1. Comentário do editor/administrador deste Blogue, Luís Graça, dirigida ao nosso camarada e amigo Mário Beja Santos, a propósito da impensável meta das 1000 entradas nesta página de ex-combatentes e amigos da Guiné e Guiné-Bissau, atingida por este nosso tertuliano e incansável colaborador permanente:
Mário:
Foi o Carlos Vinhal, teu dedicado editor nestes últimos anos, quem me chamou a atenção...
Com esta recensão [vd. poste P13747], acabas de atingir as mil (1000!!!) referências no nosso blogue...
Ora, mil referências ou marcadores são mil postes!... Ou até mais... O que num blogue, com 10 anos, e 13700 postes, é obra!... É mais de 7% do total da produção bloguística (não contando com comentários onde a tua participação é esporádica, senão mesmo meramente ocasional)!...
Tu és, reconhecidamente, um leitor compulsivo, uma trabalhador incansável, e um camarada indefectível...
O teu contributo para este projeto de partilha de memórias e de afetos (que é o nosso blogue) é reconhecido pela larga maioria dos nossos leitores, bem como dos amigos e camaradas da Guiné.
Eles podem nem sempre concordar com esta ou com aquela nota de leitura das muitas centenas de livros e outros publicações que tens trazido aqui, relevantes para a documentação da presença histórica dos portugueses em África, em geral, e na Guiné, em particular. Mas ninguém te nega, mesmos os mais críticos, que és um homem de invulgar talento e cultura, e que continuas a dar provas de uma grande paixão por aquela terra e aquela gente, onde e com quem passaste dois dos teus verdes anos. E onde casaste!... E aonde já voltaste!... Terra sobre a qual, de resto, tens já vários livros publicados, da tua lavra, incluindo as tuas memórias de guerra, as memórias do "Tigre de Missirá"...
Julgo poder interpretar os sentimentos de muitos camaradas que te leem (e que não te conhecem pessoalmente, a maior parte deles, porque não és "homem de tabanca"!...): estou-te (e a maior parte deles também) grato pela tua já longa, leal e profícua colaboração no nosso blogue...
É o que me ocorre dizer-te, ao correr do teclado, neste ínício de tarde de domingo.
Sendo tu um homem crente, tolerante e ecuménico, deixa-me evocar aqui Deus, Alá e os bons irãs, para que eles te acompanhem sempre, te inspirem e te protejam neste duro e derradeiro trajeto da nossa picada da vida... Muita saúde e longa vida, porque tu mereces tudo!
Luís Graça (mas também Carlos Vinhal e demais editores e colaboradoes deste blogue).
************
2. Nota do editor:
Recuando ao já longínquo dia 18 de Junho de 2006 encontramos o Poste 881(*) que noticia a adesão do nosso camarada Mário Beja Santos ao Blogue, que se terá formalizado nesta sua mensagem:
"Prezado Luís Graça,
Gostei muito do seu telefonema e procurarei corresponder ao seu solicitado.
Para já leva dois textos com todas as autorizações necessárias para os publicar.
Estou asfixiado com o fim do ano lectivo. Mas terei muito gosto em continuar em conversar consigo nos próximos tempos.
Abraços,
Beja Santos"
No mesmo poste foi publicada esta foto:
Esposende > Fão > 26 de Novembro de 1994 > Convívio da CCAÇ 12, da CCS do BCAÇ 2852 e outras unidades destacadas em Bambadinca, entre 1968 e 1971...
Na imagem, ao centro o Mário Beja Santos, ex-alferes miliciano que comandou o Pel Caç Nat 52 em (Missirá e Bambadinca, 1968/70), ladeado pelo Humberto Reis (à direita) e o Tony Levezinho (de costas, à esquerda). Ao fundo, particularmente sorridente, vê-se o Arlindo Teixeira Roda. Estes três eram furriéis milicianos da CCAÇ 12 (Bambadinca, 1969/71).
Foto: © Humberto Reis (2006). Todos os direitos reservados.
____________
Nota do editor
(*) Poste de 18 de Junho de 2006 > Guiné 63/74 - P881: Tabanca Grande: Uma saudação especial ao nosso camarada Beja Santos (Pel Caç Nat 52, Missirá, 1968/70)
Último poste da série de 14 de Outubro de 2014 > Guiné 63/74 - P13734: Tabanca Grande (448): Ana Romero, filha do cap mil inf Rui Romero (Portalegre, 1934 - Jumbembem, 1966)
Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
domingo, 19 de outubro de 2014
Guiné 63/74 - P13763: Convívios (638): Encontro do pessoal da velhinha CCAÇ 557 (Cachil e Bafatá, 1963/65), dia 8 de Novembro de 2014 no Cartaxo
1. Mensagem do nosso camarada José Colaço (ex-Soldado TRMS da CCAÇ 557, Cachil, Bissau e Bafatá, 1963/65), com data de 12 de Outubro de 2014:
O nosso camarigo poeta popular Francisco dos Santos [foto à esquerda] com os seus valorosos versos roubou-me todas as palavras que seria normal utilizar para anunciar o convívio da CCAÇ 557.
Por esse motivo só me resta adicionar esta foto com alguns camaradas no convívio de 2013 realizado no restaurante o Cortiço nas Caldas da Rainha.
Um aparte saudar o comandante Jorge Rosales que muito nos honra com a sua presença. O Rosales nos convívios da 557 não é um elemento de rendição individual, mas sim um ex-alferes miliciano que desde que nos conhecemos graças ao blogue e aos convívios da tabanca da linha faz parte integrante dos quadros dos ex-militares da CCAÇ 557.
Se algum camarigo quiser confraternizar com os velhinos do Como é só contactarem o Colaço, cujo o endereço está no blogue.
Um alfa bravo
Colaço
Autor Francisco Santos
__________
Companhia de Caçadores n. º 557
1963/65 na Guiné.
Contacto: Valentim Caramelo
Telefone - 243 759 599 e Telemóvel - 910 090 831
____________
Nota do editor
Último poste da série de 18 de Outubro de 2014 > Guiné 63/74 - P13761: Convívios (637): Convívio da CART 1802 (Nova Sintra, 1987/69)... 27 de Setembro, em Vila Velha de Rodão (Silvério Dias)
O nosso camarigo poeta popular Francisco dos Santos [foto à esquerda] com os seus valorosos versos roubou-me todas as palavras que seria normal utilizar para anunciar o convívio da CCAÇ 557.
Por esse motivo só me resta adicionar esta foto com alguns camaradas no convívio de 2013 realizado no restaurante o Cortiço nas Caldas da Rainha.
Um aparte saudar o comandante Jorge Rosales que muito nos honra com a sua presença. O Rosales nos convívios da 557 não é um elemento de rendição individual, mas sim um ex-alferes miliciano que desde que nos conhecemos graças ao blogue e aos convívios da tabanca da linha faz parte integrante dos quadros dos ex-militares da CCAÇ 557.
Se algum camarigo quiser confraternizar com os velhinos do Como é só contactarem o Colaço, cujo o endereço está no blogue.
Um alfa bravo
Colaço
Convívio da Companhia Caçadores 557
Cartaxo 8 de Novembro de 2014
Ao camarada Luís Graça
E o nosso blogue na Internet,
Ponha nele o que se passa
Deste grupo com muita raça
Da C. C. 557
O convívio é no Cartaxo
Vai ser uma guerra diferente,
Vamos lá provar o tacho
O tinto que leva a baixo
O soldado mais valente
Neste grupo sou membro
Mas quero que o Mundo saiba,
Por isso a todos eu lembro
Que é a 8 de Novembro
Lá na quinta do Saraiva
Se és ex-combatente
Desta companhia ou não,
Vem conviver com a gente
Que o Valentim está á frente
Da grande organização
Toda a família é pilar
Desde a Guiné ao Cartaxo,
Se queres algo recordar
Vem cá confraternizar
Que o contacto está em baixo
Autor Francisco Santos
__________
Companhia de Caçadores n. º 557
1963/65 na Guiné.
Contacto: Valentim Caramelo
Telefone - 243 759 599 e Telemóvel - 910 090 831
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Nota do editor
Último poste da série de 18 de Outubro de 2014 > Guiné 63/74 - P13761: Convívios (637): Convívio da CART 1802 (Nova Sintra, 1987/69)... 27 de Setembro, em Vila Velha de Rodão (Silvério Dias)
Guiné 63/74 - P13762: Viajando numa estrada em guerra (Nelson Herbert, VOA - Voice of America)
1. Mensagem do nosso amigo guineense, Nelson Herbert, que vive nos EUA, onde trabalha na VOA - Voice of America, Voz da América, com data de 9 de Outubro de 2014:
Traveling a Road Into War
Um dos marcantes momentos da minha experiência na cobertura do conflito de 1998/99, a guerra civil na Guiné-Bissau, retratada por uma publicação americana.
O episódio resume-se no seguinte.
