1. Camaradas é na qualidade de membro desta Tabanca Grande, que eu Eduardo José Magalhães Ribeiro, ex-Fur Mil OpEsp/RANGER da CCS do BCAÇ 4612/74, Cumeré/Mansoa/Brá – 1974, respondo, por direito de resposta, às dissertações expostas em alguns comentários inseridos no poste:
6 de Dezembro de 2010 >
Guiné 63/74 – P7392: Banalidades da Foz do Mondego (Vasco da Gama) (XII): Sobre a nova Série do nosso Blog “O fim do Império português na Guiné” do nosso camarigo Magalhães Ribeiro
Comentários:
Juvenal Amado disse...
Caro VascoGostei da tua intervenção.Não gostei do poste do MR, que já em outras alturas sacou de um tipo palavreado, que considero ofensivo para mim, que não penso como ele .Mas é assim a liberdade do teu nosso 25 de Abril, permite-nos ouvir de tudo e felizmente não nos obriga a comer e calar.No tempo do famoso «ultramar» era bem diferente.Um abraçoJuvenal AmadoSegunda-feira, Dezembro 06, 2010 10:27:00 PM
J.Belo disse...
Meu "Almirante" de outras tormentas. Näo se pode(nem deve!) esquecer que, a NOSSA LIBERDADE,foi conquistada por alguns que por ela lutaram durante muitas décadas...e,oferecida "de bandeja" a outros.Muitos até nem a queriam,ou querem,por täo incómoda nas diversidades. Gostei do que escreves-te.Aquele abraco!Terça-feira, Dezembro 07, 2010 1:33:00 AM
Amigos e Camaradas,
Comentários:
Juvenal Amado disse...
Caro VascoGostei da tua intervenção.Não gostei do poste do MR, que já em outras alturas sacou de um tipo palavreado, que considero ofensivo para mim, que não penso como ele .Mas é assim a liberdade do teu nosso 25 de Abril, permite-nos ouvir de tudo e felizmente não nos obriga a comer e calar.No tempo do famoso «ultramar» era bem diferente.Um abraçoJuvenal AmadoSegunda-feira, Dezembro 06, 2010 10:27:00 PM
J.Belo disse...
Meu "Almirante" de outras tormentas. Näo se pode(nem deve!) esquecer que, a NOSSA LIBERDADE,foi conquistada por alguns que por ela lutaram durante muitas décadas...e,oferecida "de bandeja" a outros.Muitos até nem a queriam,ou querem,por täo incómoda nas diversidades. Gostei do que escreves-te.Aquele abraco!Terça-feira, Dezembro 07, 2010 1:33:00 AM
Amigos e Camaradas,
Há camaradas neste blogue que têm um teclado fácil e democrático, só deles e apenas deles. Tão democrático que só eles é que sabem, e eles é que são os democratas do pedaço.
Debitam aqui o que muito bem lhes apetece, em nome da LIBERDADE individual e, no meu caso, criticam negativamente as minhas ideias, pensando eles, quem sabe, que é que estão certos… só eles. As ideias deles e os seus conceitos de LIBERDADE é que são a TOTAL… visão clara e sapiente.
Por acaso, no meu caso, esta malta anda, ou com azar, ou com falta de pontaria. Uns tantos (poucos felizmente) (des)interpretam completamente os meus textos e estão mais interessados em criticar as ideias do MR e, assim, arranjar chatices, do que acompanhar distraída e implicitamente a publicação e evolução das memórias no blogue.
Debitam aqui o que muito bem lhes apetece, em nome da LIBERDADE individual e, no meu caso, criticam negativamente as minhas ideias, pensando eles, quem sabe, que é que estão certos… só eles. As ideias deles e os seus conceitos de LIBERDADE é que são a TOTAL… visão clara e sapiente.
Por acaso, no meu caso, esta malta anda, ou com azar, ou com falta de pontaria. Uns tantos (poucos felizmente) (des)interpretam completamente os meus textos e estão mais interessados em criticar as ideias do MR e, assim, arranjar chatices, do que acompanhar distraída e implicitamente a publicação e evolução das memórias no blogue.
Eu não tenho criticado as ideias de ninguém, EXCEPTO A DETURPAÇÃO DE ACONTECIMENTOS E FACTOS e, por isso, agradeço que me deixem em paz com as minhas, já que ainda é um direito que me assiste.
Ou não?
Afinal quem é que não aceita as ideias dos outros?
Já o disse aqui mais que uma vez que há um velho ditado que diz: “Quem não se sente não é filho de boa gente”.
Eu sou!
Como fui nitidamente provocado, como se pode ler nos comentários em epígrafe, vamos lá então ver quem é que lutou, TAMBÉM E MAIS QUE MUITOS OUTROS, pela LIBERDADE e pelo 25 de ABRIL, para que hoje se possa estar aqui e em todos os cantos de Portugal a discutir sem qualquer tipo de receio… abertamente.
Estudei até aos 14 anos e optei por trabalhar/estudar aos 15, completando, em 1979, o 11º ano. Hoje estou com 43 anos de trabalho, dos quais retiro 2 meses de baixa (1 para me tirarem varizes das pernas e 1 para me tirarem o apêndice).
