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terça-feira, 29 de junho de 2010

Guiné 63/74 - P6653: In Memoriam (46): Luís Zagallo de Matos, herói do Cuor (Beja Santos)


Luis Zagallo de Matos, ex-alf mil CCAÇ 1439 (1965/67)


1.
  Mensagem do Mário Beja Santos, com data de ontem:


Queridos amigos, Não tenho coragem de telefonar ao Mamadu Camará, ao Queta ou ao Abudu e dizer-lhes que o herói do Cuor abandonou a cena, ainda andou lá pelo firmamento, com garrulice, a despedir-se das gentes que guardam o seu nome. Ali, entre os regulados do Enxalé e do Cuor, ele foi herói, irã e deus da guerra. Coisa curiosa, colou-se à minha pele porque era o nome mais admirado nas gentes que eu comandei. Também por isso me curvo respeitosamente pela sua memória. Um abraço do Mário


Lembranças do Luís Zagallo de Matos (*)
por Beja Santos


Algures, por meados de Maio de 1968, foi-nos comunicado no Regimento de Infantaria nº 1 que o BCaç 2851, de que eu fazia parte, ia seguir para a Guiné, em Julho. Conversando com a Cristina, ela pediu-me insistentemente: "Fala já com o Luís Zagallo, ele veio da Guiné, seguramente que te pode informar do que é que vocês lá vão encontrar. Tens aqui o telefone. Ele trabalha com a família ali para os lados de Santos".


A Cristina fizera amizade com ele na Faculdade de Letras e depois no respectivo grupo cénico, já nessa altura o Luís Zagallo revelara a sua garra de artista e o seu pendor para as artes da encenação. Não fui muito feliz na conversa ao telefone. Disse-me abruptamente que a Guiné era um livro fechado, que pretendia esquecer tudo, era sítio que não recomendava a ninguém, e por aí adiante. Confesso que achei toda esta conversa desprimorosa, havia outros pretextos para não chegarmos à fala, já que era exclusivamente a Guiné o assunto a deslindar. E esqueci o encontro que não chegou a ter lugar.


E em Agosto chego a Missirá. Duas ou três noites depois de lá viver, nas rondas, em conversas com as sentinelas, um nome se foi impondo nas lembranças dos soldados: alfero Zagallo (foto à esquerda), da companhia dos madeirenses [,CCAÇ 1439, Enxalé, 1965/67,], era esta a permanente referência do heroísmo puro, o militar de peito feito, em África ou se ama o guerreiro imortal ou se esquece rapidamente o homem comum.

Toda esta aura entre o mitológico e sobrenatural levou-me a perguntar ao Saiegh: "Quem é este alferes Zagallo que anda na boca do mundo, este semi-deus do heroísmo incomparável?"


E a verdade irrompeu como bomba: estávamos a falar de Luís Zagallo de Matos (foto acima), o mesmo que tinha estagiado em Paris e no Teatro Nacional D. Maria II. Daí as cartas que lhe enviei, algumas não obtiveram resposta, outras trouxeram as fotografias que os soldados pediam, vieram notícias inócuas, muitos cumprimentos, numa dessas cartas (aqui está a arte de bem representar) o Luís chegava ao cúmulo de prometer voltar a Missirá e ao Enxalé. O teor das cartas que lhe enviei e de que guardei lembrança, vêm nos meus dois livros sobre a minha comissão na Guiné (**).

O resto está escrito no blogue, era uma morte anunciada. O astro definhara depois de um brutal AVC, recusava ver amigos e conhecidos. Afugentou-me do seu quarto, na Casa do Artista. Depois fui lá com o João Crisóstomo, aceitou ver-me. Levava decorada a mensagem, saiu-me de um só jacto, era a minha vez de me pôr no palco: "Luís, os nossos soldados nunca o esqueceram. O seu nome é sempre lembrado em Missirá e no Enxalé. O Luís é o destemido condutor de homens que eles recordaram com grande saudade. Veja se melhora e cumpre a promessa de lá voltar".


Com um nó na garganta, acabei a prédica em frente daquele homem acamado que dava contínuos sinais de desalento para a vida. Sorriu-me, virou-me a cara, a conversa findara.


No dia seguinte, na reunião em Coruche, ele foi recordado. No domingo passado, a minha filha telefonou-me ao princípio da tarde, o Luís tinha partido. Claro que não partiu, anda a parodiar nos céus do Cuor, se fosse uma personagem do Jorge Amado emborcava cachaça, metia-se num jipe de madrugada e ia de Enxalé até Missirá a afugentar os demónios, cantarolando. Mas não, ele esvoaçou por aqueles céus e recordou, na plenitude, as amizades que ali fez, cumpriu a promessa visitando as gentes que nunca o esqueceram. Agora descansa em paz, tem direito à representação final. 


Mário Beja Santos


[ Fixação de texto / Bold a cores: L.G.]
___________


Notas de L.G.:


 (*) Vd. poste de 27 de Junho de 2010 > Guiné 63/74 - P6646: In Memoriam (45): Luís Zagallo (1940-2010), actor e encenador, ex-Alf Mil, CCAÇ 1439 (Enxalé, 1965/67)


(**) Vd. 30 de Março de 2007 > Guiné 63/74 - P1637: Operação Macaréu à Vista (Beja Santos) (40): Cartas de além-mar em África para aquém-mar em Portugal (2)


Carta para Luís Zagalo Matos

(...) "Estimado Luís Zagalo:

"Obrigado pela sua carta. Li-a aos homens de Missirá, riam e batiam as palmas de contentamento por saber que não esqueceu este povo. Vou tirar fotografias e mandar-lhe. Tenho aqui um soldado que insistiu em contar-me as suas façanhas, ele estava de sentinela e durante horas ouvi falar de si, arrumando ideias sobre o princípio da guerra e o seu desenvolvimento até hoje.



"Os meus soldados estavam em Enxalé ao tempo em que aqui havia uma companhia, a que V. pertencia. O pelotão 54 estava em Porto Gole, o 52 acabava de chegar a Enxalé. V. estava destacado em Missirá e fazia frequentemente o percurso com dois Unimogs e um jipe, reabastecia-se no Enxalé. Até ao dia em que uma mina anticarro mudou tudo, na curva de Canturé em ligação com a estrada ao pé de Gambana.

"Este meu soldado, de nome Queta, contou-me que um furriel ficou tão despedaçado que foram buscar as pernas a uma árvore. Para este povo V. é um herói porque conhecia toda esta região, era destemido e amigo de ajudar. O Queta não é para intrigas, baixou a voz e disse-me "Nosso alfero, Zagalo ia a toda a parte mas tinha medo de ir ao Gambiel, pois naquela altura as tropas portuguesas abandonaram os quartéis em Mansomine e Joladu, só ficou Geba". Como não lhe quero tirar os méritos, estou inteiramente à sua disposição para o levar ao Gambiel, se este episódio for importante para que o seu nome se torne numa lenda.

