Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
quinta-feira, 7 de dezembro de 2017
Guiné 61/74 - P18056: Consultório militar do José Martins (28): Memórias de Guerra (3): Distritos de Braga, Viana do Castelo, Vila Real, Bragança e Viseu
1. Terceiro poste do trabalho de pesquisa do nosso camarada José Marcelino Martins (ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70), composto por sete postes, sobre as Memórias de Guerra (Grande Guerra e Guerra do Ultramar), espalhadas pelo país e estrangeiro, trabalho este que pode ser corrigido ou actualizado pelos nossos leitores.
(Continua)
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Nota do editor
Último poste da série de 6 de Dezembro de 2017 > Guiné 61/74 - P18051: Consultório militar do José Martins (27): Memórias de Guerra (2): Distritos de Coimbra, Aveiro e Porto
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quarta-feira, 6 de dezembro de 2017
Guiné 61/74 - P18055: Agenda cultural (616): No passado dia 2 de Dezembro foram apresentados no Salão Nobre da Junta de Freguesia de Fiães os I e II Volumes de "Memórias Boas da Minha Guerra" da autoria de José Ferreira
No passado sábado, dia 2 de Dezembro de 2017, no Salão Nobre da Junta de Freguesia de Fiães, foram apresentados os I e II Volumes de "Memórias Boas da Minha Guerra", da autoria de José Ferreira.
No acto estiveram presentes: Presidente da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, Presidente da Junta de Freguesia de Fiães, familiares, amigos e camaradas do autor.
Vistas do Salão Nobre
Momento em que o coordenador, Manuel Bastos, declara aberta a sessão. Constituição da Mesa. Da esquerda para a direita: Bernardino Ribeiro, amigo do José Ferreira; Filipe Cálix, Presidente do CDPAC; Valdemar Fontes, Presidente da Junta de Freguesia de Fiães; Dr. Emídio Sousa, Presidente da Câmara Municipal de Sta. Maria da Feira; Manuel Sá Bastos, membro do CDPAC e coordenador da sessão; Ten-General Manuel Maia, ex-Capitão, CMDT da CART 1689; Carlos Vinhal, editor deste Blogue e José Ferreira, autor das obras apresentadas.
Continuação da Mesa com: Jorge Pedro (Catió e Cabedú), Dionísio Cunha, Jorge Teixeira (Bando do Café Progresso) e Ricardo Figueiredo (Museu Vivo dos Combatentes)
O anfitrião, Valdemar Fontes, Presidente da Junta de Freguesia de Fiães dá as boas-vindas aos presentes
Intervenção do Presidente do CDPAC, Filipe Cálix
Intervenção do Co-editor do Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné, Carlos Vinhal
Momento da intervenção do senhor Ten-General Manuel Maia
O amigo de longa data, Bernardino Ribeiro, fala do autor, dos bons velhos tempos e dos livros apresentados
O Combatente da Guiné, Ricardo Figueiredo, fundador do Museu Vivo dos Combatentes, durante a sua intervenção, brilhante como é seu timbre.
O Combatente da 3.ª CComandos, Dionísio Cunha - protagonista da história “É Guerra, é Guerra (Será?)”. Pág -119 - I Volume - fala da guerra, da sua justeza e da sua condição de desertor, de que se orgulha muito, segundo diz. Preso na Metrópole, voltou à Guiné e à sua Unidade, tendo participado voluntariamente em perigosas operações até terminar a sua comissão de serviço.
O tempo ia passando e cerca das 18 horas o Presidente da Câmara, Dr. Emídio Sousa tinha forçosamente de se ausentar. Dirigiu algumas palavras de elogio e incentivo ao autor, a propósito deste dois volumes das sua memórias, pondo a autarquia ao dispor para outros acontecimentos culturais. Pediu desculpa e retirou-se antes de terminada a sessão.
