quinta-feira, 28 de novembro de 2024

Guiné 61/74 - P26207: Álbum fotográfico de João Moreira (ex-Fur Mil Cav da CCAV 2721 - Olossato e Nhacra, 1970/72) (4)

Foto 27 > Olossato > Maio de 1970 > João Moreira
Foto 28 > Olossato > Maio de 1970 > Graduados do 4.º Grupo de combate da CCAV 2721: Furriéis Justino, Ramalho e Moreira, e Alferes Silva. 
Foto 29 > Olossato > Maio de 1970 > Furriéis Justino, Moreira e alferes Silva do 4.º grupo de combate
Foto 30 > Olossato > Maio de 1970 > Furriel Moreira
Foto 31 > OLOSSATO > Junho de 1970 > Furriel Moreira junto da obra duma companhia que esteve nesta zona
Foto 32 > Junho de 1970 > Destacamento do Maqué
Foto 33 > Destacamento do Maqué, para proteger uma ponte em madeira
Foto 34 > Destacamento do Maqué > Furriel Moreira

(continua)
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Nota do editor

Último post da série de 21 de novembro de 2024 > Guiné 61/74 - P26177: Álbum fotográfico de João Moreira (ex-Fur Mil Cav da CCAV 2721 - Olossato e Nhacra, 1970/72) (3)

Guiné 61/74 - P26206: (De) Caras (225): Duas fotografias, girândola e fastígio das recordações (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá, Finete e Bambadinca, 1968/70), com data de 26 de Novembro de 2024:

Queridos amigos,
Há manhãs de sorte, falo por mim, comprei na D. Amélia da Feira da Ladra estas duas fotografias que irão depois para um arquivo. A primeira levou-me à minha chegada à Guiné, o barco da mancarra que me levou a Bambadinca parou exatamente naquele ponto onde está a embarcação que veio recolher esta unidade, bem curioso é o contraste entre o caminhar destes homens e a ondulação dos arrozais; na segunda fotografia quem captou a imagem terá sido um homem com muita sorte, apanhar o rebentamento de uma granada enquanto desfilam militares num curso de água, segundo o que vem no reverso a caminho do Sambuiá, santuário que veio a revelar-se quase inexpugnável, outras lembranças me ocorreram, de leituras e conversas, mas o mais importante é deixar esta imagem no nosso blogue.

Um abraço do
Mário



Duas fotografias, girândola e fastígio das recordações

Mário Beja Santos

Chego à Feira da Ladra ao despertar do dia, o meu fornecedor de livros, quando aparece, é imediatamente procurado por gente que vive da venda de livros em segunda mão, eu apareço ali como um outsider, olhado um tanto de viés. Antes de ele chegar, vou conversar com a D. Amélia, uma senhora que já me vendeu um lote de fotografias que devem ter pertencido ao capitão de uma das duas companhias que estavam na Guiné entre 1959 e 1961 e que mais recentemente me vendeu um lote de correspondência dos irmãos Barbieri Cardoso. Regra geral, só encontro correspondência ou fotografias de Angola e Moçambique, mas naquela manhã havia um lote bem gordinho de fotografias em que se escrevia no reverso Porto Gole, 1971, indiscutivelmente fora pertença de um jovem de bigodaça farta que por ali viveu um bom tempo, posiciona-se à porta de todos os edifícios, em viaturas, no abrigo, no refeitório, são imagens com que ele seguramente contou dar sossego à família, não há para ali nenhum sinal de guerra declarada.

Passei os olhos por todo o monte de imagens e de repente surgiu esta, a mente levou-me até ao princípio da tarde do dia 2 de agosto de 1968, o barco da mancarra que me levou até Bambadinca aqui atracou, lembro-me, como se fosse hoje daquele caminho que se palmilhava até chegar a terra firme, orlado por terrenos cultivados, guardo a lembrança de tudo, mas quem entrava e saía era população civil, com sacos e animais, gente de todas as idades. Imagem esmaecida, o Geba perdeu cor, e lá ao fundo vê-se o Quínara, que sempre sonhei visitar, e que nunca aconteceu. Coisa curiosa, deixara-se de circular por terra entre Jugudul e Porto Gole, as minas anticarro eram muitas, as emboscadas também, morrera a circulação naquela estrada que passava perto do Enxalé, S. Belchior, Mato de Cão, subia até Missirá, e pela ponte do Gambiel podia-se viajar até Bafatá. Enfim, o Geba era a estrada por onde se ia até Porto Gole, Enxalé, Xime e Bambadinca. Tudo mudará em novembro de 1969, com a inauguração do porto do Xime. Mas a circulação pelo Geba era vital para todos estes aquartelamentos, incluindo os do Leste, de Bafatá para cima.

Não mais voltei a Porto Gole, em 1990, 1991 e 2010 fui até Missirá por aquela estrada, com o alcatroamento já muito danificado, regressei a Enxalé e percorri todo o regulado do Cuor. Mas lembro-me que da estrada se via perfeitamente o monumento comemorativo à passagem de Diogo Gomes, em 1456. Deu-me pare recordar Porto Gole, acho que a fotografia tem o seu encanto com aquelas ondulações do arrozal e aqueles grupos de combate que não sabemos se vêm de uma operação ou para ela partem.