"Por aqui, chegou a minha vez de ter o quartel incendiado e de estar a viver as maiores dificuldades. Mas não vou incomodá-lo mais com esta guerra, fico feliz por saber que V. foi colega da Cristina. Como não irei a Portugal tão cedo, e se for possível ajudar-me peço-lhe que lhe telefone e lhe fale desta guerra, desdramatizando o que é possível desdramatizar.

"Prometo mandar-lhe as fotografias em breve, não espero ir ao Enxalé mas vou mandar fotografias do Geba e dos palmeirais à hora do pôr do Sol. Se lhe for possível, na resposta mande-em uma fotografia sua para eu entregar ao régulo. Só fiquei triste em saber que V. nunca mais teve um sono completo e que tem pesadelos quando se lembra dos momentos trágicos que passou. Desejo que recupere e peço-lhe por tudo que me dê companhia, pois os amigos de Missirá meus amigos são. Até breve" (...).

Guiné 63/74 – P6652: Parabéns a você (126): Santos Oliveira, nasceu a 29 de Junho de 1942 (Os Editores)

1. Hoje, dia 29 de Junho de 2010, cumpre mais um aniversário o nosso camarada Santos Oliveira, que foi 2.º Sarg Mil Armas Pesadas Inf, Pel Mort 912, Como, Cufar e Tite, 1964/66.

Recordamos que foi no poste P2282, de 19 de Novembro de 2007, que o Luís Graça endereçou a seguinte mensagem ao Santos Oliveira:

“Santos,
És bem-vindo à nossa Tabanca Grande, e ainda para mais pertencendo tu a uma camada, mais velha, da chamada geração da guerra colonial... De facto, a malta de 1961/66 está menos representada no nosso blogue... Em número, não em qualidade...
Podes pertencer à nossa tertúlia, juntando aos teus elementos de identificação (que tiveste a gentileza de nos mandar) mais duas fotos (digitalizadas, em formato .jpg), uma do teu tempo de Tite e do Como e outra actual...
Já agora, e como é da praxe, escreve mais umas tantas linhas sobre o teu Pelotão, a tua actividdade operacional, a Operação Tridente (1), os teus camaradas, a Guiné do teu tempo, etc. Se tiveres fotos e/ou estórias de Tite, manda, que é raro aparecerem referências a essa terra onde, oficialmente (segundo o PAIGC e as autoridades portuguesas da época), a guerra começou, a 23 de Janeiro de 1973 (2)...”

Postal da autoria do nosso Camarada Miguel Pessoa.
2. Independentemente das mensagens e comentários que os nossos Camaradas enviarem e colocarem, futuramente, no local reservado aos mesmos neste poste, em nome do Luís Graça, Carlos Vinhal, Virgínio Briote, Magalhães Ribeiro e demais Camaradas da Grande Tabanca, que por vários motivos não puderem enviar-te as suas mensagens, queremos:
Desejar-te neste teu aniversário os nossos maiores e melhores votos, para que junto da tua querida família sejas muito feliz e que esta data se repita por muitos, bons e férteis anos, plenos de saúde, felicidade e alegria.
E mais te desejamos, que por longas e prósperas décadas, este "aquartelamento" de Camaradas & Amigos da Guiné te possa dedicar mensagens idênticas, às que hoje lerás neste teu poste e no cantinho reservado aos comentários.


Estes são os mais sinceros e melhores desejos destes teus Amigos e Camaradas, que como tu, um dia, carregaram uma G3 por matas e bolanhas da Guiné.


Com montanhas de abraços fraternos.
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Nota de M.R.:
Vd. último poste desta série em:
24 de Junho de 2010 > Guiné 63/74 - P6636: Parabéns a você (124): Vasco Joaquim, ex-1.º Cabo Escriturário da CCS/BCAÇ 2912, Galomaro, 1972 (Os Editores)

Guiné 63/74 - P6651: Parabéns a você (125): José Rodrigues Firmino, ex-Soldado da CCAÇ 2585/BCAÇ 2884 (Os Editores)

1. Neste dia 29 de Junho de 2010, dia dedicado às festividades de S. Pedro, faz anos o nosso camarada José Firmino (ex-Soldado Atirador da CCAÇ 2585/BCAÇ 2884, Jolmete, 1969/71) a quem a Tertúlia vem por intermédio deste poste desejar uma longa vida cheia de qualidade, junto dos seus familiares e amigos.

2. José Rodrigues Firmino que veio até nós pela mão do nosso tertuliano Sousa de Castro no mês de Setembro de 2007, é um viseense a residir bem perto do Porto, mais propriamente em Paredes.


Caro José Firmino, muitos parabéns pelos teus 63 anos.
__________

Nota de CV:

Vd. último poste da série de 24 de Junho de 2010 > Guiné 63/74 - P6636: Parabéns a você (124): Vasco Joaquim, ex-1.º Cabo Escriturário da CCS/BCAÇ 2912, Galomaro, 1972 (Os Editores)

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Guiné 63/74 - P6650: V Convívio da Tabanca Grande (10): A palavra a quem esteve presente (1): Manuel Maia

1. Mensagem de Manuel Maia* (ex-Fur Mil da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4610, Bissum Naga, Cafal Balanta e Cafine, 1972/74), com data de 27 de Junho de 2010:

Caro Carlos,
Pela primeira vez tive o grato prazer de estar reunido neste convívio da Tabanca Grande.
Foi uma satisfação enorme poder abraçar uma série de camaradas que conhecia apenas da net, pelos seus escritos mais ou menos contundentes, melhores ou menos conseguidos do ponto de vista qualitativo, mas todos, sempre, prenhes do idealismo que nos une e do sentido de solidariedade que tem sido apanágio visível desde a hora em que sigo, mais ou menos de perto, o blogue do Luís Graça, afinal a razão mestra para este relembrar de África num regresso saudável ao passado, e força motriz e aglutinadora de vontades.

Não vou comentar o repasto, porque não foi o objectivo do Encontro, mas sim a alegria, o são convívio que todos encetaram, suportado nas entradas e no copo desanuviador de uma ou outra situação de menor à vontade.

Correu tudo muito bem, creio, surgindo apenas da minha parte um pequeno reparo, como que uma pedra no sapato, que não poderia deixar de referir agora, horas de sono cumpridas...