O Combatente Jorge Pedro da CART 6521 fala da experiência de guerra
Jorge Teixeira, o Chefe dos "Bandalhos", deixa o seu testemunho de apreço ao autor e aos seus livros
O Jornalista Carlos Fontes fala do autor e dos caminhos cruzados no desporto e na vida particular com o autor.
O José Ferreira da Silva, com alma cheia por estar rodeado pela família, amigos e camaradas, e depois de ter ouvido tantos elogios ao seu comportamento como cidadão, dirigente desportivo e, agora, escritor de histórias, agradece a quem esteve presente nesta sessão de apresentação dos seus livros na sua terra natal, Fiães.
Seguiu-se a habitual sessão de autógrafos
Os familiares que puderam estar presentes em Fiães: nora, esposa, filho, filha e netas.
Alguns dos camaradas presentes: Ricardo Figueiredo, Jorge Teixeira, Vasco Ferreira, Jorge Pedro, o autor, Manuel Cibrão, Francisco Silva e Carlos Vinhal
Uma das mesas com uns miminhos que o Zé disponibilizou, com a ajuda das senhoras da família, às pessoas que o acompanharam nesta tarde em ficámos a saber que também o podemos tratar por Nicolau.
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Notas do editor
Vd. postes de:
23 de outubro de 2017 > Guiné 61/74 - P17896: Notas de leitura (1007): Memórias boas da minha guerra, volume II, por José Ferreira; Chiado Editora, 2017 (Mário Beja Santos)
e
22 de novembro de 2017 > Guiné 61/74 - P18003: Agenda cultural (611): O nosso camarada José Ferreira da Silva, autor dos Volumes I e II de "Memórias Boas da Minha Guerra", vai apresentar os seus livros na sua terra natal, Fiães, concelho de Santa Maria da Feira, no próximo dia 2 de Dezembro
Último poste da série de 5 de dezembro de 2017 > Guiné 61/74 - P18048: Agenda cultural (615): Lisboa, Casa do Alentejo, hoje, 5 de dezembro, 19h00: apresentação do livro "Cantar no Alentejo" (organizado por Rosário Pestana e Luísa Tiago de Oliveira)... Atuação, no final, do Grupo Coral Cantadeiras de Essência Alentejana, de Almada
Guiné 61/74 - P18054: O nosso blogue em números (44): comentando os 10 milhões de visualizações / visitas e exercendo o nosso direito de recusar ir para a "vala comum do esquecimento" (Hélder Sousa, Valdemar Queiroz, Carlos Vinhal, Manuel Joaquim, Jorge Araújo, Miguel Pessoa)
Em 21 de novembro de 2017, o nosso blogue atingiu os 10 milhões de visualizações / visitas!... E no dia 23 de abril de 2018 iremos completar os 14 anos de existência! Alguns grã-tabanqueiros (Miguel Pessoa, Jorge Araújo, Hélder Sousa, Valdemar Queiroz, Carlos Vinhal, Manuel Joaquim...) não deixaram passar despercebida a efeméride...
Não é para História com H grande, não queremos o Panteão Nacional (nem cabíamos lá todos...), é apenas uma nota para a nossa "pequena história"... Aqui ficam, em poste, 4 comentários, que nos sensibilizam, mas que são uma homenagem a todos os amigos e camaradas da Guiné que mantêm vivo este projeto de preservação e partilha da memória. Como o nosso editor gosta de dizer, não queremos nada: há quem reclame o "direito ao esquecimento" (figura jurídica criada pelo Tribunal de Justiça da União Europeia); nós, pelo contrário, recusamo-nos apenas a ir para a "vala comum do esquecimento"...
Infogravura: Miguel Pessoa (2017)
Comentários (*):
(i) Hélder Sousa:
Este 'nosso' Blogue é, de facto, um caso sério.
De longevidade, de repositório de memórias, afectos e imagens.
De lançamento de escritores e poetas.
De cronistas e contadores de histórias.
De amizade, confraternização e novas relações.
