Nova Iorque > 6 de outubro de 2019 > João Crisóstomo (1) e Vilma Kracun (Crisóstomo, por casamento) (2) recebem na sua casa em Queens a embaixadora de Timor nas Nações Unidas, Milena Pires (3) e o embaixador de Portugal nas Nações Unidas, Francisco Duarte Lopes (7), bem como o nosso amigo e membro da Tabanca de Porto Dinheiro / Lourinhã, Rui Chamusco (5) e ainda Graça Dinis (4) e Rosa Henriques (6).(LG)
Nova Iorque > 6 de outubro de 2019 > Edgar João é o terceiro a contar da esquerda, em foto com o João, a embaixadora Milena Pires e a Vilma. O João passa a ser o nosso régulo da Tabanca da Diáspora Lusófona, mais uma tabanca da Tabanca Grande...De resto, há muito que sabíamos qe o João, para além de ser uma "força da natureza", é também um mestre na arte de bem receber, juntamente com a sua/nossa querida Vilma ...
O Rui Chamusco, que acaba de passar um mês na casa do João e da Vilma, e com quem estive há umas horas na Praia da Areia Branca (, com um casal de primos da Malcata, Sabugal, que vieram cá passar o fim de semana), mostrou-me fotos desta festa em que se assaram sardinhas portuguesas e se bebeu seguramente vinho português!... Ao que parece, a fumarada era tanta que a senhora embaixadora de Timor receou que os bombeiros e a polícia de Queens ainda aparecessem... para se juntarem à festa (, que aqui se diz "party"!)...
João, que Deus, Alá, Jeová e os bons irãs da Tabanca Grande, te protejam, e te deem ainda muitos e bons anos de vida com saúde e alegria. A ti,à Vilma e aos vossos amigos. Como sabes, e de acordo com o espírito da nossa Tabanca Grande e a letra do nosso proverbiário, os amigos dos nossos amigos nossos amigos são...(LG)
Fotos (e legendas): Edgar João, página pessoal do Facebook (2019), com a devida vénia...[Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Grça & Camaradas da Guiné]
Data: sexta, 18/10/2019 à(s) 15:13
Assunto: Tabanca da Diáspora Lusófona (*)
Caro Luís Graça,
Porque tens manifestado interesse em saber notícias do pessoal da "Tabanca da Diáspora Lusófona", como um dos alojados nesta Tabanca Grande, creio que são horas de pôr a minha escrita em dia.
Voltei de novo aos Estados Unidos. E foi aqui que viemos a estar mais tempo juntos , pois o Abreu, que tinha trabalhado para a TAP, quis visitar Nova Iorque com sua esposa e filhos e eu tive oportunidade de lhes oferecer hospitalidade em minha casa durante os dez dias que aqui estiveram.
Assunto: Tabanca da Diáspora Lusófona (*)
Caro Luís Graça,
Porque tens manifestado interesse em saber notícias do pessoal da "Tabanca da Diáspora Lusófona", como um dos alojados nesta Tabanca Grande, creio que são horas de pôr a minha escrita em dia.
Tenho de te enviar o que tenho em dois E mails separados, dada a sua completa divergência de assuntos. Aliás ando já há bastante tempo para o fazer, mas sempre sucede algo que me leva a adiar; e quando a idade já tem o seu parecer a dar, o tempo passa sem darmos por isso. Sucedeu assim ainda na semana passada com a partida do nosso camarada Abreu.
Não sei se te lembras bem dele, pois pelo que me parece, ele não era visita assídua das nossas reuniões. Eu convidei-o a vir e um dia ele apareceu, no mesmo dia que o Antunes ( Francisco José Ferreira Antunes da Silva, antigo comandante-piloto da TAP) também apareceu. [Foi formado pelo ACVT - Aeroclube de Torres Vedras, em 1962, antes de ingressar na TAP.]