Para evitar a entrada na Guiné-Bissau através da fronteira norte com o Senegal (eixo Zeguinchor /São Domingos), devido em parte a então intensa movimentação dos guerrilheiros independentistas do Casamance na região, numa mobilização que visava o eventual "estancamento" da infiltração de unidades militares das Forcas Armadas senegalesas através da fronteira norte da Guiné-Bissau em apoio as forças de Nino Vieira, foi-me na altura aconselhado por razões de segurança, a utilização da fronteira leste da Guine Bissau, no eixo Kolda /Pirada como ponto de entrada no pais. A inflexão mais ao interior da região senegalesa do Casamance, em direção à fronteira leste da Guiné-Bissau, mais concretamente Pirada, evitando consequentemente as zonas da operacionalidade da guerrilha independentista, acarretaria entretanto os seus contratempos.
Chegados a Kolda (Senegal) na sequência de uma viagem longa, desgastante e exposto a uma canícula infernal, momentos antes de cruzar a fronteira e em pleno "directo" ainda do lado senegalês da fronteira, com a emissão da VOA a partir de Washington DC., sou interpelado e conduzido à presença do comandante da região militar, por um grupo de soldados senegaleses fortemente armados.
Em causa o telefone satélite (nunca antes visto na região) usado no "directo" e que curiosamente os militares senegaleses insistiam em baptizar de telefone da Junta Militar.
Até à confiscação de todo o equipamento de reportagem, toda a cena foi sendo reportada através da emissão da VOA e por conseguinte acompanhada pela audiência na Guiné-Bissau.
Cumprido as formalidades e um período de detenção para "averiguação" dos propósitos da minha viagem a Guiné-Bissau em guerra, a minha devolução à liberdade seria motivo de notícia pelos colegas em Washington.
Resultado, cruzada a fronteira senegalo/guineense, à boleia de um camião de carga e à chegada a Pirada, sou surpreendentemente recebido em ovação por um grupo de ouvintes da Voice of América que ao longo da fronteira vinham seguindo através das ondas hertzianas a sorte madrasta minha, por terras senegalesas.
Desse momento ímpar da minha carreira jornalística, retenho a afabilidade do Dr. Xisto (será essa a grafia?) na foto, capitaneando de forma efusiva o "clube de ouvintes " à minha recepção.
E desse episódio nasceria uma forte relação de amizade e estima mútua, que entretanto a morte prematura deste medico guineense, ainda com a Guiné-Bissau em pleno conflito, entendeu abreviar.
A este amigo a minha eterna gratidão!
Nelson Herbert Lopes
____________
Notas do editor
- Título do poste da responsabilidade do editor
- Último poste de 11 de Outubro de 2014 > Guiné 63/74 - P13718: Recuerdos de uma infância: a Nha Maria Barba, a avó Barba, cantadeira de mornas, da Boavista, minha viziinha de Bissau (Nelson Herbert, VOA - Voice of America)
Traveling a Road Into War
Um dos marcantes momentos da minha experiência na cobertura do conflito de 1998/99, a guerra civil na Guiné-Bissau, retratada por uma publicação americana.
O episódio resume-se no seguinte.
Para evitar a entrada na Guiné-Bissau através da fronteira norte com o Senegal (eixo Zeguinchor /São Domingos), devido em parte a então intensa movimentação dos guerrilheiros independentistas do Casamance na região, numa mobilização que visava o eventual "estancamento" da infiltração de unidades militares das Forcas Armadas senegalesas através da fronteira norte da Guiné-Bissau em apoio as forças de Nino Vieira, foi-me na altura aconselhado por razões de segurança, a utilização da fronteira leste da Guine Bissau, no eixo Kolda /Pirada como ponto de entrada no pais. A inflexão mais ao interior da região senegalesa do Casamance, em direção à fronteira leste da Guiné-Bissau, mais concretamente Pirada, evitando consequentemente as zonas da operacionalidade da guerrilha independentista, acarretaria entretanto os seus contratempos.
Chegados a Kolda (Senegal) na sequência de uma viagem longa, desgastante e exposto a uma canícula infernal, momentos antes de cruzar a fronteira e em pleno "directo" ainda do lado senegalês da fronteira, com a emissão da VOA a partir de Washington DC., sou interpelado e conduzido à presença do comandante da região militar, por um grupo de soldados senegaleses fortemente armados.
Em causa o telefone satélite (nunca antes visto na região) usado no "directo" e que curiosamente os militares senegaleses insistiam em baptizar de telefone da Junta Militar.
Até à confiscação de todo o equipamento de reportagem, toda a cena foi sendo reportada através da emissão da VOA e por conseguinte acompanhada pela audiência na Guiné-Bissau.
Cumprido as formalidades e um período de detenção para "averiguação" dos propósitos da minha viagem a Guiné-Bissau em guerra, a minha devolução à liberdade seria motivo de notícia pelos colegas em Washington.
Resultado, cruzada a fronteira senegalo/guineense, à boleia de um camião de carga e à chegada a Pirada, sou surpreendentemente recebido em ovação por um grupo de ouvintes da Voice of América que ao longo da fronteira vinham seguindo através das ondas hertzianas a sorte madrasta minha, por terras senegalesas.
Desse momento ímpar da minha carreira jornalística, retenho a afabilidade do Dr. Xisto (será essa a grafia?) na foto, capitaneando de forma efusiva o "clube de ouvintes " à minha recepção.
E desse episódio nasceria uma forte relação de amizade e estima mútua, que entretanto a morte prematura deste medico guineense, ainda com a Guiné-Bissau em pleno conflito, entendeu abreviar.
A este amigo a minha eterna gratidão!
Nelson Herbert Lopes
____________
Notas do editor
- Título do poste da responsabilidade do editor
- Último poste de 11 de Outubro de 2014 > Guiné 63/74 - P13718: Recuerdos de uma infância: a Nha Maria Barba, a avó Barba, cantadeira de mornas, da Boavista, minha viziinha de Bissau (Nelson Herbert, VOA - Voice of America)
Guiné 63/74 - P13761: Convívios (637): Convívio da CART 1802 (Nova Sintra, 1987/69)... 27 de Setembro, em Vila Velha de Rodão (Silvério Dias)
1. O nosso camarada Silvério Dias, ex-1º Srg Art Ref, locutor do PFA, Bissau QG/CTIG (1967 a 1976), enviou-nos a seguinte mensagem.
Camaradas,
Aqui se apresentam alguns dos "heróicos" defensores da camaradagem que uniu os "Pioneiros de Nova Sintra", ex-combatentes da Guiné no período de 1967/69.
Reunião "cultural" em Vila Velha de Ródão e almoço no Restaurante Quinta das Olelas (Retaxo), já no Concelho de Castelo Branco. Foi no dia 27 de Setembro p.p. ...Para mais tarde recordar...
2. Para afixar no "Jornal de Parede" recordamos estes interessantes versos do "senhor Pifas", hoje "poeta todos os dias", Silvério Dias... que “roubamos” no seu blogue:
COMPANHIA DE ARTº. 1802
"Pioneiros de Nova Sintra"
Quem "houvera" de dizer'!
Na Guiné cumprimos missão.
Honrámos o nosso dever.
Dos tantos, hoje poucos são.
Aqui, com prazer nos juntámos
Para o convívio desejado.
"Pioneiros" nos tornámos,
Em Nova Sintra, o "baptizado"!
Vila Velha, de braços abertos
Nos acolhe e também a elas,
Nossas mulheres, talvez os netos...
Todos almoçaremos nas Olelas!
Bem-vindos companheiros
Que na Guiné foram "primeiros"!
VVR
27 Setembro, 2014
__________
Nota de M.R.:
Vd. Também o poste de:
23 DE ABRIL DE 2014 > Guiné 63/74 - P13026: 10º aniversário do nosso blogue (19): "Manga di ronco", minha gente! (Silvério Dias, grã-tabanqueiro nº 651... e "poeta todos os dias")
Vd. último poste da série em:
Guiné 63/74 - P13760: Agenda cultural (343): Evocação do Centenário da I Guerra Mundial: Os "Dias da Memória" na Assembleia da República (17-19 de outubro de 2014)
Do sítio da Assembleia da República, com a devida vénia...
A evocação deste período histórico, pelo Parlamento, começou no dia 7 de outubro, incluindo:
(i) realização do Colóquio Portugal e a I Guerra Mundial (1914-1918);
(ii) inauguração da exposição "Portugal e a Grande Guerra" ;
(iii) e, nos dias 17 a 19 do corrente, a realização Os Dias da Memória (, "uma iniciatiiva inédita em Portugal", ou talvez não: os combatentes da guerra colonial estão a fazê-lo há anos, sem qualquer apoio institucional, nem cobertura mediática, discretamente, por imperativo de "dever de memória", e justamente por que sabem que são uma geração que vai desaparecer, como já desapareceu toda a geração que integrou o corpo expedicionário português da I Guerra Mundial, ou como está já praticamente extinta a geração dos nossos pais, que estiveram em missões de soberania na II Guerra Mundial, na Madeira, Açores, Cabo Verde, etc.)