A minha 'aproximação' foi por via do livro do António Graça de Abreu [, Diário da Guiné, 2007]
Comprei o livro, verifiquei que contemplava a parte final da minha estadia na Guiné, que o relato que lá estava confirmava a memória desbotada que tinha de determinado acontecimento e, a partir daí, voltei a interessar-me pelo tempo em que prestei serviço militar, em particular na Guiné.
Através de links que o livro indicava cheguei ao Blogue, ao "foranada" como alguns inqualificados procuram referir-se depreciativamente, quando as matérias (plurais) que são abordadas não estarão em consonância com o seu 'estreito entendimento'.
Por essa altura já havia vários Blogues sobre questões da nossa "guerra em África", a maior parte dele focados na Companhia XXX ou Batalhão YYY ou então de forma mais genérica sobre o conjunto das 'frentes'. Por esse tempo, final da primeira década dos anos 2000, ainda o Facebook não tinha tanta preponderância.
O Blogue iniciado pelo Luís tinha (e tem) grandes virtudes (pelo menos para mim) pois apresentava uma espécie de "estatutos" em que me revi, centrava-se apenas na Guiné (a vantagem de não se ter dispersão de vivências estranhas), era transversal no tempo e nos espaços e ainda por cima não pretendia ser classista, hoje por hoje, com todo o respeito que é devido, vamos tratando por "tu".
Se mais méritos não tivesse (e tem) relembro casos aqui relatados de ter tido efeitos de "blogueterapia", de (re)encontros de amigos dispersos, de relatos que nos deixam a conhecer melhor os tempos que vivemos e que deste modo deixamos como testemunho para os vindouros, façam disso o que quiserem.
Portanto, sem me alongar mais, já que isto tem "pano para mangas", reforça aqui a ideia de que este tema, o do nosso passado recente (já nem tento assim...) ainda tem muita coisa para dar e que este Blogue merece ter longa vida!
Parabéns ao Luís que tomou a iniciativa, ao Briote, ao Carlos V e ao Magalhães que na medida das suas possibilidades e capacidades têm dado o "corpo ao manifesto" e também a todos nós que de alguma forma contribuímos para manter a "chama viva".
Hélder Sousa
(ii) Valdemar Queiroz:
Já há material mais que suficiente para filmes ou programas de TV.
Será que os homens do cinema/televisão conhecem a riqueza das nossas histórias, acontecimentos e vivências reais para grandes argumentos?
Seria interessante algum de nós dar a conhecer, para fora da nossa Tabanca, todo o historial do blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné.
(iii) Carlos Vinhal:
É com algum (muito, mesmo) orgulho que digo, onde chego, e quando a conversa se proporciona, que sou amigo do Luís Graça, fundador deste Blogue, e que o ajudo a manter esta página actualizada. Por mim, não há-de haver um único dia em que não se publique uma notícia.
Quando há 14 anos, o nosso sociólogo fundou este blogue, jamais imaginaria que estava a criar um fenómeno de convivência e catarse que nos ultrapassou a todos, tertúlia e editores. Quem de algum modo aqui colaborou, jamais ficará no anonimato porque ajudou a escrever a história recente de Portugal.
Luís, obrigado pela tua amizade. Podes contar comigo até... até quando calhar, sei lá, nos próximos 31 anos.
(iv) Manuel Joaquim (**):
Meu caro Luís:
Afirmei aqui, há quase oito anos:
"Este blogue é um fórum mas também uma câmara de gritos (de saudade, de alegria, de tristeza, de horror, de perdão, de expiação, de amor-próprio, de vaidade, de humildade, de dádiva, de amizade, de solidariedade, de revolta, às vezes de vazio) (Manuel Joaquim, CCAÇ 1419, Bissorã e Mansabá, 1965/67)".
Poderá haver exagero nesta minha convicção? Para alguns, talvez muitos, haverá. Eu continuo a pensar o mesmo de então, por estranho que isto me possa parecer. Hoje até me sinto mais seguro naquelas afirmações.
