terça-feira, 2 de agosto de 2005

Guiné 63/74 - P133: O desastre de Cheche, na retirada de Madina do Boé (5 de Fevereiro de 1969) (Humberto Reis)

1. Este documento, que me chegou às mãos através do Humberto Reis, relata a dramática operação em que participou a CCAÇ 2405, sedeada em Galomaro, e pertencente ao BCAÇ 2852 (Bambadinca, 1968/70), operação essa que tinha em vista retirar as NT da posição insustentável de Madina do Boé, cercada pelo PAIGC (e depois ocupada logo a seguir, no mesmo dia, a 6 de Fevereiro de 1969, após a retirada das NT).

Recorde-se que a companhia que estava em Madina do Boé, há 13 meses, era a CCAÇ 1790, a mesma a que pertencia Gustavo Pimenta, o alferes miliciano que perdeu metade do seu pelotão nessa trágica retirada (ele é o autor do livro sairómeM - Guerra Colonial. Porto: Palimage Editores, 1999) [vd. post de 17 de Julho de 2005 > Guiné 69/71 - CIX: Antologia (7): Os bravos de Madina do Boé (CCAÇ 1790) ]

Em Cheche, já no regresso de Madina, pelas 9 da manhã do dia 6 de Fevereiro de 1969, as NT sofrem a perda de meia centenas de homens e grandes quantidades de material, quando a jangada que fazia a travessia do Rio Corubal se virou. Aparentemente, sem explicação (Já ouvi várias teorias sobre isso, mas essas especulações ficam para mais tarde...).

O desastre terá sido devido a excesso e desiquíbrio de peso. Iam na jangada mais de cem homens (4 grupos de combate mais a tripulação da embarcação), além de viaturas e outro equipamento. Dos que desapareceram, 17 pertenciam à companhia de Galomaro.

Esta operação foi uma das mais dramáticas que se desenrolaram no TO da Guiné, devido não só à pressão do IN (invisível mas sempre ubíquo como Deus) como a outros factores desfavoráveis para as NT (o calor, a falta de água, as condições do terreno, as terríveis abelhas da Guiné que estavam objectivamente ao serviço do PAIGC, as insónias, o stresse, a exaustão física e emocional...).

A minha experiência de operacional diz-me que mais do que dois dias no mato, naquelas terras, era humanamente impossível para um tuga. Andar a pé, no mato, ao sol, entre as 10 e as 16 horas, era uma loucura suicidária. As elevadas temperaturas, à sombra e ao sol, a par da humidade do ar, obrigavam à ingestão de elevadas quantidades de água. As rações de combate eram intragáveis e inadequadas às condições da guerra da Guiné. Apercebendo-se de que provocavam mais sede, os militares deixavam de as consumir. O risco de desidratação e de subnutrição aumentava. O abastecimento de água era sempre crítico e nunca estava garantido. Além disso, tínhamos mais medo das abelhas do que o diabo da cruz.

Nesse ano, no início da estação seca, iriam realizar-se grandes operações de limpeza, como a da Lança Afiada, já aqui descrita (vd. post de 31 de Julho de 2005 > Guiné 63/74 - CXXXI: As grandes operações de limpeza: Op Lança Afiada, Março de 1969) . Dizia-se em Bissau que o então brigadeiro Spínola queria acabar com a guerra em seis meses... O PAIGC percebeu que o homem grande de Bissau não era pera doce, que era um adversário de respeito, mas também não lhe deu tréguas...

O impacto negativo do desastre de Cheche no moral das nossas tropas foi enorme (É curioso que ainda hoje não se fala em Cheche, mas sim em Madina do Boé... Ora o desastre ocorreu justamente em Cheche, na travessia do Rio Corubal, com Madina já para trás...).

Lembro-me, quando ainda periquito, em Contuboel, ouvir os dramáticas relatos de camaradas mais velhos que participaram nesta complexa e vasta operação, a nível de agrupamento. No meu Diário de um Tuga, eu costumava comparar Madina do Boé a Dien Bien Phu, comandada pelo célebre general Giap, onde os franceses perderam a guerra do Vietname.