Lisboa > 1917 > Joshua Benoliel (1873-1932) > "A caminho do dever: um adeus carinhoso". Publicada na época, na "Ilustração Portugueza". Imagem do domínio público. Cortesia do blogue Citizen Grave > quarta-feira, 31 de Outubro de 2012 > Joshua Benoliel e a Ilustração Portugueza... É uma das obras-primas deste pai do fotojornalismo português, umna verdadeira "foto falante". [Editada por L.G.]
2. Os Dias da Memória, a decorrer entre de 17 a 19 de outubro, têm "como objetivo incentivar a participação dos cidadãos no estudo e divulgação da memória da presença portuguesa no conflito de 1914-1918."
Como de resto tem sido noticiado pela comunicação social, o Parlamento esteve e está hoje, domingo, "aberto para a recolha de documentos e objetos de natureza diversa que os cidadãos tenham na sua posse, tais como diários, cartas, fotografias, mapas ou outros objetos oriundos da participação de Portugal na I Guerra Mundial".
A organização destas evocações é da responsabilidade conjunta de: (i) Assembleia da República; (ii) Comissão Coordenadora das Evocações do Centenário da Primeira Grande Guerra; e (iii) Instituto de História Contemporânea da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Contam com o apoio da RTP - Rádio e Televisão de Portugal.
O leitor pode também consultar, de acordo com o sítio da AR:
Portugal 1914 - 1918
100 anos - Grande Guerra
Diário da Grande Guerra - Testemunhos Portugueses
Dias da MemóriaA organização destas evocações é da responsabilidade conjunta de: (i) Assembleia da República; (ii) Comissão Coordenadora das Evocações do Centenário da Primeira Grande Guerra; e (iii) Instituto de História Contemporânea da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Contam com o apoio da RTP - Rádio e Televisão de Portugal.
O leitor pode também consultar, de acordo com o sítio da AR:
Portugal 1914 - 1918
100 anos - Grande Guerra
Diário da Grande Guerra - Testemunhos Portugueses
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Nota do editor:
Guiné 63/74 - P13759: Os nossos médicos (83): Memórias do Dr. Rui Vieira Coelho, ex-Alf Mil Médico dos BCAÇ 3872 e 4518 (15): Todos (ou quase todos) apanhámos o pé de atleta, a flor do Congo, onicomicoses, chatos, matacanhas... Mas o que me preocupa hoje, como amigo daquele povo, é a doença por vírus Ébola... Vamos ajudar a ONGD "Ajuda Amiga" a mandar um contentor suplementar no 1º trimestre de 2015, com sabão, sabonetes e lixívia!... NIB: 0036 0133 991 000 251 3826
1. Continuação do texto sobre doenças e cuidados de saúde no TO da Guiné, no pessoal militar e na população civil, da autoria de Rui Vieira Coelho, médico reformado, ex-alf mil médico BCAÇ 3872 e BCAÇ 4518 (Galomaro, 1973/74, e subdelegado de saúde da zona de Galomaro-Cossé [, foto à esquerda, em 1973, no Saltinho]] (*)
Data: 16 de Outubro de 2014 às 22:54
Assunto: Doenças na Guiné parte 3
Quanto ás doenças parasitárias, além do paludismo e da amebíase, quasi todos apanhámos o famoso Pé de Atleta nos ripados de madeira dos balneários. O agente micótico é o Tricophytum Rubrum (Tinha dos Pés).
E por hoje é tudo, um alfa bravo do Rui.
Enviado do meu iPad
Último poste da série > 17 de outubro de 2014 > Guiné 63/74 - P13746: Os nossos médicos (82): Memórias do Dr. Rui Vieira Coelho, ex-Alf Mil Médico dos BCAÇ 3872 e 4518 (14): A mortalidade infantil tinha se vindo a reduzir drasticamente enquanto permanecemos no território, graças às campanhas de vacinação obrigatórias
Data: 16 de Outubro de 2014 às 22:54
Assunto: Doenças na Guiné parte 3
Quanto ás doenças parasitárias, além do paludismo e da amebíase, quasi todos apanhámos o famoso Pé de Atleta nos ripados de madeira dos balneários. O agente micótico é o Tricophytum Rubrum (Tinha dos Pés).
Nas virilhas e na face interna das coxas também éramos atacados por fungos e Candida Albicans, o que enchia de comichões e desespero o chamado Intertrigo assim para o qual utilizávamos solução álcool iodada que pincelávamos religiosamente e todos os dias.
Por vezes toda apele do corpo era atacada por fungos, produzindo comichão acentuada e alterações da coloração (Ptiríase versicolor ), a que os guineenses baptizaram de Lica, expondo-se ás primeiras chuvas e dizendo que esta acabaria com a doença .
Por vezes as unhas também eram atingidas por fungos tornando-se quebradiças e esfareladas a que dermatologicamente corresponde a Onicomicose. O piolho púbico também aparecia com muita frequência (vulgo chatos), transmitindo-se pelas relações sexuais.
E por fim as famosas matacanhas ou nitacanhas que faziam galerias nas plantas dos pés, depois punham os ovos, em seguida saía a larva e posteriormente aparecia uma estruturas sacular que tinha que ser removida na totalidade. Era um trabalho em que era necessãrio paciênca de chinês ,e uma agulha bem desinfectada, para não recidivar.
Isto para falar no que era vulgar tratar, quer no centro de saúde civil, quer no Posto Militar, quer na Missão de Sono.
Quanto aparatos ,só os não conseguidos naturalmente me chegavam, que implicavam manobras por vezes difíceis como versões e por vezes atitudes cirúrgicas a fim de o parto chegar a bom porto.
Apesar de tudo isto tenho saudades destes tempos, deste povo e deste país [, a Guiné-Bissau].
A situação endémica ê agora mais preocupante com o aparecimento num país limítrofe (Guiné Conakri) de um surto de Ébola. Dadas as precárias condições de higiene e salubridade na Guiné Bissau, o eclodir de um surto de Ébola irá constituir um desastre sem paralelo e uma grave ameaça para Portugal, pela possível transposição virica.
Faço parte da ONG "Ajuda Amiga", de apoio à Guiné, e há cerca de mês e meio lançamos um projecto de angariação de sabão,sabonetes, sabão em barra e lixívia tradicional para aumentar a salubridade e as condições higiênicas que contribuírão preventivamente contra qualquer surto.
Por vezes toda apele do corpo era atacada por fungos, produzindo comichão acentuada e alterações da coloração (Ptiríase versicolor ), a que os guineenses baptizaram de Lica, expondo-se ás primeiras chuvas e dizendo que esta acabaria com a doença .
Por vezes as unhas também eram atingidas por fungos tornando-se quebradiças e esfareladas a que dermatologicamente corresponde a Onicomicose. O piolho púbico também aparecia com muita frequência (vulgo chatos), transmitindo-se pelas relações sexuais.
E por fim as famosas matacanhas ou nitacanhas que faziam galerias nas plantas dos pés, depois punham os ovos, em seguida saía a larva e posteriormente aparecia uma estruturas sacular que tinha que ser removida na totalidade. Era um trabalho em que era necessãrio paciênca de chinês ,e uma agulha bem desinfectada, para não recidivar.
Isto para falar no que era vulgar tratar, quer no centro de saúde civil, quer no Posto Militar, quer na Missão de Sono.
Quanto aparatos ,só os não conseguidos naturalmente me chegavam, que implicavam manobras por vezes difíceis como versões e por vezes atitudes cirúrgicas a fim de o parto chegar a bom porto.
Apesar de tudo isto tenho saudades destes tempos, deste povo e deste país [, a Guiné-Bissau].
A situação endémica ê agora mais preocupante com o aparecimento num país limítrofe (Guiné Conakri) de um surto de Ébola. Dadas as precárias condições de higiene e salubridade na Guiné Bissau, o eclodir de um surto de Ébola irá constituir um desastre sem paralelo e uma grave ameaça para Portugal, pela possível transposição virica.
Faço parte da ONG "Ajuda Amiga", de apoio à Guiné, e há cerca de mês e meio lançamos um projecto de angariação de sabão,sabonetes, sabão em barra e lixívia tradicional para aumentar a salubridade e as condições higiênicas que contribuírão preventivamente contra qualquer surto.
Precisamos pois da tua ajuda e de todos os camaradas da Guiné, pois vamos ter custos acrescidos para enviar um contentor suplementar para levar tudo o que já foi angariado. (*)
[V d. aqui vídeo, de 3 minutos, sobre envio de apoio à Guiné-Bissau pela ONG Ajuda Amiga]
Desde já o meu muito obrigado relembrando o NIB da Ajuda Amiga para quem quiser ajudar
NIB > 0036 0133 991 000 251 3826
Desde já o meu muito obrigado relembrando o NIB da Ajuda Amiga para quem quiser ajudar
NIB > 0036 0133 991 000 251 3826
E por hoje é tudo, um alfa bravo do Rui.