Faço força para que esta Tabanca Grande tenha uma vida longa alimentada pelos seus actuais e futuros membros e leitores. E peço desculpa de ter andado afastado do blogue nos últimos tempos, não enquanto leitor mas como "postador". Mas prometo voltar para chegar aos 100 posts, pelo menos!
Afectuoso abraço
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Notas do editor:
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Guiné 61/74 - P18053: Ser solidário (208): Tabanca de Porto Dinheiro: unidos pela educação em Timor: convívio com o João e a Vilma Crisóstomo, o Rui Chamusco, o Gaspar e a Maria da Glória Sobral, o Eduardo Jorge Ferreira, a Alice Carneiro e o nosso editor Luís Graça...Vem aí um novo projeto, o LAMET - Luso American Movement for Education in Timor Leste...
Foto nº 1 > Da esquerda para a direita, o Rui Chamusco e o Gaspar Sobral
Foto nº 2 > Sobral, casada como Gaspar... É natural da Malcata, Sabugal, tal como o Rui.
Foto nº 3 > Da esquerda para a direita, Rui Chamusco, Gaspar Sobral e Alice Carneiro
Foto nº 4 > Da esquerda para a direita, João Crisóstomo e Rui Chamusco
Foto nº 5 > Da esquerda para a direita, Eduardo Jorge Ferreira, régulo da Tabanca de Porto Dinheiro, e Gaspar Sobral
Foto nº 6 > Vilma Crisóstomo e o nosso régulo Eduardo Jorge Ferreira
Foto nº 7 > O João e a Vilma de regresso a A-Dos-Cunhados, Torres Vedras, onde têm família.
Lourinhã, Praia da Areia Branca, 2 de dezembro de 2017 > Amoço de um grupo de amigos de Timor, no restaurante Foz.
Fotos (e legendas): © Luís Graça (2017). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
1. Tínhamos encontro marcado no domingo, dia 3, na Lourinhã, um grupo de membros da Tabanca de Porto Dinheiro que abraçam também a causa de Timor Leste: eu próprio e a Alice, o Eduardo Jorge Ferreira, que é o régulo, o Rui Chamusco e o João e a Vilma (que estão por cá, vindos dos EUA, entre os dias 1 e 11 do corrente)....
A surpresa foi o aparecimento do casal Sobral, o Gaspar, que é timorense, topógrafo (nascido nas montanhas de Lorosae, e regressado de Angola em 1975; tem aqui página no Facebook) e a Maria da Glória, conterrânea do Rui (ambos são da Malcata, Sabugal).
O casal vive em Coimbra, e lidera, com o Rui, o projeto "Uma Escola em Timor" (*). O Gaspar, com formação em direito (licenciatura e mestrado) interessa-se particularmente pela problemática dos LDC - Least Developed Countries, os Países Menos Desenvolvidos (PMD), de acordo a categoria criada pelas Nações Unidas.
Para o Rui, o Gaspar e a Maria da Glória, faço votos para que continuem a ter o mesmo entusiasmo e empenho na concretização do projeto "Uma Escola em Timor". Igualmente, e nas suas pessoas, o nosso desejo de que o 2018 seja melhor para os nossos povos, Portugal e Timor. Tanto o Rui como o casal Sobral estão particularmente apreensivos sobre o futuro da língua e cultura portuguesas em terras do "Sol Nascente". ( Segundo o Ciberdúvidas da Língua Portuguesa, é Loro Sae e não "Lorosae", pois são duas palavras distintas, significando em tétum Sol Nascente.)
" Que alívio! É que o Rui estava com receio que não pudesses aparecer. E eu e a Vilma iriamos sentir mesmo a tua falta; sem desprimor por qualquer dos outros nossos amicíssimos camaradas….é que eu já considero o nosso grupo como um todo indivisível, um corpo conjunto; qualquer falta de um de nós é para mim como que se faltasse um braço"… (LG)
Timor-Leste, a par de mais quatro PALOP (Angola, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe) está na lista dos 43 LDC (Least Developped Countries), das Nações Unidas. Esta lista é revista de 3 em 3 anos.
