Guiné > Região do Cacheu > COP 3 > Base de Canturé > CF (Companhia de Fuzileiros] 10 (1969/71) > O grumete José Sentieiro é o quarto a contar da esquerda.
Foto da página do José Sentieiro no Facebook. (Com a devida vénia...)
O José Sentieiro é um dos três fuzileiros que desertou da base de Canturé em 1970. E é o único que está vivo: natural de Torres Novas, é empresário no Brasil. vive em Eusébio, Ceará, e tem página no Facebook [José Sentieiro]. Já nos contactou e já o contactámos, mas ainda não temos a sua versão dos factos, relacionados com a sua deserção.
Senegal > PAIGC> Panfleto do PAIGC > s/d > Três fuzileiros portugueses que desertaram da base naval de Ganturé, COP 3, na região do Cacheu. Legenda: "A satisfação dos fuzileiros navais Pinto, Alfaiate e Sentieiro, fotografados em lugar seguro, após terem abandonado a base fluvial de Ganturé".
Documento digitalizado que nos chegou, em 2007, por mão do Fernando Barata, ex-alf mil da CCAÇ 2700 (Dulombi, 1970/72) (*).
Na imagem, de péssima qualidade , o alentejano António José Vieira Pinto é o do meio, identificado por um amigo (no blogue Água Lisa, do João Tunes). O Alberto Costa Alfaiate seria o da esquerda e o José Armindo, o da direita.
Foto: © Fernando Barata (2007). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guine]
I. INQUÉRITO 'ON LINE':
"NA MINHA UNIDADE (COMPANHIA OU EQUIVALENTE) NÃO HÁ CASOS DE DESERÇÃO"
Os 80 primeiros resultados (às 19h00 de hoje)
3. Um, na metrópole > 15 (18%)
_____________
"NA MINHA UNIDADE (COMPANHIA OU EQUIVALENTE) NÃO HÁ CASOS DE DESERÇÃO"
Os 80 primeiros resultados (às 19h00 de hoje)
1. Nenhum, na metrópole > 40 (50%)
2. Nenhum, no TO da Guiné > 51 (63%)
3. Um, na metrópole > 15 (18%)
4. Dois, na metrópole > 4 (5%)
5. Três ou mais, na metrópole > 3 (3%)
6. Um, no TO da Guiné > 11 (13%)
7. Dois, no TO da Guiné > 1 (1%)
8. Três ou mais, no TO da Guiné > 0 (0%)
O prazo de resposta termina 5ª feira, dia 3, às 15h34 (**).
Notas do editor:
O panfleto do PAIGC, que ele [, Fernando Barata,] vos entregou, eu tive, na minha posse, um idêntico. Dias depois da deserção, umas largas dezenas foram deixadas em Ganturé. Acrescento uma informação: eu ouvi-os depois na rádio do movimento guerrilheiro [ a Rádio Libertação, em Conacri,] dissertando [sobre] a sua deserção. (...)
Só que a razão da deserção desses homens - que diziam estar contra a guerra, Alfaiate reafirmou-o na rádio PAIGC em Conacri - não se coadunam com o facto descrito pelo comandante Calvão no seu livro 'De Conakry ao MDLP', no qual assinala que o citado Alfaiate (um dos desertores), libertado pelo PAIGC e colocado em Paris, fora capturado, mas que "ao mesmo tempo se entregou voluntariamente às nossas autoridades, vindo de Conakry há três semanas" (p. 70).
Ora, eu sei por fontes que participaram na Op Mar Verde, que a bordo dos navios que zarparam para a capital guineense em 1970 não ia somente o Alfaiate, mas, pelo menos, um outro. Eu pensei que era o Pinto, mas podia ter sido o Sentieiro. (A notícia de que o Pinto apareceu ligado à LUAR e, posteriormente, à segurança do Vasco Gonçalves, não me convence, à priori, do seu antifascismo. Os partidos de esquerda estavam cheios de infiltrados.)
O Calvão, no livro, chama a Alfaiate "colaborador de valor". Ou seja, sabia coisas. (...)
(**) Último poste da série > 1 de novembro de 2016 > Guiné 63/74 - P16665: Inquérito 'on line' (79): Com 60 respostas, até ontem às 18h, e a dois dias de "fecharem as urnas", temos apenas 11 casos de deserção no CTIG... Precisamos de chegar às 100 respostas... e nomear a(s) companhia(s), no CTIG, em que tenha havido um ou mais casos de desertores, antes do embarque e/ou depois do embarque: depoimentos, precisam-se!
