segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

Guiné 61/74 - P20680: Fotos à procura de... uma legenda (125): restos da vida de um combatente, capitão de infantaria, provável comandante de uma Companhia de Caçadores, CTIG, 1970/72... (Carlos Mota Ribeiro, Maia)


Quem será este camarada nosso, capitão de infantaria, provável comandante de uma companhia de caçadores, Guiné  1970/72? Desconhece-se a sua identidade e o nº da companhia... Foi galardoado, com uma cruz de guerra... A cerimónia em que ele foi condecorado terá sido num dos últimos 10 de junho, da década de 1970, antes do 25 de Abril de 1974... E, já agora, em que unidade militar da metrópole?

 Cruz de Guerra


Medalha das Campanhas de África... Na passadeira lê-se: Guiné de 1970-1972"

Duas condecorações e uma foto que tudo indica terem pertencido  a um  capitão de infantaria (, e comandante de uma companhia de caçadores), que terá estado no TO da Guiné entre 1970 e 1972.

Fotos (e legendas): © Carlos Mota Ribeiro (2020). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Carlos Mota Ribeiro
1. Mensagem do  Carlos Mota Ribeiro, engenheiro, residente na Maia, filho do nosso querido amigo, camarada e coeditor Eduardo Magalhães Ribeiro, e que finalmente eu vou propor como novo membro da Tabanca Grande (*)

Data: quinta, 20/02/2020 à(s) 18:28
Assunto: Foto de Capitão - Guiné 1970-1972

Caro Luís Graça:

Antes de mais espero que esteja tudo bem contigo.

Necessito da tua ajuda, se possível claro.

Comprei, num leilão, um conjunto de duas condecorações juntamente com uma fotografia, ambos encontram-se em anexo.

Supostamente é de um combatente que esteve na frente da Guiné em 1970 a 1972, segundo a fivela da medalha das campanhas.

No entanto não sei o nome do senhor. Pela fotografia é um Capitão de infantaria (Caçadores).
Consegues-me ajudar a identificar o combatente em questão?

Envio também o correio para o meu pai (Magalhães Ribeiro) para ver se ele também conhece.

Grande e Forte Abraço.,
Atentamente.

Carlos Mota Ribeiro


2.  Comentário do editor Luís Graça:

Carlos: obrigado!... Mais uma tua "memorabilia" da Guiné com que nos honras... Fico sensibilizado pela tua "ternura" pelas memórias da Guiné, onde nunca estivestes, tanto quanto eu sei... Essa paixão pela Guiné, do tempo da guerra colonial, só pode ter sido passada pelo teu pai, nosso querido amigo, camarada "ranger" e coeditor do blogue, Eduardo Magalhães Ribeiro. Por estas e por outras, tu já merecias estar sentado, há muito, num lugar confortável, à sombr do nosso poilão. Se aceitares (, e o teu pai não se importar...), vou propor-te o lugar nº 805. Espero que aceites e que gostes... Como sabes, os filhos dos nossos camaradas, nossos filhos são... E nós ficamos orgulhosos de ti.

Submeti, entretanto, o teu pedido ao nosso camarada e colaborador permanente José Martins, para ver se ele nos pode ajudar... Ele é que sabe destas coisas... Aqui vai a mensagem que eu lhe reenviei para o seu "consultório militar";

"Zé: com o teu 'olho clínico',  o teu "perfil de Sherlock Holmes", e o teu vasto saber militar, vês se arranjas alguma pista... É uma cruz de guerra? E uma medalha comemorativas das campanhas de África? Onde terá sido a cerimónia de entrega das condecorações (observa o fundo, na foto do capitão)?... Terá sido nalgum 10 de junho? Trata-se de um quartel?... Há uma estátua e uma torre sineira... Mais difícil é identificar o capitão de infantaria (Guiné, 1970/72). De qualquer modo, a mim choca-lhe que estes "restos de vida" de camaradas nossos andem pelas Feira da Ladra, pela Feira da Vandoma, ou pelo OLX, vendidos por tuta e meia... Ainda bem, em todo o caso, foram parar âs mãos do filho de um camarada nosso que sabe dar valor a esta 'memorabilia'...

"Mando-te as imagens em separado... Abraço, Luis.

"PS - O Carlos Ribeiro, filho do Eduardo, deve te comprado 'estes restos da vida de um combatente', nosso camarada, na feira da Vandoma, Porto, ou  no OLX, ou coisa assim do género... Ele não especificou... Mas é um colecionador destes 'restos'  que o império teceu' "...