Com muita pena minha, mau grado algumas discretas buscas que fiz a intervalar as entradas e a passagem à sala de jantar para fruir do almoço aprazado, e logo após o levantar das mesas para se dar sequência aos bons momentos musicais com vozes femininas de alta qualidade, bem como algumas masculinas, mormente no fado de Coimbra onde alguém que só ouvi, me fez pensar que afinal o Zeca estava vivo, realçando ainda o Mexia, fadista de raça, sempre muito bem acolitados pela excelência dos violas...

Pois nesses intervalos, dizia, qual mítico Holmes, ou não menos afamado Hercule Poirot (para não vos remeter ao nosso inspector Varatojo...) procurei uma pequena pista que fosse, um mínimo detalhe por mais insignificante que fosse o modo em que pudesse estar travestido, e... nada...

Convenhamos que senti um misto de frustração e de quase desânimo, mas como sou persistente, não dei a busca por encerrada e estou certo que mais convívio, menos ajuntamento, um dia vai ser dia, e vou poder dar graças aos deuses, e à nata dos investigadores que foram a minha fonte inspiradora nos métodos de busca que utilizo, por finalmente atingir uma espécie de orgasmo cerebral na sequência da detecção de uma veneranda figura do espectro bélico português, que roída pelo remorso, mas, apesar de tudo, apostando na máxima que diz: mais vale tarde do que nunca, se disponha a descer do pedestal em que se auto colocou, para, descendo à terra, apresentar o seu pedido de desculpas e finalmente sarar assim a ferida que sangra nos vivos mas sobretudo mancha a honra dos mortos, quando irreflectidamente, (como alguns gostam de dizer...) enxovalhou os muitos milhares de homens portugueses com H grande que nos tarrafos, nas matas e bolanhas da guiné, deram o seu esforço e o melhor tempo das suas vidas, em prol dum país ingrato que os ignora e lesa de forma despudorada, vergonhosa e cobarde, e ajudaram o dito a atingir um estatuto comprovadamente injusto porque lhe falta o sentido da honra que sempre norteou os militares e as suas instituições...

Um dia pode ser dia...

Mas vamos às sextilhas...

P`ra apreciar a vida e bons pitéus,
Na "terra prometida", estão guinéus,
Em festa de amizade e alegria...
Soberba foi a escolha, a mostrar siso,
Fonte termal, jardim do paraíso,
Monte Real, o berço do Mexia...

Sem tiros de Kalash, R.P.G.
Napalm, Breda, Uzi, F.B.P.
Sem perdedores nem gente que aqui ganhe.
Abraços lassos são arrás de paz
Que todo e cada um cá mostra e traz,
Qu`estoiro só do tinto e do champagne...

Centena e meia aqui atabancados,
A reviver por si, casos passados,
Saudade é um atributo lusitano...
Mau grado aquele enorme sofrimento,
voltar, p`ra nós ,estou certo, é sentimento,
Comum ao periquito e grã decano...

__________

Notas de CV:

(*) Vd. poste com data de 24 de Abril de 2010 > Guiné 63/74 - P6242: O 6º aniversário do nosso blogue (28): O meu bem haja com o vozeirão maior que se possa conceber (Manuel Maia)

Vd. último poste da série de 28 de Junho de 2010 > Guiné 63/74 - P6649: V Convívio da Tabanca Grande (8): Monte Real, sábado, 26 de Junho: Slideshow (Luís Graça)

Guiné 63/74 - P6649: V Convívio da Tabanca Grande (9): Monte Real, sábado, 26 de Junho: Slideshow (Luís Graça)

 

Vídeo (10' 21''): Luís Graça (2010). Alojado em You Tube > Nhabijoes


Estas fotos também estão disponíveis, com melhor resolução, em verdadeiro slideshow, no nosso álbum Picasa (Galeria pública).


 Amigos e camaradas: Vejam aqui mais fotos (da autoria do nosso editor Luís Graça) sobre a nossa
 jornada de convívio do passado dia 26 (*).


 Foi uma belíssima jornada, num sítio magnífico, num dia de sol esplendoroso, no Palace Hotel das Termas de Monte Real, com muitas caras novas (cerca de 45% do total de mais de centena e meia de participantes, vieram pela primeira vez ou, ou pelo menos, não tinham vindo ao IV Encontro), e sobretudo com uma forte representação feminina.


Parabéns a eles e elas... É para já o que, muito rapidamente, se me oferece dizer neste início de semana. Faço votos que todos tenham chegado bem as suas casas, já que alguns de nós vieram de bastante longe, doa Açores, do Algarve, de Trás-os-Montes... Salvo melhor e mais actualizada informação da Comissão Organizadora, tivemos 152 pessoas à mesa... Houve, pois, algumas baixas de última hora, por motivos de força maior... Continua a ser, em todo o caso, o nosso convívio mais concorrido, desde 2006 (I Encntro Nacional)... Em relação ao ano passado, tivemos mais 20 presenças... Uma palavra de agradecimento e carinho deve ser voltada a dar à Comissão Organizadora, e em especial ao Joaquim Mexia Alves, que foi também o nosso anfitrião. LG


PS - Sentimos, naturalmente, a falta de muitos outros amigos e camaradas! Mas, como já tive ocasião de comentar noutro poste, a o convívio foi um momento, bonito, dos amigos e camaras da Guiné que se juntam debaixo do poilão da Tabanca Grande!

A tarde esteve animado, com a revelação de novas vozes, afinadas para o fado e para as velhas baladas do nosso tempo: para além do nosso anfitrião, Joaquim Mexia Alves (que não dormiu na véspera, tal era o peso da responsabilidade de "jogar em casa"), a animação musical esteve a cargo da Maria do Amapro (companheiro do José Carmino Azevedo, de Vila Flor) e do "periquito" Acácio Correia... (Mas houve também "espontâneos", como Mário Fitas: não há alentejano que não cante)...

