quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Guiné 63/74 - P6988: O nosso blogue em números (6): 2 milhões de visualizações (26% a partir do estrangeiro), c. 2800 visualizações por dia, c. 450 membros, c. 7000 postes, c. 35 comentários diários... Um pequeno ronco!



Congo ex-Belga > Anos 20 > "Troféus de caça".. ou uma certa  visão europocêntrica de África. Fotos de Victor Jacobs (digitalizadas e editadas por LG.). Fonte: Louis Franck - Le Congo Belge, Tome I.  Bruxelles: La Renaissance du  Livre.  1928. p. 152...  (Exemplar, raro,  gentilmente disponibilizado pelo meu amigo e vizinho de Alfragide, Eng. Agrº Francisco Freitas, nascido no antigo Congo Belga, hoje República Democrática do Congo.. Claro que qualquer semelhança entre o conteúdo deste poste e estas ilustrações é pura coincidência... Estamos a falar de "roncos" diferentes... Os do bogue são os da amizade, fraternidade, camaradagem e solidariedade) (L.G.).


1. Texto do editor L.G.:

Amigos e camaradas:

Devemos atingir hoje a cifra (algo mágica…) dos 2 milhões de páginas visitadas (ou visualizações), o quer dizer 700 mil desde o início do ano, uma média de 85 mil por mês / 2800 por dia (75 mil por mês / 2500 por dia de Janeiro a Abril de 2010) (*).

É de referir que a evolução deste indicador tem sido favorável, com um crescimento sustentado ao longo do tempo: partimos das 22,5 mil visitas... em finais de Maio de 2006 (fim da I Série, e abertura do actual blogue, ou II Série), para atingir as 400 mil em Outubro de 2007, as 800 mil em Outubro de 2008, o milhão em Fevereiro de 2009, o 1,4 milhões em Dezembro de 2009 e os 1,7 milhões em Maio de 2010, quando pusemos o contador Bravenet.

Recorde-se que em 23 de Abril passado, perfizemos seis anos o que na blogosfera já é uma vetusta idade.

No final da I Série, em Maio de 2006, o número de tertulianos (como então designávamos os membros da nossa Tabanca Grande, antes, Tertúlia, termo porventura um pouco pretensioso...) era cerca de 110.  Em final de 2009, éramos 390, em Maio andávamos pelos 410 e hoje estamos a caminhos dos 450.

É possível alcançar, no fim do ano, a meta (ambicionada) do meio milhar de membros...

O ano transacto foi o mais produtivo em número de postes publicados: cerca de 1900, mais 600 do que em relação ao ano anterior (2008). Mas este ano já atingimos 1400, o que dá em média 180 por mês / 6 por dia (ligeiramente mais baixa nos meses de Julho e de Agosto, coincidindo com as férias de verão). É, portanto, previsível que cheguemos aos 2000/2100 no final do ano…

Quanto aos comentários, tenho que os contar manualmente, o que é uma maçada: de qualquer modo, a avaliar pelas duas primeiras semanas de Setembro, estamos com uma média diária  de 35 a 40. Mantém-se, portanto, e de maneira sustentada, o bom nível de participação dos nossos leitores (além da qualidade, originalidade, criatividade e pertinência  de muitas intervenções). Se bem que muitos camaradas pudéssem e devessem escrever comentários (um forma, afinal, fácil, directa, expedita, de participar na vida do blogue).

Outras estatísticas possam a estar disponíveis para divulgação quer do nosso contador Bravenet (a partir de Maio de 2010) quer do próprio Blogger (a partir de Julho de 2010). Por exemplo, de acordo com uma amostra destes dois últimos meses e picos (Julho, Agosto e Setembro, que são, aliás, atípicos) (n=170 mil visualizações), apurámos o seguinte (fonte: Blogger):

(i) Por navegador, o Internet Explorer, com 74% das visualizações, destaca-se de todos os demais:

(ii) O sistema operativo mais usado (96%) é... o Windows;

(iii)  Cerca de 74% das visualizações são oriundas de Portugal, seguido do Brasil (14%) e dos Estados Unidos (3%)... Até na Lapónia somos vistos!

Das estatísticas produzidas por Bravenet (o nosso contador a partir de 9 de Maio de 2010), há algumas curiosidades a assinalar:

(i) Os dias de semana de maior tráfego (ou seja, com mais visitantes e visualizações) é a 2ª e a 3ª feira (com cerca de 32,4% do total), em contraste com o sábado e o domingo, que são os piores dias (25%  do total);

(ii) As horas do dia mais movimentadas são as que se seguem ao almoço: das 14h às 16h o blogue recebe 16.5% dos seus visitantes diários; em contrapartida, as horas mais fracas, são as depois do jantar, das 21h à 24h (cerca de 1,9% do total do dia) (o que sugere que porventura somos mais vistos nos locais de trabalho do que em casa);

(iii) 95% dos visitantes visualizam mais do que uma vez, por dia, o blogue.

Mais uma vez, quero expressar aqui os meus votos de parabéns e de agradecimento a todos que fazem todos os dias o blogue, a começar pelos meus queridos, magníficos, dedicados e competentes co-editores (Carlos Vinhal, Eduardo Magalhães Rodrigues e Virgínio Briote), sem esquecer colaboradores permanentes como o Miguel Pessoa e o José Martins e o nosso cartógrafo-mor que tem direito a honrarias vitalícias: o Humberto Reis...

