quarta-feira, 18 de janeiro de 2023

Guiné 61/74 - P23991: Antologia (88): estereótipos coloniais: os balantas de Bambadinca, vistos pelas NT (BCAÇ 2852 e BART 2917)


Guiné > Zona leste > Região de Bafatá >  Setor L1 (Bambadinca) > 
Carta de Bambadinca (1955) > Escala 1/50 mil > Posição relativa de Nhabijões, Mero e Santa Helena, três tabancas consideradas, desde o início da guerra, como estando "sob duplo controlo", ou seja, com população (maioritariamente balanta) que tinha parentes no "mato" (zona controlada pelo PAIGC)... 

Em Finete, Missirá e Fá Mandinga havia destacamentos das NT. Entre Bambadinca e Fá Mandinga ficava Ponta Brandão. Havia aqui uma destilaria, de cana de acúcar... Bambadinca era sede de posto administrativo e tinha correios, telégrafo e telefone, além de um posto sanitário ("missão do Sono")... Era, além disso, um importante porto fluvial. Era banhado pelo caprichoso Rio Geba (ou Xaianga). Até 1968 as LDG da Marinha chegavam até lá... Depois, já em 1969, ficavam-se pelo Xime que passou a ter "porto fluvial" (na realidade, um cais acostável)... De Bambadinca a Bafatá (cerca de 30 km) a estrada era já alcatroada...no tempo da CCAÇ 12  (1969/71). (LG)

Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2014).



Guiné > Zona Leste > Setor L1 > Bambadinca > CCS / BART 2917 (1970/72 > A parada do quartel de Bambadinca, a capela (que servia também de casa mortuária...) e, à direita, a secretaria da CCAÇ 12 (1969/74). Com a política "Por uma Guiné Melhro", a população balanda do setor (Nhabijões ou Nha Bidjon, Mero, Santa Helena, Enxalé, etc.) começou a aproximar-se mais do posto administrativo de Bambadinca e sede de batalhão, onde havia escola, posto médico, correios  e lojas.

Foto (e legenda): © Benjamim Durães (2010). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné
]


1. Todas as Histórias de Unidade, em geral,  refletem a visão "etnocêntrica" que os portugueses, civis e militares, tinham dos povos da Guiné nas décadas de 1960/70. O termo "etnocentrismo" não é fácil de definir.

et·no·cen·tris·mo
(grego ethnós, -eos, raça, povo + centrismo)

nome masculino

Visão ou forma de pensamento de quem crê na supremacia do seu grupo étnico ou da sua nacionalidade.

"etnocentrismo", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2021, https://dicionario.priberam.org/etnocentrismo [consultado em 17-01-2023].

Especificando: 

(i) atitude, existente dentro de um dado grupo social, face aos outros que estão fora, e que se pode caracterizar em termos de preconceito, condescendência, desconfiança e/ou hostilidade; 

(ii) a maneira própria de ver a 'minha' cultura, a do meu povo ou etnia, por oposição à cultura do 'outro'... (Os primeiros portuguese que chegaram ao Japão em meados do séc. XVI foram chamados Nanban, 南蛮, “bárbaros do Sul”.)

Tanto nós (os comandos militares) (*) como o próprio PAIGC pecámos por etnocentrismo... Afinal de contas, tanto Amílcar Cabral (**) como a nossa 'inteligentsia' político-militar leu o António Carreira, o Manuel Belchior, o Fernando Rogado Quintino e outros etnógrafos/etnólogos da Guiné... A única sensibilidade sócio-antropológica que nos incutiram, a nós, tropas metropolitnas,  à chegada à Bissau, foram meia dúzia de "clichés" ou estereótipos  sobre os fulas, os mandingas, os balantas, os felupes, e por aí fora...

É interessante, em todo o caso, ir vendo como evoluiu a atitude das chefias militares em relação àqueles grupos étnicos e sociais que, no início da "guerra subversiva", escolheram o "campo do inimigo", aliciados pela "subversão"... A aliança dos fulas com as NT sempre foi incensada, até ao consulado de Spínola e à 'psico': a necessidade de concorrer com o PAIGC, não só com as armas de fogo, mas também e sobretudo com as da "sedução", levou os comandos militares a passar a "namorar" os balantas, os biafadas e os mandingas, e a criticar certas facetas do modo de vida e de pensar dos fulas...