Porto Gole, 1971
Monumento alusivo à passagem de Diogo Gomes em 1456

Continuo a remexer nos maços de imagens que a D. Amélia tem na banca. Há mais fotografias da Guiné, são triviais, estou absolutamente convicto que na generalidade dos casos serviram para sossegar famílias, metem gente sorridente com cobras mortas, refeições e exibem-se cervejas, gente a ler aerogramas. É nisto que pego nesta segunda fotografia, diz enigmaticamente a caminho do Sambuiá, posso estar equivocado, mas iniludivelmente uma boa imagem com o rebentamento de uma morteirada, nunca vira até agora nada de parecido, um instantâneo tão violento. Enquanto olho demoradamente a fotografia, lembro as conversas que tenho tido com o Belmiro Tavares, que por ali andou, e que refere mesmo que numa operação a Sambuiá houve um desastre com uma equipa de morteiros, um acidente estúpido. Mais recentemente, numa carta do tenente Barbieri para o irmão ele refere uma operação no Sambuiá em tom perfeitamente crítico. Por ali passou Gérard Chaliand, um historiador das revoluções, em 1964, na companhia de Amílcar Cabral, passaram depois por Dugal e internaram-se no Morés. Acho que esta imagem nos faltava, valeu a pena ter começado a manhã de compras com estas duas imagens e a gratificação das recordações quem em mim as acompanha.
A caminho do Sambuiá, sem data
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Nota do editor

Último post da série de 24 de outubro de 2024 > Guiné 61/74 - P26074: (De) Caras (224): Maurício Saraiva, cofundador e instrutor dos Comandos do CTIG, cmdt do Gr Cmds Fantasmas - Parte II: Um dos momentos mais dramáticos que vivi, na sequência da terrível emboscada com mina A/C, em 28 de novembro de 1964, na estrada de Madina do Boé para Contabane, perto de Gobije (Antóno Pinto, ex-alf mil, Pirada, Madina do Boé e Béli, 1963/65)

Guiné 61/74 - P26205: (In)citações (269): Hoje, Dia de Acção de Graças, o Thanksgiving Day, nos EUA: que haja paz entre os homens (José Câmara)



1. Mensagem de ontem, quarta, 27/11/2024, 23:38, do nosso amigo e camarada José Câmara, daTabanca da Diáspora Lusófona:


Familiares, amigos, companheiros,

Amanhã, 5a. Feira, os EUA celebram a sua grande festa familiar, o Dia de Acção de Graças, o Thanksgiving Day. 

Se me permintem, convido-vos a participar comigo esta tradição que aprendi a viver e a repeitar. Tal como então haja Paz entre os Homens. Abraço do tamanho do mundo.

Haja saúde para todos vós e familiares.
Abraços e beijinhos.
JC


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Nota do editor:

Guiné 61/74 - P26204: Cem pesos, manga de patacão, pessoal ! (10): paguei o mesmo que o Carlos Vinhal, na viagem de férias, ao Porto, em meados de 1971 (Esc. 6430$00, o equivalente, a preços de hoje, a 1944 euros), mas... em três prestações (António Tavares, ex-fur mil, CCS/BCAÇ 2912, Galomaro, 1970/72)




O miraculoso bilhete da TAP que dava "direito" ao tão almejado mês de férias na metrópole...Bilhete de avião Bissau - Lisboa - Porto - Lisboa - Bissau, 1971

Foto (e legenda): © António Tavares (2015). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1.  Ainda a propósito do nosso sagrado mês de férias na metrópole (luxo que era só para alguns),  o nosso camarada António Tavares (ex-fur mil, CCS/BCAÇ 2912, Galomaro, 1970/72; vive na Foz, no Porto, e tem 74 referências no nosso blogue, estando cá desde 24/6/2009) já aqui lembrou (*) que:

(i) em 3 de agosto de 1971 levantou, na  conhecida Agência Correia, de Bissau, o bilhete de viagem na TAP que lhe custou a exorbitância de  6430$80, que era então o custo da  viagem Bissau-Lisboa - Porto -. Lisboa - Bissau (a mesma importância foi já aqui reportada pelo  nosso coeditor Carlos Vinha, equivalente a 1944 euros, a preços de hoje) (**);.

(ii) essa importància, vá lá, foi paga  em três prestações ("suaves"):
  • 4.430$80,  em 3 de agosto de 1971; 
  • 500$00,  em 22 de setembro de 1971;
  • 1.500$00, em 21 de outubro de 1971,
(iii) na cópia do bilhete (vd. imagem acima) consta uma taxa de aeroporto de 110$80;

(iv)  o escudo, na época,  era trocado, em Bissau, "com uma agiotagem de 10%.";

(vi) viajou a 4 de agosto de 1971 e regressou no dia 7 de setembro de 1971;

(vii) e ainda teve direito a um "saco de pernoita" (!);

(ix) ... "os camaradas mais atentos verificarão que acabei de pagar a totalidade das prestações depois da minha chegada de regresso ao CTIGuiné; porque o 'patacão'  não transbordava das algibeiras,  tinha de aproveitar todas as facilidades de pagamento autorizadas"

 (Ssleção, revisão / fixação de texto: LG)
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Notas do editor:

(*) Último poste da série > 7 de outubro de 2015 > Guiné 63/74 - P15216: O nosso querido mês de férias (18): Viagem Bissau-Lisboa-Porto-Lisboa-Bissau paga a prestações porque o patacão não transbordava das algibeiras (António Tavares)

