Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
domingo, 16 de maio de 2021
Guiné 61/74 - P22205: Notas de leitura (1356): Lembrando livros do Beja Santos sobre a Guiné (João Crisóstomo, ex-Alf Mil da CCAÇ 1439)
1. Mensagem do nosso camarada João Crisóstomo, ex-Alf Mil, CCAÇ 1439 (Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67), com data de 4 de Maio de 2021:
Meus caros,
Era minha intenção enviar um simples E-mail apenas ao Beja Santos, mas achei que não seria descabido desenvolver o que queria dizer e enviá-lo também ao Luis Graca e ao “nosso” blogue.
O que segue não é novidade nenhuma para a maioria dos camaradas; mas pode servir a ajudar a refrescar memórias para uns e para aqueles que ingressaram as fileiras do nosso blogue nos últimos anos, para quem a Guiné diz alguma coisa, talvez possa servir como motivação para adquirirem este, e possivelmente outros livros do Beja Santos. E com isso usufruirem duma experiência a todos os títulos excepcional.
Falo do livro “Diário da Guiné”, trabalho do Beja Santos publicado em dois livros: "1968-1969 Na Terra dos Soncó”, que adquiri numa feira do livro em Lisboa em 2009 e "1969-1970 O Tigre Vadio” que o autor, que vim a conhecer no primeiro livro, fez o favor de me oferecer. A este trabalho seguiram-se outros, como "Mulher Grande", publicado em 2011 e "A Viagem do Tangomau" em 2012.
O primeiro, "1968-1969 Na Terra dos Soncó”, foi a minha porta de entrada para o blogue e com este muitas memórias e amizades que hoje enriquecem a minha vida. A leitura do primeiro foi uma enxurrada de emoções, pois que por muito tempo eu procurava encontrar algo que me falasse da Guiné. E nesse livro vim encontrar não só algo sobre a Guiné, mas precisamente sobre as gentes e os sítios que eu conhecia e de quem tinha muitas saudades; e ainda por cima escrito por alguém que esteve nos mesmos lugares e conhecia e tinha vivido com as mesmas pessoas que eu.
Depois desse primeiro livro veio o segundo "1969-1970 O Tigre Vadio”. Estava nessa altura bastante envolvido com outros assuntos e o tempo disponível não era muito; como não sou de leituras rápidas, limitei-me a ler por alto as partes que me pareceram mais pertinentes e pus o livro de lado para o reler com mais tempo quando ocasião se proporcionasse.
Razões de saúde, logo seguidas pela situação de meio encarceramento devido à pandemia, deram-me finalmente ocasião de pegar de novo nestes livros. Sinto-me na obrigação de pedir desculpas ao Beja Santos pelo atraso e dizer-lhe embora muito tarde da minha muita gratidão e admiração por este grande livro. Sobre a Guiné, não será uma enciclopédia, mas tem sabores a isso tal a diversidade e âmbito dos assuntos aí versados.
E é esta a razão que me levou a escrever para o blogue: sem ser preciso ler muitos livros sobre a Guiné, ao ler-se este "1969-1970 O Tigre Vadio”, além do prazer que uma boa leitura proporciona sempre, fica-se com uma idéia do que foi a Guiné de há muitos anos; a Guiné do tempo da colonização portuguesa e do tempo desde o começo da guerra de libertação até à sua independência.
Aparte o assunto Guiné, este livro é uma cornucópia em outros campos, nomeadamente literatura Portuguesa e universal, que a bagagem intelectual do Beja Santos neste campo parece inesgotável. Não acreditaria que tal fosse possível, mas rendi-me à evidencia ao ler os seus comentários sobre alguns, dos poucos livros que já tive ocasião de ler e que são mencionados neste seu livro.
Não fiquei surpreendido que o lançamento do livro, além duma dezena de posts no nosso blogue que valem a pena ser lidos (basta escrever "Beja Santos Tigre Vadio” como eu fiz), tenha sido abrilhantada pela presença de gente ilustre como foi o caso do general Lemos Pires que bem se exprimiu ao dizer que este trabalho do Beja Santos é “ a afirmação do autor como comandante e como homem” e de muitos outros, como o Luís Graça, comandante de todos nós, que poude deixar deixar de mencionar um dos fios mais encantadores da meada deste livro que foi o tempo de preparação para o casamento do Beja Santos, uma "verdadeira história de amor em tempo de guerra”.
O livro termina com uma carta de Ruy Cinatti, com quem Beja Santos se correspondia e tratava como um pai querido, que em duas linhas comenta a experiência do autor na Guiné e simultaneamente lhe dá as boas vindas: "Você veio diferente, veio liberto e melhor preparado para lutar na vida. Não se arrependa pelo amor que deu e recebeu. É bom tê-lo de volta. Não se esqueça do que viveu. Não se esqueça do que sofreu. Transforme tudo em dívida consigo".
Depois de ler este livro a segunda vez fiquei saber muito mais sobre a Guiné! E a admirar ainda mais o nosso Beja Santos. Bem haja!
João Crisóstomo, Nova Iorque
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Nota do editor
Último poste da série de 10 DE MAIO DE 2021 > Guiné 61/74 - P22189: Notas de leitura (1355): "Vem Comigo à Guerra do Ultramar", por António Luís Monteiro da Graça (Mário Beja Santos)
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1 comentário:
Muito sou um ex combatente andei pela guine 24 messes tive momentos bons e mas este povo que me ficou metido no coracao veijo muitas publicacoes de livros da Guine que gostava de os adequerir mas Vivo nos Estados Unidos da America tenho tentado de varias maneiras adequerir algums exempelares mas nao consigo adequerilos sera que a nossa Tabanca pode me dizer alguma coisa como os poso adequerir tenho conta no pay pal desde ja os meios agradecimentos ILDEBERTO MEDEIROS Ex cabo condutor da 2753 70/72 MASSABA E K3
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