(*) Vd. poste de 4 de Fevereiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1496: PAIGC - Propaganda (2): Notícia da deserção de três fuzileiros navais (Fernando Barata)
Vd. também postes de:
3 de março de 2007 > Guiné 63/74 - P1560: Questões politicamente (in)correctas (25): O ex-fuzileiro naval António Pinto, meu camarada desertor (João Tunes)
12 de Setembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2097: Em busca de... (11): José Armindo Sentieiro, ex-fuzileiro, o único sobrevivente dos três desertores de Ganturé (Fernando Barata)
9 de novembro de 2009 > Guiné 63/74 - P5241: Controvérsias (50): O estranho caso dos três desertores da base naval de Ganturé (Serafim Lobato)
(...) Chamo-me Serafim Lobato. Fui jornalista, hoje reformado, e, na altura da deserção dos grumetes era oficial fuzileiro especial e estava sedeado em Ganturé, tal como eles.
A sua deserção deu-se meia dúzia dias da minha chegada àquela base naval, situada nas margens do rio Cacheu, dois quilómetros para sul da sede do Comando Operacional 3 [COP 3] que, então, era comandado pelo capitão-tenente Alpoim Calvão, que veio a ser o comandante da citada operação [ Op Mar Verde, invasão de Conacri, 22 de novembro de 1970].
Fui uma testemunha. (...) Os desertores pertenciam a um pelotão independente de fuzileiros navais, que faziam as tarefas logísticas naquela base. Tinham sido punidos pelo comando do COP 3 e estavam a capinar o exterior da mesma, por delitos cometidos. Não eram meninos de coro que debitavam slogans contra a guerra. Aliás, na ocasião, o comandante Calvão não ficou preocupado com a deserção. (...)
Vd. também postes de:
3 de março de 2007 > Guiné 63/74 - P1560: Questões politicamente (in)correctas (25): O ex-fuzileiro naval António Pinto, meu camarada desertor (João Tunes)
12 de Setembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2097: Em busca de... (11): José Armindo Sentieiro, ex-fuzileiro, o único sobrevivente dos três desertores de Ganturé (Fernando Barata)
9 de novembro de 2009 > Guiné 63/74 - P5241: Controvérsias (50): O estranho caso dos três desertores da base naval de Ganturé (Serafim Lobato)
(...) Chamo-me Serafim Lobato. Fui jornalista, hoje reformado, e, na altura da deserção dos grumetes era oficial fuzileiro especial e estava sedeado em Ganturé, tal como eles.
A sua deserção deu-se meia dúzia dias da minha chegada àquela base naval, situada nas margens do rio Cacheu, dois quilómetros para sul da sede do Comando Operacional 3 [COP 3] que, então, era comandado pelo capitão-tenente Alpoim Calvão, que veio a ser o comandante da citada operação [ Op Mar Verde, invasão de Conacri, 22 de novembro de 1970].
Fui uma testemunha. (...) Os desertores pertenciam a um pelotão independente de fuzileiros navais, que faziam as tarefas logísticas naquela base. Tinham sido punidos pelo comando do COP 3 e estavam a capinar o exterior da mesma, por delitos cometidos. Não eram meninos de coro que debitavam slogans contra a guerra. Aliás, na ocasião, o comandante Calvão não ficou preocupado com a deserção. (...)
O panfleto do PAIGC, que ele [, Fernando Barata,] vos entregou, eu tive, na minha posse, um idêntico. Dias depois da deserção, umas largas dezenas foram deixadas em Ganturé. Acrescento uma informação: eu ouvi-os depois na rádio do movimento guerrilheiro [ a Rádio Libertação, em Conacri,] dissertando [sobre] a sua deserção. (...)
Só que a razão da deserção desses homens - que diziam estar contra a guerra, Alfaiate reafirmou-o na rádio PAIGC em Conacri - não se coadunam com o facto descrito pelo comandante Calvão no seu livro 'De Conakry ao MDLP', no qual assinala que o citado Alfaiate (um dos desertores), libertado pelo PAIGC e colocado em Paris, fora capturado, mas que "ao mesmo tempo se entregou voluntariamente às nossas autoridades, vindo de Conakry há três semanas" (p. 70).
Ora, eu sei por fontes que participaram na Op Mar Verde, que a bordo dos navios que zarparam para a capital guineense em 1970 não ia somente o Alfaiate, mas, pelo menos, um outro. Eu pensei que era o Pinto, mas podia ter sido o Sentieiro. (A notícia de que o Pinto apareceu ligado à LUAR e, posteriormente, à segurança do Vasco Gonçalves, não me convence, à priori, do seu antifascismo. Os partidos de esquerda estavam cheios de infiltrados.)
O Calvão, no livro, chama a Alfaiate "colaborador de valor". Ou seja, sabia coisas. (...)
(**) Último poste da série > 1 de novembro de 2016 > Guiné 63/74 - P16665: Inquérito 'on line' (79): Com 60 respostas, até ontem às 18h, e a dois dias de "fecharem as urnas", temos apenas 11 casos de deserção no CTIG... Precisamos de chegar às 100 respostas... e nomear a(s) companhia(s), no CTIG, em que tenha havido um ou mais casos de desertores, antes do embarque e/ou depois do embarque: depoimentos, precisam-se!