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Nota do editor:

Último poste da série > 22 de fevereiro de 2020 > Guiné 61/74 - P20673: Fotos à procura de... uma legenda (118): o meu pai era um homem que cumpria a lei que proibia armas de guerra a civis... A tal pistola metralhadora FBP deve ter-lhe sido emprestada por alguém para a pose fotográfica (Lucinda Aranha, escritora)

7 comentários:

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Será que este nosso camarada já morreu ? E os herdeiros decidiram desfazer-se da "tralha da tropa e da guerra" do seu familiar (paim avô...)?

Se sim, é chocante, para todos nós... Mas é o "destino" que vai acontecer às "memórias" de quase todos nós: fotografias, escritos, aerogramas, objetos, condecorações, etc... Compete-nos, a nós, neste blogue, sensibilizar a geração dos nossos filhos e netos para o valor documental que estas "pequenas coisas" têm para a nossa memória individual e coletiva...

Fico sensibilizado, em contrapartida, por um filho de um combatente, como é o caso do Carlos Mota Ribeira, gastar o seu tempo e o seu dinheiro no "resgate" deste "lixo da história"... É um grande exemplo para todos nós!

Luís Graça

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Carlos, e é reconfortante, acima de tudo!... LG

Valdemar Silva disse...

Na fotografia, parece ser a parte detrás da estátua de Gualdim Pais e a torre da Igreja da S. João Baptista, em Tomar.

Valdemar Queiroz

Carlos Vinhal disse...

O termo correcto da peça metálica das medalhas onde está inscrito o TO e o período de campanha, é Passadeira e não fivela.
Carlos Vinhal

Jorge Araujo disse...

Caro Carlos Ribeiro,

Como primeira hipótese de resposta ao conteúdo do presente poste, sou de opinião de que não deveremos fazer corresponder a medalha de "Cruz de Guerra" com a "das Campanhas de África", pois poderão ser de pessoas diferentes, e que só a oportunidade de compra/venda as fez juntar.

Por outro lado, tendo por base a minha investigação, ainda que superficial, sem nada que possa afirmar com total certeza, avanço com um nome de partida:

Será que estamos perante o caso do "CAPITÃO MANUEL FRANCISCO DA SILVA (?-2015)", natural de São Marcos da Serra, Silves?

Em correio separado, vou fazer chegar ao Luís Graça um pequeno resumo do que encontrei com foto.

Acrescento, no entanto, que o louvor que originou a condecoração deste militar (Cruz de Guerra) está publicado no livro da CECA - Volume 5 - Tomo VIII Cruz de Guerra, p592.

Para a elaboração da minha pesquisa, foi importante o contributo do camarada Valdemar ao apontar Tomar com local da foto publicada.

É que a Unidade a que pertenceu, na Guiné, o Cap Inf Manuel Francisco da Silva, foi a CCAÇ 1681/BCAÇ 1911 (1967/1969), formada no RI 15 (Tomar).

Este militar faleceu a 05 de Janeiro de 2015, com a patente de Coronel.

À consideração do Fórum... aguardando novos contributos.

Um abraço. Jorge Araújo.



Manuel Castro disse...

Já aqui comentei sobre o capitão, mas como não no descubro, vou repetir.
Trata-se do então capitão Manuel Dias Freixo falecido em Outubro de 1998.
Foi comandante da companhia de caçadores 414, minha companhia, que foi agregada ao Batalhão 356 sediado em Catió. A Ilha do Como, Empada, Fulacunda, Tite, Nova Sintra, São João, Aldeia Formosa, Buba, Cacine Xitole, Bedanda, Quinhamel, Porto Gole, Nhacra, Mansoa e outros locais ou matas, a 414 era praticamente e única operacional.
A primeira grande operação foi “o Como” chão que, ao contrário do que alguém escreveu, a CC 414 foi a primeira tropa a pisar, isto uns meses antes da célebre operação Tridente.
O Capitão Freixo, homem de muito saber, comandante único, conhecia o seu pessoal, não pelo número mas pelo nome, afável e sempre pronto a atacar o inimigo e a defender os seus homens. Senhor de um coração extraordinário e de uma honestidade sem limites, aqui realço, como testemunho, um acto que penso invulgar: No fim da comissão, despediu-se do pessoal distribuindo equitativamente por cada praça (cabos e soldados)o valor que a companhia amealhou em todo o tempo que durou, e para a época a quantia não era nada má.
Para terminar, era tão querido por todos que sempre, e ainda hoje, quando dele se fala, e fala-se todos os anos, é tratado por "PAI FREIXO".
Os melhores cumprimentos.

António dias freixo disse...

Olá!
Sou cuidadora do sr António Dias Freixo, irmão do sr coronel Manuel Dias Freixo da cc 414,já falecido num trágico acidente de viação
Como disse sr Manuel Castro"PAI FREIXO" grande homem.
CUMPRIMENTOS A TODOS DESTE BLOGGER abraço sentido do irmão António Dias Freixo