À viola, o David Guimarães e o Zé Luís Vacas de Carvalho...como já é da tradição!
Vamos já pensar no próximo, em 2011!
 _________


 Nota de L.G.:


 (*) Vd.poste anterior desta série > 27 de Junho de 2010 > Guiné 63/74 - P6648: V Convívio da Tabanca Grande (7): Reportagem fotográfica

domingo, 27 de junho de 2010

Guiné 63/74 - P6648: V Convívio da Tabanca Grande (8): Reportagem fotográfica

V CONVÍVIO DA TABANCA GRANDE
26 de JUNHO de 2010
Palace Hotel Monte Real
Tal como tinha vindo a ser programado, decorreu, em 26 de Junho de 2010, o 5º Convívio da Tabanca Grande, começando o pessoal a concentrar-se por volta das 11h30, e avançando para o ataque aos aperitivos cerca das 13h00, no airoso e fresco pátio de acesso à entrada do Palace Hotel Monte Real (inaugurado há um ano), nas Termas de Monte Real.
No comando das operações esteve o dinâmico e bem organizado Joaquim Mexia Alves, coadjuvado pelo Carlos Vinhal, Miguel Pessoa (responsável pela feitura e distribuição dos crachás), que orientaram cerca de centena e meia de convivas.
Quanto ao modo como se viveu a festa, prolongada pela tarde fora com um revigorante lanche, acompanahdo por uma sessão de fados a preceito e outros cantares tradicionais bem conhecidos da malta da Guiné, não há nada melhor que ver as fotografias que a seguir se apresentam.
Martins de Matos, Jorge Canhão e Juvenal Amado

O massivo ataque aos aperitivos dispostos no pátio de acesso à entrada do Hotel

Jorge Canhão, Eduardo & Manuela Campos, Margarida & Vasco Ferreira, Manuel reis, Casimiro & Ana Carvalho, Fernanda Ribeiro

Manuela & José Martins, Manuel Resende, Manuel & Maria Jacinta Rebocho, António & Clara Sampaio, Virgínio & Maria Irene Briote e Isaura Resende

António & Clara Sampaio, Virgínio & Maria Irene Briote, Isaura Resende, Manuela & José Martins, Manuel Resende e Manuel & Maria Jacinta Rebocho

Rosa Serra, (?), Vitor Barata, Miguel & Giselda Pessoa, (?), Jorge Narciso, Gil Moutinho e Martins de Matos
Jero (José Eduardo), Joaquim Alves, Casimiro Carvalho e Luís Graça
Hélder Sousa, Luís Graça, Paulo Santiago e Vistor Tavares
Juvenal Amado, José Pires, (?), Jero, Jorge Rosales, Rui & Rolina Albino, José Brás, José Dinis e Manuel Maia O habitual grito de guerra dos RANGERS presentes, dedicado e todos os presentes, por Casimiro Carvalho, Mário Fitas, Benjamim Durães Joaquim Alves, Humberto Reis, Eduardo MR, Pedro Neves e Jorge Araújo
Nos instrumentos: David Guimarães, Acácio Correia e Vacas de Carvalho
Jero, Virgínio Briote e Nartins de Matos
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Notas de M.R.:
Vd. último poste desta série em:
22 de Junho de 2010 > Guiné 63/74 - P6627: V Convívio da Tabanca Grande (6): As inscrições terminam amanhã, quarta-feira, 23 de Junho de 2010 (A Organização)

Guiné 63/74 - P6647: In Memoriam (46): Carta ao Victor: Ainda não consegui a tal foto, mas continuarei a tentar e quero que saibas, querido amigo, que no momento de disparar estarei a pensar em ti (Jorge Portojo)


Porto > Prédio do nº 4 da Rua de S. Miguel, forrada com azulejos do séc. XVII que saíram do Convento de S. Bento.

1. Texto e foto do nosso camarada Jorge Teixeira, mais conhecido, na blogosfera como Portojo


Data: 25 de Junho de 2010 23:29
Assunto: Carta ao Victor


Carta ao Victor 

Querido amigo e camarada

Encontraste-me ao fim de 36 anos porque viste um escrito meu e a foto de uma menina que ambos conhecemos em África, lá no fundo da Guiné, em Catió, filha dos nossos saudosos amigos Barrinhos.

A partir dessa altura, conversámos muito e acabámos por nos rever pessoalmente em Maio de 2007. De muita coisa falámos, procurámos gentes, que gentes procuravam. Conseguimos pistas, trocámos contactos, enfim, andámos por aí.

Quando comecei a ter tempo para descobrir a fundo o meu Porto, foste dos primeiros a ver as minhas fotos, que elogiaste. Disse-te que havia coisas que não conseguia, por mais que tentasse, fazer bem. Uma delas era a foto da casa nº 4 da Rua de S. Miguel, forrada com azulejos do séc. XVII que saíram do Convento de S. Bento. Disseste-me que um dia haveria de o conseguir.

Esta casa bem fotografada tornou-se como uma espécie de obsessão. De dia ou de noite, nunca consegui fazer obra asseada. E mandava-te as fotos para veres. Dizias sempre:
- Tem calma, um dia consegues.

Em 14 de Maio, dia da visita do Papa à minha cidade, fui para a Vitória fazer as "Fernandinas" e obriguei-me a ir fotografar a casa. Pensei para mim: 
- É hoje,  Victor. 

Mas não tive coragem para te enviar as fotos. Dias antes tinhas escrito aos teus amigos para seleccionarem os emails que te enviassem. Falámos sobre isso e eu retraí-me.

Ainda não consegui a tal foto. Mas continuarei a tentar e quero que saibas, querido amigo, que no momento de disparar estarei a pensar em ti.

Até qualquer dia, Victor.(**)

Jorge / Portojo

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Notas de L.G.:



Guiné 63/74 - P6646: In Memoriam (45): Luís Zagallo (1940-2010), actor e encenador, ex-Alf Mil, CCAÇ 1439 (Enxalé, 1965/67)



Guiné > Zona Leste > Enxalé > CCAÇ 1439 > Setembro  de 1966 >  Na messe: 1 - Cap Mil Pires, Cmdt da Companhia [CCAÇ 1439]; 2 - Alf Mil Sousa; 3 - Alf Mil Luís Zagallo; 4 - Médico do Batalhão; 5 - Eu [, Alf Mil Henrique Matos, Cmdt Pel cAÇ nAT 52]; 6 - Alf Mil Marchand, Cmdt do Pel Caç Nat 54; 7 - Fur Mil Antunes, falecido em combate; 8 e 9 - Fur Mil Monteiro e Altino, do meu Pelotão.

Foto: Fur Mil Viegas, do Pel Caç Nat 54. Cortesia e legenda do Henrique Matos (*)




1. Estive ontem com o Henrique Matos e o Jorge Rosales, em Monte Real, no V Encontro Nacional do nosso blogue... Estava longe de imaginar que, vinte e quatro horas depois, iria ouvir a notícia da morte de mais um camarada da Guiné, e que quem andámos à procura, em tempos: Luís Zagallo (**), ex-Alf Mil da CCAÇ 1439 (1965/67), que tanto o Jorge como o Henrique conheceram, no Enxalé...

A notícia que ouvi ao fim da tarde de hoje que que o actor e encenador Luís Zagallo falecera hoje, aos 69 anos, na Casa do Artista, em Lisboa. Em Março de 2009, sofrera um AVC.