Devo mencionar ainda os nomes dos camaradas Hélder Sousa, Joaquim Mexias Alves e José Manuel Matos Dinis que, juntamente com os editores, o Miguel Pessoa e o José Martins, constituem uma espécie de embrião de conselho editorial ainda não formalizado, e a quem são  enviados automaticamente, por correio electrónico, todos os comentários publicados no nosso blogue. Todos eles, muitas vezes na sombra, têm sido importantes conselheiros, ajudando-nos a levar a bom porto este barco (cuja navegação nem sempre é fácil e que tem falta de pessoal na sua equipagem)...

Muito obrigado aos novos e velhos membros da Tabanca Grande,  independentemente dos sinais de vida que dão (uns, e outros não)... Obrigado aos que escrevem, comentam, mandam fotos e outros documentos... Obrigado aos que nos lêem e comentam (uns, e outros não...).  Obrigado aos que nos divulgam. Obrigado aos que, mesmo sem darem a cara, têm um carinho especial ou um apreço, maior ou menor, por este blogue...

Um pensamento de saudade vai também para os camaradas, membros da nossa Tabanca Grande, que travaram este ano o seu último combate e que da lei da morte se libertaram: o Humberto Duarte, o Joaquim Cardoso Veríssimo e o Victor Condeço.

Esperemos poder continuar por aqui, eu e todos vocês, mais os periquitos que hão-de chegar ao longo deste ano (até aos 500, pelo menos!) , enquanto nos aprouver e nos sentirmos bem, úteis, activos, confortáveis, produtivos, saudáveis, vivos, entre amigos e camaradas da Guiné, entre portugueses, guineenses e outros homens (e mulheres) de boa vontade, novos e velhos, de diferentes gerações e de todas as cores do arco-íris...

Até lá, renovo o meu pedido de Maio passado (*): precisamos de recrutar novos editores, para já mais um, de preferência um membro  sénior da nossa Tabanca Grande, para substituir o Virgínio Briote (que já me manifestou, por diversas vezes, o seu desejo de entrar na idade de oiro, depois de feitas as pazes com a guerra e com a Guiné...). Em suma, mais voluntários, precisam-se para dar continuidade àquela que já é a maior comunidade virtual de veteranos de guerra (ou melhor, de ex-combatentes de uma guerra, de um TO específico)... Seguramente, a da Guiné (1963/74).  

É altura, entretanto, de chegarem até nós, a pretexto destes números, e dos nossos altos e baixos, misérias e grandezas, euforias e depressões, as vossas opiniões, sugestões, críticas e comentários sobre o que foi, é e deverá ser o nosso blogue... O próximo a ser publicado é um poste do Belarmino Sardinha, que face ao actual panorama do blogue, vem dizer-nos  que se quer remeter ao silêncio por uns tempos... Por nós, iremos continuar... Afinal, ainda estamos a meio da guerra: seis anos e meio...

Mantenhas a todo o pessoal da Tabanca Grande. Aqui fica um chicoração a todos/as os/as amigos/as e camaradas da Guiné. Sem distinção...

Luís Graça

PS - O Belarmino acaba de me pedir para não publicar o citado texto, por perda de oportunidade editorial. Assim o farei. Mas falarei com ele, e com muito gosto,  sobre alguns aspectos de organização e funcionamento do blogue, apreciados por ele, e  que nos ajudarão a sermos ainda muito melhores... Hoje, é também um bom pretexto para os nossos amigos e camaradas nos mandarem, para a caixa de reclamações, queixas por textos e outros materiais eventualmente não publicados até agora, sem aparente justificação dos editores... Nos casos em que isso possa acontecer, resultará eventualmente de "falha humana e/ou técnica", as duas razões do mundo a que a gente recorre para explicar o inexplicável sempre que há um "acidente"... E aí sou a "dar a mão à palmatória": sei  que temos, por exemplo,  de melhorar a gestão das nossas caixas de correio... LG

Estatísticas do Blogue > Descrição geral (movimento desde 1 Julho de 2010 até ontem)



Visualizações de páginas de hoje (dia 14, ao fim da tarde)
1 826
Visualizações de página de ontem (dia 13)
2 666
Visualizações de páginas  do mês de Setembro (até hoje)
31 228
Visualizações de páginas  do mês de Agosto
66 253

Visualizações de páginas por navegador

Visualizações de páginas por país (de 1 de Julho a 14 de Setembro)

Portugal
123 161
Brasil
23 495
Estados Unidos
4 655
França
2 158
Dinamarca
1 442
Alemanha
1 380
Canadá
1 012
Espanha
989
Suécia
704
Reino Unido
548


Fonte de tráfego (de 1 de Julho a 14 de Setembro de 2010) > Sites de referência

Postes mais visualizados, entre 1 de Julho e 14 de Setembro de 2010

23 de Jan de 2010, 22 comentários
461 Visualizações de páginas
3 de Fev de 2009
205 Visualizações de páginas
18 de Ago de 2009, 1 comentário
197 Visualizações de páginas
14 de Jul de 2010, 11 comentários
132 Visualizações de páginas
21 de Jan de 2010, 6 comentários
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1 de Set de 2010, 10 comentários
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3 de Mai de 2007
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8 de Nov de 2007, 1 comentário
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14 de Jul de 2010, 15 comentários
53 Visualizações de páginas
9 de Jun de 2009, 8 comentários
52 Visualizações de páginas

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Guiné 63/74 – P6987: Estórias do Mário Pinto (Mário Gualter Rodrigues Pinto) (39): Pilhagens, Gamanços ou Desvios! (Mário G R Pinto)


