Capa e contracapa do livro do José Saúde, que vai ser lanaçdo no dia 8 de Junho de 2013
1. Aproveitando a realização do VIII Encontro Nacional da nossa Tabanca Grande, em Monte Real, 8 de junho, o nosso camarada e tabanqueiro José Saúde vai lançar a sua 5ª obra, Guiné-Bissau: As minhas memórias de Gabu, 1973/74. Segundo o autor, "é uma narrativa de um furriel miliciano ranger que cruzou a guerra com a paz". O prefácio é do Luís Graça. O liovro já está na gráfica. A editora é de Beja - CCA Cooperativa Cultural Alentejana. A gráfica é a BejaGráfica, "sendo que não posso, por enquanto, precisar os locais de venda".
O preço é de 10 euros.. Depois de “Glórias do passado", volumes I e II (livros que relatam a evolução do futebol na AF Beja ao longo do Séc. XX), “AVC na primeira pessooa" e “O trilho”, este é o 5º livro do autor. Publica.se a seguir o texto que ele nos mandou hoje:
2. Uma viagem pelas recordações guineenses
por José Saúde
Levou, logicamente, o seu tempo. Contudo, a força interior que permanece incólume no meu ego é superior a eventuais adversidades que teimam, a espaços, atormentar o meu normal quotidiano que por vezes não se apresenta fácil. Confesso que, amiúde, sinto o cheiro de uma nostalgia enorme que teima em dar-me forças para seguir a realidade num caminho sempre imaginado e jamais terminado. Estou cá e grito bem alto com um timbre de voz acalorado: PRESENTE!
O tempo, porém, fez o favor de me carimbar com um famigerado AVC quando o meu BI sinalizava 55 risonhas primaveras. É verdade que a maldita doença, que leva quase 7 anos (madrugada do dia 27 de julho de 2006), tentou arrastar-me desta vida terrena, mas fui mais forte, dei-lhe a volta e consegui redescobrir capacidades, talvez escondidas, que fortaleceram outras substancialmente por mim já conhecidas mas armazenadas no baú da saudade. Ficou a certeza de que nunca joguei “a toalha ao chão” e acreditei, incessantemente, num amanhã melhor.
Na tela do meu passado existem fatores que determinam a minha enorme vontade para um caminhar seguro neste cosmos terrestre. Militarmente falando, porque é disso que exatamente se trata, fui e serei eternamente um RANGER que prestei a minha comissão (13 meses) na Guiné. A Revolução dos Cravos – 25 abril de 1974 – antecipou o meu (nosso) regresso a terras lusitanas.
Na Guiné cruzei a guerra com a paz. Assisti a momentos dolorosos. Vivi tempos inesquecíveis. Tempos em que o conflito da guerrilha traçava horizontes deveras nebulosos. Momentos de uma permanente incerteza. Todavia, no palanque da guerra outros motivos me sussurravam aos ouvidos e me alertavam, também, para os fatores humanos visivelmente por mim observados.
Compreendi, afinal, que para além dos sons infernais emitidos pelos convencionais armamentos utilizados no palco da guerrilha, razões houve, e foram muitas, que não caíram definitivamente no limbo das trevas. Em meu entender a análise sucinta feita, e falo na primeira pessoa, levou-me a concluir que as imagens constatadas eram, apenas, montras onde o conflito no terreno camuflava, julgo, outros contratempos.
Neste contexto, procurei trazer à narrativa temáticas que nos foram comuns, mas raramente colocadas à estampa, sabendo-se, no entanto, que a nossa vivência guineense foi literalmente real. Fomos militares que cumprimos o serviço militar obrigatório numa terra distante onde o temor da guerra traçou destinos, alguns fatais, para jovens em plena idade de afirmação.
Mais: nesta obra relato estilos de gentes que sabiam viver na fronteira do imprevisto e de nativos já habituados ao sistema. Pessoas, simples, que coabitavam “encaixados” entre as duas frentes da guerrilha.
Subscrevo, igualmente, os tempos de paz. Momentos alguns difíceis, outros de plena felicidade.
O nosso camarada Luís Graça, autor do prefácio de “Guiné-Bissau, as minhas memórias de Gabu, 1973/74”, diz a determinada altura o seguinte: “O autor não poderia fazer melhor síntese ao dizer que são 'histórias que nos conduzem a uma viagem onde a Guerra se cruzou com a Paz'. Tudo poderia começar pela clássica frase 'Menino e moço, abalei da casa dos meus pais, que a Pátria me chama'… Aldeia Nova de S. Bento, Beja, Tavira, Lamego, Bissau, Nova Lamego… São memórias de pessoas e de lugares, que correm o risco de desaparecer no limbo do esquecimento.” (in Prefácio, Luís Graça, Fundador e editor do Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné).