O nosso antigo camarada (que não fazia parte deste blogue nem provavelmente tinha conhecimento da nossa Tabanca Grande)  integrou vários elencos no teatro, televisão e cinema. Participou ainda em telenovelas como "A Banqueira do Povo" (1993), "Olhos de Água" (2001), "Morangos com Açúcar" (2003) ou "Floribella" (2006).

O funeral é 3ª feira, partindo da Basílica da Estrela, onde o corpo estará em câmara ardente, amanhã, a partir das 17h.


Segundo escreveu há tempos o Beja Santos (*), "o Luís Zagallo era o herói dos povos do Cuor e do Enxalé" (**), sendo um nome e temido respeitado pelos soldados do Pel Caç Nat 52 (de que o nosso camarada Henrique Matos Francisco foi o primeiro comandante, entre 1966 e 1968)... 

O Beja Santos ajudou o João Crisóstomo a procurar a encontrar o seu amigo e camarada Luís Zagallo, "de nome completo Luís Manuel de Mello Carneiro Zagallo de Matos".... Nascido em Cacilhas, Almada, era "uma cara familiar para o público português, no teatro, no cinema e na televisão. Estudou bailado em Paris, teve os seus primeiros pequenos papéis na Comédie Française. Fez parte do Teatro Universitário e mais tarde da Companhia de Amélia Rey Colaço, no Teatro Nacional D. Maria II. Em 1964, partiu (...) para a Guiné, foi condecorado com uma cruz de guerra e diversos louvores"...  


 À família, colegas e amigos do meio teatral e televisivo, e sobretudo aos nossos camaradas da CCAÇ 1439  e outras subunidades que o conheceram no Enxalé, apresentamos as nossas condolências, em nome de toda a Tabanca Grande. (***)
____________


Notas de L.G.:

Guiné 63/74 - P6645: Memória dos lugares (87): Bissau, cidadezinha colonial (Parte V) (Agostinho Gaspar)


Guiné > Bissau > s/d > Sem legenda > Baixa de Bissau à noite.  Bilhete Postal. Edição Comer. Trav Alecrim, Lisboa.   [Que saudades, dirão alguns dos mais antigos habitantes da cidade de Bissau, ao rever esta imagem do tempo em que a capital tinha iluminação pública...]




Guiné > Bissau > s/d > "Monumento ao Esforço da Raça (Bissau)". Bilhete Postal, Colecção "Guiné Portuguesa, 131". (Edição Foto Serra, C.P. 239 Bissau. Impresso em Portugal. Imprimarte, SARL).

[Não sei de quem é o autor deste monumento nem o ano exacto da sua concepção e construção. A estética é claramente estado-novista típica dos anos 40/princípios de 50... Fazia parte dos projetos de "monumentalização" da cidade, anunciados em 1945 pelo governador Sarmento Rodrigues... 

O monumento, parcialmente destruído (ou vandalizado) depois da independência (ao que me disseram), tem várias leituras: para uns pode ser uma obra-prima, para outros um mamarracho... Eu, que sou contra o camartelo dos iconoclastas (de todos os iconoclastas, a começar pelo camartelo camarário), tenho pena que o monumento não tenha sido poupado, como de resto parte da estatuária do 'colonialismo'...

Para os camaradas que fizeram a guerra colonial, como eu, e que conheceram este monumento, devo dizer o seguinte: toda a arte (e é difícil fazer a distinção entre arte e propaganda...)  traz a marca do seu tempo e fala do seu tempo...  Seria fácil, há trinta e cinco atrás, do alto da nossa arrogância juvenil, apodar o monumento de 'colonial-fascista'... Mas já nos tempos que por lá passei, em Bissau, em 1969/71, o termo raça me fazia urticária... Qualquer que fosse a raça em causa... 

 Hoje é sabido, de resto, que não existem raças humanas... Pertencemos todos à mesma espécie, Homo sapiens sapiens... É uma constatação científica, não é uma asserção do politicamente correcto... Dito isto, tenha pena que os guineenses tenham destruído (?)  o 'Monumento ao Esforço da Raça' [, Portuguesa, claro]... fazia parte do seu património histórico, da mesma maneira que os marcos milíários que pontuavam as vias romanas ligando a Lusitânia ao resto do Império Romano, fazem parte do nosso património histórico, ou os moinhos de vento que herdámos da permanência de muitos séculos da civilização árabe]... (LG)



Guiné > Bissau > s/d > "Paisagem da Guiné". Bilhete Postal. Edição exclusiva das Galerias Jota Éme para a "Casa Gouvêa".



Guiné > Bissau > s/d > "Mesquita muçulmana (Bissau)" . Bilhete Postal, Colecção "Guiné Portuguesa, 145". (Edição Foto Serra, C.P. 239 Bissau. Impresso em Portugal).



Guiné > Bissau > s/d > "Fulas batendo pano (Bissau)". Bilhete Postal, Colecção "Guiné Portuguesa, 114". (Edição Foto Serra, C.P. 239 Bissau. Impresso em Portugal).


Guiné > Bissau > s/d > "Mercado nativo (Bissau). Bilhete Postal, Colecção "Guiné Portuguesa, 103". (Edição Foto Serra, C.P. 239 Bissau. Impresso em Portugal).


Colecção de postais ilustrados: Agostinho Gaspar (a quem devolvi, ontem, emMonte Real, no decurso no nosso V Encontro Nacional, o precioso álbum fotográfico que ele confiu há três meses... Selecção dos postais, digitalização, edição de imagem, legendas, texto de ligação, título do poste e links: L.G.


1. Continuação da publicação de uma selecção de postais ilustrados da Guiné (*), da colecção do nosso camarada Agostinho Gaspar (ex-1.º Cabo Mec Auto Rodas, 3.ª CCAÇ/BCAÇ 4612/72, Mansoa, 1972/74), natural do concelho de Leiria.

Já pedi ao António Estácio (que nasceu em Bissau, de pais transmontanos) e a outros amigos e camaradas nossos que conheceram bem a Bissau do nosso tempo (como o Mário Dias) para completarem, reverem ou melhorarem as legendas, identificando monumentos, ruas, lugares ou contando pequenas histórias associadas a Bissau...

Voltamos, por outro lado, a repetir o pedido: alguém tem um mapa da cidade de Bissau anterior à Independência ? Se sim, agradecíamos que nos mandasse uma cópia digitalizada... Começo a ter dúvidas sobre a existência de mapas da cidade colonial, capital desde 1943 da antiga província portuguesa da Guiné... Até à data, o meu apelo não obteve qualquer resposta...

A pensar sobretudo na geração guineense pós-independência mas também nos nossos camaradas que querem voltar a Bissau, em "turismo de saudade", seria interessante fazer a equivalência das toponímicas, a de Bissau colonial de ontem, e da capital da Guiné-Bissau de hoje. 