1. O nosso Camarada Mário Gualter Rodrigues Pinto, ex-Fur Mil At Art da CART 2519 - "Os Morcegos de Mampatá" (Buba, Aldeia Formosa e Mampatá - 1969/71), enviou-nos a sua 39ª mensagem, em 14 de Setembro de 2010:

Camaradas,

Ao ler o poste do meu camarada e amigo João Félix Dias " TABANCA DO MONTIJO", e respondendo à sugestão do Luís Graça, sobre Vaguemestres e pilhagens nas colunas de reabastecimento, resolvi rebuscar na minha memória e nos meus apontamentos, sobre ditas que se faziam no meu tempo entre Buba-Aldeia Formosa.
COLUNAS DE ABASTECIMENTO BUBA-ALDEIA FORMOSA
Duas a três vezes por mês, na época seca era organizada uma coluna de grande dimensão, partindo de Aldeia Formosa, Mampatá e Nhala, com destino a Buba, afim de abastecer de mantimentos, que nos eram transportados via fluvial - Rio Grande de Buba - por LDG.

Esta coluna de abastecimento era efectuada pela estrada velha Buba-Aldeia Formosa (via Nhala), em virtude da estrada nova se ter tornado intransitável por vários motivos já aqui expostos por diversos camaradas.

A força de comando destas colunas eram normalmente feitas pelas unidades de Aldeia Formosa (CART 2521), sendo fornecido apoio logístico, como picagem e segurança ao longo do percurso pelas unidades CART 2519 (Mampatá), CCAÇ 2615 (Nhala) e CCAÇ 2614 (Buba).

Havia sempre apoio da força aérea que para isso deslocava 2 aviões T6, para a pista de aterragem de Aldeia Formosa, ficando de prevenção para qualquer eventualidade.

Estas colunas demoravam sempre cerca de dois a três dias, dependendo das marés em Buba, para a LDG poder acostar no cais. Era uma azáfama enorme lutando contra o tempo, que possibilitava à LDG descarregar o seu conteúdo, para todas as unidades do Sector.

Eram chamadas viaturas de cada unidade que, juntamente com o Vagomestre, carregavam os víveres da respectiva Companhia a que eram dirigidos. Aqui começava a «PILHAGEM», pois não havia tempo para conferir o material que a cada um era devido.

Indicavam o lote de abastecimentos que se encontrava no convés da LDG e cada unidade carregava as suas viaturas, a toda a pressa, porque o tempo sempre escasseava para esse efeito.

Depois esperava-se em Buba que todas as outras viaturas, que compunham a coluna, estivessem abastecidas para iniciar o regresso às respectivas unidades.

O regresso era sempre mais penoso porque as viaturas carregadas se atolavam na transposição das bolanhas existentes nos percursos e pessoal que garantia a segurança tinha que caminhar apeado por diversos motivos.

A segurança das estradas e as picagens, às idas para os reabastecimentos, eram levados ao maior grau de exigência, e dava os seus bons frutos, mas, nos regressos, devido à actividade inerente que as nossas movimentações provocavam, que, como é óbvio, alertava o IN permitindo-lhe preparar os seus ataques e esperar por nós. Os locais onde nos emboscavam eram quase sempre os mesmos e, por isso, já referenciados e considerados por nós como muito sensíveis.

Inúmeras minas foram detectadas e levantadas, ou destruídas, por todas as unidades nestas alturas, mas o que mais mossas faziam nas NT eram os fornilhos, porque se eram quase indetectáveis e o IN accionava-os, à nossa passagem, quando muito bem entendia.

Normalmente, os percursos das colunas corriam bem, devido essencialmente às boas e adequadas preparações e posicionamentos dos dispositivos colocados no terreno pelas NT e pelos meios envolvidos. Por vezes, quando menos esperávamos, lá ia uma viatura pelos ares, ou sofríamos uma emboscada mais elaborada pelo IN, porque às flagelações á distância já o nosso pessoal não ligava.

AS PILHAGENS

Se assim se podem chamar, sempre as houve mas feitas pelos nossos militares, porque culpar a população nativa é falso, pois era rara a que se transportava nas nossas colunas. Certa mercadoria (whisky, cerveja e pouco mais), era valorizada pelo pessoal e seguia devidamente referenciada nas viaturas e, esta sim, era alvo da cobiça geral. Como os índices dos “gamanços” eram tão baixos, os valores desaparecidos eram dados como destruídos ou perdidos, por acidente, durante o seu transporte.

As emboscadas, as minas e o rebentamento de fornilhos sobre as viaturas, era muitas vezes o motivo justificativo de tudo o que pudesse ter desaparecido nas viagens.

Também as instalações paupérrimas onde algumas unidades eram obrigadas a viver no mato, húmidas nas chuvas, secas no Verão, sem luz, sem ventilação, sem água, etc. originavam a deterioração dos géneros alimentares, materiais e equipamentos, que depois era obrigatório justificar.

Como não havia inspecção da Intendência, ou de entidades superiores, às zonas operacionais mais perigosas, podiam-se fazer relatórios de incapacidade e destruição de alimentos e equipamentos, porque ninguém ia verificar a sua veracidade. Assim houve “justificação” para muita coisa nas zonas de guerra de maior perigosidade.

Houve, como em tudo na vida, quem se soubesse aproveitar destas facilidades e os "desvios" como alguém lhe chamava, não foram a meu ver, mais do que permissividade total para outros fins menos dignos.

