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terça-feira, 30 de maio de 2023

Guiné 61/74 - P24353: Convívios (962): CCAÇ 12 (Bambadinca e Xime, 1971/74): Coimbra, sede do núcleo local da Liga dos Combatentes, 27/5/2023: poucos mas bons, ao fim de 50 anos...


Coimbra > Claustros do antigo Colégio da Graça, hoje sede no núcleo local da Liga dos Combatentes, na Rua Sofia, 136  > 27 de maio de 2023 : 50.º convívio de confraternização da CCAÇ 12 (Bambadinca e Xime, 1971/74) (a chamada 2ª e 3ª geração de graduados e especialistas, de origem metropolitana) > Um grupo de "coralistas": da esquerda  para a direita, José Sobral, Jorge  Lalalande, Manuel Lino e e António Duarte... Os dois camaradas da ponta direita, na primeira e segunda fila, não lhes fixei o nome


Coimbra > Claustros do antigo Colégio da Graça, hoje sede no núcleo local da Liga dos Combatentes, na Rua Sofia, 136  > 27 de maio de 2023 : 50.º convívio de confraternização da CCAÇ 12 (Bambadinca e Xime, 1971/74) (a chamada 2ª e 3ª geração de graduados e especialistas, de origem metropolitana) > Outro grupo de "coralistas": da esquerda para a direita, o  Florindo Gonçalves Costa, o  Firmino Ribeiro, o António Santos e o António Bonito. (O António Santos é de Guimarães ou vive em Guimarães; o Costa veio de Lisboa; o Ribeiro vive no Porto; e o Bonito é de Montemor-O-Velho,)


Coimbra > Claustros do antigo Colégio da Graça, hoje sede no núcleo local da Liga dos Combatentes, na Rua Sofia, 136  > 27 de maio de 2023 : 50.º convívio de confraternização da CCAÇ 12 (Bambadinca e Xime, 1971/74) (a chamada 2ª e 3ª geração de graduados e especialistas, de origem metropolitana) > Mais outro grupo de "coralistas": da esquerda para a direita, o Jaime Pereira,  a Ermelinda Sobral, o José Sobral, o Jorge Lalande e o Ferreira


Coimbra > Claustros do antigo Colégio da Graça, hoje sede no núcleo local da Liga dos Combatentes, na Rua Sofia, 136  > 27 de maio de 2023 >  50.º convívio de confraternização da CCAÇ 12 (Bambadinca e Xime, 1971/74) (a chamada 2ª e 3ª geração de graduados e especialistas, de origem metropolitana) > Um grupo de "coralistas", cantando uma paródia de uma canção tradicional, que a Amália Rodrigues imortalizou ("Tiro-Liro-Liro") ("Cá em cima está o tiro-liro-liro, / cá em baixo está o tiro-liro-ló / Juntaram-se os dois à esquina /  A tocar a concertina, a dançar o solidó"), transformada em cantiga de escárnio e maldizer, em que os visados seriam o comando do BART 2917 (major art Anjos de Carvalho, conhecido como o "major negra", e o ten cor inf Polidoro Monteiro) que "infernalizou" a vida da CAÇ 12... Uma peça a juntar ao Cancioneiro de Bambadicna, ou melhor, ao Cancioneiro da Nossa Guerra... Julgo que a letra é do médico e coimbrão José Sobral

Vídeo (1' 14''). Alojado em Luís Graça > You Tube (2023)

 

Coimbra, claustros do antigo Colégio da Graça, hoje sede no núcleo local da Liga dos Combatentes > 27 de maio de 2023 : 50.º convívio de confraternização da CCAÇ 12 (Bambadinca e Xime, 1971/74) (a chamada 2ª e 3ª geração de graduados e especialistas, de origem metropolitana) > O ex-fur mil mecânico António Jorge Lalande e a dra, Odete Cardoso, esposa do Jaime Pereira, ex-alf mil at inf.


Coimbra, claustros do antigo Colégio da Graça, hoje sede no núcleo local da Liga dos Combatentes > 27 de maio de 2023 : 50.º convívio de confraternização da CCAÇ 12 (Bambadinca e Xime, 1971/74) (a chamada 2ª e 3ª geração de graduados e especialistas, de origem metropolitana) > O ex-fur mil at inf António Bonito, que pertenceu à CART 3494 e ao Pel Caç Nat 52 (Xime e Mato Cão, 1971/74): é natural de Momntemor-O-Velho. É membro da nossa Tabanca Grande e tem 15 referèncias no nosso blogue.


Coimbra, claustros do antigo Colégio da Graça, hoje sede no núcleo local da Liga dos Combatentes > 27 de maio de 2023 : 50.º convívio de confraternização da CCAÇ 12 (Bambadinca e Xime, 1971/74) > Os nossos "coralistas": de costas,  o José Sobral, ex-alf mil at inf (1971/72), hoje médico estomatologista; natural de e residente em Coimbra, e organizador do encontro; ao centro, o ex-fur mil art, Manuel Lino (vive em Lisboa).


Coimbra > Claustros do antigo Colégio da Graça, hoje sede no núcleo local da Liga dos Combatentes, Rua Sofia, 136  > 27 de maio de 2023  > 50.º convívio de confraternização da CCAÇ 12 (Bambadinca e Xime, 1971/74) > Um camarada de quem eu, infelizmente não fixei o nome: percebi que era natural de Cabeceiras de Basto, mas vivia cá mais para baixo, talvez Vila do Conde...


Coimbra > Claustros do antigo Colégio da Graça, hoje sede no núcleo local da Liga dos Combatentes, Rua Sofia, 136  > 27 de maio de 2023  > 50.º convívio de confraternização da CCAÇ 12 (Bambadinca e Xime, 1971/74) >  O Carlos Alberto M. Simões, ex-1º cabo cripto (1971/72), que foi substituir o "nosso" GG - Gabriel Gonçalves, "grande baladeiro", também conhecido pelo "Joselito de Portugal"... Chegou tarde a Bambadinca, em maio de 1971, para desespero do "Arcanjo Gabriel" que já estava completamente passado dos carretos... Vive em Telheiras, Lisboa, e trabalhou nos seguros, tal como o GG... Disse-me que nunca saiu do seu buraco, em Bambadinca... Mas talvez um louvor do comando do BART 2917...


