1. Em mensagem de hoje 3 de Janeiro de 2016, o nosso camarada Joaquim Luís
Mendes Gomes (ex-Alf Mil da CCAÇ 728, Cachil, Catió e Bissau, 1964/66),
enviou-nos este poema da sua autoria: Como se...
Como se...
Não eram anjos nem flores.
Nem tinham asas.
Eram seres com formas brilhantes.
Eram doces e muito calmas.
Variáveis como nuvens.
Irradiavam paz.
Harmonia nas cores.
Deixavam a nossa alma a pairar de leve.
Sugavam os nossos males.
Pareciam sorrir.
Eram só rosto.
Uma vida total.
Sem rugas.
Nem uma sombra.
Adejavam. Como se fossem aves.
Emitiam sons.
De tão belos, o nosso peito arfava
E se arrepiava a nossa pele.
Carinhosos, nos envolviam, faziam roda.
Protectores.
Segurança.
Como se fossem pais.
O que seriam?
Ainda não sei,
Mas eram bons…
Enquanto Hélène Grimaud, ao piano, tocou Beethoven - adágio
Berlim, 3 de Janeiro de 2016
8h47m
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
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Nota do editor
Último poste da série de 1 de janeiro de 2016 Guiné 63/74 - P15564: Blogpoesia (430): Poema um do dia um (Joaquim Luís Mendes Gomes, ex-Alf Mil da CCAÇ 728)
Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
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