Um abraço,
Mário Pinto
Fur Mil At Art da CART 2519
Emblema de colecção: © Carlos Coutinho (2009). Direitos reservados.
____________
Nota de M.R.:
Vd. último poste desta série em:
9 de Junho de 2010 >

Guiné 63/74 - P6986: Parabéns a você (152): Manuel José Ribeiro Agostinho, Soldado Escriturário no QG/CTIG, 1968/70 (Os Editores)

1. Porque hoje, dia 15 de Setembro de 2010, está de parabéns por completar mais um ano de vida, estamos a saudar o nosso camarada Manuel José Ribeiro Agostinho (ex-Soldado Radiotelefonista, Condutor Auto e Escriturário no QG de Bissau nos anos 1968/70)*.

Caro Agostinho recebe da tertúlia um abraço e os votos de uma longa vida, com saúde, junto da tua esposa Elisabete, filhas, netas e demais familiares e amigos.

Permito-me deixar-te o meu abraço pessoal de parabéns e votos de bons êxitos na tua vida empresarial.

Embora nos vejamos frequentemente, porque, além de vizinhos e amigos, fazemos parte do grupo dos 4 que não pára, marco desde já encontro para o próximo ano, neste mesmo lugar, para renovação dos votos hoje formulados.

Pelos editores
Carlos Vinhal

__________

Notas de CV:

(*) Vd. poste de 15 de Setembro de 2009 > Guiné 63/74 - P4951: Parabéns a você (26): Manuel José Ribeiro Agostinho, Escriturário no QG/CTIG, 1968/70 (Os Editores)

Vd. último poste da série de 10 de Setembro de 2010 > Guiné 63/74 - P6964: Parabéns a você (151): Tony Grilo, Sold. Apontador de Obús 8,8 cm, Cabedu, Cacine e Cameconde, 1966/68 (Editores)

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Guiné 63/74 - P6984: (Ex)citações (97): Tinha 22 anos e ainda sonhava... quando levei o prisioneiro Malan Mané a jantar comigo no café do Sr. Regala, em Galomaro (Jorge Félix, ex-Alf Mil Pil Heli AL III, BA 12, Bissalanca, 1968/70)

1. Mensagem, com data de 12 do corrente,  de Jorge Félix [, foto à esquerda, retirada com a devida vénia da sua conta no Facebook]

Assunto - Malan Mané, P6953 (*)

Caro Luís:

Na linha profilática que o teu/nosso Blogue tem prestado aos ex-combatentes da Guiné, e porque sou visado no P6953 e comentários associados a ele, gostaria de destacar o seguinte:

As frases,  "há gente que nunca mais faz dezassete anos"  e "pode acontecer que tenhas visto tudo isso em outra circunstância ou pode acontecer que haja outro Malan Mané", não têm sentido algum, mas eu entendo-as.

Aceita, Salvador Nogueira, que, não sendo importante, fui eu que transportei o Malan da Zops para Galomaro. (Um privilégio que não era para todos.. como se pode ler no cabeçalho do mesmo poste).

Acredita, Salvador, que estamos a falar do mesmo. Acredita que o que escreveu o "poeta",  foi dito por Malan, num jantar que o Comandante dos Páras permitiu que tivesse no "café do Sr Regala", no dia em que vocês o apanharam. Outras coisas foram faladas entre mim e Malan, que nunca irias acreditar. Pouco se falou de guerra. (**)

Claro que a autorização para Malan Mané ir jantar comigo e a conversa que daí decorreu não pode estar no relatório a que te referes, no PS da tua última nota  (PS - podes consultar o relatório da op e podes falar com o Sarg Sofio que toda a gente conhece em Constância - servia-te de passeio e matavas saudades da área,  uma vez que não já há nem BA3, nem RCP, nem gente que te conheça, nem nada) .

Como deves concordar (?!), não dá para perder tempo com a tua sugestão.

Não me "zanguei" com as tuas "tiradas". Já estou velho mas conservo o "romantismo" que transportava naqueles tempos. Posto isto, dou por terminado o diferendo que as histórias do Malam Mané criaram, e por tal não voltarei a responder por mais simpático ou violento que venhas a ser.

Caro Luís , se não fui explícito, não publiques. Vou pôr o meu nome, não para ser mais conhecido, mas para o associar ao texto.

Abraço
Jorge Félix
_______________


Notas de L.G.:


(*) Vd.poste de 8 de Setembro de 2010 > Guiné 63/74 - P6953: Estórias avulsas (94): A captura do incaracterístico guerrilheiro Malan Mané, no decurso da Op Nada Consta (Salvador Nogueira)

(...) [ Comentário de Jorge Félix, 9 Set 2010]

"Para publicar havia de ser a minha narrativa da captura do Malan Mané - mais circunstanciada!, lembras-te do croquis que te enviei? - mas só se alguém aparecesse de novo a divagar sobre o assunto de longe e a sonhar alto. Houve até um poeta que descrevia o piloto a soprar a mata com o rotor do héli e a gritar para avisar a tropa - azar, era eu... e li. E agora?- de que havia uns gajos emboscados... Há gente que nunca mais faz dezassete anos" (...)

Li e não percebi!!! (Ou melhor, parece que sei o que querem...!)

Sou o Félix, o ex-piloto que também viu o Malan Mané com o RPG2 que não quis disparar.

O mesmo que "poeticamente" aterrou o héli junto do Malan.

O mesmo que viu o Malan ser apanhado à mão.

O Félix que transportou o Malan para Galomaro.

O mesmo, Félix, que levou o Malan à casa do Sr Regala a jantar, como prenda de não ter disparado.

O mesmo que escutou Malan explicar, no mesmo "restaurante", que não disparou pois teve medo de ser visto porque o "rotor soprava a mata".

Na altura teria 22 anos, e ainda sonhava.


