1. Mensagem do Afonso Sousa:
Caros amigos:
Este mail/informação do A. Marques Lopes (inserido no Post P2116) (1) não sei se visa contestar a informação do livro da CECA sobre os "mortos na Guiné" ou a informação que transmiti ao Júlio Pinto (Post P2115 - ponto 4) (2).
O furriel Jorge Duarte (CCAÇ 797) estava na margem do Bissilon (afluente do Rio Louvado) quando o furriel Júlio Lemos tomou a iniciativa (precipitada) de tentar a travessia a nado. É, logicamente, uma fonte fidedigna.
Nesta informação, veiculada pelo António M. Lopes, há uma falta de exactidão e uma verdade: "ferimentos em combate" e "corpo não recuperado".
Sabemos que os relatórios de actividade operacional enfermam de inexactidões. São documentos escritos à distância, por vezes, com a utilização de um narrador e com o uso frequente de estereotipos de linguagem. No caso presente, não seria muito aconselhável que o redactor escrevesse a verdade... então há que escrever "ferimentos em combate".
Ainda no passado Domingo estive a falar (via telefone) com um ex-2º sargento que, numa terrível emboscada, sofreu traumatismo craniano e um joelho fortemente atingido. Foi imediatamente evacuado de helicóptero para Bissau. O relatório de actividades do Batalhão (a que estava adstrito) refere-o como evacuado no dia seguinte, juntamente com outros 5 elementos. Portanto, aqui está mais um exemplo da tal falta de exactidão que os relatórios, por vezes, comportam.
Um abraço
Afonso Sousa
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Notas dos editores:
(1) Vd. post de 18 de Setembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2116: Fur Mil Júlio Lemos, da CCAÇ 797, morto em Rio Louvado, por ferimentos em combate (A.Marques Lopes)
(2) Vd. post de 18 de Setembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2115: Em busca de...(12): Notícias do desaparecimento de Júlio Lemos, ex-Fur Mil da CCAÇ 797, Tite, 1965/67 (Júlio Pinto)
Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
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