Definição: "Least developed countries (LDCs) are low-income countries confronting severe structural impediments to sustainable development. They are highly vulnerable to economic and environmental shocks and have low levels of human assets."
O pretexto foi a estadia do casal Crisóstomo (João e Vilma) e os planos para a criação de um novo projeto, de solidariedade com Timor Leste, do nosso incansável ativista, o João Crisóstomo: Luso American Movement for Education in “Timor Leste” ( LAMET), em colaboração com a Carvalho Family Foundation (uma ONG luso-americana). (**)
Desse projeto e dos contactos do João com a hierarquia da Igreja Católica, falaremos em tempo oportuno. Para já quero registar aqui a minha satisfação por voltar a ver o João e a Vilma, bem como o Rui e o Eduardo, e passar a ter dois novos amigos, e futuros membros da nossa Tabanca de Porto Dinheiro, o casal Sobral, dois seres humanos maravilhosos, entusíásticos e generosos.
Almoçámos alegre e fraterrnalemente em dia magnífico no restaurante Foz, na Praia da Areia Branca, pusemos a conversa em dia, fizemos troca de prendas... Tinha dito ao João que lhe trazia, para oferecer, um exemplar do livro "Aristides de Sousa Mendes: memórias de um neto", da autoria de Moncada S. Mendes, saído recentemente sob a chancela da editora Desassosego.
Fiquei de fazer uma "nota de leitura" do livro, esperando também o contributo do João que, como se sabe, foi um dos grandes ativistas luso-americanos da causa da reabilitação da memória do diplomata que ousou desafiar Salazar, por imperativos de consciência.
Ao João e à Vilma que vão passar o Natal a Toronto desejo boas festas e sobretudo um novo ano cheio de realizações dos seus sonhos e projetos. Em particular, para a Vilma, que está a construir a sua casinha de férias na Eslovénia...
Para o Eduardo, aquele "oscar bravo" (obrigado) e aquele "alfa bravo" (abraço) que ele merece, quanto mais não fosse por aquele sorriso de orelha a orelha que só ele tem...
Eu e Alice regressámos a Lisboa com a sensação de que o tempo é sempre curto para estar com os amigos e, ao mesmo tempo, reconfortados pelas palavras do João que, antes nos tinha escrito, nessa manhã:
Timor-Leste, a par de mais quatro PALOP (Angola, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe) está na lista dos 43 LDC (Least Developped Countries), das Nações Unidas. Esta lista é revista de 3 em 3 anos.
Definição: "Least developed countries (LDCs) are low-income countries confronting severe structural impediments to sustainable development. They are highly vulnerable to economic and environmental shocks and have low levels of human assets."
Em português: "Os países menos desenvolvidos (PMA) caracterizam-se por baixo rendimento, enfrentando severos obstáculos estruturais ao desenvolvimento sustentado. São altamente vulneráveis a choques económicos e ambientais e têm baixos níveis de ativos humanos", medidos por indicadores de saúde, educação, emprego, etc.