A apresentação oficial da obra está agendada para o dia 8 de junho – no decorrer do almoço em Monte Real – onde marcarei presença. Um abraço camaradas deste alentejano de gema,
José Saúde, Fur Mil Op Esp/RANGER da CCS do BART 6523
3. Prefácio
por Luís Graça
A guerra colonial (1961/75) terá sido possivelmente o acontecimento mais marcante da sociedade portuguesa do Séc. XX. Foi-o, pelo menos, para a nossa geração, a minha e a do José Saúde.
3. Prefácio
por Luís Graça
A guerra colonial (1961/75) terá sido possivelmente o acontecimento mais marcante da sociedade portuguesa do Séc. XX. Foi-o, pelo menos, para a nossa geração, a minha e a do José Saúde.
O seu desfecho levou não só à restauração da democracia em Portugal, com o 25 de Abril de 1974, mas também ao desmantelamento do nosso velho império colonial e ao nascimento de novos estados lusófonos, a começar pela Guiné-Bissau, mais de cento e cinquenta anos depois da independência do Brasil (em 1822).
Em contrapartida, não creio que Portugal tenha feito ainda o balanço (global) de uma guerra que, contrariamente a outras (por ex., invasões napoleónicas e guerras civis no Séc XIX) se passou a muitos milhares de quilómetros de distância da Pátria, na África tropical. Portugal nunca fez o luto da guerra colonial (ou está agora fazê-lo, lenta, tardia e patologicamente).
Cinquenta anos do seu início (em 1961, em Angola), tem vindo a aumentar o interesse pela guerra colonial (ou guerra do ultramar, como se queira): veja-se a literatura memorialística, a produção ficcional e poética, a animação bloguística, a investigação historiográfica e científica, a comunicação social, escrita e falada, etc.
É neste contexto que podemos situar este livro de memórias do José Saúde, o testemunho privilegiado de um português e militar que soube fazer tanto a guerra como a paz… Foi Furriel Miliciano de Operações Especiais (Ranger) na CCS – Companhia de Comandos e Serviços do BART– Batalhão de Artilharia nº 6523 (Guiné, Região de Gabu, Nova Lamego, Agosto de 1973/Setembro de 1974)… Na realidade não chegou a cumprir os esperados 21 meses de comissão militar, porquanto nove depois da sua chegada começou a desenhar-se, a partir de Abril de 1974, a tão ansiada solução política para aquele conflito armado que opunha as autoridades portugueses ao PAIGC, mas que também tinha muitos outros stakeholders, dada o seu contexto geoestratégico e os interesses em jogo.
Não é de jogos de guerra de que aqui se fala, nem sequer de grandes batalhas, mas de simples memórias… De que é que trata, afinal, este livro de 170 páginas ? O autor não poderia fazer melhor síntese ao dizer que são “histórias que nos conduzem a uma viagem onde a Guerra se cruzou com a Paz”. E justamente numa região da Guiné, o leste, o Gabu, o chão fula, onde se tinha verificado uma escala da guerra, desde pelo menos o meu tempo (Bambadinca, 1969/71).
Tudo poderia começar pela clássica frase “Menino e moço, abalei da casa dos meus pais, que a Pátria me chama”… Aldeia Nova de S. Bento, Beja, Tavira, Lamego, Bissau, Nova Lamego… São memórias de pessoas e de lugares, que correm o risco de desaparecer no limbo do esquecimento: a evocação da primeira viagem de LDG (, Lancha de Desembarque Grande), Rio Geba acima, de Bissau ao Xime, com o fantasma do inimigo em Ponta Varela, antes da chegada ao destino; a bela e acolhedora cidadezinha colonial, que dava pelo nome de Bafatá, a capital do leste; os periquitos e os seus rituais de iniciação e adaptação (ao clima, à guerra, às duras condições de vida nos quartéis e destacamentos); as colunas de reabastecimentos até a Bafatá, onde se ia buscar o pão para a boca e as bazucas (garrafas de 0,6 l de cerveja) do nosso contentamento… mas também a necessário provisão de caixões para os mortos; o privilégio de se ter um rádio que nos traz notícias do outro lado do mundo; o batismo de fogo; os dias de folga da guerra, em que o camuflado se trocava pela roupa civil; as tardes passadas nas tabancas, aprendendo com a sabedoria dos mais velhos, e deliciando-se com a alegria e a inocência dos mais novos, as encantadoras mas desprotegidas crianças da Guiné; o conhecimento, mesmo que superficial, de usos e costumes ancestrais como o batuque, o fanado, o trabalho no campo, a família, o patriarcado, a condição da mulher, entre os fulas; a ternura para com a “menina do Gabu”, loira e de olhos azuis, filha do vento, de amores em tempo de guerra… [, Foto à esquerda].