Era  o caso, por exemplo, do Comando do BART 2917 que tinha, em Nhabijões, em 1970/72, um dos maiores reordenamentos da Guiné: cerca de 300/350 casas... Em contrapartida, esta abordagem "etnográfica"  estava práticamente ausente da História da Unidade anterior, o BCAÇ 2852 (Bambadinca, 1968/70), podendo ler-se na pag. 1 do Cap II este delicioso naco de prosa :

(...) "No Sector L1 podemos considerar duas raças (sic) distintas: para Leste da estrada Bambadinca-Xitole onde predomina a raça Fula, e para Oeste da mesma estrada onde predominam as raças Balanta e Biafada.

"A população Fula de um modo geral é nos favorável, sendo de destacar o regulado de Badora, que tem como Chefe / Régulo um homem de valor e considerado pela população como um Deus. Esse homem é o Tenente Mamadu, já conhecido do meio militar pelos seus feitos valorosos e dignos de exemplo. Da outra população, fortes dúvidas se tem, especialmente as dos Nhabijões, Xime e Mero.

"Com o início do reordenamento da população em auto-defessa, num futuro próximo o IN se verá com sérias dificuldades, pois deixará de ter apoio e de ter a possibilidade de roubar para deste modo poder sobreviver" (...)


O roubo (e nomeadamente de gado) estava associado aos balantas... Este estereótipo mantinha-se no tempo da CCAÇ 12 (Bambadinca, 1969/71),

Uma advertência final: a transcrição de documentos político-militares, tanto de um lado como do outro, não implica qualquer concordância, aval ou aceitação do seu conteúdo... São documentos de trabalho, para leitura e análise 'desapaixonadas'... Partimos do princípio que o nosso leitor é soberano... E os nossos leitores são, fundamentalmente, os antigos combatentes desta guerra (colonial, para uns; do ultramar, para outros; de libertação, ainda para alguns...).


2. Vamos aqui voltar reproduir alguns excertos do Cap II da História do BART 2917, Bambadinca, 1970/72, pp. 17-21 (Documento na altura classificado como "reservado", hoje desclassificado; versão policopiada gentilmente cedida ao nosso blogue pelo ex-fur mil trms inf, José Armando Ferreira de Almeida, CCS/ BART 2917, Bambadinca, 1970/72, membro da nossa Tabanca Grande; comparada igualmente com a versão, em suporte digital, corrigida e melhorada pelo Benjamim Durães, outro grã-tabanqueiro (*)
 

(...) Sector L1 (Bambadinca) > População > Aspecto político (...)

3 – O BALANTA

(i) Nesta apreciação incluímos todos os balantas, incluindo os mansoancas, por não se conhecerem, no Sector [L1], problemas específicos para cada ramo balanta;

(ii) Aguerridos, alegres e folgazões, desconfiados mas demasiados ingénuos, depois de quebrada a sua desconfiança atávica, são o povo mais trabalhador da Guiné e só a ele se deve a transformação da lalas em produtivas bolanhas;

(iii) O Chefe Político é o Chefe de Família e por isso o Chefe de Povoação tem funções limitadíssimas, não podendo decidir sobre qualquer assunto sem que haja um total consentimento por parte dos Chefes de Família;

(iv) A figura de Régulo ou Chefe de Tabanca, é de criação portuguesa e, como é óbvio, não se integra na estrutura deste povo e, por conseguinte, nada representa para eles;

(v) A sua economia assenta na exploração do arroz alagado, aparecendo as culturas de milho, mandioca e arroz de sequeiro como complemento mas em muita pequena escala;

(vi) Vive sempre junto da bolanha pois desta necessita, para as suas necessidades imediatas, o barro para os seus potes, a palha para as suas casas;

(vii) Povo agrícola, pouco gado cria e este mesmo reserva-o quase só para rituais;

(viii) Praticando o roubo de gado como modo de aumentar a sua importância social, visto tal roubo ser uma verdadeira instituição social sem o significado desonrado que tem para as outras sociedades, evita-o, dividindo o seu gado pela guarda dos seus vizinhos e amigos e guardando em contrapartida o desses vizinhos;

(ix) A subversão apanhou os balantas na altura em que o seu dinamismo demográfico se fazia sentir no Sector ao longo das lalas dos rios Corubal e Geba, tendo penetrado neste praticamente até à área de Bissaque-Canchicamo e naquela até Jargavida;

(x) Ao mesmo tempo que se expandia, introduzia novos métodos de cultura junto das populações;

