terça-feira, 25 de maio de 2021

Guiné 61/74 - P22223: Agenda Cultural (770): "Ver do Bago nos Mosteiros", Baião, Mosteiro de Santo André, em Ancede, de maio a setembro de 2021: o primeiro de um ciclo de exposições que celebra a relação material e simbólica entre a vinha e a paisagem cultural e humana dos vales do Sousa, Douro e Tâmega... onde nasceu Portugal


Baião > Mosteiro de Ancede > Exposição "Ver do Bago nos Mosteiros" > Maio de 2021 > "Através do mergulho em quatro espaços expositivos totalmente distintos (o Rio, o Mosteiro, a Adega e o Lagar), descobriremos peças preciosas, como o tesouro nacional que é o tríptico de São Bartolomeu, só exposto há quase um século (Exposição do Mundo Português, anos 40 do século XX), e experimentaremos duas verdadeiras experiências imersivas." Fonte: Câmara Municipal de Baião,com a devida vénia

Segundo o portal da Rota do Românico, "trata-se de uma pintura a óleo sobre madeira de carvalho, sem autoria atribuída, produzida no primeiro quartel do século XVI, de importação, proveniente talvez da região da Flandres". (...) "No primeiro painel, Santo André representado com o instrumento do seu martírio (a cruz em aspa), no painel central, São Bartolomeu segurando na mão esquerda um livro, na direita uma faca (utilizada no seu escalpelado) e a corrente com que encadeia o demónio (figura grotesca, espécie de ave, que assoma atrás do taumaturgo); e, no terceiro painel, Santo António na sua iconografia habitual: com a mão segura uma cruz e com a direita um livro fechado sobre o qual pousa o Menino Jesus" (...)




1. Exposição > Ver do Bago nos Mosteiros

De 13-05-2021 a 12-09-2021
Local: Baião, Ancede,
Mosteiro de Santo André de Ancede
Rua Padre Lima, Ancede, Baião, Porto

GPS 41,102407, -8,056719
Telefone +351 255 810 706
Telemóvel +351 918 116 488

Mail: visitasrr@valsousa.pt
Horário:
Quarta-feira a domingo: 09h-13h e 14h-17h. [A partir de 2 de junho: 10h30-13h30 e 14h30-18h].

O Promotor e coautor é a Rota do Românico. É cofinanciado pelos Municípios que integram a Rota do Românico e pelo Norte 2020, Portugal 2020 e União Europeia, no âmbito da operação “O Vinho, a Arte e os Homens”. Conta com o apoio de diversas entidades, entre as quais a Diocese do Porto, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, a Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes, a Direção Regional de Cultura do Norte, o Turismo do Porto e Norte de Portugal

A Rota do Românico reúne, atualmente, 58 monumentos e dois centros de interpretação, distribuídos por 12 municípios dos vales do Sousa, Douro e Tâmega (Amarante, Baião, Castelo de Paiva, Celorico de Basto, Cinfães, Felgueiras, Lousada, Marco de Canaveses, Paços de Ferreira, Paredes, Penafiel e Resende), no Norte de Portugal.

As principais áreas de intervenção da Rota do Românico são a investigação científica, a conservação do património, a dinamização cultural, a educação patrimonial e a promoção turística.

O Ciclo Ver do Bago terá continuação em mais outras duas exposições: 

2ª exposição > Ver do Bago nos Santos

Igreja de Santo António dos Capuchos, Penafiel,  setembro de 2021 a janeiro de 2022

3ª exposição > Ver do Bago no Sangue

Centro de Interpretação do Românico, Lousada, fevereiro de 2022 a junho de 2022


 







Um dos painéis interpretativos (aqui remontado, com a devida vénia...). 
Foto: Luís Graça (2021)


2. Sinopose: Ver do Bago, um Brinde entre Deus e os Homens


A Rota do Românico é a protagonista e coautora desta viagem em que o território é a ideia e a cultura o instrumento, propondo um ciclo de três exposições que celebra a relação material e simbólica entre a vinha e a paisagem cultural e humana dos vales do Sousa, Douro e Tâmega.