Coimbra > Claustros do antigo Colégio da Graça, hoje sede no núcleo local da Liga dos Combatentes, Rua Sofia, 136  > 27 de maio de 2023  > 50.º convívio de confraternização da CCAÇ 12 (Bambadinca e Xime, 1971/74) >  O João M. Folgado, e a esposa... Ex-fur mil op especiais, foi o "periquito" do Humberto Reis... Ainda pus os dois em contacto, por telemóvel, na outra ponta de Coimbra, no restaurante "Saudade do Mondego" estava decorrer o encontro (**). O casal vive em Vila Nogueira de Azeitão, terra que também foi do Zeca Afonso.
 

Coimbra > Claustros do antigo Colégio da Graça, hoje sede no núcleo local da Liga dos Combatentes, Rua Sofia, 136  > 27 de maio de 2023  > 50.º convívio de confraternização da CCAÇ 12 (Bambadinca e Xime, 1971/74) >  O Firmino Ferreira, do Porto, e o António Santos (não fixei a terra onde vive)... Julgo que os dois eram furriéis milicianos.


Coimbra > Claustros do antigo Colégio da Graça, hoje sede no núcleo local da Liga dos Combatentes, Rua Sofia, 136  > 27 de maio de 2023  > 50.º convívio de confraternização da CCAÇ 12 (Bambadinca e Xime, 1971/74) >  O Jaime Pereira e o Ferreira, dois antigos alferes milicianos da CCAÇ 12, Bambadinca, 1971/72, vivendo o Ferrreira em Felgueiras, professor do ensino básico aposentado... O Jaime Pereira o comandnte do 4º Gr Comb, tendo rendido o António Rodrigues.


Fotos (e legendas): © Luís Graça (2023). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. No passado sábado, 27 de maio, apanhei uma boleia do António Duarte (ex-fur mil, CART 3493 / BART 3873, Mansambo, 1971/72, e CCAÇ 12, Bambadinca e Xime, 1972/74), que teve a gentileza (e sobretudo um grande gesto de solidariedade e camaradagem, que eu registo com gratidão!)  de passar pela Lourinhã, e levar-me, pela A8 e depois A1,  até Coimbra, para participar no 50º almoço de confraternização do pessoal da CCAÇ 12 e demais subunidades que passaram por Bambadinca entre 1971 e 1974 (*).

Acompanhou-nos também o camarada Manuel Lino, meu vizinho (é da Merceana, Torres Vedras, e vive ao pé do estádio de Alvalade, Lisboa, nas costas da Escola Nacional de Saúde Pública, onde trabalhei quase 40 anso).

O Lino foi fur mil art, do 2º Pel Art (obus 10,5 cm) que estava no Xime (foi na prática o seu comandante durante a maior parte do tempo). Eram poucos mas bons, a avaliar pela alegria, a saudade, a boa disposição e a irreverência com que evocaram os tempos de Bambadinca (março de 1971/março de 1973) e do Xime  (março de 1973/agosto de 1974). 

Dos elementos que não pertenciam à CCaç 12, tive o grato de prazer de reencontrar e abraçar o António Bonito (Pel Caç Nat 52, 1972/74) ) e o Zé Luís Vacas de Carvalho (Pel Rec Daimler 2206, 1969/71). Tive de pena de não ter podido dar um salto ao restaurante "Saudade do Mondego" onde decorria o encontro dos "velhinhos" de Bambadinca (CCS/BCAÇ 2852, CCAÇ 2590/CCAÇ 12 e outras subunidades adidas) (**).

Voltaremos ainda a falar deste convívio (***). (LG)
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Notas do editor:

(*) vd. poste de 15 de maio de 2023 > Guiné 61/74 - P24315: Convívios (960): 50.º almoço de confraternização da CCAÇ 12, Pelotões Daimler e Pel Caç Nat, Bambadinca e Xime, 1971/74: Coimbra, Claustros do antigo Colégio da Graça, 27 de maio de 2023 (José Sobral e Jaime Pereira)

segunda-feira, 15 de maio de 2023

Guiné 61/74 - P24315: Convívios (960): 50.º almoço de confraternização da CCAÇ 12, Pelotões Daimler e Pel Caç Nat, Bambadinca e Xime, 1971/74: Coimbra, Claustros do antigo Colégio da Graça, 27 de maio de 2023 (José Sobral e Jaime Pereira)


Guião da CCAÇ 12 (CTIG, 1969/74)


Coimbra, Rua Sofia, 136, antigo Colégio da Graça,
 hoje sedc do Núcleo de Coimbra da Liga dos Combatentes




Claustros do antigo Colégio da Graça


ALMOÇO DA CCAÇ 12, PELOTÕES DAIMLER E CAÇADORES AFRICANOS

50º Almoço de Confraternização – 2023


1. Mensagem do nosso tabanqueiro António Duarte, comunicando-me a realização, em Coimbra, no próximo dia 27,  do 50º almoço de confraternização da CCAÇ 12, e divulgando o respetivo programa que lhe chegou por via de um dos coorganziadores, o Jaime Pereira, ex-alf mil, CCAç 12 (Bambadinca, 1971/72):

Caros Companheiros:

Vamos realizar o nosso 50º almoço de Confraternização Anual, no dia 27 de Maio no Claustro do Colégio da Graça,  localizado na Rua da Sofia nº136 em Coimbra. 

Este colégio foi mandado construir por D. João III em 1542 tendo sido integrado na Universidade de Coimbra em 1549. Em Maio de 1834, Joaquim António de Aguiar, conhecido como o “Mata Frades”,  decretou a extinção das Ordem Religiosas e entregou o vasto complexo edificado aos militares, funcionou como Hospital ao serviço das tropas absolutistas de D. Miguel, tendo em 1834 sido nacionalizado e incorporado no património do Estado.

Funcionou como quartel durante muitos anos, era lá que se realizavam as inspeções de todos os militares do concelho de Coimbra que eram chamados para prestar serviço militar, até que em 1998 o Quartel da Graça foi extinto e as instalações foram entregues à Liga dos Combatentes.

A Liga dos Combatentes decidiu rentabilizar o espaço, realizando almoços de confraternização para Grupos nos claustros do antigo Colégio da Graça com ampla vista para o jardim e é neste cenário que vamos realizar o nosso almoço de 2023, organizado este ano pelo nosso companheiro José Sobral com a preciosa ajuda da filha Joana Sobral.