Enviado do meu iPad
______________
Nota do editor:
Último poste da série > 17 de outubro de 2014 > Guiné 63/74 - P13746: Os nossos médicos (82): Memórias do Dr. Rui Vieira Coelho, ex-Alf Mil Médico dos BCAÇ 3872 e 4518 (14): A mortalidade infantil tinha se vindo a reduzir drasticamente enquanto permanecemos no território, graças às campanhas de vacinação obrigatórias
Guiné 63/74 - P13758: Parabéns a você (802): Carlos Filipe Coelho, ex-Soldado Radiomontador do BCAÇ 3872 (Guiné, 1971/74)
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Nota do editor
Último poste da série de 18 de Outubro de 2014 > Guiné 63/74 - P13750: Parabéns a você (801): Luís Nascimento, ex-1.º Cabo Op Cripto da CCAÇ 2533 (Guiné, 1969/71)
Nota do editor
Último poste da série de 18 de Outubro de 2014 > Guiné 63/74 - P13750: Parabéns a você (801): Luís Nascimento, ex-1.º Cabo Op Cripto da CCAÇ 2533 (Guiné, 1969/71)
sábado, 18 de outubro de 2014
Guiné 63/74 - P13757: Consultório militar, de José Martins (5): Processo do cap mil inf Rui Romero, no Arquivo Histórico Militar.... Algumas "dicas" para a Ana Romero
Fonte: CECA, vol 8
Fonte: CECA, vol 7
1. Mensagem do José Marcelino Martins (ex-fur mil trms, CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70; TOC - Técnico Oficial de Contas, reformado, residente em Odivelas] [, foto atual à esquerda]
Sou um dos colaboradores do blogue e, por "imposição" do Administrador, com o pelouro do "Consultório Militar".
Estou de posse dos elementos essenciais, que o Luís Graça me remeteu, com o pedido de enviar elementos sobre a forma de consultar o processo militar do seu pai. (*)
Como oficial, o processo está à guarda do Arquivo Histórico Militar mas, no caso do seu avô, está à guarda do Arquivo Geral do Exército que tem os processos de sargentos e praças.
Como os processos não estão acessíveis a uma visita inopinada, deverá
Será na Sala de Leitura, no Largo dos Caminhos-de-ferro, nº 2, em Lisboa (Museu Militar, entrada pelo lado de Santa Apolónia). Será identificada à entrada. Peça ao soldado que a encaminhe para a sala.
No pedido deve constar o nome do pai, posto, número, para identificação do processo.
(**) Último poste da série > 8 de jullho de 2014 > Guiné 63/74 - P13376: Consultório militar, de José Martins (4): O 25 de abril no CTIG: uma questão de siglas e acrónimos: MFA (Movimento das Forças Armadas), MAOSP ( Movimento Alargado de Oficiais, Sargentos e Praças) e MAPOS (Movimento Alargado de Praças, Oficais e Sargentos)
Data: 13 de Outubro de 2014 às 18:25
Assunto: Processo do cap mil inf Rui Romero
Caríssima Ana:
Assunto: Processo do cap mil inf Rui Romero
Caríssima Ana:
Sou um dos colaboradores do blogue e, por "imposição" do Administrador, com o pelouro do "Consultório Militar".
Estou de posse dos elementos essenciais, que o Luís Graça me remeteu, com o pedido de enviar elementos sobre a forma de consultar o processo militar do seu pai. (*)
Como oficial, o processo está à guarda do Arquivo Histórico Militar mas, no caso do seu avô, está à guarda do Arquivo Geral do Exército que tem os processos de sargentos e praças.
Como os processos não estão acessíveis a uma visita inopinada, deverá
Cap mil inf Rui Romero (1934-1966) |
contactar o AHM por mail [ahm@mail.exercito.pt] a solicitar a consulta do processo do seu pai. Posteriormente será avisada, pela mesma via, quando estiver à disposição para consulta.
Será na Sala de Leitura, no Largo dos Caminhos-de-ferro, nº 2, em Lisboa (Museu Militar, entrada pelo lado de Santa Apolónia). Será identificada à entrada. Peça ao soldado que a encaminhe para a sala.
No pedido deve constar o nome do pai, posto, número, para identificação do processo.
Em anexo segue um resumo da história da Companhia [, a CCAÇ 1565,] e o que consta sobre o falecimento do seu pai.
Sinceramente não sei o que poderá encontrar nesse processo. Já consultei mais de dez processos (correspondentes a cinco gerações da minha família) e todos se apresentavam de forma diferente. Uns mais completos que outros.
Falou na consulta da certidão de óbito do seu pai. É provável que esteja no processo, o original ou cópia (ainda não havia fotocópias), mas também pode estar apenso ao Processo de Acidente em Serviço que, provavelmente, não estará apenso.
Poderá solicitar cópia dos documentos que achar conveniente, em suporte papel ou digital, tendo, para isso, de suportar os custos em vigor nos serviços públicos.
Permito-me sugerir-lhe que não coloque s sua expectativa muito alta, apesar de considerar que "está ansiosa por pegar o processo". A causa pode ser mais que suficiente para que "tenha havido muito cuidado a tratar do assunto" e não haver documentação muito esclarecedora.
Receba as minhas saudações "paternais", colocando-me a sua disposição para o que poder ajudar nesta sua cruzada.
José Martins (**)
_________________
Sinceramente não sei o que poderá encontrar nesse processo. Já consultei mais de dez processos (correspondentes a cinco gerações da minha família) e todos se apresentavam de forma diferente. Uns mais completos que outros.
Falou na consulta da certidão de óbito do seu pai. É provável que esteja no processo, o original ou cópia (ainda não havia fotocópias), mas também pode estar apenso ao Processo de Acidente em Serviço que, provavelmente, não estará apenso.
Poderá solicitar cópia dos documentos que achar conveniente, em suporte papel ou digital, tendo, para isso, de suportar os custos em vigor nos serviços públicos.
Permito-me sugerir-lhe que não coloque s sua expectativa muito alta, apesar de considerar que "está ansiosa por pegar o processo". A causa pode ser mais que suficiente para que "tenha havido muito cuidado a tratar do assunto" e não haver documentação muito esclarecedora.
Receba as minhas saudações "paternais", colocando-me a sua disposição para o que poder ajudar nesta sua cruzada.
José Martins (**)
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Notas do editor:
(*) Vd. poste de 14 de outubro de 2014 > Guiné 63/74 - P13734: Tabanca Grande (448): Ana Romero, filha do cap mil inf Rui Romero (Portalegre, 1934 - Jumbembem, 1966)
(**) Último poste da série > 8 de jullho de 2014 > Guiné 63/74 - P13376: Consultório militar, de José Martins (4): O 25 de abril no CTIG: uma questão de siglas e acrónimos: MFA (Movimento das Forças Armadas), MAOSP ( Movimento Alargado de Oficiais, Sargentos e Praças) e MAPOS (Movimento Alargado de Praças, Oficais e Sargentos)
Guiné 63/74 - P13756: Ser solidário (167): Diverso material carregado num contentor, no Porto de Leixões, com destino à Guiné-Bissau (Jaime Machado / José Rodrigues)
1. Mensagem do nosso camarada Jaime Machado (ex-Alf Mil Cav, CMDT do Pel Rec Daimler 2046, Bambadinca, 1968/70) com data de 17 de Outubro de 2014:
Caro Amigo e Camarada Carlos
Vimos pedir-te publicação no Blogue do texto e imagens abaixo caso aches seja de interesse para os nossos camaradas de armas.
Ficamos gratos pela tua disponibilidade
Um abraço para ti
Jaime Machado
Matosinhos, 17 de outubro de 2014
O MOVIMENTO LIONS AJUDA A GUINÉ-BISSAU
Partiu esta semana do Porto de Leixões com destino à Guiné-Bissau, um contentor com cerca de 15 toneladas de material.
Esse material destina-se ao Lions Clube de Bissau e será distribuído por 2 escolas na região de Bissau.
Todo o processo de entrega do material será supervisionado no local pela Cl Natália Oliveira e presidente da ONG “Viver 100 Fronteiras”, entidade nossa parceira naquele país Lusófono.
Foram carregadas 192 mesas, 444 cadeiras, 10 quadros e cerca de 200 caixas com material escolar, roupa, calçado, brinquedos e material hospitalar.
Todo o material será descarregado em Bissau por volta do dia 5 de novembro próximo.
Nós Servimos.
____________
Nota do editor
Último poste da série de 15 de Outubro de 2014 > Guiné 63/74 - P13737: Ser solidário (166): SOS, Ébola!... Uma epidemia que tem dIne ser levada a sério, só podendo ser prevenida e combatida por todos, a começar pelos mais ricos...
Caro Amigo e Camarada Carlos
Vimos pedir-te publicação no Blogue do texto e imagens abaixo caso aches seja de interesse para os nossos camaradas de armas.