Notas do editor:
(*) Vd. poste de 14 de outubro de 2017 > Guiné 61/74 - P17860: Ser solidário (206): "Uma escola em Timor" - Parte II: fotos do edifício, em construção, em Manati-Boibau, Liquiçá, Timor Leste... (Rui Chamusco, tabanca de Porto Dinheiro)
(**) Último poste da série > 19 de outubro de 2017 > Guiné 61/74 - P17882: Ser solidário (207): notícias da Fundação João XXIII - Casa do Oeste, com sede em Ribamar, Lourinhã: (i) barco-ambulância já está em Quinhamel; (ii) festa convívio de solidarieddae com a Guiné-Bissau, no próximo domingo, 22, em Santo Isidoro, Mafra
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Notas do editor:
(*) Vd. poste de 14 de outubro de 2017 > Guiné 61/74 - P17860: Ser solidário (206): "Uma escola em Timor" - Parte II: fotos do edifício, em construção, em Manati-Boibau, Liquiçá, Timor Leste... (Rui Chamusco, tabanca de Porto Dinheiro)
(**) Último poste da série > 19 de outubro de 2017 > Guiné 61/74 - P17882: Ser solidário (207): notícias da Fundação João XXIII - Casa do Oeste, com sede em Ribamar, Lourinhã: (i) barco-ambulância já está em Quinhamel; (ii) festa convívio de solidarieddae com a Guiné-Bissau, no próximo domingo, 22, em Santo Isidoro, Mafra
Guiné 61/74 - P18052: Os nossos seres, saberes e lazeres (243): Em Vila de Rei, um passeio em relance (2) (Mário Beja Santos)
1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70) com data de 1 de Setembro de 2017:
Meus queridos amigos,
Quem desfruta de uma vista desafogada a partir da barragem do Cabril, pode organizar passeios nas redondezas, maravilhas não faltam: a casa de Malhoa em Figueiró dos Vinhos, localidade que possui um belo centro cultural com exposição permanente de artistas naturalistas; em Cernache do Bonjardim, é possível visitar o Colégio das Missões, daqui partiram missionários para todos os pontos do império e também é possível visitar o ateliê de um grande pintor, Túlio Vitorino.
Encurtando razões, estas localidades de interior, acoitadas por falta de indústria, pela fuga dos jovens que desesperam pela inexistência de trabalho, temos aqui tributos de resistência que são as bibliotecas municipais, o cinema aos fins de semana, as casas de cultura, os festivais gastronómicos e muito belas praias fluviais.
Este passeio por Vila de Rei foi só para despertar o apetite, aqui se regressará, e de muito boa vontade.
Um abraço do
Mário
Em Vila de Rei, um passeio em relance (2)
Beja Santos
Estando o viandante exatamente no centro de Portugal, saciada a curiosidade com a visita à biblioteca municipal José Cardoso Pires, não havendo condições para desfrutar o que o município oferece entre a ribeira do Codes e o rio Zêzere, neste território que até lembra uma península, que é bastante montanhoso, e para o caso basta relembrar a Serra da Melriça onde se alberga o Centro Geodésico de Portugal, aproveita-se o tempo útil a dar umas passadas pela vila, ficará para mais tarde uma visita aos museus de Geodesia, ao municipal e ao da escola da fundada, e até mesmo a Água Formosa, aldeia de xisto muito procurada pelo caráter arquitetónico.
Logo este fontanário que corresponde a um tempo em que se azulejava com o mesmo espírito em que se acreditava que a arte deve estar à disposição do povo, assim se encheram de azulejos gares ferroviárias, nunca se esqueça a estação de S. Bento, uma catedral do azulejo. Em Lisboa, goza fama o que foi a fábrica Viúva Lamego, o edifício virado para a Avenida Almirante Reis e a esplendorosa fachada em pleno largo do Intendente. Azulejos icónicos, os fontanários perderam funcionalidade, o que é de lamentar, pois criariam outro ambiente a esta arte pública, como agora soe dizer-se. E que belos são estes azulejos, verso e reverso.
O viandante, está-lhe na massa do sangue, fareja tudo quanto é porta, portal ou portada. Esta está descorada, desprezada, talvez a aguardar uma substituta, toda metalizada. É uma relíquia do passado, a pintura está escalavrada, tem tons ferruginosos. Enfim, um mundo antigo, irrecuperável. Todos iremos perder com a substituição desta porta, neste espaço marcado por património virá talvez a modernização e a perda de caráter.