Sem esquecer outros temas incontornáveis como o comércio do sexo num país em guerra e num chão que era dos fulas, nossos aliados; a fonte do Alecrim ou a “aldeia da roupa branca” (neste caso, verde e castanha); a mascote, o benjamim da Companhia, como o havia em quase todas as companhias, o djubi que era protegido e acarinhado pelos tugas… Sem esquecer, obviamente, o primeiro e único Natal passado no mato, o Natal de 1973…
Mas onde se fala ainda de notícias de deserção (o amigo, ranger, caboverdiano que se pira para o PAIGC); a rotina da actividade operacional (incluindo a segurança à pista de aviação de Nova Lamego); a terrível experiência da sede e a importância vital da água; as alegrias da mesa e do convívio, à volta de um cabrito assado no forno; a continuação da militarização dos fulas, com a formação de novas companhias de milícias; as alegrias e as expetativas do 25 de Abril de 1974 (vividas em plenas férias, no Alentejo, ainda só com nove meses de Guiné); o regresso ao Gabu em Maio de 1974; os primeiros contactos com o inimigo de ontem; as tardes de domingo, as futeboladas, a alegria de ir visitar, desarmado, os camaradas de Madina Mandinga em tempo de paz ainda precária (mas já sem o temor das minas e das emboscadas)… E, por fim, a transferência de soberania (na noite de 3 para 4 de Setembro de 1974, “um momento inesquecível”), a despedida, o regresso a casa, o segundo regresso ao Gabu, 25 anos depois, através de fotos de 1999, a catarse vivida com “lágrimas (…) de saudade e de ternura”…
O José Saúde, desportista e jornalista, é também o exemplo de um grande lutador, de um grande sobrevivente e de um grande comunicador. Bastaria ler a sua história de vida e o seu livro “AVC –Acidente Vascular Cerebral na Primeira Pessoa” (Estarreja: Mel Editores, 2009, 162 pp.).
Com o seu 5º livro, agora dado à estampa, ele não vem (nem precisa de) provar nada a si próprio nem aos outros: vem apenas confessar que viveu, que viveu momentos difíceis mas também bonitos e solidários no seu Gabu, na sua Guiné, naquela terra verde e vermelha, por cuja sorte o seu bom coração, de alentejano e português, ainda continua a bater.
Luís Graça
Fundador e editor do Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné
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Nota do editor:
Último poste da série > 25 de maio de 2013 > Guiné 63/74 - P11625: Agenda cultural (275): O livro "Guiné - Terra que aprendemos a amar", de Manuel Maia foi lançado no passado dia 22 de Maio em Monte Real (Miguel Pessoa)
Em contrapartida, não creio que Portugal tenha feito ainda o balanço (global) de uma guerra que, contrariamente a outras (por ex., invasões napoleónicas e guerras civis no Séc XIX) se passou a muitos milhares de quilómetros de distância da Pátria, na África tropical. Portugal nunca fez o luto da guerra colonial (ou está agora fazê-lo, lenta, tardia e patologicamente).
Cinquenta anos do seu início (em 1961, em Angola), tem vindo a aumentar o interesse pela guerra colonial (ou guerra do ultramar, como se queira): veja-se a literatura memorialística, a produção ficcional e poética, a animação bloguística, a investigação historiográfica e científica, a comunicação social, escrita e falada, etc.
É neste contexto que podemos situar este livro de memórias do José Saúde, o testemunho privilegiado de um português e militar que soube fazer tanto a guerra como a paz… Foi Furriel Miliciano de Operações Especiais (Ranger) na CCS – Companhia de Comandos e Serviços do BART– Batalhão de Artilharia nº 6523 (Guiné, Região de Gabu, Nova Lamego, Agosto de 1973/Setembro de 1974)… Na realidade não chegou a cumprir os esperados 21 meses de comissão militar, porquanto nove depois da sua chegada começou a desenhar-se, a partir de Abril de 1974, a tão ansiada solução política para aquele conflito armado que opunha as autoridades portugueses ao PAIGC, mas que também tinha muitos outros stakeholders, dada o seu contexto geoestratégico e os interesses em jogo.
Não é de jogos de guerra de que aqui se fala, nem sequer de grandes batalhas, mas de simples memórias… De que é que trata, afinal, este livro de 170 páginas ? O autor não poderia fazer melhor síntese ao dizer que são “histórias que nos conduzem a uma viagem onde a Guerra se cruzou com a Paz”. E justamente numa região da Guiné, o leste, o Gabu, o chão fula, onde se tinha verificado uma escala da guerra, desde pelo menos o meu tempo (Bambadinca, 1969/71).