Ficamos gratos pela tua disponibilidade
Um abraço para ti
Jaime Machado
Jaime Machado (à esquerda) e José Rodrigues (à direita) seguram a tarjeta do Lions Clube de Bissau
Matosinhos, 17 de outubro de 2014
O MOVIMENTO LIONS AJUDA A GUINÉ-BISSAU
Partiu esta semana do Porto de Leixões com destino à Guiné-Bissau, um contentor com cerca de 15 toneladas de material.
Esse material destina-se ao Lions Clube de Bissau e será distribuído por 2 escolas na região de Bissau.
Todo o processo de entrega do material será supervisionado no local pela Cl Natália Oliveira e presidente da ONG “Viver 100 Fronteiras”, entidade nossa parceira naquele país Lusófono.
Foram carregadas 192 mesas, 444 cadeiras, 10 quadros e cerca de 200 caixas com material escolar, roupa, calçado, brinquedos e material hospitalar.
Todo o material será descarregado em Bissau por volta do dia 5 de novembro próximo.
Nós Servimos.
____________
Nota do editor
Último poste da série de 15 de Outubro de 2014 > Guiné 63/74 - P13737: Ser solidário (166): SOS, Ébola!... Uma epidemia que tem dIne ser levada a sério, só podendo ser prevenida e combatida por todos, a começar pelos mais ricos...
Guiné 63/74 - P13755: Convívios (636): Já lá vão mais de 9 anos de almoços/convívos semanais da tertúlia da Tabanca de Matosinhos (José Teixeira)
1. Mensagem do nosso camarada José Teixeira (ex-1.º Cabo Aux. Enf.º da CCAÇ 2381, Buba, Quebo, Mampatá e Empada, 1968/70), com data de 16 de Outubro de 2014:
Estávamos no princípio de Maio de 2005.
Três carolas ex-combatentes, regressados de uma visita à Guiné, meteram os pés debaixo da mesa num restaurante em Matosinhos, para saborearem umas sardinhas assadas, enquanto faziam o balanço da viagem.
Depois de bem almoçados e bem avinhados, decidiram voltar na semana seguinte, à mesma hora, no mesmo local, com a mesma ementa. E continuaram porque as suas conversas sobre a Guiné não tinham fim.
Assim nasceu a Tabanca de Matosinhos, já lã vão mais de 9 anos.
A notícia espalhou-se e como por encanto começaram a surgir novos convivas a alimentar o sonho. Ao fim de algum tempo tivemos de mudar de poiso. Não cabíamos no Restaurante.
Da Casa Teresa passámos para o Restaurante Milho Rei, na Rua Heróis de França em Matosinhos. Umas largas centenas de ex-combatentes, vindos de todo o País e até do estrangeiro, têm transformado as Quartas-Feiras neste restaurante, num espaço de convívio, de crescimento e partilha de amizades.
Uns são um “ferrinho” todas as semanas, outros vêm de vez em quando, outros de longe a longe e outros gostavam de vir, mas… as finanças ou a distância são o grande impeditivo. Outros, desconhecem, mas quando aparece um “periquito” chamado por um camarada ou por ter tomado conhecimento, fica encantado e volta, sempre.
A Tabanca de Matosinhos é uma autêntica caserna em pleno funcionamento onde, semanalmente, oficiais, sargentos e praças de outrora se irmanam num projeto comum de viver a vida que vai restando.
No dia 15 de Outubro juntou perto de quarenta convivas, numa alegria contagiante de quem se conhece e se identifica numa base comum – a passagem pela guerra colonial na Guiné.
Entre os convivas registamos o Manuel Vidal – um emigrante que todos os anos nos visita. Emigrou com 17 anos e regressou para o serviço militar e logo enviado para a Guiné. Ao fim de catorze meses é apanhado pelo PAIGC em Catió e fica retido entre Conakry e Madina de Boé durante trinta longos meses, fazendo companhia ao nosso António Baptista – o “morto vivo”, tendo sido libertado em 23 de Setembro de 1974. Emigrou de novo e por lá anda pela França. Quando vem de férias a Viana do Castelo, a sua terra, aproveita uma vinda ao Porto para visitar em Santa Cruz do Bispo o seu companheiro de infortúnio e vem abraçar os amigos da Tabanca de Matosinhos e trouxe a família.
Como quase sempre acontece, tivemos a presença de mais um “periquito” o Mário Marinho que andou pelo Xime e por Encheia, entre 1970 e 1972, com estórias tristes como quase todos nós os que por lá passamos. Registamos a tristeza com que contou o episódio do GC - o quarto pelotão da sua Companhia, quando se deslocava para Encheia, viu, 10 dos seus homens serem engolidos no Geba pelo macaréu.
Dos restantes convivas, já se conhecem as suas estórias, mas há sempre uma que ficou por contar para enriquecer as horas do convívio.
Na próxima quarta-feira, lá estaremos de novo para comer e conviver sadiamente.
Deixamos um convite a todos os ex-combatentes e familiares – Venham daí e não darão o tempo como perdido.
José Teixeira
Notas do editor:
Podemos visitar a Tabanca de Matosinhos na sua página Tabanca Pequena ONGD
e no Facebook em: Tabanca de Matosinhos Tertúlia
Último poste da série de 12 de Outubro de 2014 > Guiné 63/74 - P13725: Convívios (635): XX Encontro do pessoal da CART 566 (Cabo Verde e Guiné, 1963/65), dia 18 de Outubro de 2014 em Vila Nova de Gaia (José Augusto Miranda Ribeiro)
Estávamos no princípio de Maio de 2005.
Três carolas ex-combatentes, regressados de uma visita à Guiné, meteram os pés debaixo da mesa num restaurante em Matosinhos, para saborearem umas sardinhas assadas, enquanto faziam o balanço da viagem.
Depois de bem almoçados e bem avinhados, decidiram voltar na semana seguinte, à mesma hora, no mesmo local, com a mesma ementa. E continuaram porque as suas conversas sobre a Guiné não tinham fim.
Assim nasceu a Tabanca de Matosinhos, já lã vão mais de 9 anos.
A notícia espalhou-se e como por encanto começaram a surgir novos convivas a alimentar o sonho. Ao fim de algum tempo tivemos de mudar de poiso. Não cabíamos no Restaurante.
Da Casa Teresa passámos para o Restaurante Milho Rei, na Rua Heróis de França em Matosinhos. Umas largas centenas de ex-combatentes, vindos de todo o País e até do estrangeiro, têm transformado as Quartas-Feiras neste restaurante, num espaço de convívio, de crescimento e partilha de amizades.
Uns são um “ferrinho” todas as semanas, outros vêm de vez em quando, outros de longe a longe e outros gostavam de vir, mas… as finanças ou a distância são o grande impeditivo. Outros, desconhecem, mas quando aparece um “periquito” chamado por um camarada ou por ter tomado conhecimento, fica encantado e volta, sempre.
A Tabanca de Matosinhos é uma autêntica caserna em pleno funcionamento onde, semanalmente, oficiais, sargentos e praças de outrora se irmanam num projeto comum de viver a vida que vai restando.
No dia 15 de Outubro juntou perto de quarenta convivas, numa alegria contagiante de quem se conhece e se identifica numa base comum – a passagem pela guerra colonial na Guiné.
Entre os convivas registamos o Manuel Vidal – um emigrante que todos os anos nos visita. Emigrou com 17 anos e regressou para o serviço militar e logo enviado para a Guiné. Ao fim de catorze meses é apanhado pelo PAIGC em Catió e fica retido entre Conakry e Madina de Boé durante trinta longos meses, fazendo companhia ao nosso António Baptista – o “morto vivo”, tendo sido libertado em 23 de Setembro de 1974. Emigrou de novo e por lá anda pela França. Quando vem de férias a Viana do Castelo, a sua terra, aproveita uma vinda ao Porto para visitar em Santa Cruz do Bispo o seu companheiro de infortúnio e vem abraçar os amigos da Tabanca de Matosinhos e trouxe a família.
Como quase sempre acontece, tivemos a presença de mais um “periquito” o Mário Marinho que andou pelo Xime e por Encheia, entre 1970 e 1972, com estórias tristes como quase todos nós os que por lá passamos. Registamos a tristeza com que contou o episódio do GC - o quarto pelotão da sua Companhia, quando se deslocava para Encheia, viu, 10 dos seus homens serem engolidos no Geba pelo macaréu.
Dos restantes convivas, já se conhecem as suas estórias, mas há sempre uma que ficou por contar para enriquecer as horas do convívio.
Na próxima quarta-feira, lá estaremos de novo para comer e conviver sadiamente.
Deixamos um convite a todos os ex-combatentes e familiares – Venham daí e não darão o tempo como perdido.
José Teixeira
Aspecto geral do Convívio
O Manuel Vidal contando um pouco da sua história
O Pires com a tia que sempre o acompanha, pois é ele que está a apoiá-la na velhice.
O Mário Marinho a apresentar-se à Tabanca e a contar um pouco do que foi a sua vida na Guiné.