(**) Último poste da série > 24 de novembro de 2024 > Guiné 61/74 - P26188: Cem pesos, manga de patacão, pessoal ! (9): uma viagem na TAP, de Bissau a Lisboa, em finais de 1970, custaria hoje c. 1450 euros (Valdemar Queiroz); uma viagem de férias (ida e volta), c. 1900 euros, em fevereiro de 1971 (Carlos Vinhal)

quarta-feira, 27 de novembro de 2024

Guiné 61/74 - P26203: Bom dia desde Bissau (Patrício Ribeiro) (44): Passeio à ilha de Orango Grande, com passagem por Bubaque - II ( e última) Parte

Foto nº 12  > Guiné-Bissau > Arquipélago Bolama - Bijagós > Viagem Bubaque - Orango > 23 de novembro de 2024 >  Ação de fiscalização aos pescadores dentro do Parque Nacional de Orango (1)


Foto nº 13  > Guiné-Bissau > Arquipélago Bolama - Bijagós > Viagem Bubaque - Orango > 23 de novembro de 2024 > Ação de fiscalização aos pescadores dentro do Parque Nacional de Orango (1)

Foto nº 14> Guiné-Bissau > Arquipélago Bolama - Bijagós >   Viagem Bubaque - Orango > 23 de novembro de 2024 >  Praia junto ao hotel (1)


Foto nº 15 > Guiné-Bissau > Arquipélago Bolama - Bijagós > Viagem Bubaque - Orango > 23 de novembro de 2024 >  Praia junto ao hotel (2)


Foto nº 16 > Guiné-Bissau > Arquipélago Bolama - Bijagós > Viagem Bubaque - Orango > 23 de novembro de 2024 >  Orango Parque Hotel

Foto nº 17 > Guiné-Bissau > Arquipélago Bolama - Bijagós >  Viagem Bubaque -Orango > 23 de novembro de 2024 >  Sede do Parque Nacional de Orango: Mural com mapa


Foto nº 18> Guiné-Bissau > Arquipélago Bolama - Bijagós > Viagem Bubaque - Orango > 23 de novembro de 2024 > O atual régulo de Orango e a sua mulher, que nos vieram fazer uma visita de cortesia...

 
Foto nº 19> Guiné-Bissau > Arquipélago Bolama - Bijagós > Viagem Bubaque . Orango > 23 de novembro de 2024 > O Patrício Ribeiro,de óculos escuros, e o régulo que vaio dar ínício à cerimómia do derrame de aguardente de cana no chão... 
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Foto nº 20 > Guiné-Bissau > Arquipélago Bolama - Bijagós > Viagem Bubaque - Orango > 23 de novembro de 2024 > ... "a pedir ao irá, que a nossa visita tenha sucesso. E por termos voltado com saúde, etc."



Foto nº > Foto nº 14> Guiné-Bissau > Arquipélago Bolama - Bijagós > Viagem Bubaque . Orango > 23 de novembro de 2024 >  

Foto nº 21 > Foto nº 14> Guiné-Bissau > Arquipélago Bolama - Bijagós > Viagem Bubaque . Orango > 23 de novembro de 2024 > Moranças da tabanca de Eticoga



 Foto nº 22 > Guiné-Bissau > Arquipélago Bolama - Bijagós > Viagem Bubaque - Orango > 23 de novembro de 2024 > As descendentes da Rainha Pampa... Nn tabanca existe um túmulo com objectos enterrados, em que só os regulos podem mexer. Uma delas faz-nos menção com a mão para não nos aproximarmo-nos mais...
 

Foto nº 22A > Guiné-Bissau > Arquipélago Bolama - Bijagós > Viagem Bubaque - Orango > 23 de novembro de 2024 >  Mesmo desfocada, a imagem dá para ver que a guardião do túmulo da rainha Pampa  náo quer nada com o fotógrafo.
 

Foto nº 23 > Guiné-Bissau > Arquipélago Bolama - Bijagós > Viagem Bubaque . Orango > 23 de novembro de 2024 > Núcleo museológico na sede do Parque: saia bijagó,  que as mulheres mais antigas ainda usam


 Foto nº 24 > Guiné-Bissau > Arquipélago Bolama - Bijagós > Viagem Bubaque . Orango > 23 de novembro de 2024 > Núcleo museológico na sede do Parque:  artesanato bijagó



Foto nº 25 > Guiné-Bissau > Arquipélago Bolama - Bijagós > Viagem Bubaque . Orango > 23 de novembro de 2024 > Núcleo museológico na sede do Parque:  utensílios bijagós



Foto nº 26 > Guiné-Bissau > Arquipélago Bolama - Bijagós > Viagem Bubaque - Orango > 23 de novembro de 2024 > Núcleo museológico na sede do Parque:  mais peças


Fotos (e legendas): © Patrício Ribeiro (2024). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Guiné-Bissau > Arquipélago Bolama -Bijagós > Ilha de Orango > 7 de outubro de 2008 > O Patrício Ribeiro no Orango Parque Hotel, na ilha mais atlântica da Guiné-Bissau, a 100 km de Bissau, ou seja, a 7 horas de canoa "nhominca", de Bissau..

Foto (e legenda): © Patrício Ribeiro (2008). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Parque Nacional de Orango, criado em 2000, com 1582 km2, cobrindo as ilhas de Orango, Menegue, Canogo, Imbone e Orangozinho. Um exytraordinária biodiversidade e paisagens únicas.

Imagem: Wikipedia (com a devida vénia...) 



