João Tunes, ex-alferes de transmissões, é o segundo da esquerda, de costas e de quico na cabeça, abraçando um camarada (talvez o médico ou o capelão) ...
A camaradagem e a cumplicidade entre milicianos foram fundamentais para a sua sobrevivência (física e mental) no teatro de operações da Guiné. Davam-lhes força para enfrentar oficiais fascistas e incompetentes como aquele que puniu o nosso camarada e amigo com um dia de prisão, agravada para três, por ordem do Com-Chefe.
© João Tunes (2005):
Texto do João Tunes:
Camarada João Varanda,
Parabéns pelo excelente texto sobre os "quatro oficiais" assassinados no Pelundo (1). Julgo até que adianta bastante nos dados históricos sobre a guerra na Guiné. Embora não concorde integralmente com o modo decisivo como dás como adquirido que, com o eventual sucesso no chão manjaco, a guerra podia estar ganha.
Julgo que a norte, poderia haver uma mudança importante na correlação de forças, mas parece-me voluntarista demais dizer-se que o PAIGC, com a entrega de um bigrupo, ia cair como um baralho de cartas. E no sul e leste? Sobretudo no "reino do Nino" como se ia dar a volta? Evidentemente que a zona de penetração a partir do Senegal era a mais fácil de conter, pois Sengor sempre jogou com um pau de dois bicos. Mas por onde o PAIGC penetrava a partir da Guiné-Conacry, a música era e seria sempre bem diferente. Enfim, nestas coisas, impossível é haver unanimidade. Mas, repito, o teu texto é um documento valiosíssimo. Parabéns.
Obrigado por finalmente teres avivado a minha memória, lembrando-me o número do meu Batalhão do Pelundo. É isso, BCAÇ 2884, sob comando desse Tenente-Coronel de pacotilha Romão Loureiro (antes da Guiné, o tipo havia feito a maior parte da sua carreira "militar" na União Nacional, tendo chegado a Presidente da Câmara de Viseu... e foi fazer aquela comissão para poder ascender a Coronel, mas [...] sabia tanto de guerra como eu sei da cultura de alcagoitas)(2).
Abraços.
João Tunes
______
Notas de L.G.
(1) Vd. post de João Varanda, de 26 de Novembro de 2005 > Guiné 63/74 - CCCXIII: A morte de três majores e de um alferes no chão manjaco
(2) Sobre este militar de opereta, vd. o retrato (de antologia!) que lhe faz o João Tunes no seu blogue Bota Acima > Abril 7, 2004 > Jogo de Cartas. É uma peça (fundamental) para se compreender a prepotência, a incompetência e a arrogância de alguns (não sei se muitos) oficiais superiores que conhecemos no teatro de operações da Guiné (eu conheci!) e que muito terão contribuído para precipitar o fim da guerra... De facto, o mérito não foi só do PAIGC!
Obrigado por finalmente teres avivado a minha memória, lembrando-me o número do meu Batalhão do Pelundo. É isso, BCAÇ 2884, sob comando desse Tenente-Coronel de pacotilha Romão Loureiro (antes da Guiné, o tipo havia feito a maior parte da sua carreira "militar" na União Nacional, tendo chegado a Presidente da Câmara de Viseu... e foi fazer aquela comissão para poder ascender a Coronel, mas [...] sabia tanto de guerra como eu sei da cultura de alcagoitas)(2).
Abraços.
João Tunes
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Notas de L.G.
(1) Vd. post de João Varanda, de 26 de Novembro de 2005 > Guiné 63/74 - CCCXIII: A morte de três majores e de um alferes no chão manjaco
(2) Sobre este militar de opereta, vd. o retrato (de antologia!) que lhe faz o João Tunes no seu blogue Bota Acima > Abril 7, 2004 > Jogo de Cartas. É uma peça (fundamental) para se compreender a prepotência, a incompetência e a arrogância de alguns (não sei se muitos) oficiais superiores que conhecemos no teatro de operações da Guiné (eu conheci!) e que muito terão contribuído para precipitar o fim da guerra... De facto, o mérito não foi só do PAIGC!
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