(...) A primeira exposição deste ciclo, chamada Ver do Bago nos Mosteiros, convida-nos, a partir do Mosteiro de Santo André de Ancede, em Baião, a celebrar um verdadeiro brinde entre Deus e os Homens em torno do diálogo entre escultura, pintura e arqueologia, num roteiro interpretativo que evidencia a importância que a cultura da vinha e o consumo do vinho tiveram em todos os momentos da vida destas gentes.

Através do mergulho em quatro espaços expositivos totalmente distintos (o Rio; o Mosteiro; a Adega; e o Lagar), descobriremos preciosas peças, como o tesouro nacional que é o tríptico de São Bartolomeu, só exposto há quase um século (Exposição do Mundo Português, anos 40 do século XX), e experimentaremos duas verdadeiras experiências imersivas.

Já se imaginou a literalmente entrar num copo de vinho? E há quanto tempo não pisa num lagar? E quando antes folheou, leu e coescreveu um livro digital interativo, que nesta exposição começa agora a ser construído e que só terminará com o fim do ciclo das três exposições, daqui a mais de um ano?...

Agora que, finalmente, podemos estar juntos, queremos mesmo estar juntos. Connosco. Com Deus. Com o Homem. Com o Vinho. E com a Arte.

Fonte: A Rota do Românico (com a devida vénia...)


3. Sobre a tradição e a continuidade da cultura do vinho (verde) e das vindimas na Quinta de Candoz (, a escassos 10 km de Ancede), vd. aqui dois postes recentes:

24 de setembro de 2020 > Guiné 61/74 - P21388: Manuscrito(s) (Luís Graça) (191): Quinta de Candoz: vindimas, a tradição que já não é o que era... (Augusto Pinto Soares) - Parte I

(...) Tempos que já lá vão, ou, como se diz agora, por influência do slogan publicitário, a tradição já não é o que era! (...) 

(...) A vindima é agora, nos tempos que correm, um ritual mais técnico, sem o sabor bucólico e festivo doutros tempos, sem o mesmo esforço, a mesma "freima". (...)

segunda-feira, 24 de maio de 2021

Guiné 61/74 - P22222: O nosso blogue por descritores (1): Lavadeiras (que tem mais de 4 dezenas de referências)


Guiné > Região de Quínara > Fulacunda >1972/74 > Fonte velha. Lavadeiras.

Foto (e legenda): © Jorge Pinto (2014). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné], com a devida vénia


 


Guiné-Bissau >  Região de Tombali >  Guileje > 2009 > Uma  antiga lavadeira, bajuda, fula, ao tempo do abandono do aquartelamento pelo Exército Português, em 22 de Maio de 1973. Local: Museu de Guileje (na altura em construção). Data: Finais da época das chuvas, 2009.  Fragmentos da memória musical deixada pela tropa portuguesa (*)... 

Nesta versão há pelo menos duas conhecidíssimas canções populares portuguesas (de que se reproduziu a letra completa, no poste P6765)... Esta mulher, que não teria então mais de 50 anos, era uma bajuda, quando as NT retiraram, com toda a população, de Guileje para Gadamael... (LG)

Vídeo (0' ''24): Pepito / AD - Acção para o Desenvolvimento (2009).
 Alojado em You Tube > Nhabijoes (Em alternativa, clicar aqui para ver e ouvir o vídeo)


1. Inauguramos hoje uma nova série, "O nosso blogue por descritores"... Com mas de 5 mil "descritores", de A a Z, torna-se difícil (se não impossível) aos nossos leitores fazer uma pesquisa exaustiva de um determinado tema ou assunto no nosso blogue que já tem 17 anos de existência e mais  de 22 mil e duzentos postes. 