1. Reportagem fotográfica que o nosso
Patrício Ribeiro fez, para nós,  nos passados dia 23  do corrente, na sua viagem a Orango: "Foi um passeio no último fim de semana.Viagem entre Bubaque e Orango, de bote rápido, do Parque Nacional de Orango".

Ele é o "nosso embaixador" na Guiné-Bissau, onde vive há quatro décadas. É um histórico do nosso blogue (está connosco desde 1 de junho de 2006)...Tem 170 referências. É autor da série "Bom dia desde Bissau" (iniciada em 3 de abril de 2017).

(Revisão / fixação de texto, edição das fotos: LG)

Guiné 61/74 - P26202: Historiografia da presença portuguesa em África (454): A Província da Guiné Portuguesa - Boletim Official do Governo da Província da Guiné Portuguesa, continuamos na companhia de Damasceno Isaac da Costa, 1886 (12) (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá, Finete e Bambadinca, 1968/70), com data de 4 de Setembro de 2024:

Queridos amigos,
Poderá ser entendido como um relato fastidioso, aquele a que se arrogou Damasceno Isaac da Costa que a propósito do estado de saúde da vila de Bissau em 1884 fala praticamente da Guiné por inteiro, o que vemos agora são referências ao estado do cemitério, à higiene da vila, à condição do pessoal de saúde militar e à sua própria alimentação. Recordo que todo este relatório veio a ser publicado pelos vários meses, uns parágrafos aqui outros acolá, apelo à compreensão do leitor quanto à consistência desta síntese, até porque durante a leitura destes textos apareciam dados curiosos, como é o caso que aqui se refere da população do presídio de Geba se manifestar agradecida pelos brilhantes resultados das 3 expedições do tenente Marques Geraldes, primeiro na margem direita do Geba, naquilo que no meu tempo correspondia aos regulados de Jaladu, Ganadu, Mansomini e Cuor, e depois atacando frontalmente as bases de onde saíam os homens de mão de Mussá Moló, Geraldes desbaratou as resistências.

Um abraço do
Mário



A Província da Guiné Portuguesa
Boletim Official do Governo da Província da Guiné Portuguesa, continuamos na companhia de Damasceno Isaac da Costa, 1886 (12)


Mário Beja Santos

Continuamos a dar a palavra a Damasceno Isaac da Costa e ao seu relatório de 1884 que o Boletim Official publicou com intermitências no ano de 1886. Ele refere-se agora aos cuidados higiénicos a ter nos cemitérios, e refere a seguir a saúde pública, elencando as posturas publicadas: proibido ter nas ruas couros podres ou outro qualquer objeto que exale mal cheiro; proibido criar porcos ou leitões dentro da casa de habitação, nos quintais ou pátios e igualmente proibido ter ou conservar porcos ou leitões amarrados ou presos na rua à porta de casa; é proibido deitar qualquer objeto dentro das fontes públicas que suje e estrague a água. Convém recordar que ele agora está focado na vila de Bissau, o que diz dos hospitais tem a ver com a vila. Existes duas enfermarias a funcionar numa casa particular arrendada pelo Governo e comenta:
“Todos os higienistas são unanimemente concordes em que, sendo os hospitais estabelecimentos insalubres de primeira ordem, devem ser situados pelo menos a 200 metros de distância da povoação, mas o de Bissau acha-se situado no centro da povoação. Os soldados da guarda de alfândega apresentam-se repetidas vezes embriagados; passando toda a noite a gritar e a cantar, tem dado lugar a que os doentes não tenham o sossego que o seu estado de saúde reclama. Pelos fundamentos que deixa apontados, julgo conveniente que com urgência seja o hospital removido para um local afastado da população.”

Tece um amargo comentário sobre o quadro de saúde da Província. Permita-me o leitor introduzir aqui uma nota um tanto desajustada e que se prende com a linguagem médica usada no tempo, este caso uso um dado apresentado pelo delegado de saúde em Bissau em julho de 1886 acerca de um tratamento a alguém que fora baleado:
“O acidente foi devido ao tiro de revólver, cujo projéctil, dirigindo-se de cima para baixo e de fora para dentro, depois de atravessar o braço esquerdo, foi afectar o lado correspondente do tórax. Aí, ao nível de uma das costelas, existia uma solução de continuidade que era a boca da entrada, sem se descobrir, em região alguma, a da saída da bala. Desta ferida escapava pouco sangue, porém uma abundante hemorragia tinha lugar por ambas as aberturas da extremidade lesada. Os sintomas manifestados pelo doente inculcavam estar o corpo impelido pela conflagração da pólvora, alojado na cavidade pélvica onde o doente acusava ímpetos de dor que, irradiando-se da ferida do peito, pareciam ir concentrar-se no púbis. Para sondar esta ferida, faltavam os indispensáveis meios, portanto não podia estabelecer-se um diagnóstico pronto e preciso. A consideração, porém, de que o projétil em consequência da diminuição da velocidade e da violência da acção que deveria ter experimentado durante o seu trajeto através do braço do ponto de partida até ao peito, não poderia vencer a resistência e elasticidade do osso, sugeriu a probabilidade de que a bala não teria obrado sobre a costela senão ricochete. E não tardou a ser confirmada estra presunção, pois que o ferido, após breves dias de tratamento, deixou o hospital com o restabelecimento das funções das partes ofendidas.”