A comparação era um evidente exagero. Mas é um facto que em Madina do Boé, em 5 de Fevereiro de 1969, começava provavelmente o fim da guerra colonial na Guiné e do nosso império. Esta queda foi também simbólica. Para o PAIGC representou uma vitória retumbante. Não é por acaso que a proclamação unilateral da independência é feita em Madina do Boé, a 24 de Setembro de 1973. Mas deixemos isso para mais tarde e sobretudo para os historiadores...

O texto que se segue tem uma ou outra palavra ilegível. Foi feita a sua recuperação. Impresso a stencil há 35 anos, do documento foi feita uma fotocópia, fornecida ao Humberto Reis por um camarada da CCS do BCAÇ 2852.

Curiosamente, o autor do relatório da Op Mabeco (?), o comandante da CCAÇ 2405, não apresenta quais quer razões, técnicas, militares ou outras, para o afundamento da jangada, limitando-se a descrever, de maneira sucinta e factual, o desastre, como mandava o livro de estilo dos operacionais, nunca deixando que os seus sentimentos ou emoções interferissem com a capacidade de identificar e descrever os acontecimentos mais relevantes ocorridos durante uma operação.

No entatanto, o autor do relatório usa um advérbio de modo (espectacularmente) que me parece deslocado e que até pode chocar o leitor de hoje. O episódio é descrito assim, sucintamente, a seco, sem emoção, sem mais explicações. Por outro lado, neste relatório nada se diz sobre o que ocorreu com os outros destacamentos (já que houve mais baixas, de outras unidades, que iam na jangada):

"Durante a transposição do Corubal a jangada em que seguiam 4 Gr Comb, respectivos comandos e tripulação afundou-se espectacularmente (sic), acerca de um terço da largura do rio, provocando o desaparecimento de 17 militares do Dest F e grandes quantidades de material perdido”.

Era assim a linguagem de pau dos nossos relatórios de operações. No desastre do Corubal, em Cheche, morreram 47 militares portugueses. 47 ou 46, já vi várias versões. A imprensa da Metrópole, na época, deu grande destaque a essa notícia, não obstante a existência de censura (ou, como então se dizia, eufemisticamente, exame prévio).

O Humberto Reis, ao facultar cópia, em suporte digital, deste relatório à nossa tertúlia e ao decidir divulgá-la pela Internet, presta também a sua homenagem aos bravos de Cheche (e aos que resistiram, com coragem e galhardia, ao cerco de Madina do Boé).

Aliás, prestamos aqui, todos nós, a nossa sentida homenagem aos nossos camaradas da CCAÇ 2405 e de outras unidades, como a CCAÇ 1790, que pereceram em Cheche. A sua memória não poderia (nem nunca poderá) ser esquecida. Por razões éticas, omitimos o número mecanográfico dos militares que são referidos no relatório, e abreviamos o seu nome para não serem facilmente identificados. Gostaríamos, no entanto, que eles nos contactassem, se ainda forem vivos, como esperamos. Para o Humberto, por sua vez, vai aquele grande abraço! (L.G.) .


2. Extractos de: Guiné 68-70 . Bambadinca: Batalhão de Caçadores nº 2852. Documento policopiado. 30 de Abril de 1970. c. 200 pp. Classificação: Reservado. Cap. II. 36-38.


Ilustração do cabeçalho do capítulo II, da História do BCAÇ 2852. Documento gentilmente disponibilizado pelo Nova Lamego por volta das 1.30h do mesmo dia, sem qualquer novidade.

Aqui fizeram-se os preparativos finais da organização da coluna que partiu às 5.30h do dia 2 [D]. Abre [o autor do relatório] um parêntesis para discordar do pormenor da organização da coluna: os meus condutores e mecânicos tiveram que conduzir e dar assistência técnica a viaturas que não lhe pertenciam e das quais desconheciam as mazelas.

Daqui resultaram perdas de tempo inúteis e uma tremenda confusão resultante do facto de os atiradores terem guardado parte dos seus haveres e utensílios militares em viaturas que supunham pertencer às unidades e que, sem que se saiba porquê, foram trabalhar para unidades diferentes.