Até nisto tenho ajudado o país!
Nunca me tendo assumido como um anti-faxista da treta, como muitos se apregoaram e apregoam ainda hoje, recuo as minhas recordações aos fins dos anos 60, princípios dos anos 70, quando trabalhador-estudante na Escola Industrial Infante D. Henrique - no Porto -, para vos contar que aí, impressionado com o número de mortes que ia ouvindo, aqui e ali, que aconteciam na Guerra do Ultramar, resolvi interessar-me um pouco mais pela política (conversando e discutindo com os mais politizados, em grupinhos que ao mínimo sinal de perigo logo se separavam, pois a PIDE tinha ouvidos em todos os lados e andava sempre por perto).
Daí a passar também a colaborar em acções de sensibilização junto dos meus colegas de turma, essencialmente em pequenas acções contra a guerra, em que os meus familiares e amigos estavam a ser enviados aos “molhos”, feridos e mortos, foi um passo.
Um dos meus colegas escolar que trabalhava no jornal “O Século”, trazia vários exemplares do célebre “Fulcro” (um boletim maoista/trotsquista), e eu comecei a ajudá-lo na sua distribuição, quer na escola, quer na empresa onde trabalhava.
Depois fui dando uma “mãozinha”, em datas marcantes de factos políticos, como os 31 de Janeiro, os 1º de Maio e os 5 de Outubro, num velho hábito de protesto que era apedrejar o posto S.O.S. da P.S.P. que se encontrava no largo frente à escola e tirar o pedreiro da estátua local, colocá-lo na relva e enchê-lo de velinhas a arder ao mesmo tempo que distribuíamos panfletos com máximas e ditos contra a guerra, tudo muito rapidamente pelos transeuntes, pois a polícia pouco demorava a aparecer em grande número.
Nos anos 70 a polícia chegou a cercar completamente a escola, tendo-nos valido para escapar à detenção policial o túnel subterrâneo sob a Rua Júlio Dinis, que ligava à vizinha escola Gomes Teixeira, por onde fugíamos.
Nos 1º de Maio, passei a juntar-me com o Amaral e o Tó (velhos amigos meus) aos grupinhos que afluíam em tom desafiador e provocante, nas manifestações contra o regime governativo em vigor e a guerra do ultramar (onde eu mais me revia), que se iam acumulando na Praça da Liberdade, aqui no Porto, a quem a PSP em níveas (carochas de cor azul), circulando pela Avenida dos Aliados, fazia vários avisos: “Quem for alheio à manifestação é favor retirar-se rapidamente da praça!”.
Posto isto, seguiam-se as famosas mangueiradas de água azulada (com o que creio ser sulfato de cobre dissolvido que além de marcar as roupas, dava cabo delas todas) e o cerco dos manifestantes pela P.S.P. fardada e vários PIDES (à civil misturados) que distribuía, indiscriminadamente, brutais cargas de cacetada pelos manifestantes e outras pessoas que ali fossem apanhadas desprevenidas.
Posto isto, seguiam-se as famosas mangueiradas de água azulada (com o que creio ser sulfato de cobre dissolvido que além de marcar as roupas, dava cabo delas todas) e o cerco dos manifestantes pela P.S.P. fardada e vários PIDES (à civil misturados) que distribuía, indiscriminadamente, brutais cargas de cacetada pelos manifestantes e outras pessoas que ali fossem apanhadas desprevenidas.
Lembro-me de ver uma freira vestida de branco, que tentava atravessar rapidamente a praça, levar uma mangueirada do carro auto-bomba da P.S.P. e ficar toda de azul, e um casal de turistas estrangeiros, dominando mal a nossa língua, terem parado admirados com o "ajuntamento" de tanta gente e serem agredidos, várias vezes, à cacetada.
Por sorte e agilidade pessoal nunca levei nenhuma cacetada, mas muitas vezes fiquei com peças de roupa deterioradas.
Em Dezembro de 1973, no C.I.O.E. – Centro de Instrução de Operações Especiais, era habitual o pessoal em instrução (instruendos e cadetes), por ordens superiores, organizarem e realizarem um espectáculo de entretenimento que tinha lugar entre duas das mais impensáveis e duras provas do curso RANGER.
Também nesta “festa” andei “embrulhado”, que eu saiba num dos maiores actos contestatários políticos do antes-do-25A74 levados a efeito dentro de um quartel (ainda por cima de tropas especiais), ao modo como estava a ser gerida a política ultramarina, ao alinhar com o “Mosca” (Orlando Mesquita), vários instrutores, instruendos e cadetes, no apoio à interpretação de uma das canções revolucionárias, em voga naquela altura, que este grande cantor e Homem da cidade do Porto ali protagonizou.
Esta “festa” incluía, além de diversas canções, fados, anedotas, “travestimentos” e outras paródias próprias do acto.
A assistência era constituída por todo o “plantel” da Unidade, que era convidado a estar presente, onde sobressaía o Comandante – Cor. Amílcar José Alves.
O combinado nos bastidores entre a malta que sabia do que se ia passar era aplaudi-lo exacerbadamente, com gritos de apoio e muitos assobios.