Voltando a Damasceno Isaac da Costa, ele dá-nos um quadro de completa penúria do estado do hospital, a começar pela falta de instrumentos cirúrgicos. Passando para o tema das boticas, observa que existe uma do Governo que fornece medicamentos ao público, carece de várias reparações, ele tem apresentado pedidos à delegação de saúde, mas não houve qualquer providência. Analisa o serviço médico-militar e deixa os seguintes comentários:
“O soldado, esse homem, que sacrifica constantemente a sua vida, leva em Bissau uma vida cheia de privações, miséria e fadigas e esses grandes e poderosos inimigos com os quais luta incessantemente, conjuntamente com os que fornece o clima e as más condições higiénicas da vila, e geram as doenças que se manifestam no soldado. Ele anda em Bissau esfarrapado, sujo e descaço, salvo raríssimas exceções e expõe-se constantemente aos abrasadores raios solares e aos rigores da chuva.
Natural de Portugal, Angola ou Cabo Verde, o soldado em Bissau alimenta-se quase sempre de arroz e feijão-vermelho ou branco ordinários, por vezes de má qualidade e raras vezes de grão-de-bico ou de ervilha. As leguminosas, a cujo pertencem estes alimentos, à exceção do arroz, tem por base principal a fécula que se acha associada a variados princípios e as matérias extrativas e corantes em diferentes proporções. Estas leguminosas, pelas suas qualidades feculentas não fermentadas, conservam-se no estômago mais tempo do que qualquer alimento da mesma base e dão lugar nos intestinos à formação de uma grande quantidade de gases. O feijão vermelho produz menos peso no estômago e menos desenvolvimento de gás do que as outras variedades. O soldado europeu faz uso imoderado das frutas ácidas que abundam na ilha, o uso de fruta ácida excita o apetite, facilita a digestão, modera o calor e acalma a agitação. O soldado natural de Angola embriaga-se frequentes vezes, especialmente depois de receber o pré.”


O novo assunto tem a ver com o quadro das doenças. As que se observam constantemente são as febres palustres. “Os meses de junho a outubro são aqueles em que o alimento palustre ativa a sua força e determina a manifestação de febres intermitentes perniciosas, tifoides e biliosas hematúricas, quase sempre revestidas de gravidade.” E deixa a lembrança de que em alguns meses de 1878 e 1879 manifestou-se na vila de Bissau a febre tifoide com grande intensidade. Mais adiante descreve ao pormenor a febre biliosa hematúrica ou melanúrica, o sulfato de quinino, que é a base do tratamento das febres ordinárias, revela-se improfícuo e perigoso na febre biliosa hematúrica quando for administrado no começo da doença. "O importante é empregar agentes farmacodinâmicos destinados a simplificar a natureza primitiva da doença e depois o tratamento específico.”

Como os textos deste relatório andam aos saltos, volto atrás a outubro de 1886 quando se publica o fim da operação de Mussá Moló na região de Geba, é um documento assinado por figuras do presídio de Geba, cujo chefe era então o tenente Francisco António Marques Geraldes. Dirigem-se ao Governador dizendo que Geba fora oprimida sob o jugo de Mussá Moló, pagavam-se impostos onerosos, a população sofria vexames de toda a espécie, Mussá Moló ameaçava as fronteiras de Ganadu, os seus principais guerreiros atacavam com repetidas correrias todo o território à volta de Geba. Até então os chefes do presídio, nomeados uns após outros, não se atreviam a atacar o colosso. É então nomeado o tenente Geraldes que preparou uma expedição de 200 homens e atacou as tabancas do régulo de Mansomini, arrasando-as. De regresso a Geba organizou nova expedição e atacou todas as tabancas da margem direita do rio Geba, pondo em debandada os régulos, obrigando-os a saltar para a outra margem do rio. Era a primeira vez que um oficial levava a cabo tão temerária empresa. O tenente Geraldes arranjou nova expedição composta por Biafadas e atacou Mussá Moló, este perdeu todo o prestígio que dispunha na região. E a carta termina apelando a que o Governador graduasse no posto imediatamente superior o tenente Geraldes pelos serviços distintos que prestara.

Continuamos no ano de 1886 e na companhia do médico Damasceno Isaac da Costa, ele ainda tem muito para nos dizer, é um dos poucos motivos de interesse neste Boletim Official onde estão ausentes os grandes acontecimentos do ano. Por isso, aqui se ilustra com imagens do Boletim Official de 1887, nasceu em março o príncipe da Beira, D. Luís Filipe, haja festa, salvas de 21 tiros, a tropa em grande uniforme, liberdade para as praças que estiverem em pena correcional, dando por cumpridos os castigos.
Nomeação do governador interino, coronel Euzebio Catella do Valle, virá depois o contra-almirante Teixeira da Silva.
Em 24 de setembro de 1887, o Boletim Official da Província da Guiné publica texto que define a Guiné Portuguesa de acordo com a Convenção Luso-Francesa de 12 de maio de 1886.
Em 30 de maio, o Boletim Oficial informa que foi nomeado Governador o contra-almirante da Armada Real, Francisco Teixeira da Silva.
Cais de Bolama, imagem dos anos 1960, retirada do blogue Rumo a Fulacunda, com a devida vénia

(continua)
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Nota do editor

Último post da série de 20 de novembro de 2024 > Guiné 61/74 - P26172: Historiografia da presença portuguesa em África (453): A Província da Guiné Portuguesa - Boletim Official do Governo da Província da Guiné Portuguesa, continuamos na companhia de Damasceno Isaac da Costa, 1886 (11) (Mário Beja Santos)

Guiné 61/74 - P26201: Agenda cultural (873): Convite para a apresentação do livro Encruzilhadas no Império, de Paulo Cordeiro Salgado, dia 9 de Dezembro de 2024, pelas 18 horas, na UNICEPE, Praça de Carlos Alberto, 128 - Porto (Paulo Salgado)


1. Mensagem do nosso camarada Paulo Salgado (ex-Alf Mil Op Esp da CCAV 2721, Olossato e Nhacra, 1970/72), com data de hoje, 27 de Novembro de 2024:

Camarada Luís e demais coautores do nosso blogue.

