sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Guiné 63/74 – P7190: Controvérsias (106): Venho aqui para vos dizer que estou vivo! (António Matos)


1. O nosso camarada António Matos, ex-Alf Mil Minas e Armadilhas da CCAÇ 2790, Bula, 1970/72, enviou-nos, em 29 de Outubro de 2010, a seguinte mensagem:
Camaradas,
Este é um curto intervalo na minha ausência e anexo este pequeno texto de "Olá, tudo bem?".
Venho aqui para vos dizer que estou vivo!
Não, não me venho apresentar batendo os calcanhares pois esses, coitados, têm-se aguentado é certo, mas precisam de carinhos e até os deixo arrastar de vez em quando pela calçada para não os forçar na colaboração que prestam aos dedos na acção de levantarem os sapatos...
Também não me porei em sentido, de peito feito, com a gravata entre o 2º e o 3º botão da camisa uma vez que já estou um tanto pitosga para depois pegar na agulha e na linha e voltar a pregá-los por terem disparado como balas perante tão ilustre assembleia de barrigudos...
Não cortarei as barbas por estas não estarem de acordo com os regulamentos em vigor...
Não usarei a boina uma vez que a troquei pelo palhinhas...
Não falarei da África, daquela África que foi minha durante 2 anos, onde deixei muito do que de melhor tinha, em prol da libertação do que quer que fosse porque hoje me entristece verificar que se transformou num ponto negro (passe o pleonasmo) da convivência multi-étnica, que não me entusiasma, que me fartou com o espectro da morte, da droga, da degradação generalizada...
Sim, venho aqui para vos dizer que estou vivo!
Venho aqui para mandar um abraço a todos aqueles que ao longo de uns anos me habituei a reflectir sobre as suas reflexões, concordando ou discordando dos respectivos pontos de vista!
Vim aqui para folhear um pouco o blogue e ver que os primeiros postes são, calcule-se!!, sobre Gadamael!
Vim aqui para me certificar que continuam a haver problemas mal resolvidos, quiçá traumas pós-traumáticos que se confundem muitas vezes com protagonismos exacerbados!
Vim aqui e descobri mais um belo naco de prosa na sua capacidade narrativa do Luís Faria!
Vim aqui para me certificar que vocês estão todos muito mais novos do que há um ano atrás o que prova que o sossego que vos possa ter dado foi frutuoso!
Talvez volte por estes lados mais amiudadas vezes mas reconheço que neste momento tenho as minhas atenções mais concentradas na vida nacional quando este ano quintuplicou o número de pessoas a recorrer aos bancos alimentares!
Talvez volte por estes lados mais amiudadas vezes pois o número de entradas ultrapassou os 2 milhões que,  sendo menos do que o nosso défice, já é uma meta bonita!
Por tudo isto, aqui vos deixo um abraço na expectativa de ser postado tão rapidamente quanto possível.
Oxalá.

António Matos
_________

Nota de MR:

Vd. poste anterior desta série em:

17 de Outubro de 2010 > Guiné 63/74 – P7139: Controvérsias (105): Sensatez e rigor no nosso blogue (Mário Gualter Rodrigues Pinto)

12 comentários:

Anónimo disse...

Olá, António Matos!

Cumprimentos e bom regresso, porque, ao que parece (pelo texto), há vontade e força.
Albert Branquinho

Anónimo disse...

Caro António Matos.

Antes de mais saúdo o teu regresso à escrita porque na minha opinião os teus textos são de qualidade e fazem reflectir.

Quanto a este espero que não partas novamente para o exílio, e quanto a Gadamael, é Gadamael (digo eu).

Um abraço

Manuel Marinho

Anónimo disse...

Meu nome é Octavio Martins fiz parte do Batalhão 2857 Companhia 2438 e gostaria que me inforassem o email do capitão Veiga Vaz e de Vasco Fiqueiredo Martins. Não conhecia este Blog e ao visitá-lo me despertou a vontade de contactar ex-companheiros.
Moro no Brasil ha 40 anos e gostaria muito de rever nossa historia.
octavio@convencional.com.br
Saudações Cariocas

José Marcelino Martins disse...

Caro António Matos ...

... venho aqui só para rectribuir o teu abraço!

Jorge Fontinha disse...

Olá Matos.
Folgo que reapareças e que escrevas como sempre fizeste.Com a honestidade intelectual que te caracteriza e com os bons temas que retratas.Fico de certo modo radiante que o meu aniversário te tenha feito regressar...

Aquele abraço.

Jorge Fontinha

Juvenal Amado disse...

Caro António Matos

Já tinha perguntado a mim próprio o que seria de ti.
Folgo por saber que te encontras bem e com vontade de fazer frente ao que aí vem.
Não fossemos nós um pais de resistentes a nossa sobrevivência seria posta em causa.
Um abraço

Juvenal Amado

Anónimo disse...

Caro Camarada. Näo säo só as boas gargalhadas que prolongam a vida.Umas boas,e constructivas,"contro/vérsias",quando por ti escritas....também.Até na exótica Lapónia se seniu a falta da tua colaboracäo no blog. Um abraco.

Anónimo disse...

Além de gostar e ficar desde já à espera para poder voltar a ler o que escreveres, retribuo com igual abraço.
BSardinha

Anónimo disse...

Caro António Matos

Não quero deixar de retribuir o teu abraço e concordando contigo que, por cá isto vai mal, mesmo assim espero que vás dando um pouco do teu rempo para uns comentários e mais uns escritos, a que nos habituáste.
Fazes falta, não como dizia a letra duma canção "para animar a malta", mas sim, para enriquecer o Blogue.

Abraço
Jorge Picado

Joaquim Mexia Alves disse...

Ora como se costuma dizer no nosso Portugal: "quem é vivo sempre aparece"!

Então aqui fica o abraço camarigo de bom regresso

Luis Faria disse...

Olá Matos

Chegado há umas horas de uma volta de dois dias por terras da Peneda, Laboreiro e Soajo - que me cochicharam a nossa pequenez e me elevaram a Alma para o Criador de tão impares e esplendorosas paisagens, em que a chuva diluviana fez salientar toda uma sua faceta diferente, de beleza agreste, chorada com dezenas de rios frescos de lágrimas escorrendo pelos alcantilados – fico muito satisfeito por constatar que virás a reocupar o teu espaço que, como o de outros, faz falta por estas”bandas”. É bom, muito bom !
Fico pois à espera!
Um abraço
Luís Faria

António Matos disse...

Caramba, malta !
Fiquei com os pêlos eriçados ao ler estes vossos comentários !!!
Julgo-os, honestamente, exagerados mas reconfortantes !
Abrações!
António