Entrou-se no arco, percorreu-se nas duas direções, a da plena luminosidade e a do claro-escuro, como a claraboia a meio a lançar um jato de luz. Conferidas as imagens, foi esta que prevaleceu, do negrume se parte para a luz, só por deambular entre os arcos valeu vir a Vila de Rei.
Pediu-se respeitosamente à proprietária licença para reter esta ondulação da varanda, a senhora sorriu, agradeceu e recolheu-se. O que era mais importante não cabe na fotografia, é a elegância da varanda que altera, por ilusão de ótica, o comprimento da fachada. A despeito desse revés, compartilha-se da fruição dessa onda de mar desenhada pelo ferro.
É na subida desta rua antiga que temos mais azulejo, desta vez uns serafins rubicundos a encimar duas colunas floreadas. O viandante pôs-se a perguntar onde reside a força peculiar deste azul e branco que tudo realça, que dá um ar moçoilo a estas paisagens urbanas, tão próximas da paisagem rural, e não obtém resposta. O azul é rei em Vila de Rei.
Consta que esta porta vem de um passado muito antigo, trata-se de uma igreja sofredora, por aqui andaram franceses invasores que profanaram o templo, sabe-se lá o que pilharam, se cuspiram nas imagens ou derribaram alfaias religiosas, tabernáculos ou até mesmo esfaquearam quadros. A esta hora do dia, esses pensamentos deixam de ser contabilizáveis, o fascínio é a luz, o seu transporte, o que escurece e o que encandeia. Há um pintor português, Manuel Amado, que brinca com estes contrastes, com vigor e engenho. O que importa é que o viandante não quis perder aquele capricho de luminosidade, ele aqui fica.
Para a próxima, é por aqui que recomeça o passeio, na picota da Serra da Milriça, é o museu de geodesia, a vista é um desfrute, acreditem. Quem lá for notará duas coisas bem curiosas: a rebeldia na natureza, o verde ao cimo da terra depois dos grandes incêndios que aqui ocorreram em 1986 e 2003; e postando o olhar noutra direção a recente desolação do incêndio de 2017 que desfalcou em grande parte uma das freguesias do seu coberto florestal. Mas mesmo com terra calcinada, a panorâmica é incomparável. Só para estar aqui, com vista tão desafogada, vale a pena viajar de onde quer que seja até Vila de Rei.
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Nota do editor
Último poste da série de 29 de novembro de 2017 > Guiné 61/74 - P18022: Os nossos seres, saberes e lazeres (242): Em Vila de Rei, à procura de José Cardoso Pires (1) (Mário Beja Santos)
Meus queridos amigos,
Quem desfruta de uma vista desafogada a partir da barragem do Cabril, pode organizar passeios nas redondezas, maravilhas não faltam: a casa de Malhoa em Figueiró dos Vinhos, localidade que possui um belo centro cultural com exposição permanente de artistas naturalistas; em Cernache do Bonjardim, é possível visitar o Colégio das Missões, daqui partiram missionários para todos os pontos do império e também é possível visitar o ateliê de um grande pintor, Túlio Vitorino.
Encurtando razões, estas localidades de interior, acoitadas por falta de indústria, pela fuga dos jovens que desesperam pela inexistência de trabalho, temos aqui tributos de resistência que são as bibliotecas municipais, o cinema aos fins de semana, as casas de cultura, os festivais gastronómicos e muito belas praias fluviais.
Este passeio por Vila de Rei foi só para despertar o apetite, aqui se regressará, e de muito boa vontade.
Um abraço do
Mário
Em Vila de Rei, um passeio em relance (2)
Beja Santos
Estando o viandante exatamente no centro de Portugal, saciada a curiosidade com a visita à biblioteca municipal José Cardoso Pires, não havendo condições para desfrutar o que o município oferece entre a ribeira do Codes e o rio Zêzere, neste território que até lembra uma península, que é bastante montanhoso, e para o caso basta relembrar a Serra da Melriça onde se alberga o Centro Geodésico de Portugal, aproveita-se o tempo útil a dar umas passadas pela vila, ficará para mais tarde uma visita aos museus de Geodesia, ao municipal e ao da escola da fundada, e até mesmo a Água Formosa, aldeia de xisto muito procurada pelo caráter arquitetónico.