(xi) Entretanto a ingenuidade e imprevidência do balanta e o seu gosto pelo álcool são aproveitados não só pelos comerciantes pouco escrupulosos, que de um momento para o outro os colocaram na sua dependência mercê de juros elevados, mas também pelos mandingas e fulas, especialmente estes, que os sujeitaram a uma dependência económica tal que chegaram ao ponto de colherem os próprios frutos do trabalho dos balantas, dando-lhe somente o terreno para cultivo;

(xii) Encontrando-se enquadrados em sistemas políticos mas vastos, em que os chefes eram quase todos de etnia fula ou mandinga, eles com o seu conceito de grupo social apenas estendido à família não podiam fazer nada para evitar a sua desorganização social e defenderem-se das prepotências sofridas;

(xiii) É neste contexto que se deve compreender a fácil adesão do balanta à subversão, as promessas de libertação dos povos que os subjugavam económica, política e socialmente, induziram-nos a ver no PAIGC um meio de serem realizadas as suas aspirações;

(xiv) A inclusão sistemática de balantas nos grupos de guerrilheiros, a obrigação de darem grande parte da sua produção agrícola para alimentação desse mesmos grupos, a necessidade de, em virtude da acção das NT, se afastar cada vez mais das suas bolanhas, obrigá-los a abandonar a cultura do arroz alagado, a constatação de que os que ficaram nas zonas dominadas pelas NT têm uma vida fácil e progressiva, sendo cada vez menor, embora ainda existindo, a exploração que sobre eles exercem os outros grupos étnicos, exerceram a sua nostalgia da bolanha e criaram as condições quase ideais para uma viragem da sua atitude perante a subversão;

(xv) Contudo os que estão junto do IN sabem que aqueles que se apresentaram em Bambadinca e que não possuem bolanhas na área, são explorados apenas como mão-de-obra pelos donos da terra – alguns mesmo seus irmãos de raça – e continuam a ter a nostalgia das suas próprias bolanhas;

(xvi) Tal não sucede ainda aos que se têm apresentado no Enxalé (subsector do Xime) porque aí a bolanha é vasta e encontra-se ainda desocupada, especialmente em locais bastante longe da povoação, mas, se não nos preocuparmos em pôr cultivável toda aquela imensa bolanha, a curto prazo veremos acontecer também ali a exploração do balanta pelo balanta e estancar-se-ão as apresentações quase semanais que ali se vêm realizando;

(xvii) Julgamos que o único modo de conseguir retirar ao controlo IN um substancial número de balantas, será criar condições de segurança das ricas bolanhas que se encontram abandonadas

(xviii) De entre todas essas está a de Samba Silate em virtude de ser uma bolanha rica e muito grande, encontrar-se completamente deserta, ser a sua população recenseada antes do início do terrorismo superior a 1200 pessoas, saber-se que os seus antigos ocupantes se encontram sobre controlo IN, na área de Incala, e desejarem para ali voltar.

Dos Balantas existentes no Sector os seguintes núcleos:

ENXALÉ (carta do Xime, 1961, escala 1/50 mil) > Francamente colaborante com as NT.

NHABIJÕES > Colaboram com as NT mas possuindo muita família no mato têm assíduos contactos com pessoal, especialmente da região de Incala que ali vai vender arroz e, através de Bambadinca, abastecer-se de artigos de primeira necessidade. Sempre negam tais contactos embora sejam de todos conhecidos. (***)

SANTA HELENA > Colaboram com as NT mas possuindo muita família no mato, especialmente pessoal do Regulado do Cuor, mantêm frequentes contactos com esses familiares que ali se deslocam, mas negam esses contactos e raramente os denunciam.

MERO > Colaboram com as NT. Mantêm intensos contactos com pessoal desarmado sob controlo IN que na maioria são seus familiares. Negam sempre tais contactos. 

[Seleção / Revisão e fixação de texto / Negritos: LG] (****)

_________________

Notas do editor:


(**) Vd. poste de 30 de Junho de 2008 > Guiné 63/74 - P3000: Amílcar Cabral: nada mais prático do que uma boa teoria (Luís Graça)

 (...) A estratificação da sociedade fula também pode ser vista a partir da família, extensa, que é a sua célula: a família de um homem grande é constituída pela morança; um conjunto de moranças formam uma tabanca; um conjunto de tabancas um regulado; e por fim, os regulados fulas estão associados ao chão fula (Leste da Guiné, compreendendo hoje as regiões de Bafatá e de Gabu), uma entidade territorial e simbólica, ligada à conquista.

