Olá "Camaradas".
Estive em Canjadude, desde junho de 1970 até julho de 1972.
Durante esse tempo convivi com muitos dos referenciados nesta peça, era Furriel Miliciano.
Convivi com o Cap. Arnaldo Costeira e com o seu substituto que não me recordo agora o nome.
Posteriormente enviarei fotos.
Cumprimentos,
João Alves
2. Mensagem enviada pelos editores ao João Alves:
Caro camarada de armas João Alves
Muito obrigado pelo teu contacto.
Julgo teres pertencido à CCAÇ 5, comandada no teu tempo pelo Cap Inf Arnaldo Carvalhais da Silveira Costeira que foi substituído pelo Cap Cav Fernando Gil Figueiredo de Barros.
Teremos muito gosto em receber-te na tertúlia. Para o efeito, manda-nos uma foto actual e outra do teu tempo de Guiné, fardado, formatos mais ou menos tipo passe.
Confirma se pertenceste à CCAÇ 5, diz-nos as datas de ida e regresso da Guiné, a tua especialidade e outros elementos que julgues úteis para te ficarmos a conhecer melhor.
Envia-nos um texto de apresentação, pode ser uma estória, e as fotos que entenderes, devidamente acompanhadas pelas respectivas legendas que devem indicar pelo menos o local e data. Se achares que os retratados não se importam, podes identificá-los.
Somos um Blogue de antigos combatentes que nos regulamos pelos critérios que podes ver aqui: http://blogueforanadaevaotres.blogspot.pt/2011/07/guine-6374-p8588-excitacoes-143.html
Também temos a nossa política editorial que podes ver na aba esquerda da nossa página, que aqui transcrevo:
[...]
A tua correspondência deve ser enviada para luis.graca.prof@gmail.com, com conhecimento a carlos.vinhal@gmail.com, para teres a certeza de que as tuas mensagens são lidas.
Ficamos então na expectativa da tua resposta.
Deixo-te um fraterno abraço em nome dos editores e tertúlia deste Blogue.
Abraço
Carlos
3. Mensagem do nosso novo amigo tertuliano e camarada de armas, João da Silva Alves, ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 5 (Canjadude, 1970/72), com data de 24 de Abril de 2022:
Caros camaradas
Antes de mais uma saudação especial para todos os que foram membros da mesma missão, seja em que local tivesse sido, um forte e fraterno abraço.
Junto um pequeno texto com algumas fotos que achei interessantes.
Se entenderem podem anular as que acharem inconvenientes.
Quanto aos elementos que compõem as fotos, tenho a certeza que não se opõem ao facto.
Estou ao dispor do grupo, para o que for necessário, pois infelizmente tenho bastante que contar, apenas necessito de tempo.
Sem mais de momento, forte e fraterno abraço para todos.
João Alves
Nome: João da Silva Alves
Embarquei com destino à Guiné-Bissau em 18 de julho de 1972, desembarcando a 24 de julho como Furriel Miliciano, onde fui colocado na CCAC 5, onde cheguei numa coluna no dia 2 de agosto, sob o comando do Capitão Cap. Inf. Arnaldo Carvalhais da Silveira Costeira, tendo servido no 1.º Pelotão sob o comando do Alferes Miliciano Alexandre Rodrigues Martins, com os camaradas Furriel Miliciano Germano Penha e Manuel Joaquim Inocentes e Sá.
Lembro-me como se fosse ontem. Os camaradas fizeram uma festa aos três periquitos com uma gravação feita pelos camaradas Antunes das Transmissões e o Furriel Moreira que falava fluentemente o “Ciriolo”, com o propósito de fazer crer que o inimigo sabia perfeitamente da chegada a Canjadude dos recentes elementos.
Diga-se em abono da verde que a certo ponto nos convenceram, mais o Furriel Alberto Caetano.
No dia 3 formou-se uma coluna para levar os elementos que tinham acabado a sua missão para em Nova Lamego e serem conduzidos a Bissau. Foi o meu pelotão a formar a coluna, tendo o Alf. Martins me chamado para ir ao lado dele na 1.ª viatura, uma GMC.
Foi a minha sorte, pois eu estava na segunda viatura, um Unimog “salta pocinhas” que seria vítima de uma mina na picada, houve algumas vítimas mortais que iam na viatura e alguns feridos. Foi pedido à companhia ajuda para evacuação dos feridos e mortos, um dos feridos era o Furriel Miliciano João Purrinhas Martins que tinha chegado connosco, o 1º Cabo Enfermeiro Carlos Alberto Diniz e vários civis.
Fizemos uma visita cerrada nas imediações, pois não houve troca de tiros. Seguimos um caminho recentemente pisado que nos conduziu a uma tabanca civil, em Sitó, onde não encontramos nada de suspeito. Regressamos para junto do resto do pessoal que tinha ficado a fazer guarda na picada, e voltamos para Canjadude tendo os camaradas que foram rendidos seguido para Nova Lamego nas viaturas que vieram do Batalhão de Nova Lamego.
Foi assim o nosso batismo de fogo que na noite desse mesmo dia fomos atacados apenas com armas ligeiras, o que viemos a constatar que o acidente da manhã estava a ser montado para no dia seguinte sermos emboscados, pois foi a primeira vez que uma coluna de rendição era feita no dia imediato à coluna de chegada.
Dois dias depois foi organizada uma coluna de Guarda de Honra para acompanhar os corpos para Bissau, eu e mais cinco militares. Primeiro em viaturas para Bafatá, seguindo-se de lancha para Bissalanca.
Foi duro, pois foram cinco dias no total até regressar a Canjadude.
Praticamente durante um ano não fomos importunados pelo inimigo. Apenas ouvíamos os ataques que eram feitos aos aquartelamentos por ali perto. Cabuca, Gam Quiró, Pirada.
No meu último ano em Canjadude fomos atacados diversas vezes.
Acabei a minha comissão de serviço em 12 de junho de 1972.
Desembarque em Lisboa no Aeroporto Militar de Figo Maduro em 12 de julho de 1972 num avião militar.
4. Comentário do editor CV:
Caro João Alves
Bem-vindo à tertúlia. És mais um Antigo Combatente da CCAÇ 5 e vens juntar-te ao nosso camarada e colaborador permanente na área de História Militar e Arquivos, José Martins, que foi Fur Mil de Transmissões em Canjadude nos anos de 1968/70.
Na tua apresentação trazes-nos uma estória traumatizante, principalmente para quem acaba de chegar ao Teatro de Operações e entra logo em contacto com a realidade pura e dura da guerra.
Se me permites, vou reservar as fotos que nos enviaste e agora não publicadas para um ábum fotográfico teu, que irei criar. Fica desde já o pedido para o envio de mais. E de outras memórias escritas também.
Vais ocupar a posição n.º 860 desta tertúlia de antigos militares e amigos da Guiné e da actual Guiné-Bissau, agora país soberano.
Termino com um abraço de boas-vindas em meu nome pessoal e nos dos editores e tertúlia.
CV
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Nota do editor
Último poste da série de 22 DE MARÇO DE 2022 > Guiné 61/74 - P23099: Tabanca Grande (532): Padre José Torres Neves, missionário da Consolata, ex-alf mil capelão, BCAÇ 2885 (Mansoa, 1969/71): senta-se à sombra do nosso poilão no lugar nº 859