Logo este fontanário que corresponde a um tempo em que se azulejava com o mesmo espírito em que se acreditava que a arte deve estar à disposição do povo, assim se encheram de azulejos gares ferroviárias, nunca se esqueça a estação de S. Bento, uma catedral do azulejo. Em Lisboa, goza fama o que foi a fábrica Viúva Lamego, o edifício virado para a Avenida Almirante Reis e a esplendorosa fachada em pleno largo do Intendente. Azulejos icónicos, os fontanários perderam funcionalidade, o que é de lamentar, pois criariam outro ambiente a esta arte pública, como agora soe dizer-se. E que belos são estes azulejos, verso e reverso.
O viandante, está-lhe na massa do sangue, fareja tudo quanto é porta, portal ou portada. Esta está descorada, desprezada, talvez a aguardar uma substituta, toda metalizada. É uma relíquia do passado, a pintura está escalavrada, tem tons ferruginosos. Enfim, um mundo antigo, irrecuperável. Todos iremos perder com a substituição desta porta, neste espaço marcado por património virá talvez a modernização e a perda de caráter.
Entrou-se no arco, percorreu-se nas duas direções, a da plena luminosidade e a do claro-escuro, como a claraboia a meio a lançar um jato de luz. Conferidas as imagens, foi esta que prevaleceu, do negrume se parte para a luz, só por deambular entre os arcos valeu vir a Vila de Rei.
Pediu-se respeitosamente à proprietária licença para reter esta ondulação da varanda, a senhora sorriu, agradeceu e recolheu-se. O que era mais importante não cabe na fotografia, é a elegância da varanda que altera, por ilusão de ótica, o comprimento da fachada. A despeito desse revés, compartilha-se da fruição dessa onda de mar desenhada pelo ferro.
É na subida desta rua antiga que temos mais azulejo, desta vez uns serafins rubicundos a encimar duas colunas floreadas. O viandante pôs-se a perguntar onde reside a força peculiar deste azul e branco que tudo realça, que dá um ar moçoilo a estas paisagens urbanas, tão próximas da paisagem rural, e não obtém resposta. O azul é rei em Vila de Rei.
Consta que esta porta vem de um passado muito antigo, trata-se de uma igreja sofredora, por aqui andaram franceses invasores que profanaram o templo, sabe-se lá o que pilharam, se cuspiram nas imagens ou derribaram alfaias religiosas, tabernáculos ou até mesmo esfaquearam quadros. A esta hora do dia, esses pensamentos deixam de ser contabilizáveis, o fascínio é a luz, o seu transporte, o que escurece e o que encandeia. Há um pintor português, Manuel Amado, que brinca com estes contrastes, com vigor e engenho. O que importa é que o viandante não quis perder aquele capricho de luminosidade, ele aqui fica.
Para a próxima, é por aqui que recomeça o passeio, na picota da Serra da Milriça, é o museu de geodesia, a vista é um desfrute, acreditem. Quem lá for notará duas coisas bem curiosas: a rebeldia na natureza, o verde ao cimo da terra depois dos grandes incêndios que aqui ocorreram em 1986 e 2003; e postando o olhar noutra direção a recente desolação do incêndio de 2017 que desfalcou em grande parte uma das freguesias do seu coberto florestal. Mas mesmo com terra calcinada, a panorâmica é incomparável. Só para estar aqui, com vista tão desafogada, vale a pena viajar de onde quer que seja até Vila de Rei.
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Nota do editor
Último poste da série de 29 de novembro de 2017 > Guiné 61/74 - P18022: Os nossos seres, saberes e lazeres (242): Em Vila de Rei, à procura de José Cardoso Pires (1) (Mário Beja Santos)
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