O descritor "lavadeiras" (com mais de 4 de dezenas de referências no nosso blogue) inaugura esta série. Além de uma mini-imagem, o poste é refenciado por:

(i) data;
(ii)  número de ordem (cronológica);
(iii) série em que vem inserido;
(iv) título (e subtítulo);
(v)  autor(es) (dentro de parênteses, no final) (não aparecendo este campo, o poste é, por defeito, da autoria de um ou mais  editores do blogue)

A listagem só não traz o link de cada poste, porque seria muito consumidor de tempo para os editores recuperá-lo. Mas os nossos leitores podem consultar o poste inserindo  o seu número na janela do canto superior esquerdo do blogue, antecedido sempre da consoante P, de poste: por exemplo P6765).

A título de curiosidade, refira-que o poste que teve mais visualizações (n=1622) foi o P11360. E o que teve mais comentários (n=25) foi o P22169.


O nosso blogue por descritores (1): Lavadeiras 
(que tem mais de 4 dezenas de referências)


11 de maio de 2021 > Guiné 61/74 - P22192: 17º aniversário do nosso blogue (10): por que é que das "lavadeiras" ao "sexo em tempo de guerra" vai um passo ? (Carlos Arnaut / Cherno Baldé / Luís Graça)


8 de maio de 2021 > Guiné 61/74 - P22183: 17º aniversário do nosso blogue (7): a lavadeira de *sobretudo* (Jorge Cabral)



7 de maio de 2021 > Guiné 61/74 - P22178: 17º aniversário do nosso blogue (6): homenagem às "nossas lavadeiras" (Valdemar Queiroz / Cândido Cunha)
 

6 de maio de 2021 > Guiné 61/74 - P22175: 17º aniversário do nosso blogue (5): homenageando todas as "nossas lavadeiras", na pessoa da Amélia de Bissorã (Maria Dulcinea, "Ni", esposa do ex-fur mil Henrique Cerqueira, 3ª C/BCAÇ 4610/72, e CCAÇ 13, Biambe e Bissorã, 1972/74)


5 de maio de 2021 > Guiné 61/74 - P22173: 17º aniversário do nosso blogue (4): recordando os resultados de um inquérito "on line", de há cinco anos, sobre as nossas lavadeiras, que de facto não eram "lava-tudo"

4 de maio de 2021 > Guiné 61/74 - P22169: (Ex)citações (384): Em louvor das "nossas lavadeiras" que, na sua esmagadora maioria, não foram "lavadeiras lava-tudo"... (Joaquim Costa / Valdemar Queiroz / Cherno Baldé / José Teixeira / Jorge Pinto / Luís Graça)


23 de março de 2021 > Guiné 61/74 - P22028: Paz & Guerra: memórias de um Tigre do Cumbijã (Joaquim Costa, ex-Furriel mil arm pes inf, CCAV 8351, 1972/74) - Parte V: As nossas lavadeiras... e o furriel 'Pequenina'
 

24 de setembro de2020 > Guiné 61/74 - P21388: Manuscrito(s) (Luís Graça) (191): Quinta de Candoz: vindimas, a tradição que já não é o que era... (Augusto Pinto Soares) - Parte I

27 de abril de2020 > Guiné 61/74 – P20909 Memórias de Gabú (José Saúde) (92): “Um Ranger na Guerra Colonial Guiné-Bissau 1973/74” (José Saúde)

8 de fevereiro de 2020 > Guiné 61/74 - P20631: A minha máquina fotográfica (20): carta de amor à minha querida Olympus Pen, comprada em Nova Lamego, em 1973, numa loja de libaneses (José Saúde, ex-fur mil op esp / ranger, CCS/ BART 6523, 1973/74)


11 de novembro de 2019 > Guiné 61/74 - P20333: Notas de leitura (1235): Mário Cláudio, nos cinquenta anos da sua obra literária (1): “Astronomia”; Publicações Dom Quixote, 2015 (Mário Beja Santos)