O programa do almoço e da sessão cultural é o seguinte:

(1) Encontro às 12h00 no local do almoço


A Liga dos Combatentes permite a entrada dos carros através do portão da antiga porta de armas, localizado imediatamente a seguir à Igreja e autoriza o estacionamento no parque interior.

Vejam o local do almoço no Google Mapas: Rua da Sofia 136, 3000-391 Coimbra


(2) Almoço das 12H30 às 15H30
  • Entradas: Queijos e enchidos regionais, salgadinhos, moelas e outros
  • Sopa: de legumes ou outra.
  • Prato peixe: Bacalhau à Combatente, alourado no forno com legumes e batata assada.
  • Prato de carne: Lombo de porco assado com batata a murro e arroz.
  • Bebidas: Vinhos branco, tinto ou rosé da Quinta dos Termos, Refrigerante ou Água.
  • Sobremesa: Fruta ou doce.
  • Café.

(3) Às 15h45 partida a pé para a visita à Igreja de Santa Cruz, onde estão sepultados os dois primeiros Reis de Portugal.

O nosso companheiro José Sobral e a filha Joana solicitaram à Camara Municipal de Coimbra a indicação de um Guia-Intérprete para nos acompanhar na visita. Aguardamos resposta.

(4)  Passeio pela Baixa de Coimbra

Após a visita à Igreja, para quem desejar, propomos um passeio pela Baixa de Coimbra até ao Parque da cidade, onde podemos tomar uma bebida e continuar a confraternização, agora com vista para o espelho de água do açude do Mondego e para a colina do Mosteiro de Santa Clara situada na margem esquerda do Rio.

(5) O preço é de 20€ por pessoa adulta, as crianças até aos 4 anos não pagam e as dos 5 aos 9 anos pagam 10€. 

Este preço é referente ao almoço, a visita guiada será objeto de um ligeiro aumento que informaremos logo que tenhamos dados concretos sobre os custos das entradas na Igreja e da guia-interprete.

Como habitualmente convidamos para este encontro as esposas dos nossos companheiros já falecidos, os ex-militares da CCAÇ12, pelotões Daimler e Caçadores Africanos e todos os amigos e companheiros do BART 2917 e BART 3873 que se quiserem associar e participar neste nosso convívio anual. 

O convite é igualmente extensivo às esposas, namoradas, madrinhas de guerra, filhos e netos que desejem associar-se a este encontro.

Conversem com as vossas famílias e reservem o dia 27 de Maio para estarem presentes no nosso almoço anual, confraternizarem com os amigos e companheiros de guerra e reviverem os momentos da nossa juventude passados na Guiné.

Não faltem… Contamos com as vossas marcações até ao dia 22 de Maio, através do contacto do organizador, José Sobral (ex-alf mil, CCAÇ 12, Bambadinca, 1970/72) (coadjuvado pelo Jaime Pereira).

José Sobral |  Email: mzsobral@sapo.pt  | Tlm. 969 800 826 (...)


2. Mensagem posterior do Jaime Pereira, datada de 
12 de maio de 2023, 13:34

Caros Companheiros

Aproxima-se a data para a realização do nosso 50º almoço e ainda há ex-combatentes que não se inscreveram…

Este é um ano muito especial porque comemora 50 anos de regresso para alguns de nós e inicio da nossa vida civil fora do regime militar, por isso não podem faltar… Aguardo pelas inscrições dos que estão em falta durante a próxima semana.

Aproveito para informar que já temos informação precisa sobre o preço da visita à Igreja de Santa Cruz, razão pela qual vamos ter que acrescentar 1€ ao preço que indicámos para o almoço que passa a ser de 21,00€ para os adultos e 11,00€ das crianças entre os 4 e os 9 anos. (*)

Um abraço para todos e até breve…
Jaime Pereira


3. Comenmtário do editor LG.

No mesmo dia, 27 de maio próximo, e na mesma cidade, embora em locais diferentes, realizam-se dois convívios de antigos combatentes que passaram pela CCAÇ 12 (e outras unidades e subunidades, que estiveram sediados ou aquartelados em Bambadinca, de 1968 a 1974)...

(i) é o caso da malta de 1971/74 (2ª e 3ª geração de graduados e especialistas, de origem metropolitana, da CCAÇ 12, que esteve em Bambadica (e depois no Xime), ao tempo do BART 2917 (1970/2), BART 3873 (1972/74);

(ii) e da CCS/BCAÇ 2852, CCAÇ 2590/CCAÇ 12, e ainda CCS/BART 2917, e outras subunidades adidas a estas dois batalhões, que passaram por Bambadinca entre 1968 e 1971 (**).

Espero poder  dar, no dia 27,  um abraço fraterno a esta malta toda...  (O António Duarte teve o gesto nobre e solidário de me mandar boleia, passando pela Lourinhã, e seguindo depois pela A8 e A17 até Coimbra.)

O José Sobral (que organiza este encontro, no antigo Colégio da Graça, na baixa coimbrã) autporizou-me a publicar os seus contactos.

Em 2011 passei, na casa do casal José Sobral (estomatologista) e Ermelinda Sobral (obstetra) uma tarde inesquecível, por ocasião do convívio desse ano do pessoal da 2ª geração da CCAÇ 12 (1971/73). Tive também ocasião de conhecer o casal Jaime Pereira e Odete Pereira (***). Os dois casais já foram, em tempos à Guiné-Bissau, tendo passado por Bambadinca e conhecido a família do José Carlos Suleimane Baldé.


Coimbra > Convívio da CCAÇ 12 (2ª geração, 1971/73) > 21 de Maio de 2011 > Casa do casal José Sobral e Ermelinda Sobral ambos médicos, ele, estomatologista, ela obstetra e ginecologista... > Da esquerda para a direita, a Ermelinda, o Rui (enfermeiro, amigo e colega da Ermelinda no Hospitalar Universitário de Coimbra, se não me engano), o Sobral e o Ferreira  (eles dois, alferes milicianos da CCAÇ 12, Bambadinca, 1971/72, vivendo o Ferrreira hoje em Felgueiras, sendo professor do ensino básico aposentado)...