Aqui a mulher não goza de quaisquer direitos sociais: participa na produção sem quaisquer contrapartidas; por outro lado, a prática da poligamia significa que ela é, em grande parte, propriedade do marido.

Estranha-se, não haver aqui uma referência ao fanado feminino e sobretudo ao profundo significado sócio-antropológico que tinha (e tem) a Mutilação Genital Feminina entre os Fulas (mas também entre os Mandingas e os Biafadas). Será que Cabral tinha consciência das terríveis implicações, para a mulher, desta prática ancestral, e também aceitava tacitamente em nome do relativismo cultural, tal como os antropólogos colonialistas ? Não conheço nenhum texto em que o ideólogo do PAIGC tenha tomada posição sobre este delicado problema. (...) .

(...) Tenho ideia que Cabral se movimentava (e pensava) melhor no campo do que na cidade, já que ele trabalhou como engenheiro agrónomo, na Guiné e depois em Angola, ao longo da década de 1950. Entre 1953 e 1956 fez o recenseamento agrícola da Guiné (…), e julgo que lhe veio daí a sua admiração pelos povos animistas, e em especial os balantas, os magníficos camponeses da Guiné, os grandes cultivadores de arroz. (...)

(...) Falando das gentes do mato, Cabral dá uma lição sobre os balantas, grupo que ele não só conhece, como agricultores, como admira, enquanto povo, que foi historicamente um povo resistente (tal como os oincas, ms estes mandingas, islamizados). Chama-lhes uma “sociedade horizontal”, isto, é, “que não tem classes por cima umas das outras”. Entre eles não há hierarquias. Os chefes foram uma invenção dos tugas, que lhe impuseram régulos fulas ou mandingas, nalguns casos antigos cipaios, leais aos portugueses:

“Cada família, cada morança tem a sua autonomia e, se há algum problema, é o conselhos dos velhos que o resolve, mas não há um Estado, não há nenhuma autoridade que manda em toda gente”. 

A sociedade balanta seria uma sociedade tendencialmente igualitária, que Cabral descreve nestes termos singelos : 

“A sociedade balanta é assim: Quanto mais terra tu lavras, mais rico tu és, mas a riqueza não é para guardar, é para gastar, porque um indivíduo não pode ser muito mais que o outro”… Explicitando melhor: “Quem levantar muito a cabeça já não presta, já quer virar branco, etc. Por exemplo, se lavrou muito arroz, é preciso fazer uma grande festa, para gastar" (...).

(***) Vd. poste de 28 de fevereiro de 2006 > Guiné 63/74 - P577: Nhabijões: quando um balanta a menos era um turra a menos (Luís Graça)

(...) Nhabijões, 20 de Dezembro de 1969

Nhabijões: um conjunto de tabancas, ao longo do Rio Geba, habitadas por balantas (uma delas por mandingas), sob duplo controlo (a expressão é das NT) e agora em fase de reordenamento (outro eufemismo: para mim, trata-se de puro etnocídio sociocultural, o que se está aqui a fazer, obrigando os pobres dos balantas e mandingas de Nhabijões a transferir-se da beira rio para uma zona de planalto, sobranceira ao Geba, e a viver em casas desenhadas e construídas por europeus)...

(...) Os balantas foram, segundo o testemunho insuspeito dos meus soldados (fulas), as maiores vítimas da repressão colonial nesta década. Seis anos depois (é difícil confiar na memória dos africanos que não usam calendário, mas isto ter-se-á passado em 1962 ou 1963, depois do início oficial da guerra), Samba Silate (cuja população terá sido parcialmente massacrada pela tropa ou pela polícia administrativa de Bambadinca, não posso precisar) e Poidon (regada a napalm, dizia-se,  pela força aérea) ainda despertam aqui trágicas recordações: evocam o tempo em que todo o balanta era suspeito aos olhos das autoridades militares e administrativas, presumivelmente coadjuvadas pela PIDE (..)-.

Há uns anos atrás, nos anos do terror, ser encontrado fora da sua tabanca ou do seu perímetro, de catana na mão ou faca de mato à cintura - que é ronco ou adorno para um balanta que se preze - , eis um belo pretexto para um balanta ser preso, levado para o posto administrativo de Bambadinca, sumarianente interrogado e às vezes, hélàs!, mais sumariamente ainda liquidado.

