Foto nº 1
Foto nº 2
Foto nº 3
Foto nº 4 > O Portugal do "antigo regime": no altar-mor, o quadro com a família real, D. Maria I e o seu filho D. João VI entre a corte (do lado direito), e com apresentação iconográfica de Lisboa e o seu povo (lado direito), vendo-se ao longe o Castelo de São Jorge. Só uma dica: aqui viveu o D. João VI (1767-1826), depois do seu regresso do Brasil, e aqui morreu.
Na foto nº 3, chama-se a atenção para o detalhe das três mulheres do povo, um das quais uma espantosa negra, de olhar postado nas figuras régias... Um dos mais belos quadros da nossa pintura... Quem seria esta mulher de origem africana? Talvez uma guineense, descendente de escravos... Na realidade, Lisboa é e sempre foi , desde o séc. XV, uma cidade "africana"... [Henriques, Isabel de Castro; Leite, Pedro Pereira; e Fantasia, Ana (fotos) - Lisboa cidade africana:Percursos de Lugares de Memória. Lisboa: Marca d’ Água: Publicações e Projetos 1ª edição, Junho 2013 ISBN- 978-972-8750-17-6]. (*)
Lisboa > 12 de setembro de 2015 > Festival Todos 2015
Fotos (e legendas): © Luís Graça (2015). Todos os direitos reservados.
1. É um dos mais belos palácios de Lisboa... E a sua capela, particular, é monumento nacional... Muita da nossa história, dos séc. XVIII e XIX, passou por aqui.
Quem andou na Academia Militar tem obrigação de conhecer o paço e a capela... E quem gosta de Lisboa, tem o dever de a conhecer e divulgar...
Quem andou na Academia Militar tem obrigação de conhecer o paço e a capela... E quem gosta de Lisboa, tem o dever de a conhecer e divulgar...
Fui lá há dias, numa visita guiada, no âmbito do Festival Todos 2015. Quis partilhar com os nossos leitores a surpresa, que foi para mim, a visão deste quadro... de que só conhecia os retratos da nossa realeza... Digam lá de que paço e capela estou a falar ? (**) (LG)
Notas do editor
(*) Vd. também RIJO, Delminda - Os Escravos na Lisboa Joanina. [Em Linha]. Investigação desenvolvida no âmbito do projecto “Espaços urbanos: dinâmicas demográficas e sociais (séculos XVII-XX)”, com referência PTDC/HIS-HIS/099228/2008, co-financiado pelo orçamento do programa COMPETE – Programa Operacional Factores de Competitividade na sua componente FEDER e pelo orçamento da Fundação para a Ciência e a Tecnologia na sua componente OE. [Consult 20 de setembro de 2015]. Disponível em
http://www.ghp.ics.uminho.pt/eu/ficheiros%20de%20publica%C3%A7%C3%B5es/OS%20Escravos%20na%20Lisboa%20Joanina%20-%20Delminda%20Rijo.pdf
Foram sobretudo negros e mulatos, nascidos em Lisboa em resultado da reprodução natural e da continuidade de Lisboa na rota dos navios negreiros, a maioria vindos da região de Angola e da Costa da Mina, muito embora os encontremos provenientes dos 4 cantos do mundo. Lisboa era ainda um mercado de grande absorção de escravos, mas já se avizinhavam grandes mudanças que levariam à abolição deste trato, pois em 1761 o Marquês de Pombal assinou a proibição de importação de escravos para o continente português e em 1773 a proibição de escravatura em Portugal Continental, só se extinguindo efectivamente em 1856.
Sujeitos a muitas restrições e constrangimentos, encontramo-los enquadrados nas vivências de poderosos, na partilha do quotidiano alheio e a sofrer as vicissitudes dos mais desfavorecidos, nas ocupações, frequentemente as mais duras, com quem moravam paredes meias, a casar e a fundar por vezes extensas famílias, a baptizar os filhos, procurando neste acto estabelecer ou reforçar redes de solidariedade. Muito contribuiram para a ilegitimidade, sobretudo as mulheres. Perante a morte, procuraram a realização de qualquer bom cristão, com assistência e sacramentos e uma sepultura condigna, não obstante a sua cultura reprimida tenha ressurgido com exotismo e alegria sempre que a ocasião o propiciou, quer fosse num peditório, num círio ou na solenidade de uma procissão. Exímios na música e na dança, também o foram nas artes do oculto e adivinhação.
A lealdade e os bons serviços puderam realizar o sonho da alforria e liberdade de muitos, nem sempre sinónimo de realização pessoal, significando por vezes o agravamento das condições de vida, sobretudo para os mais velhos. (...)
(**) Último poste da série > 9 de agosto de 2015 > Guiné 63/74 - P14987: Fotos à procura de... uma legenda (60): uma viatuira civil, reduzida à carcaça, possivelmente destruída por mina A/C na estrada Bambadinca-Saltinho (Jaime Machado, ex-alf mil cav, cmdt do Pel Rec Daimler 2046, Bambadinca, 1968/1970)