quinta-feira, 6 de julho de 2023

Guiné 61/74 - P24455: História da CCAÇ 2792 (Catió e Cabedú, 1970/72) - Parte II: Período de 1 de novembro a 31 de dezembro de 1970: colocada nas zonas de acção de Catió e Cabedu

Guiné > Região de Tombali > Carta de Catió (1956)  (Escala 1/50 mil) > Posição relativa de Catió e alguns rios envolventes: Tombali, Cobade, Umboenque, Ganjola, etc.

Guiné > Região de Tombali > Carta de Cacine (1960)    (Escala 1/50 mil)  > Posição relativa de Cabedú, e dos rios Cumbijã e Cacine.

Infografias: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2023)


1. Começámos a publicar alguns excertos da história da CCAÇ 2792 (Catió e Cabedu, 1970/72), por ser também mais uma das subunidades, que estiveram no CTIG, e que não têm até à data nenhum representante (formal) na Tabanca Grande.   

Por outro lado, chamou-nos a atenção a situação, anómala (e até, se calhar,  inédita) de ser um subunidade que embarcou, no T/T Carvalho Araújo, em 19 de setembro de 1970, desfalcada de 3 dos seus oficiais subalternos. Mas não só: acabou a IAO, em 31 de outubro de 1970, em Bolama, sem qualquer alferes, sendo os pelotões comandados provisoriamente por furriéis (*)

Com base nos elementos de que dispomos (cópia parcial da história da unidade), vamos continuar a destacar aqui alguns dos pontos do seu historial, que nos parecem mais interessantes, para os nossos leitores. Em princípio são resumos feitos por um dos nossos editores. No caso de excertos, virão publicados com aspas ou itálicos.

Guiné > Região de Tombali  >  Catió > CCAÇ 617  (1964/66) >   O quartel

Foto (e legenda): © João Sacôto (2019). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

Guiné> Região de Tombali > Catió > CCS / BART 1913 (Catió 1967/69) > Álbum fotográfico de Vitor Condeço (1943-2010) > Catió > Quartel > Legenda do autor: "Foto tirada de cima do depósito da água do quartel [Jul 1967]. Vista parcial da parte nova do quartel. A parada com o cepo (raiz) do Poilão, à esquerda as casernas nº 1 e nº 2, ao centro o edifício do comando, por detrás deste as camaratas de sargentos e depois destas as novas messes ainda em construção, tal como a camarata de oficiais à direita. O telhado vermelho era a messe e bar de sargentos".


Guiné> Região de Tombali > Catió > CCS / BART 1913 (Catió 1967/69) > Álbum fotográfico de Vitor Condeço (1943 - 2010) > Catió - Quartel > O Fur Mil Vitor Condeço sentado na raiz do Poilão, tendo por fundo o edifício do comando". [O Vitor, 63 anos, reformado, residente no Entroncamento, foi furriel miliciano mecânico de armamento, CCS do BART 1913, Catió, 1967/69].


Fotos (e legendas): © Victor Condeço (2007). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

Guiné > Região de Tombali > Cabedú - CCAÇ 1427 (1965-1967) >  Vista aérea do Aquartelamento e pista de aviação. Foto do álbum de Manuel José Janes,  "O Violas" - (Vd.  poste P17336) (Com a devida vénia...)

Foto (e legenda): © Manuel José Janes / Jorge Araújo (2017). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


História da CCAÇ 2792 (Catió e Cabedú, 1970/72) - Parte II: 

Período de 1 de novebro a 31 de dezembro de 1970: colocada nas zonas de acção (ZA) de Catió e Cabedu

Depois de mês e meio em Bolama, a CCAÇ 2792, comandanda pelo cap inf op esp Augosto Manuel Monteiro Valente (1944-2012),  marchou em 16 de novembro de 1970 para Bissau a bordo das LDM 310 e 311, devendo seguir posteriormente para Catió e Cabedú, as zonas de acção que lhe foram atribuídos, em 6 de dezembro, no sul da Guiné, região de  Tombali.

A 18 seguiram para Catió, em avião Nord Atlas, o comando e os 1.º e 2.º  Gr Comb. O transporte para Cabedú, dos restantes Gr Comb (3.º e 4.º) só se realizou a 4 de dezembro em LDM. 

Até 17 de dezembro, a CCAÇ 2792 ficou na dependência operacional do BART 2865, data em que o BCAÇ 2930 assumiu a responsabiliddae da ZA do Sector S3 (Sul 3).

"A  divisão dos efetivos da Companhia pelas ZA de Catiõ e Cabedú foi o primeiro golpe para o seu moral.  O espírito de corpo que, apesar das dificuldades de enquadramento, se conseguiu criar, manter  e desenvolver, foi afetado substancialmente,.