 A justificação era simples, segundo os meus soldados fulas: "um balanta a menos, era um turra era menos" (sic)… Admito que haja aqui alguma dose de fanfarronice e de exagero, por parte dos fulas, históricos inimigos e vizinhos dos balantas… Mas não há fumo sem fogo: estas histórias parecem-me ter consistência…
 
(...) Recuperação psicológica e promoção sócio-económica das populações – a chamada acção psicossocial: eis agora a palavra de ordem, sob o consulado de Herr Spínola… É isso: agora faz-se psico (psícola, como dizem os nossos soldados): o major aperta, com visível repugnância, as mãos das múmias; o médico observa, enfastiado, uns tantos casos constantes do catálogo das doenças tropicais; um outro miliciano distribui cigarros Marlboro; e o cabo da CCS anda a ver se come a bajuda de mama firme…

Admitem-se abertamente, na linguagem fetichista dos spinolistas, os erros do passado da nossa administração que não terá tido na devida conta as susceptibilidades, as idiossincracias e até os direitos das populações guineenses, mas omite-se, talvez por uma questão de má-consciência, os crimes praticados pelas NT, no passado recente e no passdo mais remoto, pelos nossos métodos particulares de pacificação…

(...) Mas, fazendo deslocar a guerra do TO (teatro de operações) para a ACAP (repartição de acção psicológica), Herr Spínola admite implicitamente que a vitória já não pode ser ganha só pelas armas. (...).

(****) Último poste da série > 22 de dezembro de 2022 > Guiné 61/74 - P23905: Antologia (87): Apresentação do livro de Daniel dos Santos, "Amílcar Cabral: um outro olhar", pelo eng.º Armindo Ferreira, na Praia, em 5/9/2014

4 comentários:

antónio graça de abreu disse...

Herr Spínola??? Também não é preciso tanto...

António Graça de Abreu

Tabanca Grande Luís Graça disse...

António, o texto é de dezembro de 1969, tinha eu 22 anos, ia fazer 23... Já na metrópole, tratava-o por "Her" Spínola por causa da sua pose "prussiana", que soava a militarismo ridículo... Hoje percebo-o melhor: afinal, cada um de nós na vida, afivelha a máscara que lhe convém... Mantenhas. LG

Hélder Valério disse...

Luís

Não te apoquentes tanto com esse tipo de explicações.
Há pessoas que por dificuldades de formação não conseguem "perceber" as situações, o seu enquadramento, ou fingem não perceber, ou não querem mesmo perceber, pois quando se está perante pessoas de elevado nível cultural e de (de)formação apenas se pode concluir que se trata de provocação, provavelmente a suscitar o aplauso das suas claques.

A expressão utilizada ("Herr Spínola") aparece num conjunto de texto já em itálico, depois do artigo, citando "posts" antigos, para o caso de 28 de Fevereiro de 2006, repescando escrita de Dezembro de 1969.

Por isso considero haver uma grande distração, ou então como vontade de polemizar e "exigir" que tudo decorra conforme os seus conceitos e preconceitos. Além do mais tenho ideia de que já em tempos tinhas feito uma observação qualquer sobre a terminologia usada "nesse tempo" para classificar e qualificar Sua Excelência o Senhor Marechal António de Spínola.

Já agora, aproveito para considerar que o balanço da vida de uma pessoa, de qualquer pessoa, deve ter em conta o "deve e haver", os fatores positivos e os negativos (claro que isto depende das várias perspetivas de observação...).
E, sendo assim, não é justo considerar o Spínola apenas pela sua intervenção no livro "Portugal e o Futuro". Na sua acção de procurar conduzir a "guerra na Guiné" compreendendo a situação local e mundial (na prática, percebendo os chamados "ventos da História"). Na sua tentativa de liderar (ou ser utilizado...) para contrariar os tempos do chamado PREC. No seu gosto pelas fardas "prussianas" adquiridas aquando das suas funções em tempo da II GG Mundial. Na sua acção aquando da Guerra Civil Espanhola. Enfim, nas múltiplas facetas que compreendem a vida de um homem, pois é esse conjunto que se deve considerar.
E isto, este tipo de abordagem, deve ser para todos.

Hélder Sousa

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Herr

(German hɛr)

Noun

Word forms: plural Herren (ˈhɛrən)
a German man: used before a name as a title equivalent to Mr

Collins English Dictionary.

Copyright © HarperCollins Publishers

Word origin German, from Old High German herro lord

https://www.collinsdictionary.com/dictionary/english/herr