A chanfana, em Coimbra, não podia faltar e não faltou: estava uma delícia... Pelo menos na casa do casal Sobral. Obrigado, cara amiga Ermelinda, obrigado, caro camarigo Sobral, grandes anfitriões!


Coimbra > Convívio da CCAÇ 12 (2ª geração, 1971/73) > 21 de Maio de 2011 > Casa do casal Sobral (José e Ermelinda, ambos médicos, ele, estomatologista, ela obstetra, figuras conhecidas e estimadas no meio coimbrão)... > Na foto, a anfitriã, a dra. Ermelinda com o Zé Carlos Suleimane Baldé, fotografado junto à mesa das sobremesas, uma amostra da nossa grande, riquíssima, diversidade gastronómica... Destaque, nas frutas, para as cerejas de Resende (cada conviva trouxe a sua sobremesa).


Coimbra > 17º Convívio do Pessoal de Bambadinca (1968/71) > Um momento de grande emoção, proporcionado pelo Jaime Pereira, ex-Alf Mil da CCAÇ 12 (Bambadinca, 1971/72): o reencontro do Zé Carlos com o seu primeiro comandante de secção, a 2ª do 4º Gr Comb, CCAÇ 12 (Bambadinca, 1969/71)... 

Na foto, em primeiro plano, o nosso amigo e camarada António Fernando Marques e o Zé Carlos... Em segundo plano, o Jaime Pereira e um camarada da CCS/BCAÇ 2852 (Bambadinca, 1968/70) cujo nome me escapou...


Lisboa, 2 de Junho de 2011 > Campus da Escola Nacional de Saúde Pública / Universidadfe NOVA de Lisboa > A Gina, o António Marques e o Zé Carlos Suleimane Baldé.  

Fotos (e legendas): © Luís Graça (2011). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Em 2011,  a "vedeta" principal  do convívído foi o  nosso camarada guineense José Carlos Suleimane Baldé, cuja vinda a Portugal foi possível graças ao apoio do casal Jaime Pereira e Odete Pereira... 

O Zé Carlos pertenceu à CCAÇ 2590 (mais tarde CCAÇ 12) e à CCAÇ 12, desde Junho de 1969 até Agosto de 1974. Já no final da guerra, foi dispensado da actividade operacional para dar aulas como monitor escolar em Dembataco. Foi, no meu tempo (1969/71), o primeiro soldado arvorado, do recrutamento local, a ser promovido (em 15 de Setembro de 1969) ao posto de 1º Cabo At Inf, por ter completado com sucesso o exame da 4ª classe. 

Tive ocasião de ouvir da boca dele, neste convívio em Coimbra (e depois na visita que me fez à Escola Nacional de Saúde Pública com o casal António Marques e, alguns momentos extremamente dramáticos por que passou, no início de 1975, quando os "balantas e mandingas", os as "hienas" e os "irãs maus" 
do PAIGC da zona leste, transformaram Bambadinca numa permanente tribunal popular e numa "matadouro humano"...  (Bambadinca foi, depois da independência, um dos lugares trágicos dos "ajustes de contas" dos guineenses, vencedores e vencidos...). (***)

O Zé Carlos (por quem eu sempre tive um grande apreço, estima e amizade) esteve sentado no banco dos réus, e chegou as estar encostado ao "poilão dos fuzilamentos de Bambadinca, valendo-lhe a influência do seu  pai e o peso dos demais "homens grandes" do chão fula, bem como a opinião generalizada de que ele,  Zé Carlos, era um homem bom, e um antigo militar de conduta correcta, apesar de ter sido um "cachorro dos tugas"...

Mesmo assim, foi obrigado a assitir à execução pública de um cipaio (polícia administrativa) em Bambadinca, à execução de "sete irmãos" em Bissorã, etc... Descreveu as torturas horrorosas a que foi submetido o nosso "bom gigante", o  Abibo Jau (1º Gr Comb da CCAÇ 12, e que depois transitou para a CCAÇ 21, do Jamanca e do Amadu Djaló) antes de ser executado... 

Andou também fugido pelo Senegal, como tantos outros camaradas nossos guineenses, e tentou ir de avião para Angola, acabando por ser apanhado e recambiado para a sua terra... O seu sonho é que dois dos seus filhos consigam vir viver e trabalhar em Portugal... Em 2011 era agricultor em Amedalai, perto do Xime, trabalhando no duro com as suas mulheres e filhos para sobreviver...
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Notas do editor:



(***) Vd. postes de:

22 de maio de  2011 > Guiné 63/74 - P8311: Os nossos camaradas guineenses (32): José Carlos Suleimane Baldé... Pensando na CCAÇ 12, em Coimbra, em Amedalai, em Bambadinca... Andando pelo Planaltod as Cesaredas, à procura de amonites e orquídeas-abelhas... Celebrando a biodiversidade, a etnodiversidade, a camarigagem, os nossos encontros e desencontros... (Luís Graça)

20 de Maio de 2011 > Guiné 63/74 - P8302: Os nossos camaradas guineenses (31): O José Carlos Suleimane Baldé, ex-1º Cabo At Inf, CCAÇ 12 (1969/74), está em Portugal até 3 de Junho, e quer estar connosco! (Odete Cardoso / Luís Graça)

Vd. ainda postes de;


15 de Maio de 2012 > Guiné 63/74 - P9903: Tabanca Grande (338): José Carlos Suleimane Baldé, ex-1º cabo at inf, CCAÇ 12 (Contuboel, Bambadinca e Xime, 1969/74)

domingo, 7 de maio de 2023

Guiné 61/74 - P24294: Convívios (958): 33.º Convívio do pessoal do BCAÇ 2884, dia 3 de Junho de 2023, em Fátima e Maxieira (Manuel Resende, ex-Alf Mil)

Batalhão de Caçadores 2884

Convívio em Fátima no próximo dia 3 de Junho

Amigos, ainda ontem num comentário disse que os CTT não são rápidos, mas tenho de dar a mão à palmatória.

As 287 cartas entregues nos CTT na passada quinta-feira às 15 horas já foram distribuídas, pois hoje Sábado recebi a minha carta-convite.

Para quem ainda não recebeu, ou não venha a receber por qualquer motivo, aqui junto os folhetos que o nosso camarada Ramiro Branco (organizador), fez.