Volto a repetir o pedido: haverá alguém, de entre os nossos leitores, que queira e possa abalançar-se a esse tarefa (em princípio fácil, desde que se tenha conhecido a cidade, antes e depois da independência) ? Se sim, será bem vindo... Contacte-me, por favor. (LG)

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Notas de L.G.:

(*) Vd. postes anteriores da série:

4 de Março de 2010 > Guiné 63/74 - P5928: Memória dos lugares (73): Bissau, cidadezinha colonial (Parte I) (Agostinho Gaspar / Luís Graça)


11 de Maio de 2010 > Guiné 63/74 - P6369: Memória dos lugares (74): Bissau, cidadezinha colonial (Parte II) (Agostinho Gaspar / Luís Graça)


22 de Junho de 2010 > Guiné 63/74 - P6625: Memória dos lugares (78): Bissau, cidadezinha colonial (Parte III) (Agostinho Gaspar / Luís Graça)


23 de Junho de 2010 > Guiné 63/74 - P6632: Memória dos lugares (79): Bissau, cidadezinha colonial (Parte IV) (Agostinho Gaspar / Luís Graça)

sábado, 26 de junho de 2010

Guiné 63/74 - P6644: V Convívio da Tabanca Grande (7): Não há roncos grátis... Mas a gratidão é uma coisa muito bonita... Um Oscar Bravo a todos, dos participantes aos organizadores (Luís Graça)



Até ao dia de ontem, a Comissão Organizadora do V Encontro Nacional do Nosso Blogue tinha uma lista de 162 inscritos, dos quais  108 (66,7%, exactamente dois terços) eram membros titulares do nosso blogue, na sua grande maioria ex-combatentes: os restantes são acompanhantes (cônjuges e outros familiares ou amigos). Da malta combatente, temos 11 representantes da FAP, incluindo duas mulheres, as enfermeiras pára-quedistas, Giselda Pessoa e Rosa Serra... Da Marinha, infelizmente, desta vez não temos ninguém... O resto da maralha é/era do Exército.

Por região de residência, o sul estava sobre-representado (44,5%) por comparação com o Norte (30,3%) e o Centro (24,6%)...  Das Regiões Autónomas, e mais exactamente dos Açores, tínhamos um inscrito: o nosso camarada Tomás Carneiro, que vem expressamente de Ponta Delgada...

Registe-se mais, uma vez, o facto de termos largado ultrapassado  (apesar da crise, apesar da proliferação de tabancas e de convivios mais ou regulares dos nossos tabanqueiros...) o número de inscrições do ano passado (que foram 130)... Cerca de 55% dos inscritos de 2010, bisam em relação a 2009.

Infelizmente não vamos ter, entre nós, em Monte Real a presença de alguns dos organizadores de encontros anteriores: é o caso do Paulo Raposo (I Encontro, Ameira,  Montemor-O-Novo, 2006), Vitor Junqueira (II Encontro, Pombal, 2007)...

O III ( em 2008) e o IV (em 2009) Encontros foram realizados na Quinta do Paul, Ortigosa, Monte Real, e tiveram a assinatura do duo, já bem entrosado e experiente,  Carlos Vinhal / Joaquim Mexia Alves... O Carlos Marques dos Santos (que felizmente vai estar connosco, embora desta vez sem a sua Teresa) deu uma preciosa ajuda na realização do I Encontro... O Miguel Pessoa  também  já é um elemento imprescindível na realização destes eventos (esteve na CO do III, IV e V).

No final, só espero que,  apesar de  todo este reconhecimento, mais que justo, do talento e empenho destes magníficos camaradas (que são tão bons a organizar a ventos como foram tão bons a fazer a guerra-e-a-paz), a concorrência - neste caso, o IN -  não se lembre de vir à nossa Tabanca Grande aliciá-los com propostas indecentes de chorudos ordenados e escandalosas regalias... É que, muito honestamente, não temos capacidade para cobrir o lanço (dito de outro modo: não temos graveto...) nem, infelizmente, podemos recorrer a  nenhuma cláusula contratual que nos proteja contra estas formas de assédio e de dumping social (ou seja, de concorrência desleal)....

Aqui  fica a lista dos nossos amigos e camaradas que vão fazer, da jornada do dia 26, em Monte Real, um dia para curtir e mais tarde recordar... Bem hajam a todos!