A coluna saiu de Nova Lamego para Cajadude [vd mapa local de Cheche] com o pessoal totalmente embarcado e atingiu-se esta povoação por volta das 9.00h sem qualquer problema.

A partir de Cajadude a coluna progrediu com guardas de flancos tendo o Dest F colaborado na guarda da rectaguarda da coluna fazendo uma progressão apeada que não estava prevista.

Atingiu-se o Cheche por volta das 17.00h (sempre com uma cobertura aérea excelente). Imediatamente os Dest D e F fizeram a transposição do [Rio] Corubal e foram ocupar as posições estratégicas previstas.

Já escurecia e o Dest D levava 1 minuto de avanço sobre o Dest F. Subitamente o 1º Pel[otão] revelou achar estranho algo que se passava à nossa direita, parecendo-lhes ter visto elementos estranhos. Por outro lado o guia assegurou tratar-se de turras pelo que a Companhia tomou posições de combate, lançando-se ao solo e imobilizando-se.

Seguiram-se [dois disparos rápidos ? ilegível] de morteiro (os clarões foram facilmente visíveis quando as granadas saíram à boca da arma). Foram tiros curtos na direcção sudoeste, e os rebentamentos deram-se próximo do local que o Dest F iria ocupar daí a momentos.

O IN não voltou a manifestar-se mas obrigou-nos a uma vigilância nocturna permanente e a uma mudança de posição por volta das 23.00h. Às 20.00h ouviram-se na direcção oeste dois tiros que me pareceram de arma nossa fazendo fogo de reconhecimento.

Pelas 5.30h [do dia 3, D + 1] mandou-se um Pelotão a Cheche buscar um Pelotão do Dest E que fazia guarda imediata às viaturas e que eu devia levar até Madina. Pelas 6.30h dirigi-me à zona do Dest E onde se organizou a coluna com o Dest F à frente e uma guarda de flanco avançada e o Dest D atrás igualmente com guarda de flanco.

Iniciei o movimento guiado com carta e bússola porque a marcha foi feita a cerca de 200 metros (mínimo) da estrada. O meu objectivo era surpreender o IN pela rectaguarda tanto mais que os aviões me anunciaram haver possibilidade de sermos emboscados. Cerca 1000 [10.00h ] o Dest F sofreu um violento ataque de abelhas e teve que recuar cerca de um quilómetro para se reorganizar de novo.

Um soldado, em consequência, ficou imediatamente fora de acção. Foi pedida a respectiva evacuação bem como a de outro soldado que apresentava sintomas de insolação. As evacuações fizeram-se para Nova Lamego dos 1ºs cabos (…) Carlos G. Machado, (…) Agostinho R. Sousa, e dos soldados (…) José A. M. S. Ferreira, (…) Manuel N. Parracho, (…) Benjamim D. Lopes, (…) Fernando A. Tavares, (…) Cândido F. S. Abreu, (…) SAntónio S. Moreira e, para Bissau, O 1º CABO (…) Adérito S. Loureiro. O héli desceu mais tarde para reabastecer o pessoal de água.

Reiniciada a marcha, sofremos segundo ataque de abelhas que inutilizaram mais uma praça para quem teve de ser pedida mova evacuação. Entretanto. Eram 14.30h, e mais 2 soldados, esgotada a sua provisão de água, apresentavam sintomas de insolação. Foram evacuados conjuntamente com 2 praças do Dest D que apresentavam sintomas semelhantes (vómitos, intensa palidez, olhos dilatados, respiração frenética).

O Dest D passou para a frente e reinicou-se a marcha, sempre fora da estrada até à recta que leva a Madina. Nada mais se passou além do sofrimento intenso das tropas por via do calor. O DEst D foi reabastecido de água. Atingimos Madina por volta das 19.00h desligados do Dest D que prosseguiu a sua marcha quando [eu tive? ilegível] que parar para reajustar o dispositivo e tratar os mais debilitados (4 praças e 1 furriel).

Houve descanso em Madina e tomou-se uma refeição quente. No dia 4 (D + 2) o Dest F dirigiu-se para [T … Cumbera ?, ilegível] ocupando a posição 3 que atingiu sem dificuldade por volta das 11.00h. Alternadamente ocupou-se as posições 3 e 4 de acordo com o plano.