Com um abraço de camarada, envio, em anexo, o convite para a apresentação do livro "Encruzilhadas do Império".

Comecei a escrever este livro durante a pandemia. Pelo meio escrevi outros, como oportunamente anunciei.

São mesmo encruzilhadas, pretendendo eu tirar das gavetas fundeiras o POVO, a "ARRAIA MIÚDA", que habitualmente os compêndios não contemplam, somente alguns estudiosos historiadores universitários. E de alguns frades, escravos e homens de bem, também de andarilhos por este Império se Império houve.

Este é o cartaz da apresentação no Porto no dia 9.12.24
Seguirá depois o cartaz de Lisboa - A25A - no dia 11.12.24

Paulo Salgado

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Nota do editor

Último post da série de 26 de novembro de 2024 > Guiné 61/74 - P26196: Agenda cultural (872): Convite, que nos chega através do António Graça de Abreu, para a 1ª Jornada de Tradução Chinês-Português, quinta, dia 28, às 11h00, na Universidade do Minho, Gualtar

Guiné 61/74 - P26200: In Memoriam (518): Lúcia Bayan († 26 de Novembro de 2024): Doutorada em Estudos Africanos e colaboradora do nosso Blogue em assuntos do Chão Felupe (Mário Beja Santos)

IN MEMORIAM

Doutora Lúcia Bayan (†24 de Novembro de 2024)


1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá, Finete e Bambadinca, 1968/70), com data de 14 de Agosto de 2023:

Queridos amigos,

O que me deslumbrava nesta investigadora era o entusiasmo que punha nas histórias que tinha vivido em território Felupe, onde fez tarimba para o seu doutoramento, que se realizou em 2023. Terá deixado um acervo impressionante de imagens, bom seria que um dia viessem a ser publicadas, algumas delas são verdadeiramente esplendentes, o que mais me impressiona é o entusiasmo que está por detrás da sua captação. 

Algumas das imagens que estão publicadas no blogue têm a ver com o sentido festivo do povo Felupe, e a Lúcia enriqueceu o nosso reportório com os marcos de fronteira, oxalá que a sua tese de doutoramento mereça o melhor acolhimento das instâncias universitárias guineenses e da comunicação social.

Um abraço do
Mário



Morreu Lúcia Bayan, nossa colaboradora, os Felupes estão de luto

Mário Beja Santos

Conheci a Lúcia quando, através do meu amigo Eduardo Costa Dias, ela pediu para falarmos sobre documentação do General Arnaldo Schulz, que estava em poder de uma sobrinha dele. Examinei a documentação, nada era desconhecido, salvo um conjunto de fotografias, para as quais sugeri destino, havendo uma delas pedido de autorização para ser publicada no nosso blogue, como aconteceu.

 Palavra puxa palavra, e íamos falando regularmente sobre o seu doutoramento, a sua paixão, temas da cultura Felupe. Doutorou-se, parecia ter a vida num trilho esplendente, e ontem o Eduardo Costa Dias deu-me a infausta notícia da sua partida. 

A Lúcia colaborou no nosso blogue, como hoje se relembra, um texto primoroso, imagens belíssimas de um povo que ela estudou in loco, há para ali imagens de grande significado, e não são só os marcos de fronteira. Levava os estudos africanos muito a sério, numa abrangência de etnologia, etnografia, antropologia, conhecimento histórico (e aqui estudava afincadamente os Djolas, ramo étnico onde avultam os Felupes).

Esta etnia, digo-o cheio de comoção, perdeu uma investigadora de grande mérito, a cultura luso-guineense fica mais pobre. E não voltaremos a ter o colorido das imagens que a Lúcia nos ofereceu, que tristeza. 

Junta-se a sua colaboração em texto e imagens um apontamento radiofónico sobre histórias que ela investigou e deu a conhecer tanto na Guiné-Bissau como em Portugal.

 Curvo-me respeitosamente perante a sua memória.

Ver colaboração no Blogue em:

15 de janeiro de 2020 > Guiné 61/74 - P20560: Antropologia (35): Djobel, uma tabanca vítima das alterações climáticas, por Lúcia Bayan (Mário Beja Santos / Lúcia Bayan)
e
22 de Janeiro de 2020 > Guiné 61/74 - P20584: Antropologia (36): As insígnias de autoridade dos Felupe e Marcos no Chão Felupe, por Lúcia Bayan (Mário Beja Santos / Lúcia Bayan)
Belíssimas fotos do Chão Felupe da autoria de Lúcia Bayan, publicadas no nosso Blogue

Link que contém a sua entrevista sobre a narrativa oral Felupe (Fumaça.pt) :

Foto com a devida vénia

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CV de Lúcia Bayan - Resumo

Doutorada em Estudos Africanos pelo ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa, mestre em Estudos Africanos pelo ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa e licenciada em Estudos Africanos pela Universidade de Lisboa.