NOME / LOCAL DE RESIDÊNCIA

Acácio Dias Correia e Maria Antónia - Algés / Oeiras
Agostinho Gaspar  (*) e Maria Isabel - Leiria
Alvaro Basto (*), Fernanda (*) e Rolando - Leça do Balio / Matosinhos
Amadu Djaló (*) - Amadora
Américo Batista - Lisboa
António Baia e Celeste - Amadora
António Barroso (*) - Vila Nova de Gaia
António Estácio - Mem Martins / Sintra
António Graça de Abreu (*) - S. Pedro Estoril / Cascais
António José Pereira da Costa e Isabel - Mem Martins / Sintra
António Manuel S. Rodrigues e Rosa Maria - Oliveira do Bairro
António Marques (*) e Gina - Cascais
António Martins de Matos (*) - Lisboa
António Osório e Ana - Vila Nova de Gaia
António Paiva (*) - Lisboa
António Sampaio e Clara - Leça da Palmeira / Matosinhos
António Santos e Graciela - Loures
António Sousa Bonito - Montemor-o-Velho
Armando Neves Coelho - Lisboa
Arménio Santos - Oeiras
Belarmino Sardinha (*) e Antonieta (*) - Odivelas
Benjamim Durães (*) - Palmela
Carlos Marques Santos (*) - Coimbra
Carlos Nery - Alfragide / Amadora
Carlos Santos - Viseu
Carlos Silva (*) e Germana (*) - Massamá / Sintra
Carlos Vinhal (*) e Dina (*) - Leça da Palmeira / Matosinhos
Casimiro Carvalho (*) e Ana - Maia
Coutinho e Lima (*) - Lisboa
David Guimarães (*) e Lígia (*) - Espinho
Delfim Rodrigues (*) - Coimbra
Eduardo Campos (*) e Manuela - Maia
Eduardo Magalhães Ribeiro (*) e Fernanda (*) - Porto
Eduardo Moutinho Santos - Porto
Fernando Franco (*) e Margarida (*) - Amadora
Fernando Gouveia (*) - Porto
Francisco Silva e Elisabete - Lisboa
Gil Moutinho - Fânzeres / Gondomar
Giselda Pessoa (*) - Lisboa
Henrique Matos (*) - Olhão
Hugo Guerra e Ema - Lisboa
Humberto Reis e Maria Teresa - Alfragide / Amadora
Hélder Valério de Sousa - Setúbal
Idálio Reis (*) - Cantanhede
J.L. Vacas de Carvalho - Lisboa
Jaime Brandão - Monte Real
Jaime Machado (*) e Maria de Fátima (*) - Matosinhos
Joaquim Mexia Alves (*) - Monte Real / Leiria
Joaquim Peixoto (*) e Margarida (*) - Penafiel
Jorge Araújo e Maria João - Almada
Jorge Cabral (*) - Lisboa
Jorge Canhão (*) - Oeiras
Jorge Narciso - Cadaval
Jorge Picado (*) - Ílhavo
Jorge Rosales (*) - Cascais
José Armando F. Almeida e Teresa - Albergaria-a-Velha
José Barros Rocha (*) - Penafiel
José Brás (*) - Montemor-o-Novo
José Carmino Azevedo (*) e Maria do Amparo - Vale Frechoso / Vila Flor
José Eduardo Alves (*) e Maria da Conceição (*) - Leça da Palmeira / Matosinhos
José Eduardo Oliveira e Maria Helena - Alcobaça
José Estevão Pires - Vila Nova de Gaia
José Fernando Almeida (*) e Suzel (*) - Óbidos
José M. M. Cancela e Carminda - Boelhe / Penafiel
José Manuel Lopes (*) - Régua
José Manuel Matos Dinis (*) - Cascais
José Martins (*) e Manuela (*) - Odivelas
José Pedro Neves (*) e Ana Maria (*) - Lisboa
José Zeferino (*) - Loures
João Barge - Leiria
João Lourenço (*) - Figueira da Foz
João M. Malhão Gonçalves e Gracinda - Lisboa
João Parreira e Maria Isaura - Carcavelos
Juvenal Amado (*) - Fátima
Júlia Neto e Leonor - Queluz / Sintra
Luís Graça (*) e Alice (*) - Alfragide / Amadora
Luís Marcelino e Maria Rosa - Leiria
Luís R. Moreira (*) - Agualva-Cacém / Sintra
Luís Rainha (*) e Dulce - Figueira da Foz
Manuel Amaro (*) - Amadora
Manuel Azevedo Ramos e Francelina - Vila do Conde
Manuel Carmelita e Joaquina - Vila do Conde
Manuel Maia - Maia
Manuel Rebocho e Maria Jacinta - Évora
Manuel Reis (*) - Aveiro
Manuel Resende (*) e Isaura (*) - Cascais
Manuel Santos e Maria de Fátima - Viseu
Manuel Traquina (*) e Fátima (*) - Abrantes
Miguel Pessoa (*) - Lisboa
Mário Fitas e Helena - Estoril / Cascais
Mário Rodrigues Pinto - Barreiro
Paulo Santiago - Aguada de Cima / Águeda
Raul Albino (*) e Rolina (*) - Vila Nogueira de Azeitão / Setúbal
Ribeiro Agostinho (*) e Elisabete (*) - Leça da Palmeira / Matosinhos
Rosa Serra - Oeiras
Rui Alexandrino Ferreira (*) - Viseu
Silvério Lobo e Linda - Matosinhos
Simeão Ferreira - Monte Real / Leiria
Sousa de Castro - Vila Fria / Viana do castelo
Tomás Carneiro (*) - Ponta Delgada / S. Miguel / Açores
Torcato Mendonça (*) e Ana de Lourdes (*) - Fundão
Vasco da Gama (*) e Celeste - Buarcos
Vasco Ferreira e Margarida - Vila Nova de Gaia
Victor Barata (*) - Vouzela
Victor Caseiro e Celeste - Leiria
Victor Tavares - Recardães / Águeda
Virgínio Briote (*) e Maria Irene (*) - Lisboa
Xico Allen - Vila Nova de Gaia

(A negrito vão assinalados os camaradas que pertenceram à FAP: Pilotos, Especialistas, Çaçadores Pára-quedistas, Enfermeiras pára-quedistas: a asterisco, os que se inscreveram também em 2009).

É intenção da Comissão Organizadora observar um minuto de silêncio, antes do almoço, em memória dos camaradas do blogue, que já nos deixaram nestes últimos 6 anos (2004-2010):

Carlos Rebelo (1948-2009)
França Soares (1949-2009)
Humberto Duarte (1951-2010)
Joaquim Cardoso Veríssimo (1949-2010)
José (ou Zé) Neto (1929-2007)
Manuel Castro Sampaio, marido de Filomena Sampaio
Victor Condeço (1943-2010)
 

Esta lista de inscrições pode ser comparada com a do ano passado (n=130)




Por região de residência, em 2009, o Sul (Grande Lisboa e Sul) representava 43,9%, seguido do Norte (Grande Porto e Norte) com  35,4%  e do Centro (20,8%). A estrutura da população de inscritos, por região de proveniência, não difere, pois, quando comparamos 2009 e 2010. Este ano há uma diferença de 4/5 pontos percentuais, a favor do Centro e em detrimento do Norte. Creio que, em 2009,  ainda houve mais duas inscrições de última hora, incluindo a do açoriano Tomás Carneiro.

Resta mencionar o nome dos camaradas que trabalharam para que esta grande iniciativa fosse possível. O nosso destaque vai para o nosso co-editor Carlos Vinhal, o Joaquim Mexia Alves (que vai ser o nosso anfitrião) e o Miguel Pessoa (responsável pela feitura e distribuição dos crachás, mas também para o Jero, o Belarmino Sardinha e o Eduardo MR, também nosso co-editor, que completaram esta belíssima equipa.  Não posso deixar de recordar que o nosso JERO foi o primeiro a oferecer-se para realizar o V Encontro em Alcobaça... Vingou a tese de Monte Real. Parabéns ao nosso anfitrião! Até já... (LG)
 
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Nota de L.G.:
 
Vd. último poste desta série > 22 de Junho de 2010 >  Guiné 63/74 - P6627: V Convívio da Tabanca Grande (6): As inscrições terminam amanhã, quarta-feira, 23 de Junho de 2010 (A Organização)

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Guine 63/74 - P6643: Memória dos lugares (86): Bachile, chão manjacho (José Romão, ex-Fur Mil, CCAÇ 16, 1971/73 / António Graça de Abreu, ex-Alf Mil, CAOP1, 1972/74)

Guiné > Região do Cacheu > Teixeira Pinto > Bachilé > CCAÇ 16 (1971/73) > O José Romão junto ao obus 10,5



Guiné > Região do Cacheu > Teixeira Pinto > Bachilé > CCAÇ 16 (1971/73) > À caserna do José Romão