Não sei se te lembras bem dele, pois pelo que me parece, ele não era visita assídua das nossas reuniões. Eu convidei-o a vir e um dia ele apareceu, no mesmo dia que o Antunes ( Francisco José Ferreira Antunes da Silva, antigo comandante-piloto da TAP) também apareceu. [Foi formado pelo ACVT - Aeroclube de Torres Vedras, em 1962, antes de ingressar na TAP.]
Tanto o Antunes como o Abreu, embora de cursos/anos diferentes, foram meus colegas de Seminário em Montariol e, depois dum "Ano de Noviciado" em Varatojo [, Torres Vedras], estivemos juntos outra vez em Leiria nos chamados "três anos de filosofia". Depois disso, saídos do Seminário, eu perdi o contacto deles, mas mais tarde vim a saber que ambos pertenciam aos que passaram por terras da Guiné.
O Antunes que, soube depois, foi durante muitos anos piloto da TAP, apesar de ser meu vizinho, natural de (e com uma residência em Ponte do Rol [, Torres Vedras,] onde aparece de vez em quando, quando eu ia a Portugal e o procurava, ninguém me conseguia ajudar: no Seminário chamávamos-lhe Antunes e era por esse nome que eu procurava, mas ninguém o conhecia com esse nome. Eu, teimoso, não desistia e finalmente(, 49 anos passados) alguém me recomendou falar com o carteiro que reconheceu o nome e nos possibilitou aquele encontro de emoção que sucede sempre em circunstâncias destas.
A história com o Abreu foi bem diferente, mas muito invulgar: estava eu um dia na Guiné, "no meio duma operação" e, cansado, estava sentado no chão de costas contra o tronco de uma árvore a comer não sei o quê, quando vejo ao meu lado uma cara conhecida que não via há muito tempo e que não esperava ali : era o Abreu, também alferes miliciano numa outra companhia que nesse dia se juntou à nossa, nessa "operação no mato" de que não me recordo mais detalhes.
A história com o Abreu foi bem diferente, mas muito invulgar: estava eu um dia na Guiné, "no meio duma operação" e, cansado, estava sentado no chão de costas contra o tronco de uma árvore a comer não sei o quê, quando vejo ao meu lado uma cara conhecida que não via há muito tempo e que não esperava ali : era o Abreu, também alferes miliciano numa outra companhia que nesse dia se juntou à nossa, nessa "operação no mato" de que não me recordo mais detalhes.
Como eu, ele tinha saído do Seminário e, feito o curso em Mafra, ... ali estava... Mas recordo-me bem dos assuntos que o tempo e circunstâncias nos levaram a falar, pois que me surpreendeu com uma mente e visão já mais liberal e mais "arrojada" do que eu, que nessa altura ainda me regia pelo pensar conservador que me tinham encaixado no Seminário.
Depois dissemos "até à próxima" e seguimos cada um para seu lado. Quando, "acabada a tropa", voltei a Portugal decidi ir passar uns tempos na Inglaterra, França e Alemanha para aperfeiçoar as respectivas línguas, com intenção de me dedicar ao Turismo em Portugal.
Depois dissemos "até à próxima" e seguimos cada um para seu lado. Quando, "acabada a tropa", voltei a Portugal decidi ir passar uns tempos na Inglaterra, França e Alemanha para aperfeiçoar as respectivas línguas, com intenção de me dedicar ao Turismo em Portugal.
Foi em França que "a próxima vez" se concretizou também de maneira inesperada: estava eu a sair do Metro, subindo as escadas da "entrada" em Saint Germain des Prés, e vejo o Abreu a descer as escadas … Foi outra vez "aquele abraço", ambos satisfeitos por termos sobrevivido e voltado com saúde das terras da Guiné.
Mais uma vez, dadas as despedidas, separámo-nos já que cada um de nós tinha planos diferentes: ele tencionava ficar em França mais uns tempos e eu estava de partida para a Alemanha onde tencionava melhorar o pouco da língua alemã que tinha aprendido no seminário.
