número sem serem folheados além do prefácio?

A maioria dos milicianos que foram àquela guerra, veem-se retratados mais naquele livro, de um "inacreditável absurdo da guerra" do que outra guerra com grandes comandos, ou fuzileiros ou outras especialidades com grandes heróis.

Só esta tirada sobre as Senhoras do Movimento Nacional feminino que enviavam:

"medalhas da Senhora de Fátima e porta-chaves com a efígie de Salazar, acompanhadas de padres-nossos nacionalistas e de ameaças do inferno bíblico de Peniche".

Tem outras bombásticas que não há comparações.

Valdemar Silva disse...

Antº. Rosinha, o Beja Santos apresenta e critica os livros que entende e até foi conhecedor da guerra da Guiné em directo e a cores. A chatice é ele apresentar escritos da Sociedade de Geografia que não estavam proibidos, mas quase os que chamavam colónias às que passaram a ser províncias ultramarinas. Que chatice as nossas criancinhas saberem daquelas coisas.
A chatice é o raio do calor que está a aparecer como se estivesse num termo-congelador.
Imagine-se calor congelado, por muito que queiram é um calor esquisito que aqueceu e de que maneira até há passados cinquenta anos. Agora é um calor à la mode, revanchista e palerma.
Ninguém tem dúvidas que a guerra da Guiné foi do caraças, e marcou a quem lá esteve uma sensação estranha e inesquecível.
Como qualquer guerra, a guerra da Guiné teve muitos heróis em todos os níveis: militares ou de tratamento humano.

Até havia uma Receita (*), que nada tinha de conventual, para fazer um herói.

Tome-se um homem,
Feito de nada, como nós,
E em tamanho natural.
Embeba-se-lhe a carne,
Lentamente,
Duma certeza aguda, irracional,
Intensa como o ódio ou como a fome.

Depois, perto do fim,
Agite-se um pendão
E toque-se um clarim.

Serve-se morto


Cuidado com o calor e saúde da boa
Valdemar Queiroz

(*) de Reinaldo Ferreira

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Grande poeta português, moçambicano, hoje esquecido... autor de letars de canções que ficarma na nossa memória como "Kanimabo" e "Uma casa portuguedsa"...

https://pt.wikipedia.org/wiki/Reinaldo_Ferreira_(filho)

https://pt.wikipedia.org/wiki/Kanimambo


(...) Sentado à mesa do café com os seus amigos Artur Fonseca e o escritor Reinaldo Ferreira (filho do célebre «Repórter X»), João Maria Tudela expõe o que lhe fora pedido: «Eles querem uma canção dedicada a Lourenço Marques, uma letra simples que eu depois possa cantar com sotaque estrangeiro para dar uma atmosfera continental.» Reinaldo Ferreira escreve assim a canção «Holiday in Lorenzo Marques».

Para o lado «B» do «single» : «Se queres um verdadeiro sucesso para toda a gente cantar, olha-me só para esta letra...», disse-lhe o escritor: «Obrigado, muchas gracias, merci bien, tudo é Kanimambo; danke schön, grazzie tanta, many thanks, tudo é Kanimambo».(...)

«E eu também já tenho música para isso», acrescentou Artur Fonseca, trauteando a melodia. Tinha nascido naquele momento o maior sucesso de João Maria Tudela, «Kanimambo». (...)

João Carlos Abreu dos Santos disse...

... ao veterano Manuel Luís de Araújo Lomba, saúdo-o e continuo a apreciar os seus justos comentários.

João Carlos Abreu dos Santos disse...

... m/reply para o 'comment' (?) "resposta" de Luís Manuel da Graça Henriques:
Citando-o: «Não entro em picardias... Não sei o que quer dizer a sigla MAMD... Sobre o Manuel Alegre, que como outro qualquer antigo combatente merece o nosso respeito, aqui ficam dois links: https://observador.pt/factchecks/fact-check-manuel-alegre-desertou-de-acampamento-militar-em-angola/ [e] https://tvi.iol.pt/noticias/politica/politica/general-pede-desculpas-por-chamar-desertor-a-manuel-alegre .»
Pois, aparentemente não entra "em picardias", mas... em boa verdade alimenta-as; nem sabe "o que seja a sigla MAMD", qual é sobejamente o conhecido poetastro-fala-grossa Manuel Alegre de Melo Duarte, cujo lhe continua a merecer encómios enquanto a muitos outros, veteranos da Guerra do Ultramar, não.
Além do respectivo 'cv' civil, castrense e político, que desde há e de minha lavra muito bem conheço (e está divulgado na internet) - por obséquio, consulte em http://macua.blogs.com/files/o_poetastro_.pdf - "Manuel Alegre, um ícone das esquerdas... " -, (por mim escrito, publicado e distribuído por m/email, em 21Jan2010) -, pois saiba que nunca falo nem-de-cor nem-de-saltado: e quanto ao processo kafkiano movido por MAMD contra o meu mui Estimado Amigo TCor ref JJBF, conheço-o de ginjeira os antes, os durante e os depois...
'En passant', tb fica a saber que, em tempo através da Rádio Argel, MAMD acusou, entre outras pessoas - falsa e colosa e displicentemente! - também o (então) major cmd Raul Folques de haver cometido na Guiné, tropelias várias! (e tudo e algo mais ficou gravado em actas no respectivo tribunal... onde de resto tudo acompanhei presencialmente).
Fique então sabedor, que MAMD a título algum me merece qualquer respeito!
Quanto aos 'links' que jocosamente chamou à colação, também de há muito conheço os respectivos "conteúdos" e nos quais, além de incorrecções fácticas graves, podem ser considerados "jornalismo" a roçar aleivosias ao par de laivos de panegírico...

Para final de conversa, faça tb favor de ler (publicado na imprensa em 05Abr2019):
- «Manuel Alegre desistiu de pedido. Depois de ter dado a conhecer a deliberação do Supremo Tribunal de Justiça que rejeitou a pretensão do socialista Manuel Alegre a uma indemnização aumentada no caso judicial que o opôs ao nosso ilustre articulista, Tenente-Coronel João José Brandão Ferreira, o mesmo Supremo fez saber que, afinal, muito antes de tomada a deliberação já Alegre havia desistido da pretensão. Segundo nova notificação, enviada ao insigne Advogado Alexandre Lafayette, mandatário legal de Brandão Ferreira, o Supremo Tribunal informa ter considerado válida a desistência de Manuel Alegre (legalmente entrada em Agosto de 2018) relativamente a pedido anterior de aumento de indemnização de 25 para 75 mileuros. Assim, informa aquela instância, ficou sem efeito o despacho que negava provimento à pretensão de Alegre, pois antes de ele exarado já o dirigente socialista desistira. As custas do processo continuam a correr pelo demandante Manuel Alegre de Melo Duarte.»
Ou seja: "entrada de leão e saída de sendeiro".
Reitero cumprimentos.

Antº Rosinha disse...

Tudela também cantou outras...por exemplo, ora vamos-lá-ver, agora não me lembro bem, quais!

Tudela esteve na moda...mas a do Kanimambo!