Em D + 3 [5 de Fevereiro de 1969] por volta das 7.30h recebemos ordens do PCV [Posto de Comando Volante] para a abandonar a nossa posição e seguir ao encontro da coluna. Uma hora depois atingimos o campo de aviação de Madina onde fomos reabastecidos de água e r/c [rações de combate].

Pelas 9.00h a coluna pôs-se em movimento e meia hora depois 4 carros da rectaguarda tiveram um acidente. Não obstante, a coluna prosseguiu e o pessoal do Dest F mais os mecânicos resolveram a dificuldade.

Entretanto, o final da coluna pôs-se em movimento acelerado para apanhar as viaturas da frente e deixaram a guarda da rectaguarda isolada no mato, num momento particularmente difícil em que precisávamos evacuar 2 soldados vencidos pelo esgotamento físico e nervoso (2 noites seguidas sem dormir, ataque de abelhas em D +1, intenso calor). O Comandante da coluna ordenou que se fizesse a evacuação e o reabastecimento de água.

Feitos estes, iniciou-se a marcha e abreve trecho tomámos contacto com a coluna e tudo correu normalmente até ao Cheche. A cobertura aérea pareceu-me impecável. Próximo de Cheche recebi ordens para ocupar a posição que ocupara que tivera em D / D+1 porque o Exmo. Comandante da Operação entendeu dever poupar alguns quilómetros ao Dest F e D, bastante atingidos pela dureza dos respectivos percursos.

Essa foi a razão porque não transpus o [Rio] Corubal em D + 3 [ 5 de Fevereiro] só o vindo a fazer em D + 4 [6 de Fevereiro] por volta das 9.00h. O IN continua sem se manifestar (ou sem se poder manifestar).

Durante a transposição do Corubal a jangada em que seguiam 4 Gr Comb, respectivos comandos e tripulação afundou-se espectacularmente acerca de um terço da largura do rio, provocando o desaparecimento de 17 militares do Dest F e grandes quantidades de material perdido.

Por voltas das 10.00h de D+ 4 [6 de Fevereiro] saímos de Cheche para Cajadude [vd. mapa local de Cheche] que atingimos por volta das 16.30h com o pessoal deste Dest embarcado. Descansou-se e em D + 5 [7 de Fevereiro] às primeiras horas a coluna pôs-se em movimento para Nova Lamego que foi atingida por volta das 11.00h. Às 12.00h as tropas ouviram uma mensagem do Exmo. Comandante-Chefe que se deslocou propositadamente para a fazer.

Permaneci em Nova Lamego para organizar a coluna do dia seguinte. Às primeiras horas de D + 6 [8 de Fevereiro] iniciei o movimento para Galomaro onde cheguei cerca das 10.30h.

6 comentários:

1º cabo Rodrigues disse...

amigos a camaradas, volto a recordar os relatorios por mim dactilografados, quer antes como depois da op lança afiada, a forma como o spinola chegou ao CAGRUP 2957-bafata. o coronel helio felgas com barba de oito dias e a chorar, bem lagrimas nos olhos a descrever o que se tinha passado no final da op lança afiada via-se no rosto a magoa de dor do mal sucedido no seu sucesso de regregro viturioso da LANÇA AFIADA, pensada, escrita, dactilografada (por mim) 1ºCabo Escriturario sec. op. inf. CAGRUP 2957 bafata...

1º cabo Rodrigues disse...

vou ficar à espera dos restantes companheiros de luta, como seja Alferes Costa, Furriel Gervasio, Cabo Gomes de V.Real, o Fraga, o Caldas, Major Pedrosa, Major Saraiva, Alferes Torres, e tantos tantos outros, bem talvez nao saibam que hoje existe internet, computadores, ou entao estao alheados destas coisas e ja lhe passou a guerra ao lado? sim talvez...

Sílvia disse...