- Entre 2011 e 2013 foi bolseira de investigação no Centro de Estudos Africanos do ISCTE-IUL no âmbito do projecto "Sociedades africanas face a dinâmicas globais: turbulências entre intervenções externas, migrações e insegurança alimentar" (PTDC/AFR/104597/2008).

- Entre 2013 e 2017 foi bolseira de Doutoramento FCT em Estudos Africanos (SFRH/BD/88278/2012) no Centro de Estudos Internacionais (CEI-IUL), onde desenvolveu uma tese intitulada Linguagens de poder, cadeias iniciáticas, identidade e coesão na sociedade Felupe (Guiné-Bissau).

- Em 2017, participou no projecto de recolha e edição de música tradicional infantil "I NO BALUR", fazendo pesquisa e recolha de música tradicional infantil na Guiné-Bissau.

- Desde 2009, tem desenvolvido trabalho de terreno continuado na Guiné-Bissau, centrado nas estruturas políticas da sociedade Felupe.

Principais áreas de interesse: as estruturas políticas tradicionais e organização social das sociedades rurais africanas.

Qualificações Académicas:

- ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa - Doutoramento Estudos Africanos - 2023

- ICS - Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa - Curso Livre O Estudo da Política em África: métodos, objectos e temas de investigação - 2017

- ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa - Curso Livre Documentário Etnográfico Interactivo - 2014

- ISCTE - Istituto Universitário de Lisboa - Portugal - Lisboa - Mestrado Estudos Africanos - 2010

- Universidade de Lisboa - Faculdade de Letras - Portugal - Lisboa - Licenciatura Estudos Africanos - 2007

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Nota do editor

Último post da série de 15 de novembro de 2024 > Guiné 61/74 - P26156: In Memoriam (517): José Manuel Amaral Soares (1945-2024), ex-fur mil sapador MA, CCS/BCAÇ 2852 (Bambadinca, 1968/70); morava em Caneças, Odivelas

Guiné 61/74 - P26199: Recortes de imprensa (140): "Navio doado por Portugal, batizado "Centenário de Amílcar Cabral", veio facilitar a ligação entre Bissau e o arquipélago dos Bijagós



Fotograma de vídeo da RTP África > Notícias >14 out, 2024, 15:57 > "Navio 'Centenário de Amílcar Cabral' doado por Portugal facilita a ligação entre Bissau e Bijagós" (com a devida vénia...)


1.  Com a devida vénia, transcreve-se parcialmente uma peça da Lusa, constante do portal RTP Madeira > Política 12 out, 2024, 21:03


Pronto a zarpar navio oferecido por Portugal às populações da Guiné-Bissau


O navio oferecido por Portugal à Guiné-Bissau foi hoje batizado (...).

O secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação de Portugal, Nuno Sampaio, entregou ao Presidente da República da Guiné-Bissau a chave da nova embarcação batizada com o nome “Centenário de Amilcar Cabral”, em homenagem ao líder histórico guineense.

O chefe de Estado agradeceu ao Governo português mais esta “demonstração clara da excelência das relações” entre os dois países e a concretização de um projeto que nasceu há dois anos e que ainda aguardará mais alguns dias para chegar a alto mar.

A perspetiva do Governo guineense, exposta na cerimónia de batismo pelo ministro dos Transportes, Marciano Silva Barbeiro, é de que as viagens entre Bissau e as ilhas comecem ainda durante o mês de outubro.(**)

O Governo português investiu mais de 2,5 milhões de euros na reparação e adaptação da embarcação com capacidade para transportar 340 passageiros e uma grua de carga de cinco toneladas, como explicou o secretário de Estado português.

O investimento foi suportado pelo Fundo Ambiental de Portugal e contou com o apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e a colaboração de outros parceiros internacionais, segundo o governante.

O novo navio irá evitar o recurso a pirogas e canoas, o meio de transporte marítimo mais usado pelas populações das ilhas Bijagós, e “permitir mais segurança”, assim como servirá o turismo, a deslocação de doentes ou o transporte de máquinas para a agricultura, disse ainda.

Nas águas do rio Geba, este navio “irá cimentar as condições de desenvolvimento da Guiné-Bissau”, considerou o governante português, salientando que permite a recolha de passageiros mesmo na ausência de cais, com uma lancha para embarque e desembarque de passageiros.

O ministro dos Transportes da Guiné-Bissau, Marciano Silva Barbeiro, realçou a necessidade da construção de pontões flutuantes em Bissau, Bolama e Bubaque e que o Governo guineense já solicitou apoio à União Europeia para este fim.

Para conseguir uma tarifa mais baixa para as populações, o governante guineense defende que uma parceria público-privada para assegurar o serviço. (...)

 O Presidente da República da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, anunciou que, além do novo navio, o país irá receber “nos próximos meses, 21 autocarros de Portugal”.

O chefe de Estado entende que a Guiné-Bissau irá precisar “de uma empresa gestora competente” e de indústria naval face aos novos avanços no sistema de mobilidade.(...)
 
Sissoco Embaló não tem dúvidas de que o dia de hoje “é um passo para vencer o isolamento entre a parte insular e continental” do país com 88 ilhas, 20 das quais habitadas, e cerca de dois milhões de habitantes.