Inscrevam-se quanto antes, principalmente os do Norte que vão utilizar o autocarro, para se saber quantos são, pois o autocarro será de acordo com o Nº de inscritos.

Dia 22 de Maio é a data limite para inscrições.

Abraço a todos e até ao dia 3 de Junho.
Manuel Resende (Ferreira)



(Clicar nas imagens para ampliar)
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Nota do editor

sexta-feira, 5 de maio de 2023

Guiné 61/74 - P24286: Convívios (957): Pessoal de Bambadinca, 1968/71 (CCS/BCAÇ 2852, CCS/BART 2917, CCAÇ 12,Pel Caç Nat 52, 54 e 63, Pel Rec Daimler 2046 e 2206, Pel Mort 2106 e 2268: 27ª edição, Coimbra, 27 de Maio de 2023: inscrições até ao dia 16 (António Damas Murta, ex-1.º Cabo Op Cripto, CCAÇ 12, 1969/71)

 



Brasões das unidades e subunidades que passaram por Bambadinca (Setor L1 da Zona Leste, Região de Bafatá) entre meados de 1968 e meados de 1971. Composição do nosso editor Eduardo Magalhães Ribeiro.

Infogravura: Eduardo Magalhães Ribeiro / BLogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2014)




António Damas Murta, ex-1º cabo Op Cripto 
CCAÇ 2590 / CCAÇ 12 (Bambadinca, 1969/71); 
bancário, reformado da Caixa Geral de Depósitos,~
residente em Coimbra.



1. A organização, este ano, está a cargo do António Damas Murta [foto acima ], com a preciosa ajuda sua filha Sofia Murta.  (Palmas para ele, é o terceiro encontro que organiza, depois dos de 2009 e 2014).

Apesar das dificuldades económicas e sociais que atingem muitos portugueses, incluindo muitos dos nossos ex-camaradas de armas (agravadas pelas  limitações de mobilidade e saúde), esperemos que o 27º almoço-convívio em Coimbra, no próximo dia 27 de maio de 2023, atinja ou ultrapasse mesmo as 80 inscrições do último ano (2022).

Publica-se a seguir o convite e o programa do 27º convívio anual do pessoal que passou por Bambadinca entre 1968 e 1971. A reter:

(i) ponto de encontro; Estádio Universitário de Coimbra, às 10h00;

(ii) Missa na igreja de Santa Cruz, na baixa coimbrã, às 11h00;

(iii) Almoço no restaurante "República da Saudade", a partir das 13h00;

(iv) Preçário: 31 morteiradas (adulto):

(v) Inscrições até 16 de maio;

(vi) contactos: telef 239 71 30 55 / telem 964 538 201 (António Murta) | telem 968 050 119 (Sofia Murta, depois das 17h00, durante a semana)

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Nota do editor:

Último poste da sériie > 27 de abril de 2023 > Guiné 61/74 - P24258: Convívios (956): A CCAÇ 2381 comemorou o seu regresso no 9 de Abril de 1970, fazendo o seu 30.º Almoço / Convívo no dia 15 de Abril, em Torres Vedras (José Teixeira, ex-1.º Cabo Aux Enfermeiro)

sexta-feira, 9 de setembro de 2022

Guiné 61/74 - P23603: Notas de leitura (1493): "Panteras à solta", de Manuel Andrezo (pseudónimo literário do ten gen ref Aurélio Manuel Trindade): o diário de bordo do último comandante da 4ª CCAÇ e primeiro comandante da CCAÇ 6 (Bedanda, 1965/67): aventuras e desventuras do cap Cristo (Luís Graça) - Parte VIII: A visita de uma delegação do Movimento Nacional Feminino, em fevereiro de 1966: "O senhor capitão hoje está cheio de sorte, há meses que não via uma mulher branca, hoje vê duas"

 
Guiné > Região de Cacheu > CCAÇ 2367/BCAÇ 2845, "Os Vampiros" (Olossato, Teixeira Pinto e Cacheu, 1968/70) >  2 de maio de 1969  > O nosso camarada, membro da Tabanca Grande (e da Magnífica Tabanca da Linha), Miguel Rocha, ex-alf mil inf, na altura a fazer as funções de comandante da companhia,  aqui a "tabaquear o caso",  com a presidente do Movimento Nacional Feminino, Cecília Supico Pinto  (1921-2011) (a menos de um mês do seu 48º aniversário natalício)... O nosso camarada "indaga da possibilidade de obter mais uns maços de tabaco para os rapazes da sua Companhia" (*)... Mas o caixote está quase vazio... e o que restava já tinha destino... Até o tabaquinho era rateado...

O caixote tem uma marca ou um logo, "INTAR", que hoje a maior parte dos nossos leitores já não é capaz de decifrar: INTAR - Empresa Industrial de Tabacos, SARL... Foi nacionalizada, juntamente com a Tabaqueira (grupo CUF): as  duas empresas tabaqueiras detinham praticamente a totalidade do mercado nacional de cigarros. Em 30 de junho de 1976,  foi criada a Tabaqueira - Empresa Industrial de Tabacos, EP (que já não existe, ou melhor é ums subsidriária de uma multinacional).

Esta cena (a da foto acima)  foi recordada pelo Miguel Rocha, em poste ainda recente (*). E nele acrescentou:

(...) "no ano do I Centenário do nascimento (30/05/1921) de Cecília S. Pinto, em sua memória, e com profundo respeito e admiração pela sua pessoa e sua obra, não esquecendo todas as outras Senhoras do MNF, muitas delas Mães de jovens mobilizados para as frentes de combate, venho aqui deixar meu testemunho de eterna gratidão pelo apoio dado aos combatentes na sua inegável qualidade de 'portadora de afectos' " (!) (...).(*)

Foto (e legenda): © Miguel Rocha (2021). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Guiné  > Região de Tombali > Nhala > 10 de março de 1974 > Visita da líder do  Movimento Nacional Feminino > A Cilinha, aqui já com 53 anos feitos, de óculos escuros, e sempre impecavelmente vestida e penteada,  olha directamente para a objectiva do fotógrafo.  Ela sabia que, ali no "cu de Judas", era o alvo de todas as atenções... Era uma mulher, branca, de personalidade forte, corajosa, elegante e vistosa sem ser bonita.  Em 1974, já tinha o "respaldo político" que tinha no tempo de Salazar...