Mas, como todos os bons portugueses no estrangeiro, quando surgia uma oportunidade eu ia a Portugal. Uma destas férias ocorreu num mês de Maio e minha mãe, que "há muito queria ir a Fátima comigo", pediu-me e fez questão que eu a acompanhasse para agradecer à Senhora de Fátima o meu regresso da Guiné são e salvo. E fomos. Estava eu ajoelhado ao lado da minha mãe no meio do recinto, quando olhei ao redor e... outra vez!, ali estava o Abreu, de joelhos mesmo a meu lado. E mais uma vez seguimos os nossos separados destinos.
Passados anos voltei a Portugal e comprei um apartamento na Portela, na mesma rua da minha irmã mais nova, Jacinta, que como eu e comigo tinha calcorreado terras em França,Inglaterra e Alemanha e que, tendo voltado a Portugal mais cedo que eu, me tinha ajudado a encontrar esse apartamento. E um belo dia diz-me ela:
- Olha, encontrei um senhor que te conhece bem e te quer ver: chama-se Vieira Abreu e tem um apartamento nesta rua…
Voltei de novo aos Estados Unidos. E foi aqui que viemos a estar mais tempo juntos , pois o Abreu, que tinha trabalhado para a TAP, quis visitar Nova Iorque com sua esposa e filhos e eu tive oportunidade de lhes oferecer hospitalidade em minha casa durante os dez dias que aqui estiveram.
Sei que foi em Agosto de 2001 pois passadas duas ou três semanas de eles terem voltado a Portugal, aconteceu o atentado às Torres Gémeas [, em 11 de setembro de 2001].
No ano passado fui a Portugal e fui visitá-lo: ele tinha tido uma grande operação que tinha corrido muito bem e estava muito contente e esperançado na sua completa recuperação.
Infelizmente, meses depois de repente "teve uma recaída" de que não se conseguiu levantar e foi com pesar que acabo de saber da sua passagem. Junto-me à sua família e a todos os que neste momento elevam as suas preces ao Senhor: Paz à sua alma.
João Crisóstomo
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No ano passado fui a Portugal e fui visitá-lo: ele tinha tido uma grande operação que tinha corrido muito bem e estava muito contente e esperançado na sua completa recuperação.
Infelizmente, meses depois de repente "teve uma recaída" de que não se conseguiu levantar e foi com pesar que acabo de saber da sua passagem. Junto-me à sua família e a todos os que neste momento elevam as suas preces ao Senhor: Paz à sua alma.
João Crisóstomo
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Nota do editor:
(*) Último poste da série > 27 de junho de 2019 > Guiné 61/74 - P19923: Tabanca da Diáspora Lusófona (1): camaradas das sete partidas do mundo, procuram-se! (João Crisóstomo, Nova Iorque, EUA)
(*) Último poste da série > 27 de junho de 2019 > Guiné 61/74 - P19923: Tabanca da Diáspora Lusófona (1): camaradas das sete partidas do mundo, procuram-se! (João Crisóstomo, Nova Iorque, EUA)
2 comentários:
João, não te consultei, nem tu precisas de mais esta "honraria"..., mas, por urgente necessidade de serviço, passas a ser o nosso régulo da Tabanca da Diáspora Lusófona, mais uma tabanca da Tabanca Grande...
Olha, e parabéns, pela "festinha" que deste no dia 6 na tua casa em Queens: a gente já sabia, há muito, que tu eras uma "força da natureza"... E não precisávamos de comprovar que também és um mestre na arte de bem receber, fazendo uma excelente equipa com a Vilma...
Um alfabravo matinal, Luís (Eu estou a acordar e tu deves estar a deitar-te, a esta hora...)
João, vê se descobres uma foto do Vieira Abreu, e se sabes a que unidade / subunidade pertencia no TO da Guiné... Cumpriste o teu dever de amigo e camarada, escrevendo este "in memoriam", tocante... O Vieira Abreu, nosso camarada da Guiné, não fica na "vala comum do esquecimento"... Julgo que o não conheci, lamento a sua morte...
João, sei que ficaste abalado por esta perda. Transmite à família a nossa solidariedade na dor. LG
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