Guiné > Região do Cacheu > Teixeira Pinto > Bachilé > CCAÇ 16 (1971/73) >Arrecadação de material de guerra



Guiné > Região do Cacheu > Teixeira Pinto > Bachilé > CCAÇ 16 (1971/73) >A parada


Guiné > Região do Cacheu > Teixeira Pinto > Bachilé > CCAÇ 16 (1971/73) >  Aspecto geral das instalações do aquartelamento


Guiné > Região do Cacheu > Teixeira Pinto > Bachilé > CCAÇ 16 > Aspecto geral do aquartelamento

  


Guiné > Região do Cacheu > Teixeira Pinto > Bachilé > CCAÇ 16 >  O José Romão (à direita) e o Bernardino Parreira.  Em fundo, lê-se: "Para uma Pátria una e indivisível, a Companhia Manjaca [,CCAÇ 16,] está defendendo o seu chão da cobiça de estranhos, ainda que tenha de derrmar o seu sangue2

Fotos: Jose Romão (2010). Direitos reservados  zecaromao@hotmail.com


1. Mensagem do José Romão (ex-Fur Mil At Inf, CCAÇ 3461/BCAÇ 3863,  Teixeira Pinto, e CCAÇ 16,  Bachile, 1971/73), que  reside actualmente em Vila Real de Santo António (*)

Data - 23 de Junho de 2010

Assunto - Bachile

Uma boa noite para o amigo e Camarada Magalhães Ribeiro

Tenho estado a ver no Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné, notícias relacionadas com as zonas onde estive, entre 1971 e 1973 (Teixeira Pinto e Bachile).

Hoje estive a ler uma notícia, escrita pelo camarada António Graça Abreu, relacionada com o Bachile (**) e com a qual eu não estou totalmente de acordo.

Na primeira parte, tirando as casas pintadas de branco, porque não estavam pintadas, o resto está bem.

Na segunda parte é que nada bate certo. Ele diz e passo a transcrever:

António Graça de Abreu (AGA): “O aquartelamento é deplorável. Logo atrás do arame farpado há dezenas e dezenas de bidões cheios de areia rodeando umas tantas tabancas”

Romão (R): Ora isto não é verdade, porque só o aquartelamento é que estava rodeado de duas filas de bidões com areia, porque era a única protecção que tínhamos contra qual ataque inimigo e não tínhamos nenhumas tabancas a rodear o quartel.

AGA: "Depois há telhados em cimento armado cobrindo os tegúrios semi-afundados na terra,  habitados pelos nossos soldados, uns setenta a oitenta. É a protecção possível contra flagelações e bombardeamentos".

R: Os telhados não eram de cimento armado, mas sim de chapas de zinco aparafusadas a umas asnas de ferro e nem sequer estavam semi-afundadas, conforme posso provar nas fotos que envio. Todos os militares dormiam em casernas e não em abrigos porque também não haviam. Cada caserna estava dividida em três partes independentes: Uma para o Alferes, outra para os furriéis e outra para os soldados.

AGA: "E dão uma certa segurança aos homens brancos expatriados na terra dos negros comandados pelo alferes Rocha".

R: Os únicos homens brancos eram os oficiais e os sargentos, porque os soldados eram todos nativos. O alferes Rocha era unicamente comandante do meu pelotão. Quando eu cheguei ao Bachile,  o comandante era o capitão José Martins que depois foi rendido pelo capitão Abílio Dias Afonso.

Já são duas da manhã e por hoje nada mais tenho para escrever.

Um grande abraço para todos os camaradas.

Romão


2. Resposta do António Graça de Abreu, a pedido dos editores: Meu caro Zeca Romão:


Recebi via Magalhães Ribeiro e Luís Graça um comentário a um texto meu, no meu Diário da Guiné que junto em anexo.

Com todo o respeito, pela tua opinião, esclareço:

(i) Fui três ou quatro vezes ao Bachile,  ainda em 1972. Conheces melhor o lugar do que eu.

(ii) Escrevi este texto no início de Julho de 1972. É possível que tenha erros. Eu era periquito, tinha apenas oito dias de Guiné.

(iii) Mas, recordo-me que o aquartelamento estava em construção, em 1972. As fotografias que mandas são de Junho de 1972?  Não serão posteriores?

(iv) A companhia era africana, eu sei. Mas onde viviam as famílias dos militares africanos? O reordenamento, acabado de fazer,  estava vazio. Havia mais tabancas. Quase posso jurar que vi abrigos em cimento armado, como havia alguns em Teixeira Pinto. Quando vos atacavam o aquartelamento, onde é que vocês se abrigavam?

(v) Eu não disse que o Alf Rocha comandava a companhia. Só em caso de ausência do capitão isso eventualmente aconteceu.

(vi) Encontrei o capitão Martins em Macau, em Maio de 2009. Vive lá há dezasseis anos.

Leu o meu Diário da Guiné e gostou do que escrevi sobre o Bachile. (***)

Um abraço, e se quiseres o meu Diário da Guiné, diz, mando-to pelo correio. São 17 euros.

António Graça de Abreu

  ____________

Notas de L.G.:

(*)  Mensagem do José Romão, com data de 18 do corrente:

Amigo e camarada Magalhães Ribeiro: Obrigado por teres colocado a mensagem no Blogue. Por esse motivo, recebi vários contactos, entre eles uma chamada telefónica do Cap Martins, que actualmente reside na China e que esteve comigo na CCaç 16 no Bachile. Foi ele que me deu o contacto telefónico do meu camarada Bernardino Parreira.


Quanto ao convite para aderir ao Batalhão Tabanca Grande, aí vão os meus elementos e as duas fotografias.


José Quintino Travassos Romão
Residente em Vila Real de Santo António
Ex-Furrriel Miliciano
Guiné (Setembro de 1971 / Outubro de 1973).


BCaç 3863, CCaç 3461, em Teixeira Pinto,  e CCaç 16 no Bachile.


Fomos tirar o IAO a Bolama e depois o Batalhão foi para Teixeira Pinto, onde estive pouco tempo, porque fui para a CCaç 16 (Companhia Africana) até ao final da comissão. (...)


Travassos Romão

(**) 23 de Junho de 2010 > Guiné 63/74 - P6632: Memória dos lugares (79): Bissau, cidadezinha colonial (Parte IV) (Agostinho Gaspar / Luís Graça)

(***) Vd. postes de:

8 de Junho de 2009 > Guiné 63/74 - P4483: O mundo é pequeno e o nosso blogue... é grande (11): Macau: A. Graça Abreu com José Martins, ex-Cap CCAÇ 16 (Bachile, 1971)