A seu lado o comandante de batalhão de Aldeia Formosa, ten cor inf Carlos Alberto Simões Ramalheira, e o cap mil inf Domingos Afonso Braga da Cruz (1946-1987), cmdt da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4513/72,  que estava em Nhala, tendo estado também em Aldeia Formosa e Cumbijã. (A 1ª Companhia passou por Buba e Mampatá; a 3ª estava em Aldeia Formosa.)

Foto (e legenda): © António Murta  (2020). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Estas duas fotos, com uma diferença de cinco anos,  servem para ilustrar uma outra visita, do MNF, realizada en 1966,  três anos e oito anos antes (respetivamente),  ao capitão Cristo e aos seus bravos de Bedanda, e reconstituída no livro de memórias do cap inf Aurélio Manuel Trindade (n. 1933) ("Panteras à Solta", de Manuel Andrezo, ed. autor, 2010, pp.  340-342), de que temos publicado diversas notas de leitura (**)

A visita a Bedanda está descrita em  três páginas deliciosas que servem para comprovar que a Cilinha e o seu Movimento Nacional Feminino (MNF) estavam longe de ser consensuais e até queridos, aos olhos de muitos militares, não só milicianos (que eram os mais críticos), como  também de uma parte dos  oficiais do quadro permanente, sobretudo os mais jovens.

Os militares de Bedanda (onde estava a 4ª CCAÇ, companhia de guarnição normal da província)  é contemplada por uma rápida e inesperada  visita de duas senhoras do  MNE, que vêm de Bissau, de DO-27 (presume-se), acompanhadas de um alferes.  

O autor não a identifica, mas a protagonista desta história da visita (que  "acabou por não dignificar em nada o MNF", pág. 340), era seguramente a Cecília Supico Pinto (mais conhecida por "Cilinha" pelos "rapazes" que prestavam serviço no ultramar). 

A visita deve ter ocorrido em fevereiro de 1966, na época seca (a primeira vez que ela foi à Guiné,  à sua "Guinezinha") (***), e não em junho de 1966 (já na época das chuvas, como sugere o cap Cristo, traído  certamente pela memória, ao dizer que já tinha 11 meses de comissão). 

Na mesma altura, a CCAÇ 736, em Cufar (1965/66), comandanda pelo cap inf  (Carlos Alberto Wahnon Mourão da) Costa Campos recebeu a visita da  delelegação do MNF, constituída pela  Cecília Supico Pinto e  a Renata da Cunha e Costa, aqui documentada pelo nosso Mário Fitas, ex-fur mil op esp,  no poste P8371 (****)

O cap Cristo terá sido pouco "oficial e cavalheiro" no trato com as senhoras, dirão alguns... No livro é irónico, para não dizer sarcástico e até truculento, na descrição e apreciação que faz da visita (é certo que muitos anos depois, talvez 30 anos depois):

Primeiro "hipotecaram um avião" (sic), um recurso sempre escasso e dispendioso naquela época e, para mais, no sul da Guiné, e depois "os resultados da visita foram menos que nulos porque foram negativos". 

(...) Depois da visita ficaram convencidos de que as senhoras quiseram ver, com
os seus próprios olhos, uns macacos que levavam vida de cão, algures no sul da Guiné, sem as mínimas condições e péssima alimentação (...)  Negritos nossos].           

Num aquartelamento onde faltava tudo ou quase tudo, abastecido penosa e perigosamente uma vez por mês, por via fluvial, a visita das senhoras do MNE, de mãos vazias, podia parecer um insulto gratuito. E, para a tropa nativa, deveria ser algo de intrigante e exótico:

(...) Quanto a frescos, muito raramente os comiam. Combatiam os guerrilheiros, dia e noite, sendo mais os dias de contacto com a guerrilha do que o contrário. Não por acaso dizia-se que Bedanda era uma ilha cercada pela guerrilha. Na opinião dos oficiais da Companhia de Bedanda as senhoras queriam levar no seu palmarés, para contarem às amigas durante os chás-canastas, que tinham estado no sul da Guiné, numa Companhia onde o perigo era constante. Para elas isso era bom, para a tropa era um frete (...) (pág. 340).

"Frete": eis talvez o termo mais apropriado, para  caracterizar a atitude dos homens de Bedanda face à visita meteórica das duas senhoras do MNF. Esta opinião seria compartilhada por alguns comandantes de subunidades no mato, comandantes operacionais como o cap Cristo que davam o "litro e meio" e pouco ou nada recebiam em troca, dos  seus superiores hierárquicos (comando de setor, comando de agrupamento e senhores de Bissau). 

O cap Cristo, pessoa civilizada e militar aprumado, mas frontal, beirão, cumpriu naturalmente os seus deveres de hospitalidade, "oferecendo-lhes o que tínham: cerveja, uísque e conservas",  sem esquecer a  água... que era ingerível. Em contrapartida, elas nada tinham para ofecerer, para além das palmadinhas nas costas, dos sorrisos postiços e da exibição... da cor da pele:

(...) A visita tinha sido mal planeada. Uma visita deste tipo deve ser acompanhada de algumas lembranças, bolas de futebol, por exemplo, ou rádios, jogos de damas, isqueiros, cartas, algo que possa servir para atenuar o isolamento destes homens. Nada disso foi oferecido à Companhia pela delegação do MNF. 

As ofertas foram exclusivamente bate-estradas [aerogramas, na gíria da tropa, LG] que divididos pelo efectivo, davam três exemplares a cada militar. Era muito pouco para uma visita que se supunha ter por finalidade dar alguma alegria e apoio aos militares. O capitão pediu outros materiais ao MNF que nunca foram recebidos (...) [Negritos nossos] . 

No decurso da visita, o cap Cristo verificou que "uma das senhoras era mais extrovertida do que a outra. Falava muito com toda a gente, e na sala de oficiais sentou-se em cima duma mesa com as pernas a baloiçar e a saia um pouco subida, parte das coxas à mostra" (...) (pág. 340).  

Este diálogo entre os dois (a senhora só pode ser a Cilinha que, nessa altura, em fevereiro de 1966, já tinha 45 anos), reconstituído muitos anos depois, merece ser transcrito (pág. 341). É um belo naco de prosa castrense:

(...) "- Senhor capitão, há quanto tempo está aqui?

─ Onze meses, minha senhora. [Ele queria dizer sete meses, desde julho de 1965, fez mal as contas. LG ]

─ Já foi à metrópole depois de ter chegado à Guiné?

─ Ainda não. Quando cheguei vim logo para Bedanda e daqui só tenho saído para o mato. Nem a Bissau fui.

─ Então hoje está cheio de sorte.

─Não sei porquê. Só se for por ter visitas. Para quem está isolado da civilização como nós estamos, as visitas são sempre bem-vindas e dão-nos muito prazer e alegria.

─ Era disso que eu estava a falar. E as de hoje são visitas especiais. Desde há onze meses que não via uma branca e hoje teve oportunidade de ver duas.

─ É verdade,  minha senhora. Nesse ponto tem razão. Já não via uma mulher branca há onze meses e daqui a pouco nem sei como elas são. Hoje vejo duas brancas e duma delas vejo as pernas até às coxas. Mas como deve calcular, isso é muito pouco. Quem está aqui no mato, na situação em que nós estamos, precisa e merecia mais do que ver brancas. E a esse respeito, como sabe, estamos a zero.

─ O senhor capitão é muito exigente.

─ Não, minha senhora. Primeiro não exijo nada, nem sequer a vossa visita. Segundo, tenho trinta anos e sempre ouvi dizer que um homem é um homem e um bicho um bicho. Além disso não sou de pau. Tenho as minhas necessidades como todos os homens e o instinto mais apurado pelas dificuldades por que tenho passado no que a nossa conversa subentende.

─ Compreendo a sua situação mas mais nada posso fazer.

─ De qualquer maneira muito obrigado pela intenção e pela boa vontade.

─ Senhor capitão, está na hora de me ir embora e acredite que deixo Bedanda com pena, e também sofro com a vida de isolamento que vocês aqui levam. Tudo o que puder fazer por vocês, farei. Gostaria, se me permitisse, de me despedir dos seus soldados à moda do MNF. (...)


A despedida da líder do MNE, perante a companhia formada na parada,  foi, para surpresa de todos, feita com um valente assobio à cabreiro da Serra da Estrela:

(...) ─ Pedi ao vosso capitão para me despedir de vocês. Gostei de estar aqui convosco, estas horas, tenho pena de não poder estar mais tempo. Daqui a pouco é noite e o avião não pode levantar voo. Tenho que estar hoje em Bissau. Sei que são uma boa tropa, valentes combatentes. Estou contente por isso e deixo-vos a minha solidariedade, amizade e respeito, bem como a de todas as mulheres portuguesas que se sentem felizes por saberem, que mesmo em más condições, os soldados portugueses cumprem com eficiência as suas missões. Se me permitirem vou-me despedir “à MNF”. (...)

E o autor não deixa o leitor com água no bico, descreve o modo da despedida com detalhe e sentido de humor:

(...) Ao dizer isto, a senhora leva dois dedos à boca e solta um assobio que faria inveja a muitos pastores. Toda a companhia ficou sem saber com reagir. Esperavam tudo menos os assobio. Conseguiu surpreender. O mais surpreendido parecia ser o capitão que olhou para a senhora com uma cara de basbaque que metia aflição (...) Negritos nossos]

A seguir, o capitão  e os restantes oficiais  acompanharam as senhoras até à pista, como mandavam as boas regras da etiqueta militar. Embasbacados, "ele e os alferes ficaram na pista até o avião desaparecer no horizonte". (...) (pág. 342).

Caros leitores, digam lá se não é um texto de antologia? Parabéns ao autor. Não estamos habituados a esta lhaneza e desassombro na escrita, por parte dos militares da sua geração, oriundos da Escola do Exército... Tiro-lhe o quico, meu general!...


Guiné > s/l > Fevereiro de 1966 > Cecília Supico Pinto, então com 44 anos, na sua primeira viagem à sua "Guinezinha",  falando para um grupo de militares; em segundo plano, um dos seus "braços direitos", também elemento da comissão central do MNF,  [Amélia] Renata [Henriques de Freitas] da Cunha e Costa.  

Fotograma do vídeo (6' 43'') da RTP Arquivos > 1966-02-01 > Cecília Supico Pinto visita Guiné (Com a devida vénia...)
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Notas do editor:



Último poste da série > 9 de setembrro de  2022 >  Guiné 61/74 - P23601: Notas de leitura (1492): "Diário Pueril de Guerra", por Sérgio de Sousa; Editoral Escritor, 1999 (1) (Mário Beja Santos)

sexta-feira, 24 de junho de 2022

Guiné 61/74 - P23381: Convívios (934): 26º Convívio do Pessoal de Bambadinca (1968/71) + CCAÇ 1439 (Xime, Bambadinca, Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67): Caldas da Rainha, 28/5/2022: Fotos - Parte I (José Fernando Almeida)



Foto nº 1 > Caldas da Rainha > 28 de maio de 2022 > 26º Convívio do Pessoal de Bambadinca (1968/71) + CCAÇ 1439  (Xime, Bambadinca, Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67) > Grupo só de ex-combatentes:

Sentados da direita para a esquerda; José Carlos Lopes (BCAÇ 2852); Fernando Sousa (CCAÇ 12); A. Adão (BCAÇ 2852); Beja Santos (Pel Caç Nat 52); João Ramos (CCAÇ 12); Humberto .Reis (CCAÇ 12); Fernando Oliveira (BCAÇ 2852); António F. Marques (CCAÇ 12); Luís Sousa (CCAÇ 12).

De pé; Otacílio Henriques (BCAÇ 2852); Silvino Carvalhal (BCAÇ 2852); Manuel Ferreira (CCAÇ 12); José Mourão (BCAÇ 2852); Joaquim Fernandes (CCAÇ 12); João Crisóstomo (CCAÇ 1439); Manuel Almeida (CCAÇ 12): "Mafra" (CCAÇ 1439); Bernardo Valente (BCAÇ 2852); Carlos Teixeira (BCAÇ 2852, Pelotão Daimler); Monteiro Valente (CCAÇ 12); Fernando Resende (BCAÇ 2852); Fernando Almeida (CCAÇ 12); Carlos Henriques (BCAÇ 2852); Virgílio Encarnação (CCAÇ 12); Francisco Patronilho (CCAÇ12); António Damas Murta (CCAÇ 1); Adelino Fernandes (BCAÇ 2852).


Foto nº 1A > Caldas da Rainha > 28 de maio de 2022 > 26º Convívio do Pessoal de Bambadinca (1968/71) + CCAÇ 1439  (Xime, Bambadinca, Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67) > Grupo só de ex-combatentes (detalhe)... Recomheço, de imediato, na fila de pé, em 6º lugar, o José Fernando Almeida, e na ponta esquerda (11º), o Manuel Calhandra Leitão, o "Mafra, organizador do último encontro do pessoal da CCAÇ 1439, na Ericeira, em 18/5/2019. Em baixo, da esquerda para a direita, sentados, o Sousa (que veio do Funchal), seguido  do Antóno Marques (Cascais) e, em 4º lugar, o Humberto Reis (Alfragide), todos da CCAÇ 12. (Vd. legenda da Foto nº 1.)


Foto nº 1B > Caldas da Rainha > 28 de maio de 2022 > 26º Convívio do Pessoal de Bambadinca (1968/71) + CCAÇ 1439  (Xime, Bambadinca, Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67) > Grupo só de ex-combatentes (detalhe)... Reconheço, de imediato, na fila de pé, logo à esquerda, o João Crisóstomo; e em baixo, sentados, o Mário Beja Santos (Pel Caç Nat 52) e e, em terceiro lugar, o Fernando Andrade Sousa (CCAÇ 12).  Dizem que o Fernando, o nosso valoroso  1º cabo aux enf, e que vive na Trofa, é totalistas dos 26 convívios até agora realizados. (Vd. legenda da Foto nº 1.)


Foto nº 2 > Caldas da Rainha > 28 de maio de 2022 > 26º Convívio do Pessoal de Bambadinca (1968/71) + CCAÇ 1439  (Xime, Bambadinca, Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67) >  Todo o grupo de participantes, ex-combatentes, familiares e amigos (1)


Foto nº 2 A> Caldas da Rainha > 28 de maio de 2022 > 26º Convívio do Pessoal de Bambadinca (1968/71) + CCAÇ 1439  (Xime, Bambadinca, Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67) >  Todo o grupo de participantes, ex-combatentes, familiares e amigos (detalhe)


Foto nº 2 B> Caldas da Rainha > 28 de maio de 2022 > 26º Convívio do Pessoal de Bambadinca (1968/71) + CCAÇ 1439  (Xime, Bambadinca, Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67) >  Todo o grupo de participantes, ex-combatentes, familiares e amigos (detalhe)


Foto nº  3 > Caldas da Rainha > 28 de maio de 2022 > 26º Convívio do Pessoal de Bambadinca (1968/71) + CCAÇ 1439  (Xime, Bambadinca, Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67) > Missa na Ermida de São Sebastião... Adjacente à Praça da República (também conhecida como a praça da fruta), é uma capela do séc. XVI, revestida, interiormente, de magníficos painéis setecentistas. Está classificada como imóvel de interesse público.


Foto nº  4 > Caldas da Rainha > 28 de maio de 2022 > 26º Convívio do Pessoal de Bambadinca (1968/71) + CCAÇ 1439  (Xime, Bambadinca, Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67) >  O José Fernando Almeida, a Vilma e o João Crisóstomo.


Foto nº  5 > Caldas da Rainha > 28 de maio de 2022 > 26º Convívio do Pessoal de Bambadinca (1968/71) + CCAÇ 1439  (Xime, Bambadinca, Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67) >  O  Mário Beja Santos.

Fotos (e legendas): © José Fernando Almeia  (2022). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].


1. Fotos enviadas em 7 do corrente pelo José Fernando Almeida, o organizador do 26º Convivio do Pessoal de Bambadicna (1968/1), ex-fur mil trms, CCAÇ 2590 / CCAÇ 12 (1969/71), a viver em Óbidos. 

O convívio, que se realizou no passado dia 28 de maio, nas Caldas da Rainha (*), reuniu mais de 7 dezenas de participantes, entre ex-combatentes, familiares e amigos. Estiveram presentes representantes da CCS/BCAÇ 2852 (1968/70), CCAÇ 2590/CCAÇ 12 (1969/71) e Pel Caç Nat 52 (1968/70), entre outras subunidades que estiveram em Bambadinca nesse tempo (por ex., Pel Mort 2206 e 2268; Pel Rec Daimler 2046 e 2206)... Por iniciativa do João Crisóstomo, juntaram-se também a este convívio algumas camaradas da madeirense CCAÇ 1439 (1965/67).

O próximo encontro do pessoal de Bambadinca (1968/71), o 27º convívio, será em Coimbra e será organizado pelo António Damas Murta  (ex-1º cabo cripto, CCAÇ 12, Bambadinca, 1969/71).



Bonito puzzle de brazões de unidades e subunidades que passaram por Bambadinca (Setor L1 da Zona Leste) entre meados de 1968 e meados de 1971. Composição do nosso editor Eduardo Magalhães Ribeiro.

Parabéns aos organizadores destes eventos, pela sua dedicação, generosidade  e camaradagem. De destacar que o José Fernando Almeida e o Fernando Andrade Sousa já realizaram mais do que um encontro (o Almeida já vai em três, nas Caldas da Rainha). E que o António Damas Murta vai também realizar o segundo (de novo em Coimbra, onde reside; um abraço especial para ele que ficou recentemente viúvo). (LG)
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Notas do editor:

(*) Vd. postes de:


17 de março de 2022 > Guiné 61/74 - P23087: Convívios (921): XXVI Convívio do Pessoal de Bambadinca, 1968/71: Caldas da Rainha, sábado, 28 de maio de 2022 (José Fernando Almeida, ex-fur mil trms, CCAÇ 2590 / CCAÇ 12, 1969/71)

(**) Último poste da série > 21 de junho de  2022 > Guiné 61/74 - P23376: Convívios (933): Rescaldo do XVI Almoço/Convívio do pessoal da CART 1742 - "Os Panteras", levado a efeito no passado dia 18 de Junho, em Moreira da Maia (Abel Santos, ex-Sold At Art)