Apesar dos mais que evidentes e justificados receios do “Mosca”, dado o alto risco de ser imediatamente detido finda a sua intervenção e as pouco recomendáveis consequências que daí adviriam, lá avançou destemido para a sua inesquecível, surpreendente e ousadíssima actuação, a que se seguiu a nossa (na quase totalidade do pessoal miliciano) enorme ovação.
Findo o “espectáculo” talvez frutos dos nossos efusivos aplausos, o comandante da Unidade, no meio de um silêncio absoluto, levantou-se e sentenciou: “Hoje é dia de festa e por isso vou fazer a de conta que nada se passou aqui de anormal”.
Deste episódio resta dizer que tudo acabou bem, tão bem que o caso foi omitido como prometera o Coronel Amílcar José Alves e o Orlando Mesquita recebeu, no fim do curso, o emblema RANGER, que hoje ostenta, segundo as suas palavras, com muita honra e orgulho.
Depois, já em Tomar, tive o orgulho pessoal de ter participado no 25 de Abril ou como eu gosto de escrever 25A74... sobre o qual não recebo lições de ninguém (ninguém mesmo), pois eu SEI ONDE ESTAVA como poucos se podem gabar… de G3 na mão, no RI15, onde estava a monitorizar instrução a mancebos, mobilizados, COMO EU, para a Guiné (há postes no blogue onde estão documentos meus comprovativos e tenho mais alguns no meu arquivo pessoal).
Também tenho que dizer isto, se a guerra acabou mais cedo para muitos que estavam no Ultramar e puderam regressar mais cedo a casa, foi porque muitos como eu se juntaram de imediato aos revoltosos de Abril, e ajudaram à concretização da revolução.
A uns, que nasceram mais cedo, infelizmente tocou-lhes entrar em terríveis combates, muita privação, sacrifícios, ver feridos e mortos. A mim, graças a Deus, tocou-me a fase do fim da guerra e da independência da Guiné.
Tenho a consciência tranquila e a minha caderneta militar limpa, porque cumpri 100% com o que foi solicitado no tempo de vida militar, que decorreu sem qualquer louvor ou “porrada”.
Tenho a consciência tranquila e a minha caderneta militar limpa, porque cumpri 100% com o que foi solicitado no tempo de vida militar, que decorreu sem qualquer louvor ou “porrada”.
Na volta á vida civil, desde o 25A74, fui e sou, ainda hoje, sindicalista, tendo começado nos então temíveis Metalúrgicos, a que se seguiu o STIEN - Indústrias Eléctricas do Norte e ainda hoje no SINDEL - Sindicato da energia, onde, apesar de trabalhar como técnico pelas 25 grandes barragens e 45 mini-barragens fora deste país, desempenho funções, sem críticas negativas, dos cerca de 40 colegas de trabalho, associados do dito sindicato.
Foram muitos os confrontos políticos e lutas de sindicalistas que eu ajudei a serenar e a "apagar" ao longo dos quentes anos do PREC e por aí fora... até aos dias de hoje.
Hoje, penso que é preciso que a "cegueira" anti-salazarista e anti-caetanista não leve a dizer mais disparates no blogue.
Não foi Salazar, nem Caetano que arranjaram umas coloniazitas em Àfrica, e depois inventaram umas guerrinhas onde os portugueses coitadinhos iam passar uns sacrificiozitos e morrer.
Caso não se lembrem, ou não saibam, em África já por lá andavam os tugas há mais de quinhentos anos. 500 ANOS meus amigos!
A verdade quer se queira, quer não, foi uma herança que Salazar devia ter resolvido melhor, na minha simples opinião pessoal, e optou pelo pior caminho… a guerra!
Por isso, o contexto da expansão é mundial foi moda política nos séculos XV e XVI, basta estudar um pouco de história universal.
A visão é reduzida se dissermos que Portugal é que explorava os africanos, pois foi "arrastado" na odisseia de então que fazia parte da tendência ancestral e mundial, onde o nosso país acompanhou a evolução dos outros países como a Espanha, Bélgica, França, Itália, etc.
Não me vou alongar mais.
Esta minha "iluminação" (modo de pensar) é a daqueles (muitos felizmente pelos e-mails e telefonemas de parabéns que tenho recebido), que não se deixam vacinar, nem vergar, por lavagens cerebrais de qualquer tipo religioso ou político-partidário, resumindo-se ao conhecimento, estudo da veracidade e da lealdade dos factos.
Creio que já basta de polémica e de acusações impensadas e maldosas, pelo que agradeço a todos que, para mim, não me venham com mais tretas superioras e ressabiadas, gastando palavras como… LIBERDADES e 25 DE ABRIL.
O respeito, como é óbvio e democrático, tem que ser mútuo. Que respeite quem quer ser respeitado!
Um abraço,
Magalhães Ribeiro
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Nota de M.R.:
Nota de M.R.:
Vd. último poste desta série em:
10 de Dezembro de 2010 >
Guiné 63/74 – P7414: Controvérsias (114): Os BCAÇ 4612: Um de 1972 e outro de 1974 (Agostinho Gaspar)