Hoje, passados estes anos, todos ter que ler o que li, ou não entendi nada, o que será possivel, resultado dos 63 que já carrego, ou..., meus caros Amigos, ía apagar tudo pois estava a passar para o terreno em que ía ser indelicado. Vou ficar por aqui.

Vai ficar o que está escrito, talvez o autor do poste, que não sei quem é, possa ler . Quero lhe dizer que felizmente estou tratado de todas as feridas da guerra (penso que sim). De outra maneira, ao ler o que escreveu, "tudo é mentira sobre a captura de Malam excepto o que eu sei", poderia pôr em causa as minhas capacidades mentais.

Isto de escrever umas merdas, e terminar com uma tirada inteligente, tem muito que se lhe diga.

Caro companheiro de luta, já todos fizemos os 17 há muitos anos. Acredito que muitos queriam continuar naquele tempo, pois naquele tempo continuam a viver, com a sua verdade una e imortal.


Sem mais, abraço a todos.

Jorge Félix

ex-alf piloto aviador

Guiné 68/69/70


(...) [ Resposta de SNogueira, 10 Set 2010]

Caro Félix, pode acontecer que tenhas visto tudo isso em outra circunstância ou pode acontecer que haja outro Malan Mané.

Asseguro-te que a captura, vista do chão e a curta distância, foi feita como descrevi - o guerrilheiro levantou-se com as mãos no ar e nunca mais tocou na arma; não me lembro da sua evacuação mas fica seguro de que lhe confiscámos o RPG2.

Também não imagino o que ele possa ter dito a quem o interpelou depois de evacuado mas fica seguro de que a informação que deu no local foi escassa e em pouco alterou o nosso planeamento - era um homem muito simples e nós, a minha tropa, não éramos propensos a grandes divagações...

SNogueira

(...) [Novo comentário de SNogueira, 10 Set 2010]

(PS - podes consultar o relatório da op e podes falar com o Sarg Sofio que toda a gente conhece em Constância - servia-te de passeio e matavas saudades da área uma vez que não já há nem BA3, nem RCP, nem gente que te conheça, nem nada... Lamento este desencontro de memórias e de opiniões)

(**) Vd. postes de:

7 de Setembro de 2010 > Guiné 63/74 - P6948: A minha CCAÇ 12 (6): Agosto de 1969: As desventuras de Malan Mané e de Mamadu Indjai... (Luís Graça)

26 de Março de 2008 > Guiné 63/74 - P2683: Estórias de Dulombi (Rui Felício, CCAÇ 2405) (9): O Jorge Félix e o Prisioneiro

(...) Depois de vários anos sem notícias do Jorge Félix, tive a felicidade de o reencontrar há dias através de e-mail que ele me enviou. Soube do meu endereço, por meio do teu blogue que tem lido...

Relembrou-me uma história curiosa que se passou em Galomaro numa operação militar em que ele esteve envolvido e da qual resultou um prisioneiro do PAIGC que pernoitou na sede da CCAÇ 2405. (...)

O JORGE FELIX E O PRISIONEIRO (Ou a psicossocial no seu melhor... )
por Rui Felício


(...) (i) PREÂMBULO


(...) O episódio que vou contar poderia ter resultado em catástrofe, como mais adiante se compreenderá, mas o que permanece na memória, é de facto a situação picaresca que, passado o perigo, a seguir se desenvolveu.

Antes do relato dos factos, é importante dar a conhecer a personalidade do Jorge Félix. Sem ela, esta história não teria o sal e a pimenta que a maneira de ser dele lhe conferem.

(ii) A PERSONALIDADE DO JORGE FÉLIX

O Jorge Félix, a quem ainda hoje me ligam laços de grande amizade, foi piloto de helicópteros da Força Aérea em Bissau nos anos de 1968 a 1970.

Para além do seu elevado profissionalismo, capacidade técnica e conhecimento do território, que o tornaram, na opinião generalizada, como um dos melhores, senão o melhor piloto de helicópteros que terão passado pela guerra da Guiné, reunia e ainda reúne, invulgares qualidades difíceis de encontrar todas concentradas numa mesma pessoa.

Aquelas que mais apreciei foram e ainda são, apesar dos anos passados, um apurado sentido de humor, uma jovial e permanente boa disposição que alastrava a quantos o rodeavam, um permanente lenço de seda colorido em volta do pescoço que era a sua imagem de marca e uma aptidão especial para rapidamente aprender a dominar as técnicas das mais variadas especialidades.

Refiro-me ao domínio da fotografia e da imagem, da música e, sobretudo, dos corações femininos! Dizem que destroçou vários na sua passagem por Bissau, Bafatá, Galomaro e sei lá quantas mais terras da Guiné...

(iii) A OPERAÇÃO MILITAR

Mas vamos à história de cuja parte final fui testemunha. A parte inicial foi-me descrita pelo próprio Jorge Felix e confirmada pelos paraquedistas intervenientes.

Num certo dia de Agosto de 1969, o Jorge Félix transportou no seu helicóptero um grupo de pára-quedistas que iam fazer um assalto, a uma base do PAIGC, identificada pelos serviços de informações militares da Guiné, como estando localizada no [subsector de Mansambo, Sector L1, Zona Leste].

Ao procurar local para a aterragem perto do objectivo, em plena mata, o Jorge Felix foi descendo o helicóptero e, a uns 5 metros do chão, a deslocação de ar, provocada pelo movimento das pás do aparelho, afastou uma série de ramos de arbustos deixando a descoberto um guerrilheiro do PAIGC que ali se havia emboscado.