Um brinde aos presentes do casal Basto.
Aspecto geral com o Manuel Vidal e os seus familiares
Um aspecto geral do Convívio
Aspecto geral do Convívio
____________Notas do editor:
Podemos visitar a Tabanca de Matosinhos na sua página Tabanca Pequena ONGD
e no Facebook em: Tabanca de Matosinhos Tertúlia
Último poste da série de 12 de Outubro de 2014 > Guiné 63/74 - P13725: Convívios (635): XX Encontro do pessoal da CART 566 (Cabo Verde e Guiné, 1963/65), dia 18 de Outubro de 2014 em Vila Nova de Gaia (José Augusto Miranda Ribeiro)
Guiné 63/74 - P13754: Bom ou mau tempo na bolanha (71): Da Florida ao Alaska, num Jeep, em caravana (11) (Tony Borié)
Septuagésimo episódio da série Bom ou mau tempo na bolanha, do nosso camarada Tony Borié, ex-1.º Cabo Operador Cripto do CMD AGRU 16, Mansoa, 1964/66.
Resumo do dia onze
O dia tinha iniciado muito bem, pois no tal hotel onde dormimos, com “preço de amigos”, trataram-nos com uma dignidade um pouco fora do vulgar, pois além de nos servirem um pequeno almoço para “pessoas ricas”, como dizia a minha querida avó, ainda nos deram uma pequena embalagem com comida para o resto do dia, desejando-nos, “boa viagem” e que um dia iam visitar-nos na Florida.
Cá fora caía aquela “chuva miudinha’, que nós quando jovens dizíamos ser “chuva de molha tolos”, estava tudo em ordem, tanto no Jeep, como na caravana, tanques extras cheios de gasolina, muita água, tanto para beber como para qualquer lavagem, na caixa frigorífica ia muita comida, pelo menos daquela a que chamamos “finger food”, ou seja, boa para se comer com os dedos, não necessitando de prato ou talheres e GPS em ordem. Deixámos a cidade de Fairbanks, o nosso destino era o norte, era o “Dalton Highway”, estava no nosso “roteiro”, queríamos viajar nesta estrada, fazia parte do nosso “projecto” que é uma estrada construída para ligar Fairbanks e outras cidades com Prudhoe Bay, que não é mais do que onde termina a célebre “Estrada Panamericana”, onde também se pode ver o Oceano Ártico, o “sol da meia noite” e, com uma certa frequência, a “Aurora Boreal”, que fica um pouco ao lado do maior campo de petróleo dos USA.
Tínhamos informação de que a estrada, que começa mais ou menos a 100 milhas ao norte da cidade de Fairbanks, na cidade de Livengood e, também é conhecida como AK11, tem também mais ou menos 420 milhas de distância, aproximadamente 25 por cento da estrada, tem algum alcatrão, o resto é terra, lama e pedra, depende do estado em que o último inverno a tenha deixado e do sucesso das suas obras de reparação e, claro, do clima que faça na altura.
No dia anterior, no Centro de Turismo, explicaram-nos que a estrada era, “gravel, dirt or mud, depending on the weather”, também nos disseram que era muito recomendável que se carregasse quatro pneus extras, mas quem não puder, que leve pelo menos dois, assim como gasolina extra, para pelo menos 240 milhas. A estrada segue e foi construída, quase naturalmente, sempre ao lado do “Alaska Pipe Line”, que dizem ser um dos maiores “pipeline systems”, em todo o mundo, que vulgarmente se designa por oleoduto, com o diâmetro de 48 polegadas, (122 cm.), que transporta o crude do óleo, por uma distância de aproximadamente 800 milhas, (1287 Km.), com 11 estações de bombagem, desde o campo petrolífero de Prudhoe Bay, até ao porto marítimo da cidade de Valdez, que infelizmente já tem sido notícia por diversos incidentes durante a sua curta vida, pois começou a operar por volta do ano de 1977 e, pelos diversos “leaks” de óleo, derivado a alguns erros de manutenção, transporte ou sabotagem e, até por aventureiros ou caçadores mal intencionados, que disparam contra ele, fazendo-lhe alguns buracos, apesar do seu sotisficado sistema de vigilância.
Esta estrada, é uma das mais isoladas dos USA, tem somente três povoações com algumas facilidades, ao longo da estrada, que são Coldfoot, na milha 175, Wiseman, na milha 188 e Deadhorse, na milha 414. Dizem que a gasolina está disponível na povoação de E. L. Patton Yukon River Bridge, mais ou menos na milha 56, e às vezes nas povoações que já mencionámos, de facto havia na primeira povoação, pois era mais ou menos na região do “Hot Spot Cafe”, que é como designam aquela região, por haver por ali alguma civilização.
Até à cidade de Livengood, com chuva miudinha e algum nevoeiro, fomos seguindo, era alcatrão, passámos a cidade, tomando o desvio do norte, onde já havia alguma terra e lama, eis-nos na frente da placa que nos indicava o famoso “Dalton Highway”, já se fazia sentir o tal clima “polar”, onde em uma pouca área de terreno pode existir neve, chuva, granizo, nevoeiro, vento, algum sol, mas sempre frio, muito frio mesmo. Nesta altura fazia alguma chuva, com “abertas”. Parámos, esperámos por outros veículos por aproximadamente uma hora, vinham alguns camiões com atrelados, tanto para um lado como para outro, mas veículos ligeiros ou caravanas não, decididos, avançámos sozinhos. Depois de umas tantas milhas encontrámos uma caravana abandonada, na beira da estrada, talvez o eixo estivesse partido ou danificado, pois a roda de trás, do lado esquerdo, estava em baixo e de lado, continuava a caír aquela chuva miudinha, junta com nevoeiro, mas, como já mencionámos, com algumas “abertas”.
A estrada estava muito perigosa, com lama, pedras, grandes buracos com água e, na região do “Hot Spot Cafe”, mais ou menos na “Milha 60”, foi onde chegámos, pois um pouco à frente estavam militares e trabalhadores do “Alaska Pipe Line”, que logo nos avisaram que se não levávamos equipamento de sobrevivência, um novo conjunto de pneus, próprios para esta perigosa estrada e, se continuávamos com a intenção de seguir em frente com este estado de tempo, era por nossa conta e risco e era muito difícil alguém nos socorrer em caso de acidente, pois com este tempo, viajando sozinhos, ajuda médica só era possível talvez na povoação de Deadhorse ou na cidade de Fairbanks. Tudo isto apesar de transitarem por dia nesta estrada mais de uma centena camiões, alguns com três atrelados, daqueles que não fazem manobra, que seguem sempre em frente, cujas rodas “atiram” pequenas pedras e lama, a uma distância que pode atingir meia milha, onde os condutores profissionais, desses camiões, falando entre si, dizem que esta estrada é para trabalhar, é uma via de “trabalho”, não para passear, portanto os “turistas”, não são, pelo menos para eles, muito bem vindos.
Viajávamos sozinhos, essa era a nossa maior dificuldade, pois com este clima, frio e chuvoso e, não havendo outros aventureiros que nos fizessem companhia, conformados, aproveitámos a ajuda que essas pessoas nos deram, nesta pequena estrada de lama, para voltarmos o Jeep e a caravana no sentido do sul. Estando a pouco menos de 50 milhas do “Artic Circle”, a tal latitude, 66° 33’, ficámos um pouco revoltados, vendo esta oportunidade única de tocar na água do Oceano Ártico, ou ver o “sol da meia noite”.
Queremos só mencionar um pequeno pormenor, quando atingimos a região do “Hot Spot Cafe”, cuja latitude é, 65° 52’, foi o local onde nos distanciámos mais, da nossa casa, na Florida, podendo dizer mesmo, que tínhamos realizado metade da nossa “aventura”.
Vamos continuar, agora rumo de novo a sul. Com poucas milhas andadas vimos um camião/tanque caído numa ravina, com as rodas no ar, ainda rolando, com dois camiões parados, que deviam já ter pedido socorros. Também parámos, vieram dois helicópteros que iniciaram as operações de resgate, sendo-nos mandado abandonar o local para facilitar as operações. Passando de novo na cidade de Fairbanks, que fica mais ou menos a 200 milhas de distância do local onde fomos avisados pela primeira vez, sempre com chuva, nevoeiro e, de vez em quando havia as tais “abertas”, o que nos fazia pensar em voltar e, seguir de novo rumo ao norte, mas o “bom senso” nos fazia seguir em direcção ao sul.
Assim continuámos sempre debaixo de chuva, “dia miserável”, como é costume dizer-se, parando no “Denali National Park”, onde se encontra o “Mount McKinley”, que é a montanha mais alta da América do Norte, cujo nome em língua “atabasca” é Denali. Este parque nacional foi inicialmente criado no ano de 1917, com a designação de “Parque Nacinal Monte McKinley”, apesar do cume propriamente dito não estar incluído na área do parque, desde 1976 que é considerado “reserva da biosfera”.