O secretário de Estado português, Nuno Sampaio, assegurou “sempre apoio de Portugal à Guiné-Bissau” e anunciou que, em breve, vai ser assinado uma acordo para o desenvolvimento do das ilhas Bijagós

Portugal e a Guiné-Bissau têm um Programa Estratégico de Cooperação (PEC) em execução entre 2021 e 2025, que prevê um investimento de cerca de 60 milhões de euros no país da África Ocidental.


Lusa

(Seleção, revisão / fixação de texto, negritos: LG)

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Notas do editor:

(*) Último poste da série > 26 de setembro de 2023 > Guiné 61/74 - P24702: Recortes de Imprensa (139): Jornal "Voz da Guiné" (9): Reprodução das 3.ª e 4.ª páginas do número especial de 10 de Setembro de 1974 (Abílio Magro)

(**) Vd. poste 26 de novembro de 2024 > Guiné 61/74 - P26197: Bom dia desde Bissau (Patrício Ribeiro) (43): Passeio à ilha de Orango Grande, com passagem por Bubaque - Parte I

terça-feira, 26 de novembro de 2024

Guiné 61/74 - P26198: Facebook...ando (67): Joaquim Gregório Rocha, da CART 2715 / BART 2917 (Xime, 1970/72): participou na trágica Op Abencerragem Candente (25-26 de novembro de 1970), era do 4º pelotão (do fur mil Cunha, uma das vítimas mortais), vive em França e manifestou, há dois anos, interesse em integrar a Tabanca Grande



Joaquim Gregório Rocha > O antigo militar da CART 2715 / BART 2917, "Os Fantasmas do Xime"  (Xime, 1970/72)... Não sabemos nem o seu posto nem a sua especialidade: aqui é fotografado como apontador ou municiador de morteiro 60... 







Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2024)

Joaquim Gregório Rocha é emigrante,  de longa data... Vive em Onzain, Centre, France. Tem página no Facebook, e apenas duas ou três fotos da Guiné, Pertenceu à CART 2715 / BART 2917 (Xime, 1970/72).


1. Por onde param os camaradas da CART 2715 / BART 2917 (Xime, 1970/72) que, juntamente com a CCAÇ 12 (Bambadinca, 1969/71),  fizeram a Op Abencerragem Candente, no subsetor do Xime, em 25 e 26 de novembro de 1970 ? 

Uma operação de trágica memória, que se saldou por um dos maiores desastres das NT, naquele subsetor do sector L1 (Bambadinca), região de Bafatá, em toda a guerra: 6 mortes, 9 feridos graves, com sequelas tremendas no "moral" do pessoal da CART 2715 que, dentro de mês e meio, iria perder o seu comandante, evacuado para o HM 241, com baixa psiquiátrica, o cap art Vitor Manuel Amaro dos Santos (1944-2014) (membro da Tabanca Grande, nº 781, a título póstumo, entrado em 26/11/2018, 48 anos depois da  Op Abencerragem Candente,sobre a qual temos cerca de 3 dezenas de referências no nosso blogue).

Por onde param os "Fantasmas do Xime" ? 

2. Em 27/11/2022, 21:14.  recebemos uma mensagem, pelo formulário de contacto do Blogger, da parte do Joaquim Gregório Rocha:


(...) Obrigado.pelo teu poema, verdadeiro, passado perto da Ponta do Inglês. Eu fazia parte do 4º pelotão, o mesmo do malogrado furriel Cunha. Que descanse em paz. (...). Ia nessa operação. (...)

Caro amigo, gostava imenso de ser membro da Tabanca Grande. Eu estive no Xime de 70 a 72. (...)

Um grande abraço.

Joaquim Rocha Gregório | joaquimgregorio0@gmail.com (...)

 
3. Em 4/12/2022, 12:31, o nosso coeditor Carlos Vinhal mandou-lhe, em resposta, a seguinte mensagem:

Caro Joaquim Gregório:

Para te juntares à nossa tertúlia, manda-nos uma foto tua actual e outra do nosso tempo de Guiné, fardado, que permitam fazer fotos tipo passe para os nossos arquivos.

Queremos saber o teu posto, especialidade, Companhia e Batalhão (se for o caso), datas de ida e volta da Guiné, localidades por onde andaste, etc.

Podes, caso queiras, mandar-nos uma pequena história que te tenha marcado particularmente, com fotos legendadas, ou texto onde fales de ti para te conhecermos melhor. Caso queiras ver anunciado o teu aniversário, manda a tua data de nascimento para publicarmos o postalinho natalício.

Aqui podes inteirar-te dos objectivos do nosso blogue.

Ficamos na expectativa das tuas novas notícias. Em nome da tertúlia e dos editores em particular, deixo-te um abraço e votos de boa saúde.

O camarada e amigo
Carlos Vinhal


4. O Joaquim Gregório Rocha, com pena nossa, nunca nos chegou a responder. Mas as portas da Tabanca Grande continuam abertas. Sempre abertas. Para ele e para todos os camaradas da Guiné, onde quer que estejam, em Portugal ou na diáspora...

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Nota do editor:

Último poste da série > 12 de novembro de 2024 > Guiné 61/74 - P26144: Facebook...ando (66): Sessão de apresentação do livro de poesia "Na Penumbnra  da Memória, Vivèwnciuas da Guerra Colonial",  da autoria de José Luís Loureiro, levada a efeito no passado dia 9 de Novembro de 2024, no Casino da Figueira da Foz (Antero Santos, ex-Fur Mil Inf)