O homem estava armado com um [ RPG2,], e a granada colocada, apontando para o helicóptero, o que naturalmente deixou em pânico o piloto e os tripulantes. Na verdade, se o gatilho tivesse sido premido, era o destruição do helicóptero e de algumas vidas, senão todas, daqueles que o tripulavam.

O Jorge Félix que foi quem primeiro avistou o guerrilheiro, gritou aos pára-quedistas que de imediato saltaram do Heli e aprisionaram o homem sem necessidade de dispararem um único tiro, desarmando-o acto contínuo.

Pelos vistos, o susto e a surpresa dele foram tão grandes, ao avistar inesperadamente o helicóptero sobre a sua cabeça, que lhe devem ter paralisado os movimentos e o raciocínio... para sorte dos militares que enchiam o aparelho...

(iv) O REGRESSO A GALOMARO

Mas vamos à história de cuja parte final fui testemunha. (...) [Para saber o resto, clicar aqui]

[ Revisão / fixação de texto / título: L.G.]

Guiné 63/74 - P6983: (In)citações (5): Amílcar Cabral, os portugueses, o colonialismo e o racismo (Cherno Baldé)

1. Comentário, de 9 do corrente,  de Cherno Baldé ao poste P6941 (*):

Amigo Torcato, (**)

Eu estudei na antiga URSS, sim, onde, juntamente com o leite e mel servido na cama individual, também nos serviam expressões agradáveis como " Ó macaco preto,  volta para a tua terra!".

Uma vez, em Kiev, conversando entre amigos e colegas de turma de várias nacionalidades, um Russo nos interpelou cheio de curiosidade:
- Disseram-me que vocês,  africanos,  nos vossos países, vivem em cima das árvores, mas como é que conseguem montar as camas ?

E alguém dos nossos respondeu-lhe:
-Sim,  é verdade,  e se queres saber mais digo-te que o vosso embaixador que vive lá connosco, está hospedado e dorme na árvore mais alta da nossa floresta.

A frase do romancista [ André Schwarz, ]conforme a entendi, e penso que o Filipe já disse o essencial, vai no sentido de que "só quem nos conhece nos pode magoar, prejudicar, ver matar". (***)  E acho que, não restam dúvidas que Cabral conhecia bem o regime Português e os Portugueses também. 

De resto quem quiser saber o que ele pensava dos Portugueses pode consultar o livro das suas obras escolhidas,  intitulado "A Arma da teoria",  num discurso proferido por ocasião do 1º ou 2º aniversário da invasão de Conacri e as causas do seu falhanço. Na minha opinião, aí estão contidas muitas mágoas para um bom Português como ele.

O que interessa reter é que hoje como ontem, em Portugal, vivem e trabalham muitos africanos, muitos dos quais, no fundo, nunca quiseram a ruptura completa e definitiva com Portugal e os Portugueses, mas que queriam simplesmente a sua emancipação. Agora vejam lá, se criam ou não criam mais outros Cabral. [, Foto, acima] (****)

Cherno

[ Fixação / revisão de texto / título: L.G.]
___________

Notas de L.G.:

(*) Vd. poste de 6 de Setembro de 2010 > Guiné 63/74 - P6941: Notas de leitura (144): Amílcar Cabral Documentário (Mário Beja Santos)


[Comentário de Antº Rosinha, 7/9/2010]

(...) Amilcar Cabral, com a sua cultura e conhecimentos africanos e europeus, podia falar muito bonito para branco entender, mas nunca contou a realidade africana. Nem ele, nem nenhum outro português como ele, quer do PAIGC, MPLA, ou FRELIMO (...).
[Comentário de Cherno Baldé, 7/9/2010]

Numa das passagens do romance de André Schwarz (ver refª abaixo), encontrei uma frase curta mas cheia de significado que diz o seguinte: "Atention, celui qui te connaît appartient pour toi aux bêtes qui tuent ». page 73.

ANDRÉ SCHWARZ BART
in "La Mulâtresse Solitude" , Roman–Points, ed. du Seuil, 1972.

E Amilcar Cabral, no seu tempo, foi daqueles que conheceram Portugal e os Portugueses, julgo eu, mais que qualquer outro Guineense ou estrangeiro que tivesse vivido por lá. Nem me passa pela cabeça imaginar o que ele teria sofrido para terminar com sucesso o seu percurso académico. (...)

[Comentário de ChTorcato Mendonça, 7/9/2010]


(...) Por fim, Amílcar Cabral, estudante.


Tirou certamente o curso de agronomia,  como qualquer colega. Dizem ter sido óptimo estudante. Havia a Casa do Império onde os estudantes, vindos de África,  ficavam. A polícia política certamente estava atenta e atenta estava com outros,  independentemente de sua cor. Racismo? É possível. Infelizmente há sempre gente mal formada. Aí não há? Olhe,  eu fui para militar e depois até aí e queria estudar...e você onde estudou? Talvez no Leste...terras de leite e mel (...).


(**) Último poste da série  (In)citações:

28 de Julho de 2010 > Guiné 63/74 - P6800: (In)citações (4): A lavadeira Lisboa e o tocador de harmónica Sene Coiaté, com a Júlia Neto, na inauguração do Núcleo Museológico Memória de Guiledje (Pepito, AD - Acção para o Desenvolvimento)

(***) Variante da célebre frase de Jesus Cristo na última ceia, denunciando o seu traidor: "Quem vai me trair é aquele que comigo põe a mão no prato" (Mateus 26,14-25).