Nesta área, junto à estrada, é como fosse uma “amostra”, do que existe nas redondezas, pois existem muitos estabelecimentos de comércio, vendendo produtos regionais, alguns feitos por nativos “esquimós”, vários restaurantes e hotéis, alguns de luxo, os mais variados artigos para turistas, que visitam o local. O parque de estacionamento é em qualquer local onde não existam árvores, seja mais ou menos plano e onde se entenda que se possa sair, depois de alguma chuva ou neve, que é frequente nesta zona. Nós, depois de estacionar, também visitámos as lojas e comprámos algumas lembranças para familiares, seguindo viagem, sempre rumo ao sul, chovendo, com algum vento, mas sempre conduzindo com alguma segurança. Viemos até à cidade Wasilla, já perto de Anchorage, e como chovia, nem sequer procurámos parque de campismo, com muita sorte, dormimos num hotel da mesma rede, do que tínhamos dormido na cidade de Fairbanks, onde estava lá o nosso nome no computador, no tal espaço que dizia, “preço de amigos”.
Este foi, um dos dias mais duros da nossa viagem, o clima dificultou e, “tocou” um pouco, os já “velhos” nervos do nosso corpo, chegando por alguns momentos a questionar o nosso pensamento, porque nos metemos nesta aventura, mas, “como quem corre por gosto, não cansa”, continuámos, percorrendo 687 milhas, com o preço da gasolina, variando entre $4.27 e $4.38, o galão, que são aproximadamente 4 litros.
Tony Borie, Agosto de 2014
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Nota do editor
Último poste da série de 11 de Outubro de 2014 > Guiné 63/74 - P13719: Bom ou mau tempo na bolanha (69): Da Florida ao Alaska, num Jeep, em caravana (10) (Tony Borié)
Resumo do dia onze
O dia tinha iniciado muito bem, pois no tal hotel onde dormimos, com “preço de amigos”, trataram-nos com uma dignidade um pouco fora do vulgar, pois além de nos servirem um pequeno almoço para “pessoas ricas”, como dizia a minha querida avó, ainda nos deram uma pequena embalagem com comida para o resto do dia, desejando-nos, “boa viagem” e que um dia iam visitar-nos na Florida.
Cá fora caía aquela “chuva miudinha’, que nós quando jovens dizíamos ser “chuva de molha tolos”, estava tudo em ordem, tanto no Jeep, como na caravana, tanques extras cheios de gasolina, muita água, tanto para beber como para qualquer lavagem, na caixa frigorífica ia muita comida, pelo menos daquela a que chamamos “finger food”, ou seja, boa para se comer com os dedos, não necessitando de prato ou talheres e GPS em ordem. Deixámos a cidade de Fairbanks, o nosso destino era o norte, era o “Dalton Highway”, estava no nosso “roteiro”, queríamos viajar nesta estrada, fazia parte do nosso “projecto” que é uma estrada construída para ligar Fairbanks e outras cidades com Prudhoe Bay, que não é mais do que onde termina a célebre “Estrada Panamericana”, onde também se pode ver o Oceano Ártico, o “sol da meia noite” e, com uma certa frequência, a “Aurora Boreal”, que fica um pouco ao lado do maior campo de petróleo dos USA.
Tínhamos informação de que a estrada, que começa mais ou menos a 100 milhas ao norte da cidade de Fairbanks, na cidade de Livengood e, também é conhecida como AK11, tem também mais ou menos 420 milhas de distância, aproximadamente 25 por cento da estrada, tem algum alcatrão, o resto é terra, lama e pedra, depende do estado em que o último inverno a tenha deixado e do sucesso das suas obras de reparação e, claro, do clima que faça na altura.
No dia anterior, no Centro de Turismo, explicaram-nos que a estrada era, “gravel, dirt or mud, depending on the weather”, também nos disseram que era muito recomendável que se carregasse quatro pneus extras, mas quem não puder, que leve pelo menos dois, assim como gasolina extra, para pelo menos 240 milhas. A estrada segue e foi construída, quase naturalmente, sempre ao lado do “Alaska Pipe Line”, que dizem ser um dos maiores “pipeline systems”, em todo o mundo, que vulgarmente se designa por oleoduto, com o diâmetro de 48 polegadas, (122 cm.), que transporta o crude do óleo, por uma distância de aproximadamente 800 milhas, (1287 Km.), com 11 estações de bombagem, desde o campo petrolífero de Prudhoe Bay, até ao porto marítimo da cidade de Valdez, que infelizmente já tem sido notícia por diversos incidentes durante a sua curta vida, pois começou a operar por volta do ano de 1977 e, pelos diversos “leaks” de óleo, derivado a alguns erros de manutenção, transporte ou sabotagem e, até por aventureiros ou caçadores mal intencionados, que disparam contra ele, fazendo-lhe alguns buracos, apesar do seu sotisficado sistema de vigilância.
Esta estrada, é uma das mais isoladas dos USA, tem somente três povoações com algumas facilidades, ao longo da estrada, que são Coldfoot, na milha 175, Wiseman, na milha 188 e Deadhorse, na milha 414. Dizem que a gasolina está disponível na povoação de E. L. Patton Yukon River Bridge, mais ou menos na milha 56, e às vezes nas povoações que já mencionámos, de facto havia na primeira povoação, pois era mais ou menos na região do “Hot Spot Cafe”, que é como designam aquela região, por haver por ali alguma civilização.
Até à cidade de Livengood, com chuva miudinha e algum nevoeiro, fomos seguindo, era alcatrão, passámos a cidade, tomando o desvio do norte, onde já havia alguma terra e lama, eis-nos na frente da placa que nos indicava o famoso “Dalton Highway”, já se fazia sentir o tal clima “polar”, onde em uma pouca área de terreno pode existir neve, chuva, granizo, nevoeiro, vento, algum sol, mas sempre frio, muito frio mesmo. Nesta altura fazia alguma chuva, com “abertas”. Parámos, esperámos por outros veículos por aproximadamente uma hora, vinham alguns camiões com atrelados, tanto para um lado como para outro, mas veículos ligeiros ou caravanas não, decididos, avançámos sozinhos. Depois de umas tantas milhas encontrámos uma caravana abandonada, na beira da estrada, talvez o eixo estivesse partido ou danificado, pois a roda de trás, do lado esquerdo, estava em baixo e de lado, continuava a caír aquela chuva miudinha, junta com nevoeiro, mas, como já mencionámos, com algumas “abertas”.
A estrada estava muito perigosa, com lama, pedras, grandes buracos com água e, na região do “Hot Spot Cafe”, mais ou menos na “Milha 60”, foi onde chegámos, pois um pouco à frente estavam militares e trabalhadores do “Alaska Pipe Line”, que logo nos avisaram que se não levávamos equipamento de sobrevivência, um novo conjunto de pneus, próprios para esta perigosa estrada e, se continuávamos com a intenção de seguir em frente com este estado de tempo, era por nossa conta e risco e era muito difícil alguém nos socorrer em caso de acidente, pois com este tempo, viajando sozinhos, ajuda médica só era possível talvez na povoação de Deadhorse ou na cidade de Fairbanks. Tudo isto apesar de transitarem por dia nesta estrada mais de uma centena camiões, alguns com três atrelados, daqueles que não fazem manobra, que seguem sempre em frente, cujas rodas “atiram” pequenas pedras e lama, a uma distância que pode atingir meia milha, onde os condutores profissionais, desses camiões, falando entre si, dizem que esta estrada é para trabalhar, é uma via de “trabalho”, não para passear, portanto os “turistas”, não são, pelo menos para eles, muito bem vindos.
Viajávamos sozinhos, essa era a nossa maior dificuldade, pois com este clima, frio e chuvoso e, não havendo outros aventureiros que nos fizessem companhia, conformados, aproveitámos a ajuda que essas pessoas nos deram, nesta pequena estrada de lama, para voltarmos o Jeep e a caravana no sentido do sul. Estando a pouco menos de 50 milhas do “Artic Circle”, a tal latitude, 66° 33’, ficámos um pouco revoltados, vendo esta oportunidade única de tocar na água do Oceano Ártico, ou ver o “sol da meia noite”.
Queremos só mencionar um pequeno pormenor, quando atingimos a região do “Hot Spot Cafe”, cuja latitude é, 65° 52’, foi o local onde nos distanciámos mais, da nossa casa, na Florida, podendo dizer mesmo, que tínhamos realizado metade da nossa “aventura”.
Vamos continuar, agora rumo de novo a sul. Com poucas milhas andadas vimos um camião/tanque caído numa ravina, com as rodas no ar, ainda rolando, com dois camiões parados, que deviam já ter pedido socorros. Também parámos, vieram dois helicópteros que iniciaram as operações de resgate, sendo-nos mandado abandonar o local para facilitar as operações. Passando de novo na cidade de Fairbanks, que fica mais ou menos a 200 milhas de distância do local onde fomos avisados pela primeira vez, sempre com chuva, nevoeiro e, de vez em quando havia as tais “abertas”, o que nos fazia pensar em voltar e, seguir de novo rumo ao norte, mas o “bom senso” nos fazia seguir em direcção ao sul.