Tudo poderia começar pela clássica frase “Menino e moço, abalei da casa dos meus pais, que a Pátria me chama”… Aldeia Nova de S. Bento, Beja, Tavira, Lamego, Bissau, Nova Lamego… São memórias de pessoas e de lugares, que correm o risco de desaparecer no limbo do esquecimento: a evocação da primeira viagem de LDG (, Lancha de Desembarque Grande), Rio Geba acima, de Bissau ao Xime, com o fantasma do inimigo em Ponta Varela, antes da chegada ao destino; a bela e acolhedora cidadezinha colonial, que dava pelo nome de Bafatá, a capital do leste; os periquitos e os seus rituais de iniciação e adaptação (ao clima, à guerra, às duras condições de vida nos quartéis e destacamentos); as colunas de reabastecimentos até a Bafatá, onde se ia buscar o pão para a boca e as bazucas (garrafas de 0,6 l de cerveja) do nosso contentamento… mas também a necessário provisão de caixões para os mortos; o privilégio de se ter um rádio que nos traz notícias do outro lado do mundo; o batismo de fogo; os dias de folga da guerra, em que o camuflado se trocava pela roupa civil; as tardes passadas nas tabancas, aprendendo com a sabedoria dos mais velhos, e deliciando-se com a alegria e a inocência dos mais novos, as encantadoras mas desprotegidas crianças da Guiné; o conhecimento, mesmo que superficial, de usos e costumes ancestrais como o batuque, o fanado, o trabalho no campo, a família, o patriarcado, a condição da mulher, entre os fulas; a ternura para com a “menina do Gabu”, loira e de olhos azuis, filha do vento, de amores em tempo de guerra… [, Foto à esquerda].
Sem esquecer outros temas incontornáveis como o comércio do sexo num país em guerra e num chão que era dos fulas, nossos aliados; a fonte do Alecrim ou a “aldeia da roupa branca” (neste caso, verde e castanha); a mascote, o benjamim da Companhia, como o havia em quase todas as companhias, o djubi que era protegido e acarinhado pelos tugas… Sem esquecer, obviamente, o primeiro e único Natal passado no mato, o Natal de 1973…
Mas onde se fala ainda de notícias de deserção (o amigo, ranger, caboverdiano que se pira para o PAIGC); a rotina da actividade operacional (incluindo a segurança à pista de aviação de Nova Lamego); a terrível experiência da sede e a importância vital da água; as alegrias da mesa e do convívio, à volta de um cabrito assado no forno; a continuação da militarização dos fulas, com a formação de novas companhias de milícias; as alegrias e as expetativas do 25 de Abril de 1974 (vividas em plenas férias, no Alentejo, ainda só com nove meses de Guiné); o regresso ao Gabu em Maio de 1974; os primeiros contactos com o inimigo de ontem; as tardes de domingo, as futeboladas, a alegria de ir visitar, desarmado, os camaradas de Madina Mandinga em tempo de paz ainda precária (mas já sem o temor das minas e das emboscadas)… E, por fim, a transferência de soberania (na noite de 3 para 4 de Setembro de 1974, “um momento inesquecível”), a despedida, o regresso a casa, o segundo regresso ao Gabu, 25 anos depois, através de fotos de 1999, a catarse vivida com “lágrimas (…) de saudade e de ternura”…
O José Saúde, desportista e jornalista, é também o exemplo de um grande lutador, de um grande sobrevivente e de um grande comunicador. Bastaria ler a sua história de vida e o seu livro “AVC –Acidente Vascular Cerebral na Primeira Pessoa” (Estarreja: Mel Editores, 2009, 162 pp.).
Com o seu 5º livro, agora dado à estampa, ele não vem (nem precisa de) provar nada a si próprio nem aos outros: vem apenas confessar que viveu, que viveu momentos difíceis mas também bonitos e solidários no seu Gabu, na sua Guiné, naquela terra verde e vermelha, por cuja sorte o seu bom coração, de alentejano e português, ainda continua a bater.
Luís Graça
Fundador e editor do Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné
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Nota do editor:
Último poste da série > 25 de maio de 2013 > Guiné 63/74 - P11625: Agenda cultural (275): O livro "Guiné - Terra que aprendemos a amar", de Manuel Maia foi lançado no passado dia 22 de Maio em Monte Real (Miguel Pessoa)
1 comentário:
Grande Amigo e Camarada Ranger, José Saude. Desde os tempos de Lamego (Penude), onde tivemos a instrução e nos formaram Rangers, passando por ficármos, tu e eu a dar instrução ao 1º Grupo de Cadetes e até a nossa ida no mesmo dia para a Guiné, que foste e és aquele amigo conquistado para sempre e venha o que vier, esta Amizade não se perderá. Saude, Obrigado por me têres dado, a possibilidade de sêr teu AMIGO!!!
Um Abraço RANGER, Amigo Saude, parabéns por mais este livro e concerteza, na senda dos anteriores, logo destinado ao exito.
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