Catió e Cabedú são duas regiões distintas,  sem possibilidades de contacto pelo que as forças se separaram sem qualquer dúvida  de que se não voltariam a reagrupar  antes  do final da comissão.  Esta divisão tirou imediatamente à subunidade a sua capacidade ofensiva, pois que os efetivos nas ZA tornaram-se insuficientes para fazer frente ao Inimigo que se encontra instalado  imediatamenmet para lá dos limites das ZA." (pág. 18/II)

(21) Milícias

Dependentes do comando da CCAÇ 2792, estavam as seguintes forças de milícias, constituídas por "voluntários nativos", utilizados  (i) "na defesa local das populações onde não esteja estabelecida autodefesa"; e (ii) em reforço das NT em operações:

- Em Catió (dependência operacional): 

  • Comp Mil  13 (fula), a 3 pelotões; 
  • Pel Mil  272 / Comp Mil 25 (balanta);

- Em Cabedú (dependência total):

  • Pel Mil 274  / Comp Mil 25 (várias etnias).
(22) Caracterização das ZA de Catió e Cabedú:

(221) Terreno:

As duas ZA estavam separadas por um obstáculo natural chamado Rio Cumbijã. Os seus limites são definidos por:

(i) No caso do Catió (Comando, 1.º e 2.º Gr Com da CCAÇ 2792 mais 4 pelotões de milícias)

R Cumbijã |  R Cobade | Foz R Umboenque | R Umboenque | Nascente R Binde | Estrada de Tombali | Catió 8 F0-30 | Nascente R Cantolom |  Catió 8 I5-25 | Bedanda 2 A0-42 | R Carangaque |  R Ganjola | R Catafaque | Canchumane 15 (Bedanda  1 E5 - 66) | Rio contornando a Este os ilhéus  de Cuducó e Infanda até à sua foz. 

(Vd. infografia acima, Carta de Catió)

(ii) No caso do destacamento de Cabedu (3.º e 4.º Gr Comb da CCAÇ 2792 mais 1 pelotão de milícia):  

R Cumbijã desde a foz até Cacine Z 63-81 | Foz R Ualche | R Ualche | Cabanta | R Pachira |  R Cacine até à sua foz. 

(Vd. infografia acima, carta de Cacine).

(Continua)

(Seleção / resumo / negritos / itálicos: LG)

_____________

Nota do editor:

(*) Vd. postes de:

4 de julho de 2023 > Guiné 61/74 - P24450: História da CCAÇ 2792 (Catió e Cabedú, 1970/72) - Parte I: Mobilização, composição e deslocamento para o CTIG em 19 de setembro de 1970

3 de julho de 2023 > Guiné 61/74 - P24447: Casos: a verdade sobre... (34): A CCAÇ 2792 (Catió e Cabedú, 1970/72), comandada pelo cap inf Augusto José Monteiro Valente (1944-2012), e depois maj gen ref, que embarcou para o CTIG sem três alferes (que terão desertado) e durante a IAO ficou sem o último, por motivos disciplinares...

4 comentários:

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Conheci o Cantanhez em 2008, não chegei a ir a Catió nem a Cabedu, mas estive em Iemberem, e em antigas "barracas" da guerrilha, cambei o rio Cacine numa canoa "nhominca" dos pescadores de Cananima, e visitei Cacine e os seus "bunkers"...

O Cantanhez ainda era uma série de matas de meter respeito, um emaranhado de cursos de água, lianas e árvores de grande porte...

Posso perceber melhor o "drama" da CCAÇ 2792 dividida ao meio pelo temível rio Cumbijã....

Valdemar Silva disse...

Na fotografia do Quartel podemos ver no centro da parada um poilão que seria, em 1964-1966, um perigoso ponto de referência para a artilharia IN.
No P5290 podemos ver o que restou do mesmo poilão cortado, numa fotografia de 1967 do Condeço.

Valdemar Queiroz

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Bravo, Valdemar!... Já tinhas dado sobejas provas de que eras/és um "bom observador"... Tens toda a razão: o poilão, no centro da parada do quartel de Catió, foi cortado pela raiz entre 1966 e 1967 (comparem-se as fotos do João Sacôto e as do nosso saudoso Victor Condeço).

Claro, no tem+po da CCAÇ 2792 (1970/72) já não havia poilão, nem provavelmenmte vestígios da sua raiz...

Antº Rosinha disse...

As instalações militares de Catió ainda em 1988 estavam em uso e bem conservadas.

À ordem do presidente do comité, evidentemente.

Ainda serviram para eu e colegas pernoitarmos algumas noites, em serviço na região.

Catió a par de Gabu e Farim era uma vila interessante, bem desenhada à portuguesa colonial.

Via-se algum Zinco dos telhados à "Spínola" o que desfeava um pouco o estilo colonial.

Na Guiné escassea um pouco o capim apropriado para telhados, por isso o recurso exagerado ao zinco por Spínola, a falta de telha.