(****) Foto do secretário geral do PAIGC, incluída em O Nosso Livro de Leitura da 2ª Classe,  editado pelos Serviços de Instrução do PAIGC - Regiões Libertadas da Guiné (sic). Tem o seguinte copyright: © 1970 PAIGC - Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde. Sede: Bissau (sic)... Aprimeira edição teve uma tiragem de 25 mil exemplares, tendo sido impresso em Upsala, Suécia, em 1970, por Tofters/Wretmans Boktryckeri AB.

Guiné 63/74 - P6982: Blogues da nossa blogosfera (36): A Tabanca do Montijo, de João Manuel Félix Dias (ex-Fur Mil SAM, CCAV 2539 e CCAÇ 3, 1969/71)



Foi criado, em Dezembro de 2009,  mais um blogue sobre a guerra na Guiné (1963/74)... A iniciativa é do nosso camarada João Manuel Félix Dias, que pertence à nossa Tabanca Grande desde Setembro de 2008 (*). Nome do blogue: Montijo - Tabanca do Montijo. É "dedicada aos militares de Montijo que, naqueles anos de 1961/1974,  por trilhos, picadas e bolanhas com Sangue, Suor e Lágrimas contribuiram para elaborar o Nosso Historial".

Boa parte da rapaziada do Montijo, dos três ramos das Forças Armadas, são ou foram amigos de infância e de juventude do João, a quem damos os parabéns pela iniciativa (e o apoio que for necessário por parte da Tabanca Grande).


Eis como se apresenta o autor do blogue:

"Morei, algum tempo, no Alto das Vinhas Grandes. Em 1958 mudámos para a Rua E, (hoje, da Guiné) nº 4, no Afonsoeiro. Estudei até à 4ª. classe na Escola Reis,  junto ao Cinema. Preparei a Admissão na Farmácia Higiene, Prof. Pita, antes do Exame para o Ciclo Preparatório.

"Frequentei a velha Escola Técnica EICM até 1963. Saí com 15 anos e nesse mesmo ano comecei a trabalhar. Fiz um estágio na Soluz,  do Sr. Joaquim C. Tapadinhas e Quirino Correia. Algum tempo trabalhei em Lisboa na Rádio Escola. Também na empresa José Trindade Ventura - Carnes - que funcionava no quintal do Sr. Ilhéu. E durante mais tempo, até à tropa, trabalhei na Oficina  Joao Augusto Ramos. Contacto joaomanuel47@gmail.com  ou felixdias@msn.com  964451199 / 212316862, São Francisco, Alcochete".

No TO da Guiné o João Manuel Félix Dias foi Fur Mil Grad SAM, tendo passado pelas CCAV 2539 (S. Domingos) e 2540 (Sedengal) /BCAV 2876 (Ingoré, 1969/70) e  CCAÇ 3 (Binta, Guidaje, 1970/71).

A este batalhão, o BCAV 2876, pertencia o malogrado Cap Cav Luís Rei Vilar, comandante da CCAV 2538.

O João ia na coluna em que o Alf Mil Nelson Gonçalves, do Pel Caç Nat 60,  foi gravemente ferido numa A/C, na estrada São Domingos, Susana, a 13 de Novembro de 1969. (Há um blogue sobre o Pel Caç Nat 60, da autoria de Manuel Seleiro).

A mulher do Nelson Gonçalves, a Manuela Gonçalves (Nela) já escreveu, na I Série do nosso blogue,  sobre essse trágico episódio... Foi uma das primeiras mulheres a fazer parte da nossa tertúlia (hoje, Tabanca Grande). Tinha um blogue (Caminhos por onde andei) que já não está activo... Eu próprio lhe perdi o rasto. Eis o seu antigo email: misstrenga@gmail.com.




Blogue do Pel Caç Nat 60 (1968/74), da autoria de Manuel Seleiro

Ao telefone com o João, que tem uma excelente memória, fiquei a saber o seguinte:

(i) Ele cresceu n o Montijo, o pai era operário da Mundet, a fábrica de cortiça;

(ii) Hoje vive em São Franscisco, que pertence a Alcochete;

(iii) A ideia do blogue (**) surgiu-lhe quando estava desempregado;

(iv) Está a tentar reunir a malta da região, e fazer uma primeira reunião de convívio no Café Portugal;

(v) Foi vagomestre na CCAV 2539, mas levou uma porrada do capitão, acabando por passar um mês na CCAV 2540 e o resto da comissão na CCAÇ 3;

(vi) O vagomestre que ele foi render, teve uma comissão desgraçada: ficou até 1972 em comissão liquidatária; toda a gente roubava (a começar pela população civil a quem se dava boleia) quando da organização das colunas logísticas, de tal maneira que era preciso levar malta armada em cima das viaturas para dissuadir os ladrões; na mina em que foi ferido o Alf Mil Nelson Gonçalves, houve pilhagens de toda a ordem; 

(viii) Na CCAÇ 3 ele conseguiu convencer o capitão a arranjar mais um vagomestre: quando um ia a Guidage buscar os abastecimentos, ficava outro em Binta: tudo era conferido à partida e à chegada; ele não se queixa, na CCAÇ 3, teve uma comissão descansada;

(ix) Ouviu falar da história do Cap Luis Rei Vilar, da CCAV 2538, mas não sabe mais do que os boatos que circulavam; já conhecia aquele oficial deste Estremoz; achava que se devia pôr uma pedra no assunto;

(x) Tem, o contacto da Manuela Gonçalves (Nela) e de vez em quando trocam mensagens; o email dela é outro...