Assim continuámos sempre debaixo de chuva, “dia miserável”, como é costume dizer-se, parando no “Denali National Park”, onde se encontra o “Mount McKinley”, que é a montanha mais alta da América do Norte, cujo nome em língua “atabasca” é Denali. Este parque nacional foi inicialmente criado no ano de 1917, com a designação de “Parque Nacinal Monte McKinley”, apesar do cume propriamente dito não estar incluído na área do parque, desde 1976 que é considerado “reserva da biosfera”.
Nesta área, junto à estrada, é como fosse uma “amostra”, do que existe nas redondezas, pois existem muitos estabelecimentos de comércio, vendendo produtos regionais, alguns feitos por nativos “esquimós”, vários restaurantes e hotéis, alguns de luxo, os mais variados artigos para turistas, que visitam o local. O parque de estacionamento é em qualquer local onde não existam árvores, seja mais ou menos plano e onde se entenda que se possa sair, depois de alguma chuva ou neve, que é frequente nesta zona. Nós, depois de estacionar, também visitámos as lojas e comprámos algumas lembranças para familiares, seguindo viagem, sempre rumo ao sul, chovendo, com algum vento, mas sempre conduzindo com alguma segurança. Viemos até à cidade Wasilla, já perto de Anchorage, e como chovia, nem sequer procurámos parque de campismo, com muita sorte, dormimos num hotel da mesma rede, do que tínhamos dormido na cidade de Fairbanks, onde estava lá o nosso nome no computador, no tal espaço que dizia, “preço de amigos”.
Este foi, um dos dias mais duros da nossa viagem, o clima dificultou e, “tocou” um pouco, os já “velhos” nervos do nosso corpo, chegando por alguns momentos a questionar o nosso pensamento, porque nos metemos nesta aventura, mas, “como quem corre por gosto, não cansa”, continuámos, percorrendo 687 milhas, com o preço da gasolina, variando entre $4.27 e $4.38, o galão, que são aproximadamente 4 litros.
Tony Borie, Agosto de 2014
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Nota do editor
Último poste da série de 11 de Outubro de 2014 > Guiné 63/74 - P13719: Bom ou mau tempo na bolanha (69): Da Florida ao Alaska, num Jeep, em caravana (10) (Tony Borié)
Guiné 63/74 - P13753: Inquérito online: Quem não apanhou o paludismo, que ponha o dedo no ar?!...
Foto: António Tavares (20014) |
2. Não me lembro do medicamento para o paludismo > 1 (2%)
3. Sim, tive paludismo > 24 (48%)
4. Não, nunca tive paludismo > 10 (20%)
5. Não, nunca tomava o medicamento > 0 (0%)
6. Sim, tomava sempre (ou quase sempre) > 17 (34%)
7. Sim, tomava, mas só às vezes > 8 (16%)
8. Tomava o medicamento e tive o paludismo > 20 (40%)
9. Tomava o medicamento e nunca tive o paludismo > 12 (24%)
10. Nunca tomei o medicamento nem nunca tive paludismo > 2 (4%)
Votos apurados: 49
Dias que restam para votar: 5
Foto: © António Tavares (2014). Todos os direitos reservados [Edição de L.G.]
O parasita Plasmodium, ao atravessar o citoplasma de uma célula epitelial da fêmea do mosquito, na forma com que penetra no corpo do ser humano e de outros vertebrados. Foto e legenda: Wikipédia (com a devida vénia) |
É importante que respondam, dentro dos próximos 5 dias, E podem dar duas ou mais respostas, desde que sejam coerentes. Por exemplo:
3. Sim, tive o paludismo;
6. Sim, tomava sempre (ou quase sempre) [o medicamento]
8. Tomava o medicamento e tive o paludismo.
A "pastilha" (comprimido oral) antipalúdica, o "Primetamina", 25 mg, da marca LM, tomava-se se ás refeições 2 vezes por semana (em geral, às 5ªas feiras e aos domingos). Era um profilático. Não havia (nem há ainda hoje) vacina contra o paludismo, a doença que mais mata no mundo. E ainda por cima, os mais pobres nos países mais pobres (como a Guiné-Bissau),
Queremos saber quem apanhou o paludismo e tomava (ou não) a célebre "pastilha" que até a Maria Tura dizia que tirava a tusa ao pessoal: a "Primetamina"...
Queremos saber quem apanhou o paludismo e tomava (ou não) a célebre "pastilha" que até a Maria Tura dizia que tirava a tusa ao pessoal: a "Primetamina"...
Camarada: a sondagem começa com a afirmação (que não é falsa nem verdadeira): " NO TO DA GUINÉ TIVE O PALUDISMO E TOMAVA O MEDICAMENTO"...
Podes (e deves) dar mais do que uma resposta, sincera e coerente... Obrigado, em nome dos editores, pela tua participação. Podes mandar textos e fotos sobre este tópico... LG
PS - Segundo o nosso camarada médico,do Porto, Rui Vieira Coelho, "nas crises palúdicas o tratamento era feito com Resochina em soro polielectrolítico e aplicação endovenosa e dava sempre uma incapacidade de alguns dias, sobrecarregando os colegas e diminuindo a capacidade operacional do grupo de combate a que pertenciam ou levando á substituição por outro pessoal o que moral e eticamente era reprovável no caso de serem feridos em combate" (...) (*)
PS - Segundo o nosso camarada médico,do Porto, Rui Vieira Coelho, "nas crises palúdicas o tratamento era feito com Resochina em soro polielectrolítico e aplicação endovenosa e dava sempre uma incapacidade de alguns dias, sobrecarregando os colegas e diminuindo a capacidade operacional do grupo de combate a que pertenciam ou levando á substituição por outro pessoal o que moral e eticamente era reprovável no caso de serem feridos em combate" (...) (*)
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(*) Vd, poste de 16 de outubro de 2014 > Guiné 63/74 - P13743: Os nossos médicos (80): Memórias do Dr. Rui Vieira Coelho, ex-Alf Mil Médico dos BCAÇ 3872 e 4518 (12): Até a Maria Turra dizia que o antipalúdico Pirimetamina, do Laboratório Militar, fazia mal à tusa...
Guiné 63/74 - P13752: Parabéns a você (802): avó Luís Nascimento, adoro-te, és o melhor avô do mundo (Jessica Nascimento, Viseu)
Luís Nascimento, aniversariante de hoje. Foi 1º cabo cripto na CCAÇ 2533 (Canjambari e Farim, 1969/71). Foto de Jessica Nascimento (Editada por L.G.]
1. A Jessica Nascimento, que vive em Viseu, é neta do Luís Nascimento e sua "secretária particular" (, é ela que nos manda, através do seu email, a correspondência do avô). Veio ontem, na 23ª hora, perguntar-nos se podia utilizar o blogue para fazer uma surpresa ao "melhor avô do mundo"...
Claro que pode, e deve, já que ela é também seguramente a "melhor neta do mundo"... E como os netos dos nossos camaradas nossos netos são, a Jessica já há muito conquistou o direito de se sentar à sombra do poilão da nossa Tabanca Grande... Ela é um exemplo para os filhos e netos dos nossos camaradas, antigos combatentes.
Basta mandar-nos uma foto sua (, que a gente não a conhece de vista nem de foto) , e dizer que aceita o o nosso convite.
Peço-lhe, à Jéssica, que mande, em meu nome pessoal, um alfabravo fraterno para o seu avô... que foi comigo para o TO da Guiné, no T/T Niassa, em 24/5/1969, e voltou para casa, também comigo, no T/T Uíge, em 17/3/1971... omos os dois, integrados nas respetivas companhias. Mas... nunca nos "encontramos", até à data... (Quando um dia destes passar por Viseu, irei bater-lhe à porta...). Que tenha um grande dia, com saúde e alegria. (LG).
De: Jéssica Nascimento
Data: 17 de Outubro de 2014 às 23:40
Assunto: Aniversário
Boa noite, Sr. Luís Graça,
Gostaria de saber se podia felicitar o aniversário do meu avô no seu blogue?
O meu avô faz anos, dia 18 de Outubro, já amanhã.
Jessica Nascimento
PS - Junto envio fotografia e um pequeno texto.
2. Texto de Jessica Nascimento:
Avô:
Hoje é dia de agradecer! Agradecer por mais um ano da presença de uma pessoa muito especial na minha vida. Mais um ano com a maravilhosa oportunidade de receber os teus carinhos, de ouvir as tuas histórias, mas antes de tudo, de te ter ao meu lado.
Parabéns, és o melhor Avô do Mundo.
Adoro-te!
Obrigada.
Jessica
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Último poste da série > 18 de outubro de 2014 > Guiné 63/74 - P13750: Parabéns a você (801): Luís Nascimento, ex-1.º Cabo Op Cripto da CCAÇ 2533 (Guiné, 1969/71)
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