Olá, o meu nome é Silvia Claudino, tenho 26 anos. Infelizmente o Rio Corubal tirou-me um tio que nunca pude conhecer. O seu nome era José Antunes Claudino e pertenceu à CCaç 2405.
Tebto a todo o esforço saber cada vez mais acerca do meu tio, da Guiné e acreca desta retirada que, ao passarem pelo Corubal, tirou tantas vidas novas, vidas essas que ainda tinham uma outra vida pela frente, a possibilidade de serem felizes. Peço por tudo para me enviarem mais informações ou até mesmo fotografias, pois só assim o posso conhecer. Obrigado, de coração.

Sílvia Mónica Castanho Claudino
Rua Paulino da Cunha e Silva, 423 2000-369 Alcanhões
silvia_claudino07@hotmail.com

Mário Agostinho disse...

Mais uma vez num curto espaço de tempo a emoção foi grande,desta vez pelo comentário da Silvia com o seu pedido para conhecer o Tio Zé Claudino meu amigo da Terra onde nascemos Alcanhões. Silvia não me conheces nem eu a ti, no entanto sou amigo do Eduardo e do Daniel, peço desculpas mas tambem não sei qual deles é o teu Pai, eu sou conhecido pelo Márito, e quiz o destino que devido a eu ser um amantes do tema Guerra Clonial, e encontrando-me a ler As Grandes Operações da Guerra Clonial uma delas a Retirada de Madina do Boé, mais concretamente a travessia do Corubal, local onde faleceu o teu Tio, aqui lhe presto a ele e a todos que faleceram na Guerra Clonial a minha singela homenagem. Peço a todos que leiam este comentário que ajudem a Silvia no seu pedido, pela minha parte vou de imediato contactar a Silvia para também a ajudar no que ela precisar. Ao escrever este comentário peço também a todos que a maior homenagem que poderemos dar aso Militares Portugueses falecidos na Guerra Clonial e que ainda se encontram sepultados em Terras de Africa será trazer os seus restos mortais para Portugal para as suas Terras que os viram nascer e que deveria vê-los morrer, mas não aconteceu assim e por isso aqui apelo a todos os Responsáveis que de uma vez por todos resolvam esta situação, já vai sendo tempo de fazer rebressar os seus restos mortais à sua Pária, da minha parte ofereco-me para qualquer acção que leve ao regresso de todos os EX. COMBATENTES que se encontram sepultados naquelas terras de Africa. Um forte abraço a todos os EX. COMBATENTES.
Mário Manuel V. B. Agostinho - Furriel Miliciano - Angola 72/74
mb.agostinho@hotmail.com
934 808 319

Anonymous disse...

Olá, o meu nome é Sílvia Claudino, e venho por este meio pedir o contacto de um camarada (ou sua família) do meu tio que esteve com ele na guerra do Ultramar. O meu tio era o enfermeiro cabo José Antunes Claudino CCaç 2405 que faleceu no rio Corubal no desastre de Che Che. O camarada que esteve com o meu tio no mesmo rio, mas que graças a Deus conseguiu salvar-se, chama-se Luís Antunes, é só o que sei.

Peço para que me ajudem a encontrar este senhor ou sua família, pois gostava de saber um pouco mais acerca do mei tio, e de poder ver fotos que este senhor diz ter e que pode partilhar connosco. Sei tudo isto porque após o acidente ele escreveu uma carta aos meus avós a contar o que aconteceu e que estaria disponível caso precisassemos de informações.

Obrigado pela compreensão
fico a aguardar

Sílvia Claudino
916442831
Casal Da Palmeira, Outeiro de Fora SN 2000-491 Pernes

sonia antunes disse...

Sílvia Claudino irei entrar em contacto consigo, penso que se deve estar a referir ao meu pai, na altura era o cabo enfermeiro Luís Antunes, (de Torres Vedras) que pertencia ao batalhão n.º2852 e companhia CCaç 2405. Com ele estavam também os enfermeiros António Sousa e José Antunes Claudino (seu tio).O meu pai tem efectivamente fotografias, inclusive um diário onde relatava todos os terríveis dias da sua vida de combatente. Lembro-me de ele falar tb do Furriel Ribas e do alferres Paulo Cardoso assim como de outros colegas.