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Notas de L.G.:

(*) Vd. poste de 7 de Setembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3183: Tabanca Grande (85): João Manuel Félix Dias, ex-Fur Mil SAM, CCAV 2539, 2540 e CCAÇ 3, Guiné 1969/71

(**) Último poste da série > 21 de Abril de 2010 > Guiné 63/74 - P6203: Blogues da nossa blogosfera (35): Tabanca dos Melros, com sede no Choupal dos Melros, em Fânzeres, Gondomar, aberta a todos os ECUS, ex-combatentes do ultramar...

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Guiné 63/74 - P6981: Convívios (271): 10º Almoço de Confraternização da CCS do BCAÇ 1933


1. Ao publicarmos o convite e programa da festa desta CCS do BCAÇ 1933, verificamos que ainda não temos nenhum seu representante nesta nossa Tertúlia.
Assim, em nome do Luís Graça, Editores e demais tertulianos, aqui fica registado também um convite para que os seus elementos adiram às nossas “forças (des)armadas” desta Tabanca Grande.

Camaradas,

Aqui está um convite para o 10º Almoço de Confraternização da CCS do Bat. Caç. 1933.
O evento terá lugar no Restaurante-Marisqueira SOLMAR-CANAS, nas Caldas da Rainha. Rua Vitorino Fróis, nº40 (na estrada da Foz do Arelho).
No dia 25 de Setembro (Sábado) de 2010.

Com os nossos agradecimentos.
Um abraço.
PS: Para mais informações contactar: Vítor Lapa = Telm. 965 063 167
Emblema de colecção: © Carlos Coutinho (2010). Direitos reservados.
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Nota de M.R.:
Vd. também o último poste desta série em:

12 de Setembro de 2010 >
Guiné 63/74 - P6978: Convívios (187): Tabanca de Guilhomil, Polvoreira, Guimarães, 30 de Agosto de 2010,com o Joaquim e a Margarida Peixoto (Luís Graça)




Guiné 63/74 - P6980: In Memoriam (52): O último voo de um anjo: Maria Zulmira André Pereira, enfermeira pára-quedista (1931-2010) (Giselda e Miguel Pessoa)



Maria Zulmira André  Pereira (1931-2010). Foto gentilmente cedida pela Rosa Serra.

1. Eis a triste notícia que nos chegou hoje, de manhã, através dos nossos camaradas Giselda e Miguel Pessoa:

Data: 13 de Setembro de 2010 11:40

Assunto: Falecimento da Enfª Zulmira

Caros editores


Como ontem disse com muita sensibilidade uma camarada sua, igualmente ex-enfermeira pára-quedista, a Enfermeira Zulmira partiu, após doença prolongada.

Teve a felicidade de nestes últimos tempos se ver rodeada pelas amigas e ex-camaradas que solidariamente a acompanharam nesta difícil fase final da sua vida.

Sobre ela já a Enfª Rosa Serra teceu palavras elogiosas que deixavam transparecer as suas qualidades pessoais e profissionais. Desse texto tomo a liberdade de relembrar algo do que ali foi escrito:
"A Zulmira hoje, a esta distância da juventude de então, continua a ser um Ser Humano ainda mais maravilhoso, de sentimentos puros, que escuta as lamentações dos outros, mima a alma ferida de quem sofre, apazigua quando as emoções se revelam agitadas dos magoados pelas amarguras inesperadas da vida e sem se aperceber o quanto faz bem aos outros, continua a ser aquele anjo feito gente que se projecta no outro acreditando no ser humano, desculpando comportamentos e levando-nos a saber perdoar a quem nos ofende, de uma forma tão generosa e solidária que chega a ser comovente.

"Tem uma fé inabalável, que não impõe a ninguém, limita-se quando fala dela a dizer que Deus é seu amigo e que lhe pede para quando fizer a travessia (palavra dela) Ele esteja lá, para lhe dar a mão e que também gostava que a mãe e avó estivessem presentes para a acolher." (*)

Que descanse em paz.

Giselda e Miguel

PS - Informação adicional

A Zulmira tinha 79 anos. Nasceu em 19 de Março de 1931 em Santa Bárbara de Nexe, Faro. O corpo dará entrada na Igreja de S.Domingos de Benfica, em Lisboa, pelas 14H00, realizando-se ainda hoje a missa de corpo presente pelas 21H00. Seguirá amanhã para a sua terra natal, no Algarve, onde ficará sepultada.



Lisboa > Museu da Farmácia > 11 de Novembro de 2008 > Lançamento do livro Diário da Guiné, 1969-1970: O Tigre Vadio, do Mário Beja Santos > Representantes femininas da FAP - Força Aérea Portuguesa, que estiveram no teatro de operações durante da guerra do ultramar / guerra colonial. Este grupo de camaradas nossas, antigas enfermeiras pára-quedistas,  fez doações ao Museu, de grande valor museológico, documental e simbólico.  À esquerda, à ponta, a Maria Zulmira e a Rosa Serra; à direita, no outro extremo, a  Maria Arminda e a Giselda.  Das duas restantes camaradas, ao centro, não sei o nome (do que peço desculpa).


Lisboa > Museu da Farmácia > 11 de Novembro de 2008 > Lançamento do livro Diário da Guiné, 1969-1970: O Tigre Vadio , do nosso camarada Beja Sanrtos > O Carlos Marques dos Santos, ex-Fur Mil da CART 2339 (Mansambo, 1968/70), cumprimentando a enfermeira pára-quedista, do 1º curso, 1961, Maria Zulmira André Pereira, que conheceu bem o TO da Guiné.


Fotos e legendas: © Luís Graça (2008). Todos os direitos reservados.

[ Fixação / revisão de texto / título: L.G.]
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Nota de L.G.: