domingo, 6 de maio de 2018

Guiné 61/74 - P18609: XIII Encontro Nacional da Tabanca Grande (19): Monte Real, sábado, 5 de maio de 2018: a emoção de sempre, a dos reecontros de velhos camaradas e amigos... e a da chegada do novos "perquitos"...


Virgínio Briote e Jorge Rosales


Maria Irene (, esposa do nosso Virgínio Briote) e Alice Carneiro (, esposa do Luís Graça)


Carlos Camacho Lobo (Maia) e Jorge Pinto. O camarada Camacho Lobo foi alf  mil médico do BART 6520/72 (Tite, 1972/74). É dermatologista, e veio da Maia. Convidei-o a integrar o nosso blogue...


Jorge Pinto e Luís Graça, dois amigos e camaradas do Oeste estremenho: o Jorge, de Alcobaça, o Luís, da Lourinhã...


Alice Carneiro e Jorge Cabral: um abracinho apertado...


José Manuel Cunté e António  Joaquim Alves (Malveira / Mafra)... O Alves é "periquito" aqui em Monte Real... O Cunté foi (e continua a ser) o "nosso menino Adilan"...


Mário Gaspar e Manuel Joaquim, dois "durões" da Tabanca Grande, com corações de manteiga...


Mário Leitão (Ponte de Lima) e José Almeida (Viana do Castelo)... Dois "periquitos" em Monte Real... Dois grandes seres humanos, dois grandes minhotos... É espantoso como este pequeno país tem, de Norte a Sul, gente tão espantosa!... Só por isso eu gosto de ir a Monte Real, pelo menos um vez por ano!


Armando Oliveira (Vila Nova de Gaia) e Carlos Vinhal. O Oliveira é "periquito" aqui em Monte Real...


Ricardo Figueiredo e Juvenal Amado


António Tavares e Fernando Ponte (Leiria), um "marinheiro" a quem convidei para integrar a Tabanca Grande. É de Pombal, mas vive em Leiria...


Armando Pires (a falar ao Paulo Santiago)


Giselda e Miguel Pessoa


Vítor Caseiro e Maria Celeste... A jogarem em casa...


Jaime Bonifácio Marques da Silva (Seixal / Lourinhã) e Jorge Picado 

Monte Real > XIII Encontro Nacional da Tabanca Grande > 5 de maio de 2018 > As primeiras imagens > Caras "velhas" e "novas"...

Fotos (e legendas): © Luís Graça (2018). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

1. Os "velhos" camaradas são caras conhecidas de há muito... As "novas" caras são de "periquitos" que vêm pela primeira vez ao nosso encontro da Tabanca Grande... Este ano são mais uns tantos. Entre parênteses, vem o nome da terra onde residem...

No "Dia da Mãe", votos de um bom dia para as nossas mães que ainda forem vivas, e para a nossa camariga Giselda Pessoa (a única camarada de armas, presente em Monte Real...) e para as nossas amigas que são mães... Estou aqui à beira Tejo, em Paço de Arcos,  à espera de lugar para me sentar no restaurante... ("secreto", do nosso querido amigo e camarada Jorge Teixeira, que este ano não pôde vir a Monte Real, mas mandou-nos uma bela mensagem de saudações)...(LG)
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Nota do editor:

Último poste da série > 2018 > Guiné 61/74 - P18608: XIII Encontro Nacional da Tabanca Grande (18): Monte Real, sábado, 5 de maio... As primeiras imagens

Guiné 61/74 - P18608: XIII Encontro Nacional da Tabanca Grande (18): Monte Real, sábado, 5 de maio... As primeiras imagens




Monte Real > XIII Encontro Nacional da Tabanca Grande > 5 de maio de 2018 > As primeiras imagens > Foto de Família.
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Nota do editor:

Último poste da série > 5 de maio de 2018 > Guiné 61/74 - P18607: XIII Encontro Nacional da Tabanca Grande (17): lista dos camaradas e amigos que nos honram hoje com a sua presença em Monte Real, num total de 133

sábado, 5 de maio de 2018

Guiné 61/74 - P18607: XIII Encontro Nacional da Tabanca Grande (17): lista dos camaradas e amigos que nos honram hoje com a sua presença em Monte Real, num total de 133



Foto: Blogue Luís Graça & Caamaradas da Guiné (2017)


LISTA (DEFINITIVA) DOS 133 CAMARADAS E AMIGOS QUE VÃO PARTICIPAR  NO XIII ENCONTRO NACIONAL DA TABANCA GRANDE, MONTE REAL,  SÁBADO, 5 DE MAIO DE 2018

[Entre parênteses rectos, indica-se o local ou os locais onde estiveram no TO da Guiné e o respetivo período de tempo; os nomes sem links são, em princípio, de camaradas que ainda não fazem parte, formalmente, da nossa Tabanca Grande; informação suscetível de ser corrigida, pedimos desculpa pelos lapsos ou omissões]


Agostinho Gaspar - Leiria [Mansoa, 1972/74]

Almiro Gonçalves e Amélia - Vieira de Leiria / Marinha Grande [Bambadinca, 1973/74]

Amândio Santos - Braga


António Acílio Azevedo & Irene - Leça da Palmeira / Matosinhos [Bula e Binar, 1973/74]

António Bonito - Carapinheira / Montemor-o-Velho [Xime e Mato Cão, 1971/74]


António Duarte - Linda-a-Velha / Oeiras [Mansambo, Bambadinca e Xime, 1971/74]


António Graça de Abreu - S. Pedro de Estoril / Cascais [Teixeira Pinto, Mansoa e Cufar, 1972/74]


António João Sampaio e Maria Clara - Leça da Palmeira / Matosinhos [Barro, 1973/74]


António Joaquim Alves - Malveira / Mafra [Bissau, 1972/74]

António José Pereira da Costa & Isabel - Mem Martins / Sintra [Cacine, 1968/69; Xime, Mansambo e Mansambá, 1972/74]


António Maria Silva e Maria de Lurdes - Sintra


António Mário Leitão - Ponte de Lima [Angola, Luanda, 1971/73]


António Martins de Matos - Lisboa [Bissalanca, 1972/74]

António Mendes - Carapinheira / Montemor-o-Velho


António Pimenta - Carapinheira / Montemor-o-Velho


António Tavares - Foz do Douro / Porto [Galomaro, 1970/72]


António Vieira - Vagos


Apolino Freitas e Fátima Barros - Trofa


Armando Oliveira - Vila Nova de Gaia


Armando Pires - Algés / Oeiras [Bula e Bissorã, 1969/70]


Arménio Santos - Lisboa [Aldeia Formosa, 1968/70]




C. Martins - Penamacor [Gadamael, 1973/74]

Camacho Lobo - Maia

Carlos Alberto Pinto e Maria Rosa - Reboleira / Amadora [Mansabá e Mansoa, 1969/71]

Carlos Cabral & Judite - Pampilhosa

Carlos [Alberto] Cruz, Irene, Paulo, Ana Cristina e Pedro - Lisboa [Catió e Cachil, 1964/66]

Carlos Pinheiro - Torres Novas [Bissau, 1968/70]

Carlos Silva e Germana - Massamá / Sintra [Farim, 1969/71]

Carlos Silvério - Ribamar / Lourinhã [Olossato e Bissau, 1972/74]

Carlos Vinhal & Dina Vinhal - Leça da Palmeira / Matosinhos [Mansabá, 1970/72]


David Guimarães & Lígia - Espinho X(Xitole, 1970/72]

Diamantino Ferreira e Emília - Leiria

Diamantino Varrasquinho e Maria José - Vidigueira [Mato Cão, 1971/73[


Eduardo Magalhães Ribeiro e Carlos Mota Ribeiro - Porto [Cumeré, Mansoa e Brá, 1974]

Ernestino Caniço - Tomar [Mansabá, Mansoa e Bissau, 1970/71]


Fernando Oliveira e Teresa Maria - Reboleira / Amadora [Guidaje e Mansoa, 1968/70]

Fernando Ponte - Leiria

Fernando [Andrade] Sousa e Maria Barros - Trofa [Conrtuboel e Bambadinca, 1969/71]

Fernando Súcio - Campeã / Vila Real [Bula, 1972/74]

Francisco Silva, Maria Elisabete, Ana Cláudia, Sofia e Tiago - Porto Salvo / Oeiras [Xitole e Jumbembém, 1971/74]


Hélder Valério de Sousa - Setúbal [Piche e Bissau, 1970/72]

Hernâni Alves da Silva & Branca - Vila Nova de Gaia


Idálio Reis - Sete-Fontes / Cantanhede [Gandembel e Ponte Balana, Nova Lamego, 1968/69]

Isolino Silva Gomes e Júlia - Porto


Jaime Bonifácio Marques da Silva - Seixal / Lourinhã [Angola, 1970/72]

Joaquim Carlos Peixoto e Margarida - Penafiel [Bafatá e Sare Bacar, 1971/73]

Joaquim Mendes Teixeira e Maria Emília - Guilhabreu / Vila do Conde

Joaquim Mexia Alves - Monte Real / Leiria [Xitole/Ponte dos Fulas, Ponte Rio Udunduma, Mato Cão, Mansoa, 1971/73]

Jorge Araújo e Maria João - Almada [Xime e Mansambo, 1971/74]

Jorge Cabral - Lisboa [Fá Mandinga e Missirá, 1969/71]

Jorge Picado - Ílhavo [Mansoa, Mansabá e Teixeira Pinto, 1970/72]

Jorge Pinto & Ana - Sintra [Fulacunda, 1972/74]

Jorge Rosales - Monte Estoril / Cascais [Porto Gole,  1964/66]

Jorge Teixeira - Porto [Bigene, Binta, Guidage e Barro, 1968/70]

José Almeida e Maria Antónia - Viana do Castelo [Bissau, 1971/73]

José Barros Rocha - Penafiel [Guileje e Gadamael, 1968/70]

José Casimiro Carvalho - Maia [Guileje, Gadamael, Nhacra e Paunca,  1972/74]

José Eduardo Oliveira  [JERO]- Alcobaça [Quinhamel, Binta e Farim, 1964/66]

José Ferreira [da Silva]- Crestuma / Vila Nova de Gaia [ Fá, Catió, Cabedu, Gandembel e Canquelifá, 1967/69]

José Manuel Lopes - Régua [Manpatá, 1972/74]

José Miguel Louro - Lisboa

José Saúde - Beja [Nova Lamego, 1973/74]

José Tavares - Vila Nova de Gaia

Juvenal Amado - Amadora [Galomaro, 1971/74]


Lúcio Vieira - Torres Novas

Luís Graça & Alice Carneiro - Lourinhã [Contuboel e Bambadinca, 1969/71]

Luís Moreira & Irene - Sintra [Bambadinca e Bissau,  1970/71]

Luís Paulino & Maria da Cruz - Algés / Oeiras [Cacine e Cameconde, 1970/72]

Luís Rainha & Dulce - Figueira da Foz [Brá, 1964/66]


Manuel Augusto Reis - Aveiro [Guileje, Gadamael, Cumeré, Quinhamel, Cumbijã e Colibuia, 1972/74]:

Manuel dos Santos - Braga

Manuel Guilherme - Vila Nova de Gaia

Manuel Joaquim e José Manuel Cunté - Lisboa [Bissau, Bissorã e Mansabá, 1965/67]
Manuel José Ribeiro Agostinho & Elisabete - Leça da Palmeira / Matosinhos

Manuel Lima Santos & Maria de Fátima - Viseu [Canjambari e Dugal, v 1971/73]

Manuel Oliveira Pereira - Ponte de Lima [Contuboel, 1972/74]

Manuel Ramos - Torres Novas

Mário Magalhães & Fernanda - Sintra [Bafatá, Bula, Mansabá e S. Domingos, 1961/63]

Mário Vitorino Gaspar - Lisboa [Gadamael e Ganturé, 1967/68]

Miguel Pessoa & Giselda Pessoa - Lisboa [Bissalanca, 1972/74]


Ricardo Abreu - Vila Nova de Gaia

Ricardo Figueiredo - Porto [Cabuca,  1973/74]

Rogé Guerreiro - Cascais


Silvino Correia d'Oliveira - Leiria

Sousa de Castro e Conceição - Vila Fria / Viana do Castelo [Xime e Mansambo, 1971/74]


Urbano Martins Oliveira - Figueira da Foz


Vasco Ferreira - Vila Nova de Gaia [Cumeré, Bigene, Cadique, Cufar e Nhacra. 1972/74]

Virgínio Briote & Maria Irene - Lisboa [Cuntima e Brá, 1965/67]

Vítor Caseiro e Maria Celeste - Leiria  [Mansoa e Ilondé, 1973/74]

Guiné 61/74 - P18606: Os nossos seres, saberes e lazeres (265): De Estremoz para as Termas de S. Pedro do Sul (3) (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70) com data de 27 de Fevereiro de 2018:

Queridos amigos,
Foi folgar e bailar neste rincão quase tão antigo como a nossa nacionalidade. Parece ser uma amostra estrondosa de cultura ciclópica, e impõe-se pelo tamanhão e pela rudeza. Mas há um contraste que é contemplação de dentro para fora, são lonjuras impressionantes, sente-se que daquele castelo se fazia atalaia da movimentação castelhana, cobiçosa de vencer estes pedregulhos e dominar as planícies. É tudo tão colossal e simultaneamente tão íntimo que se percebe como o lugar é uma poderosa atenção turística nas quatro estações do ano. Longe vai o tempo que caracterizou os requisitos com que se atribuiu o Galo de Prata, em 1938. Mudou a habitação, mudaram os trajes, os meios de transporte, ficaram a poesia, os contos, as superstições, a coreografia para os acontecimentos lúdicos dos dias de festa. O que resta e espera-se que se mantenha inalterável é a fisionomia topográfica e aquela panorâmica sem rival.

Um abraço do
Mário


De Estremoz para as termas de S. Pedro do Sul (3)

Beja Santos

Viandante e companha dedicam integralmente um dia a Monsanto, aquela aldeia que em 1938 recebeu o Galo de Prata, iniciativa do Secretariado da Propaganda Nacional para A Aldeia Mais Portuguesa de Portugal. Terá sido uma escolha difícil para o júri, Monsanto ombreou-se com Aljubarrota, Azinhaga, Alturas do Barroso, Manhouce, Peroguarda, Alte e Odeceixe, entre outras, do júri faziam parte Fernanda de Castro, Armando Leça, Gustavo de Matos Sequeira, Luís Chaves e Cardoso Martha.
O anoitecer estava de feição, foram todos para um miradouro, depois outro e mais outro, tal o espetáculo daquele fogo ígneo, visto daquelas alturas e a movimentar-se pelas planuras, já se tinha passado pelo Largo do Cruzeiro, visto de fora a Igreja de S. Salvador, deambulado sem azimute pelas ruas, casas com muitas flores à porta. A esse pôr-do-sol se rende impressiva homenagem.



O viandante sobraça a publicação do SNI com data de 1947 dedicada a Monsanto. Oiçamos o que aqui se escreveu sobre os monsantinos:  

“A maioria dos monsantinos (que, pelo último censo, passavam de 3000) é de tipo moreno e olhos castanhos-claros. Aparecem, todavia, ainda que raramente, alguns de cabelo loiro e olhos verdes, bem como o tipo cigano, outrora muito espalhado.
O nativo de Monsanto é patriota, bairrista convicto, altivo, por vezes, até ao exagero e perseverante na conservação de velhos hábitos”.
E dedica-se uma palavra à indumentária do passado, o velho trajar monsantinos: 
“O traje feminino: mantéu de gorgorão e sobre ele uma capucha azul-escura, debruada a claro. Nos homens, era corrente a camisa bordada, véstia curta, cinta preta e chapeirão de Alcains. Hoje o vestuário do povo humilde não se diferencia do comum às povoações da Beira Baixa. Usam as mulheres camisa de linho ou estopa, saia muito rodada e capucha de burel, pendente da cabeça sobre os ombros. Também são frequentes os chales curtos de Alcobaça e lenço atado à cabeça por vários modos”.
Segue-se uma descrição para a casa, pois foi este casario imponente e rústico que deve ter fascinado o júri do Galo de Prata:
“A casa humilde, popular, de acentuada rusticidade, com paredes de pequenos blocos de granito mal esquadriados e quase sempre sem aparelho, tem uma ou duas divisões estreitas, quando muito, de feição quadrangular (…). Uma porta sem batentes dá acesso a outra quadra – a cozinha, alumiada por frestas, que não raro servem de portas. A lareira é rente ao solo; não há chaminé e o fumo escoa-se pela telha vã, dando-se, desta forma, um maior aquecimento à casa”.
Vejam-se agora as imagens para entender que oitenta anos depois se continua a viver nas alturas mas com muitíssimo mais conforto.




Viandante e companha encaminham-se para o castelo, não é escalada mas é quase, vão todos ávidos para tomar nota de um castelo de que reza a lenda de ter sido inexpugnável até 1704, um exército de Filipe V atacou Monsanto, a desproporção das forças era extraordinária, dias depois o castelo foi retomado. O que resta são vestígios, no princípio do século XIX o castelo ficou quase totalmente destruído por uma explosão no paiol da pólvora. A cada passo os ciclopes de pedra assombram o passante, diferentes são as formas e volumes. E olha-se para fora, para as planuras, o contraste é fenomenal.



Aqui se chega atraído pela imensidão, sabe-se que existe a torre sineira, chamada do Relógio, a velha Igreja de S. Miguel, a cisterna, algumas muralhas bem conservadas, a porta da traição, por onde se saía à sorrelfa para fazer o mal e a caramunha junto dos sitiantes. D. Thomaz de Mello (Tom) e Carlos Botelho tiraram fotografias que hoje possuem um inegável valor histórico, um pouco por toda a parte em Monsanto, fixaram aspetos do castelo, a entrada, a torre da prisão, ruínas da Igreja de S. Miguel e as sepulturas cavadas na rocha. Impressiona ver o antes e o depois, até porque alguém observou que a intervenção arqueológica não foi das melhores. Mas a contemplação de tudo deixa o coração contrito, são imagens da história antiga, este castelo começou por ser árabe, o portal e a fachada da igreja são uma imensidão de caráter, sente-se não só que aqui se forjou a nacionalidade, aqui se deu luta ao castelhano e se afirmou este auto como ponto da fronteira inviolável.





Aqui jazeram nossos antepassados, está a findar o passeio em Monsanto e lembra-se o que escreveu Leite de Vasconcelos:  

“O local deve ter sido sagrado e, para a santidade do lugar, contribuiu, sem dúvida, a própria forma do monte que, a grande distância, avulta solitário e chama a atenção entre os que o circunvizinham”.
Monsanto igual a Monsanto, quase tantos séculos quantos tem Portugal.



(Continua)
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Nota do editor

Último poste da série de28 de abril de 2018 > Guiné 61/74 - P18574: Os nossos seres, saberes e lazeres (264): De Estremoz para as Termas de S. Pedro do Sul (2) (Mário Beja Santos)

Guiné 61/74 - P18605: Parabéns a você (1431): Joaquim Gomes Soares, ex-1.º Cabo At Inf da CCAÇ 2317 (Guiné, 1968/69)

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Nota do editor

Último poste da série de4 de maio de 2018 > Guiné 61/74 - P18601: Parabéns a você (1430): José Martins Rodrigues, ex-1.º Cabo Aux Enf.º da CART 2716 (Guiné, 1970/72)

sexta-feira, 4 de maio de 2018

Guiné 61/74 - P18604: Álbum fotográfico de Virgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) - Parte XXXI: As minhas estadias por Bissau (iii): 4º trimestre de 1967



Foto nº 4 > Bissau > Dezembro de 1967 > No restaurante Nazareno, com o Furriel Riquito à civil e o Alferes Verde, do BCAÇ 1932. Um jantar de Natal, provavelmente em fins de Dezembro de 67.


Foto nº 26 > Bissau > 23 de dezembro de 1967 > Jantar no Restaurante Nazareno, com toalha regional, bom vinho Aveleda de garrafa redonda...


Foto nº 25 >  Bissau > 23 de dezembro de 1967 > Na varanda exterior do Restaurante Nazareno. [Segundo o nosso camarada Carlos Pinheiro, que conheceu bem Bissau, em 1968/70, o "Nazareno” era restaurante e casa de fados, sendo mais tarde rebaptizada de "Chez Toi"] (*)


Foto nº 11 > Bissau > Dezembro de 1967 > Uma foto na Amura, sendo tirada por outro camarada, com uma outra máquina, igual, e que também era minha. É como se fosse uma foto que agora se chama de "selfie".


Foto nº 13 > Bissau > Novembro de 1967 >Vista parcial da avenida marginal do Porto de Bissau, com o cais e porto, o estuário do rio Geba, as gentes locais. Pouco movimento de viaturas, era um local para apreciar o rio e o movimento de embarques e desembarques das nossas tropas.


Foto nº 23 > Bissau > Novembro de 1967 > Na marginal do porto de Bissau, cais na maré baixa, vazio de água, muro vedação para sentar, muito lixo também.


Foto nº 24 >  Bissau > Novembro de 1967 > Um banho na piscina do QG em Santa Luzia. O calor aperta  [. Início da época seca, que ia até abril.]


Foto nº 29 >  Bissau > Outubro de 1967 > Inauguração de um novo bairro para a população, já construído parcialmente com recurso a materiais mais nobres, como o cimento e terra amassada, coberto com folhas de palmeira. 


Guiné > Bissau > CCS/BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69).


Fotos (e legendas): © Virgílio Teixeira (2018). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Continuação da publicação do álbum fotográfico do Virgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69); natural do Porto, vive em Vila do Conde, sendo economista, reformado; tem já meia centena de referências no nosso blogue.


Guiné 1967/69 - Álbum de Temas: T031 – Bissau - Parte 1 > (iii) Out / Dez 1967 > Legendagem (**)


F04 – No restaurante Nazareno, com o Furriel Riquito à civil e o Alferes Verde do BC1932. Um jantar de Natal, provavelmente em fins de Dezembro de 67. Bissau, Dez67.

F11 – Uma foto na Amura, sendo tirada por outro camarada, com uma outra máquina, igual e que também era minha. É como se fosse uma foto que agora se chama de "selfie".  Bissau, Dez67.

F13 > Vista parcial da avenida marginal do Porto de Bissau, com o cais e porto, o estuário do rio Geba, as gentes locais. Pouco movimento de viaturas, era um local para apreciar o rio e o movimento de embarques e desembarques das nossas tropas. Buissau, Nov67.

F23 – Na marginal do porto de Bissau, cais,  na maré baixa, vazio de água, muro vedação para sentar, muito lixo também. Bissau, Nov67.

F24 – Um banho na piscina do QG em Santa Luzia. O calor aperta. Bissau, Nov67.

F25 – Na varanda exterior do Restaurante Nazareno. Bissau, 23Dez67.

F26 - Jantar no Restaurante Nazareno, com toalha regional, bom vinho Aveleda de garrafa redonda, bem gelado, os copos como se pode ver, não são de pé alto, são comuns de água, mas não havia outros. Um dia, estava eu aqui a jantar e fazer as fotos com um tripé, então o empregado distraído dá um toque no tripé e cai tudo, partindo a lente da máquina. Mandei repará-la e teve de ir para o Japão, e demorava uns meses a regressar. Como já não podia passar tanto tempo sem uma máquina, já estava viciado, então comprei uma igual, e mais uma prestação para pagar. Fiquei com as duas até ao fim da comissão, depois acho que alguém se ofereceu para me comprar uma delas e lá foi, hoje não faria isso, até porque tinha as duas, sendo uma com rolo de fotografias a preto e branco, e a outra para slides a cores, que me fizeram falta mais tarde no navio de regresso, pois acabou-se depressa o rolo e não fiz as fotos no navio, na viagem, da chegada a Lisboa, das cerimónias, do encontro com a família, do desfile em Tomar, ficou isso por fotografar, fiquei com pena de não ter pensado antes, porque o dinheiro da venda não me resolveu nada. Vésperas de Natal. Bissau, 23Dez67.

F29 – Inauguração de um novo bairro para a população, já construído parcialmente com recurso a materiais mais nobres, como o cimento e terra amassada, coberto com folhas de palmeira. Bissau, Out67.

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Guiné 61/74 - P18603: Blogpoesia (565): "Sombras nos olhos", "Hora das acácias...", e "O sabor das coisas...", da autoria de J. L. Mendes Gomes, ex-Alf Mil da CCAÇ 728

1. Do nosso camarada Joaquim Luís Mendes Gomes (ex-Alf Mil da CCAÇ 728, Cachil, Catió e Bissau, 1964/66) três belíssimos poemas, da sua autoria, enviados entre outros, durante a semana, ao nosso blogue, que publicamos com prazer:

Sombras nos olhos 

Como as nuvens fazem ao sol, 
As imagens ficam mais pobres 
Quando há sombras no olhar. 
Fica sombrio o pensamento. 
Propício ao entristecer. 
As formas se tornam imperfeitas. 
Se atropelam as ideias. 
As conclusões saem erradas. 
A acção é um desastre. 
Gera choques e atropelos. 
A confusão. 
Fica mais fácil o desentendimento. 
Vem a desordem. 
Morre a paz. 
Se instala a guerra. 
Mais vale a cegueira total. 
Apesar das dependências, 
Onde só reina a inteligência 
E o bem sentir. 
A vontade fica humilde. 
A alma mais reverente. 
Se agradece a entreajuda. 
O respeito gera amizade. 
Desfaz todas as sombras 
E enriquece o coração… 

Ouvindo concerto n.º 1 de Brahms por Hélène Grimaud ao piano
Lindo dia de sol 
Berlim, 29 de Abril de 2018
Jlmg

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Hora das acácias…

Por todos os lados, se revestem os valados dos caminhos, de giestas brancas e amarelas. 
Ficam arbóreas. Pendem de sombra, perfume e cor. 
Fazem o encanto da Primavera, silvestre e rude. 
Esvoaçam os pássaros. Trinados lindos. 
E as borboletas, de cores garridas, parecem flores ou andorinhas. 
Se fazem feiras e romarias. Tudo se vende. 
Tendas de pano. Carroças prenhes. 
Reina a alegria. 
Escorre a vinhaça. Pipas e odres. Das melhores adegas. 
Fervem os tachos. Bolinhos sem espinhas. 
Ó que sabores! 
O bacalhau é rei. 
Pelas alamedas, engalanadas, giram cortejos, 
De novos e velhos. 
Brilham os olhos. 
Canta-se a paz. Reina a harmonia… 

Lindo dia de sol 
Berlim, 30 de Abril de 2018 
6h33m
Jlmg

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O sabor das coisas... 

Há uma lei inscrita em nós: 
- O sabor das coisas é directamente proporcional à sua pequenês e ao quadrado da distância. 
Se agudiza, certeira e viva, 
à medida que a vida passa. 
Transforma a vida num grande lago, 
onde corre uma brisa fresca. 
Onde nos banhamos e mergulhamos em cada dia para revigorar e ganhar coragem. 
Nos surpreendem as mais pequenas no dealbar da infância, 
quando as luzes do universo estavam todas direccionadas para nós. 
Dá tristeza e nos enternece lembrar aquelas mais tristes, também as houve. 
Ó que saudade!... 
Dão-nos o equilíbrio necessário para sempre ter esperança e acreditar. 
A vida é breve mas muito rica. 
O que importa é aproveitá-la... 

Berlim, 2 de Maio de 2018 
6h24m 
lindo dia de sol 
Jlmg
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Nota do editor

Último poste da série de 29 de abril de 2018 > Guiné 61/74 - P18580: Blogpoesia (564): "Depois das cataratas...", "Dos confins dos tempos...", e "Por sebes e veredas...", da autoria de J. L. Mendes Gomes, ex-Alf Mil da CCAÇ 728

Guiné 61/74 - P18602: Notas de leitura (1063): Os Cronistas Desconhecidos do Canal do Geba: O BNU da Guiné (33) (Mário Beja Santos)

Navio Portugal, propriedade da Sociedade Comercial Ultramarina


1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 13 de Dezembro de 2017:

Queridos amigos,
Entrámos na década de 1950 e socorri-me de um trabalho do investigador António Duarte Silva para procurar situar as transformações operadas na colónia-modelo, no exato momento em que se iniciam as hostilidades anticoloniais, a partir das Nações Unidas e é bem percetível que está em curso a reivindicação da União Indiana para pôr termo ao Estado Português da Índia.
É nesse contexto que a agricultura guineense dá inequívocos sinais de prosperidade e começam as experiências com a cultura do caju. Está em curso o recenseamento agrícola conduzido por Amílcar Cabral e por sua mulher. Não há uma só referência a qualquer tensão étnica e também o comércio prospera.
É nesse contexto que começa a progredir o interesse do BNU pelo domínio absoluto da Sociedade Comercial Ultramarina.

Um abraço do
Mário


Os Cronistas Desconhecidos do Canal do Geba: O BNU da Guiné (33)

Beja Santos

Julga-se do maior interesse, agora que chegámos ao dealbar da década de 1950, situar o pano de fundo em que decorre a vida da província. Serve-nos de orientador António E. Duarte Silva e a sua obra "Invenção e Construção da Guiné-Bissau", Edições Almedina, 2010. Começa por nos dizer que a década de 1940 se caraterizou não só pela reorganização e expansão do aparelho administrativo como pela promoção dos assimilados e cabo-verdianos enquanto se dá, em simultâneo, o alargamento da atividade comercial e a chegada das etnias muçulmanas ao litoral povoado pelos animistas; entretanto, o crioulo ia-se impondo como língua franca. Ao tempo, começa a identificar-se uma forma social bissau-guineense, distinta das colónias fronteiras do Senegal e da Guiné Conacri. O recenseamento de 1950 procurou determinar com rigor a população, foi dirigido por António Carreira, um dos nomes incontornáveis da historiografia guineense. Atenda-se aos números apresentados:  
“As distinções fundamentais eram entre civilizados (dotados de cidadania portuguesa) e indígenas, por um lado, e entre portugueses e estrangeiros, por outro. Civilizados seriam 8320 residentes – dos quais 1501 eram originários da metrópole, 1703 provinham de Cabo Verde e os restantes 4644 da própria Guiné. Acresciam 366 estrangeiros, a maioria libaneses. A taxa de analfabetismo dos civilizados ultrapassava os 43%. Quanto à restante população, contaram-se aproximadamente meio milhão de indígenas, distribuídos por 30 grupos étnicos”.

Já se viu como Sarmento Rodrigues apostou na Guiné como colónia modelo, vinha motivado para incrementar o progresso da colónia: transportes, estradas, rios e canais, portos, aviação, assistência sanitária e águas, agropecuária, comunicações, urbanização, rede telefónica e radiodifusão, promoção missionária, cultural e desportiva. Como observa Duarte Silva, inaugurou o seu programa com dois atos emblemáticos na legitimação da colonização, a criação da “Missão de Estudo e Combate à Doença no Sono na Guiné”, as “Comemorações do V Centenário do Descobrimento da Guiné”. Intensificaram-se as relações com o Instituto Francês da África Negra, procurava-se uma duradoura parceria nas investigações etnológicas e “inquéritos de franca utilidade prática sobre a situação biológica, alimentar, sanitária e demográfica das populações, e as suas psicologias e capacidades”. Vale a pena de novo referir a criação do Centro de Estudos da Guiné Portuguesa e a sua obra de referência o Boletim Cultural. O mandato de Sarmento Rodrigues correspondeu a um período particular de coesão e progresso na história colonial da Guiné, correspondeu também ao apogeu do sistema colonial português, o Governador manteve a política de aliança com os muçulmanos, desenvolveu o aparelho administrativo mediante o preenchimento do quadro de dirigentes com uma elite metropolitana e a entrega da administração intermédia a cabo-verdianos e mestiços. É neste quadro ascensional que irão decorrer as primeiras hostilidades e ameaças de um movimento anticolonial que tem a sua sede nas Nações Unidas.

É tempo de regressar aos relatórios do BNU em Bissau, sente-se que a mudança de gerente torna as análises mais frias e formais, tecem-se comentários dirigidos para uma apreciação de números, dá-se conta do que está a acontecer na agricultura e faz-se a análise da praça. Estamos em 1953, o relator informa que houve uma importante redução nos preços das oleaginosas, quebra essa fortemente compensada com um apreciável aumento da produção. E aparece uma observação em tom lisonjeador, para nos mostrar que os tempos são outros:  
“Este bem marcado progresso da filial no novo importante impulso recebeu – o maior, sem dúvida, desde a sua fundação, – já no início do corrente exercício, com os muitos e vultuosos créditos que, em consequência da extraordinária actividade que aqui desenvolveu, nos poucos dias que durou a sua recente visita a esta província, foram concedidos à praça pelo nosso Excelentíssimo Administrador Senhor Capitão Teófilo Duarte, visita que ficou também assinalada por um rasto de forte e geral simpatia que perdura e cimentará o ambiente favorável que criou a actuação da nossa instituição, objectivos que Vossas Excelências tiveram, como se dignaram a informar-nos, ao aproveitarem a vinda de Sua Excelência a esta província e que constituiu um verdadeiro triunfo”.

Quanto à situação da Praça, não havia praticamente nada de novo:
“Como também sucedeu no anterior, o comércio vendeu, no ano findo, muito menos do que esperava e para que se preparara, pois ao nulo comércio que se continua a registar com os territórios franceses vizinhos e da falta de ouro em pó dessas proveniências, veio juntar-se, logo no início do ano, uma redução de $20 no preço da mancarra e por outro lado o agravamento, que se diz no dobro, do imposto de capitação em que foi convertido o de palhota, diminuíram grandemente o poder de compra do indígena”.

A situação das colheitas é outra preocupação que se espelha neste relatório de 1953:
“Não é possível determinar com rigor a produção agrícola desta província, que as estimativas oficiais avaliam, em amplos limites, entre 119 mil a 143 mil toneladas dos 4 mais importantes produtos. Assim, servindo-nos dos dados respeitantes à exportação e estes com base em elementos colhidos na Filial, pois os oficiais, infelizmente, estão longe de ser coordenados, verifica-se que a produção da mancarra no ano findo foi superior em 3 mil toneladas, a do coconote foi inferior em 6800 toneladas.

Encontra-se em execução o recenseamento agrícola, trabalho que constituiu uma realização dos Serviços Agrícola e Florestais, tendo isso encarregado de planifica-lo e de dirigir a sua execução o Engenheiro Agrónomo Amílcar Cabral. Visa a obtenção de elementos essenciais, qualitativos e quantitativos, tanto a agricultura indígena como da dos não indígenas. Acha-se quase finalizado o trabalho de campo relativo ao recenseamento da agricultura indígena. É executado pelo método de amostragem, através do estudo das explorações familiares em povoações tipo. Assim, obter-se-á uma estimativa dos elementos essenciais da agricultura indígena, aliás a única informação possível nas actuais condições económicas e culturais do agricultor nativo.

O apuramento dos elementos escolhidos será levado a efeito por todo este ano. Entretanto, pode afirmar-se o seguinte:
a) De uma maneira geral as porções são boas, tanto no que se refere às culturas alimentares como às industriais.
b) No sul da província as produções unitárias são geralmente superiores às verificadas noutras regiões, em especial no que se refere ao arroz e à mancarra.
c) Devido à intensificação da cultura da mancarra, as queimadas atingem proporções alarmantes, nomeadamente as praticadas pelos Fulas e pelos Mancanhas.
d) Alguns parasitas prejudicam de maneira sensível as produções das espécies conhecidas por “milho brasil”, “milho cavalo” e “milho preto”.
e) No Quínara, principalmente a produção de arroz foi prejudicada pelas águas vivas.
f) No ano findo, esteve nesta Província o senhor Jean David Bruce, de nacionalidade holandesa, técnico de óleos, que, a convite do ministério do Ultramar, se deslocou à Guiné para estudar as possibilidades da província nos novos métodos de culturas e exportação, as espécies mais recomendáveis às condições ecológicas, com o objectivo de uma produção dirigida mais consentânea com as ricas possibilidades da Província.
g) Foi feita a cultura, em grande escala, por toda a província de sementes de caju importadas de Moçambique, que germinaram bem e em alguns pontos se desenvolveram rapidamente. Essa sementeira foi precedida da vinda a esta Província do professor do Instituto Superior de Agronomia Dr. Carlos Rebelo Marques da Silva que, em missão do Ministério do Ultramar, veio estudar as suas possibilidades económico-culturais”.


Instalações da Sociedade Comercial Ultramarina em Bafatá

Entre Maio e Junho desse ano decorre uma inspeção do BNU na Guiné e aparece um importante documento do seu responsável endereçado à administração da Sociedade Comercial Ultramarina, com a qual gradualmente o BNU vai aumentando a sua participação. Iremos seguidamente tomar nota do seu conteúdo e conhecer a situação de 1954 designadamente do que se estava a passar na agricultura.

(Continua)
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Notas do editor

Poste anterior de 27 de abril de 2018 > Guiné 61/74 - P18568: Notas de leitura (1061): Os Cronistas Desconhecidos do Canal do Geba: O BNU da Guiné (32) (Mário Beja Santos)

Último poste da série de 30 de abril de 2018 > Guiné 61/74 - P18582: Notas de leitura (1062): Retrato do colonizado e retrato do colonizador, por Albert Memmi; editado por Gallimard (1) (Mário Beja Santos)

Guiné 61/74 - P18601: Parabéns a você (1430): José Martins Rodrigues, ex-1.º Cabo Aux Enf.º da CART 2716 (Guiné, 1970/72)

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Nota do editor

Último poste da série de 3 de Maio de 2018 > Guiné 61/74 - P18597: Parabéns a você (1429): Eng.º António Estácio, Amigo Grã-Tabanqueiro, natural da Guiné-Bissau e Delfim Rodrigues, ex-1.º Cabo Aux Enf. da CCAV 3366 (Guiné, 1971/73)

quinta-feira, 3 de maio de 2018

Guiné 61/74 - P18600: XIII Encontro Nacional da Tabanca Grande (16): "Três caras novas" ou "periquitos" em Monte Real... O Jaime Silva (Fafe e Lourinhã) e Mário Leitão (Ponte de Lima)... O que têm em comum? Ambos estiveram em Angola, um nos paraquedistas, outro na Farmácia Militar; ambos foram autarcas; mas o que os notabiliza é a sua luta, hoje, para não deixar ficar na "vala comum do esquecimento" os bravos das suas terras que combateram (e alguns morreram) em África... De Ponte de Lima, vem ainda um "histórico" do nosso blogue, que participou no I Encontro Nacional, em 2006, na Ameira: Manuel Oliveira Pereira, ex-fur mil, CCAÇ 3547 (Contuboel, 1972/74)


Angola > Leste > 1970 > O alf mil paraquedista, 1ª CCP / BCP 21 (1970/72), em 1970, no leste de Angola, a norte do Rio Cassai,

Foto ( e legenda): © Jaime Silva (2014). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Geraça & Camaradas da Guiné)



Mário Leitão, limiano,  farmacêutico reformado, escritor

Foto: © Mário Leitão (2017). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Geraça & Camaradas da Guiné)


1. Vêm, pela primeira vez, a Monte Real, ao nosso XIII Encontro Nacional da Tabanca Grande. Nenhum deles esteve no TO da Guiné. Ambos passaram por Angola.  

E ambos têm, em comum, a experiência de autarcas... São os dois membros da Tabanca Grande, tendo-lhes sido reconhecido o grande mérito de resgatarem a memória dos seus conterrâneos que combateram (e alguns morreram) em terras de África, na guerra colonial / guerra do ultramar. O Mário não foi paraquedista mas, tal como o Jaime, leva muito a sério a a divisa dos paraquedistas: "Ninguém fica para trás".

Jaime Bonifácio Marques da Silva

Vive no Seixal / Lourinhã, é  professor de educação física reformado, ex-autarca na Câmara Municipal de Fafe (com o pelouro da cultura e desporto); membro da nossa Tabanca Grande, n.º 643, tem 44 referências no nosso blogue;  grande dinamizador de iniciativas ligadas à preservação da memória dos antigos combatentes da guerra colonial.

De entre outras iniciativas que ele levado a cabo, em Fafe e na Lourinhã, destaque-se a "Exposição evocativa da participação dos jovens do Seixal, Lourinhã, na guerra colonial: 1961-1974" (Clube Recreativo do Seixal, 8 de agosto - 5 de setembro de 2009).
A ideia surgiu-lhe aquando de um das suas periódicas visitas à sua terra natal, Seixal, Lourinhã. Começou por  encontrar casualmente, no clube local, alguns ex-combatentes da guerra colonial, seus conterrâneos, vizinhos, colegas de escola, etc. Não se viam há muitos anos, nomeadamente os que saíram para fora da terra, incluindo para o estrangeiro (França, Alemanha, Canadá, etc.).
"Uns emigraram para o estrangeiro, outros organizaram as suas vidas aqui na terra ou noutras zonas do país. Agora, por força do efeito inexorável do tempo que nos está a empurrar para o final da vida, aqui estamos de novo a regressar à terra que nos viu nascer e crescer e a relembrar os tempos de escola, do campo, do Largo da Festa onde jogávamos ao pião, ao botão, onde jogávamos à bola com uma bexiga de porco ou ainda onde saltávamos à fogueira na noite de São João, etc., etc."

 “Lutar contra a cultura do esquecimento que se instalou em Portugal após o final da guerra colonial”, foi a sua motivação principal… Directa ou indirectamente todas as famílias foram afectadas pela guerra colonial. Ora, segundo ele, se há algo mais condenável do que a guerra, é o silêncio sobre ela, é o fazer de conta que a guerra nunca existiu.


António Mário Leitão

É natural de (e vive em) Ponte de Lima. Farmacêutico reformado e escritor;  ex-fur mil na Farmácia Militar de Luanda, Delegação n.º 11 do Laboratório Militar de Produtos Químicos e Farmacêuticos (LMPQF), 1971/73; membro da nossa Tabanca Grande, n.º 741, tendo 18 referências no nosso blogue.

Proprietário da Farmácia Lopes, em Barroselas, Viana do Castelo,  ambientalista, escritor, Mário Leitão tem-se dedicado, de alma e coração, nos últimos anos à recolha e tratamento da informação relativa aos limianos, os naturais do concelho de Ponte de Lima, mortos nos TO de Angola, Guiné e Moçambique bem como no continente ou outros territórios, no cumprimento do serviço militar, no período que abarca a guerra colonial (1961/74). É autor dos livros "História do Dia do Combatente Limiano" (2017) e "Biodiversidade das Lagoas de Bertiandos e S. Pedro d´Arcos" (2012). Está a ultimar um  segundo livro, com as histórias de vida dos "bravos limianos"...

Apesar de já termos estado perto um do outro, em Ponte de Lima, e telefonarmo-nos, umas meia dúzia de vezes, além da troca de emails, ainda não nos conhecemos "em carne e osso"... Vamos finalmente vermo-nos em Monte Real, no dia 5. (***)


Montemor-o-Novo > Ameira > 14 de Outubro de 2006 > O nosso I Encontro Nacional > O grupo de camaradas fotografados, por volta da 13 horas, antes do almoço no Restaurante Café do Monte, na Herdade da Ameira. Ainda não tinham chegado todos... De qualquer foi o ano em que ainda "cabiam todos" na fotografia... Mas vejamos quem foram os "históricos" que  estava naquele momento, da esquerda para a direita:

(i) na primeira fila, António Baia (de óculos escuros, enfermeiro num Pelotão de Intendência, veio com o Fernando Franco), José Bastos, Pedro Lauret, Lema Santos, Sampedro (foi capitão em Fajonquito, veio com o Manuel Pereira), Manuel Oliveira Pereira (CCAÇ 3547), Aires Ferreira (de óculos escuros), Vítor Junqueira (também de óculos escuros), David Guimarães, José Casimiro Carvalho (de joelhos), Fernando Calado (ex-alf mil, CCS do BCAÇ 2852, Bambadinca, 1968/70), Constantino (ou Tino) Neves, Jorge Cabral e, por fim, Luís Graça;

(ii) na segunda fila, Carlos Vinhal (que viria a seguir ser coaptado para coeditor do blogue), Fernando Franco, Fernando Chapouto, Eduardo Magalhães Ribeiro (outro coeditor), Zé Luís Vacas de Carvalho, Neves (um empresário que veio com outro empresário, o Martins Julião, da CCAÇ 2701, Saltinho, 1970/72 ), Humberto Reis (de óculos escuros, da CCAÇ 12,  Contuboel e Bambadinca, 1969/71), Virgínio Briote (, outro coeditor), Raul Albino...

Faltavam, na foto,  outros camaradas que foram pioneiros nestas lides, e que por um razão ou outra não estão na foto: lembro-me, por exemplo, do Paulo Santiago, do Carlos Fortunato, do Carlos Santos (que trouxe notícias do Rui Alexandrino Ferreira), do António Pimentel, do Paulo Raposo e do Carlos Marques dos Santos (os dois organizadores do encontro), do António Santos, do Hernâni Figueiredo, do José Martins, do Manuel Lema Santos (ilustre representante da Marinha, juntamente com o Pedro Lauret, dois imediatos da LFG Orion, embora em épocas diferentes), do Rui Felício, do Sérgio Pereira, do Victor David...

Nesse primeiro encontro do nosso blogue, na Ameira, éramos umas escassas 8 dezenas de participantes, contando com as nossas companheiras...

Foto (e legenda): © (2006). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Geraça & Camaradas da Guiné)


2. Curiosamente, o Mário trará com ele, de Ponte de Lima, outro grande limiano como ele, e também nosso grã-tabanqueiro, este da primeira hora... 

Mas também ele "cara nova" (ou "periquito") em Monte Real, não obstante ser um "dionssauro" da nossa Tabanca Grande: veio ao nosso I Encontro Nacional, na Ameira, Montemor-o-Novo, em 14 de outubro de 2006... Depois disso, foi apenas dando notícias esporádicas...

Manuel Oliveira Pereira

Limiano, também, de Ponte de Lima; ex-Fur Mil da CCAÇ 3547  "Os Répteis de Contuboel", (Contuboel 1972/74), que pertencia ao BCaç 3884 (Bafatá, 1972/74).

Conheci-o Ameira e temo-nos encontrada por aí, a última vez na Casa do Alentejo, na sessão de lançamento do último livro do José Saúde, em 21 de outubro de 2017.  Trabalhou durante anos no Hospital da CUF, em Lisboa, como técnico de gestão, ligado à produção, licenciando-se, entretanto, em Direito (se não erro). Regressou agora à sua terra natal.

Vai ser um grande prazer juntar e abraçar estes três camaradas, em Monte Real... O Jaime viajará comigo e a Alice, a partir da Lourinhã.  O Manuel Oliveira Pereira  vem de mais longe, com o Mário Leitão.
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Notas do editor:

(*) Vd. poste de 31 de janeiro de 2014 > Guiné 63/74 - P12658: Tabanca Grande (423): Jaime Bonifácio Marques da Silva, ex-alf mil paraquedista, BCP 21 (Angola, 1970/72), natural da Lourinhã, a viver em Fafe, grã-tabanqueiro nº 643

(ªª) Vd. poste de 12 de abril de 2017 > Guiné 61/74 - P17237: Tabanca Grande (432): Mário Leitão, ex-fur mil farmácia, Luanda, 1971/73, passa a ser o nosso grã-tabanqueiro nº 741... Está a fazer um trabalho de grande mérito ao resgatar a memória dos 52 camaradas de Ponte de Lima que morreram nos 3 teatros de operações da guerra de África, do Ultramar ou colonial (como se queira)... e que estão na "vala comum do esquecimento"!

(***)  Último poste da série > 3 de maio de 2018 >  Guiné 61/74 - P18598: XIII Encontro Nacional da Tabanca Grande (15): são 133 os bravos que responderam à nossa chamada e estarão presentes em Monte Real, no próximo sábado, dia 5, a partir das 10h.