quarta-feira, 18 de dezembro de 2024

Guiné 61/74 - P26278: Por onde andam os nossos fotógrafos ? (31): Jorge Pinto (ex-alf mil, 3.ª C / BART 6520/72, Fulacunda, 1972/74) - Parte I



Foto nº 1


Foto nº 1A


Foto nº 1B


Foto nº 2A


Foto nº 2


Foto nº 3


Foto nº 4


Guiné > Região de Quínara > Fulacunda > 3ª C/BART 6520/72, 1972/74)  >  1974 > As NT em patrulhamento  (junho)  e  uma visita de um bigrupo do PAIGC (julho)


Fotos: © Jorge Pinto (2016). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar_ Blogue Luís Graça & Camaradas da Guine]



1. O Jorge Pinto [ex-alf mil, 3.ª CART/BART 6520/72, Fulacunda, 1972/74; natural de Turquel, Alcobaça; professor do ensino secundário, reformado; membro da Tabanca Grande desde 17/4/2012 (*), com 57 referências no blogue ] tem um excelente álbum fotográfico do seu tempo de Guiné, e em especial de Fulacunda, região de Quínara. Merece uma revisita, com reedição das suas melhores fotos (**).


Nesta parte I,  publicamos 4 fotos. As duas últimas (nºs 3 e 4) retratam um patrulhamento das NT, feito ainda em junho de 1974, antes da primeira visita dos militares do PAIGC a Fulacunda, já em julho de 1974. 

As fotos nºs 1 e 2 têm a ver com essa visita, em que os guerrilheiros do PAIGC  contactaram com a NT, as autoriades civis e a populção local, de maioria biafada (a ver na Parte II). A digura de proa desse bigrupo era o comandante Bunca Dabó, que atacou várias vezes o aquartelamento e a tabanca de Fulacunda, durante os dois anos em eu que lá estive.

A seu pedido expresso, quiseram conhecer o porto de Fulacunda, por onde era feito o nosso reabastecimento [porto fluvial, no rio Fulacunda, vd, poste P12368].

As fotos evidenciam que a "confiança", por parte deles, ainda estava para nascer!!! ....(Já estávamos em Julho de 1974...)  Também ficou por explicar a utilidade desta visita, pois não fomos fazer nada nem ver nada de novo.

A minha companhia, 3ª C/Bart 6520/72, partiu do RAL 5 em 26.06.72 e regressou a 21.08.74. Teve como comandante o capitão mil inf José João Mousinho Serrote.

Jorge Pinto (fot0 atual à direita)

PS - "A 3. a Comp seguiu em 29lul72 para Fulacunda, a fim de efectuar o treino operacional e a sobreposição com a CArt 2772. Em 20ag073, assumiu a responsabilidade do respectivo subsector, ficando integrada no dispositivo e manobra do seu batalhão e depois do COP 7 e novamente do seu batalhão, sendo especialmente orientada para a contrapenetração
no corredor de Guebambol."

Fonte: Fonte: Excerto de Portugal. Estado-Maior do Exército. Comissão para o Estudo das Campanhas de África, 1961-1974 [CECA] - Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África (1961-1974). 7.º volume: Fichas das Unidades. Tomo II: Guiné. Lisboa: 2002, pág. 240.
 
2. Comentário do editor LG:

Jorge, tu tens as melhores fotos de Fulacunda mas também fizeste uma reportagem completa e surpreendente  sobre a visita do  comandante do bigrupo, Bunca Dabó (ou  D'Abó, como tu o apelidaste)...  

É natural que houvesse, ainda, de parte a parte, alguma desconfiança. Afinal, o Acordo de Argel só seria assinado em 25 de agosto de 1974... Mas também era verdade que nenhuma das partes queria retomar as hostilidades...

O que salta à vista, nestas fotos históricas,  é a tua descontração (desarmado e em farda nº 2, fazendo as "honras à casa") em contraste com   o bigrupo do Bunca Dabó que vem "armado até aos dentes" (não faltam RPG e granadas, além das Kalash)... 

Convenhamos que, para uma visita de "cortesia e paz"  aos "Serrotes", a ti, aos teus camaradas e aos teus fregueses de Fulacunda, parece ser armamento a mais...  

Mas sobre esta visita conversaremos melhor  na II Parte.

Boas festas, feliz Natal, uma entrada suave, com paz e saúde, no Novo Ano de 2025. Luís

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Notas do editor:  

2 comentários:

Tabanca Grande Luís Graça disse...

É interessante que seja um alferes miliciano a fazer as "honras da casa", e não o comandante, o cap mil inf Serrote...

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Jorge, nunca me chegaste a responder a uma pergunta minha, inserida num comentário ao teu poste P12387, de 4 de dezembro de 2013, que volto a repetir, passados 11 anos:

(...) "Vendo a serenidade com que tu, Jorge, apareces nas fotos, e ao mesmo dando-nos conta, pela informação que temos sobre Fulacunda, que estava praticamente isolada por terra, permito-me perguntar-te como é que o pessoal (guineense e continental) lidava com um ambiente concentracionário e claustrofóbico como deveria ser o desse "campo fortificado"... Ainda para mais vocês fizeram a comissão inteirinha em Fulacunda.

Em suma, qual foi o vosso segredo para poder manter a saúde física e mental ? E, em última análise, "sobreviver" ? Eu sei que havia situações parecidas, mas o vosso isolamento físico terá sido um dos piores... (embora houvesse barco quinzenal, pelo lado sul). (...) (quarta-feira, 4 de dezembro de 2013 às 22:03:00 WET )