17 de janeiro de 2019 > Guiné 61/74 - P19411: (Ex)citações (350): Memórias da 'rainha do Gabu', saudades dos comerciantes locais e suas famílias, com destaque para o sr. Caeiro, português, e o sr. Magid Danif, libanês (Tino Neves, ex-1º cabo escriturário, CCS / BCAÇ 2893, Nova Lamego, 1969/71; bancário reformado, Cova da Piedade, Almada)


29 de novembro de 2018 > Guiné 61/74 - P19244: Fotos à procura de...uma legenda (111): Ainda o sorriso da bajuda do Gabú... (Fernando de Sousa Ribeiro, ex-alf mil, CCAÇ 3535, Angola, 1972/74)


27 de novembro de 2017 > Guiné 61/74 - P19239: Fotos à procura de...uma legenda (110): O sorriso da bajuda... (Virgílio Teixeira / Cherno Baldé)


27 de novembro de 2018 > Guiné 61/74 - P19238: Álbum fotográfico de Virgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (São Domingos e Nova Lamego, 1967/69) - Parte LIII: As fontes e as lavadeiras de Nova Lamego


6 de setembro de 2018 > Guiné 61/74 - P18989: (De)Caras (119): Sou dos que acreditam na história que o Cajan Seidi conta sobre o aniquilamento de cerca de vinte Homens Grandes da população de Jolmete, em 1964 (Manuel Carvalho, ex-fur mil arm pes inf, CCAÇ 2366 / BCAÇ 2845, Jolmete, 1968/70)


5 de setembro de 2018 > Guiné 61/74 - P18987: Estórias do Zé Teixeira (47): Binta - a lavadeira do alfero Barbosa (José Teixeira, ex-1.º Cabo Aux Enf)


25 de julho de 2018 > Guiné 61/74 - P18869: Para que os bravos de Madina do Boé, de Béli e do Cheche não fiquem na "vala comum do esquecimento" - Parte II: A fonte da colina de Madina: mais fotos do álbum do Manuel Coelho (ex-fur mil trms, CCAÇ 1589 / BCAÇ 1894, Bissau, Fá Mandinga, Nova Lamego, Béli e Madina do Boé, 1966/68)
 

8 de junho de 2018 > Guiné 61/74 - P18723: Álbum fotográfico de António Ramalho, ex-fur mil at cav, CCAV 2639 (Binar, Bula e Capunga, 1969/71) - Parte III: Reordenamentos & Casamentos... Ou quem casa, quer casa...
 

7 de abril de 2017 > Guiné 61/74 - P17215: (De) Caras (70): A lavadeira Miriam e o furriel Mamadu... Comentários: da misogenia ao levirato, da tragédia da infertilidade feminina ao sexo em tempo de guerra...


5 de abril de 2017 > Guiné 61/74 - P17209: Pré-publicação: O livro de Mário Vicente [Mário Fitas], "Do Alentejo à Guiné: putos, gandulos e guerra" (2.ª versão, 2010, 99 pp.) - XIX Parte: Cap X - *Miriam quer fazer cumbersa giro com furiel Mamadu*
 

10 de agosto de 2016 > Guiné 63/74 - P16376: Memória dos lugares (342): Galomaro e as suas lavadeiras (António Tavares, ex-Fur Mil SAM do BCAÇ 2912)


13 de julho de 2016 > Guiné 63/74 - P16299: Inquérito 'on line' (57): Total de respostas: 122. Só 3,3% não tinha lavadeira... E na grande maioria dos casos (86,1%) lavadeira só lavava mesmo a roupa...
 

28 de junho de 2016 > Guiné 63/74 - P16242: (De)Caras (42): A minha lavadeira Aline... "herdou-me" (Francisco Gamelas, ex-alf mil cav, cmdt Pel Rec Daimler 3089, Teixeira Pinto 1971/73)


27 de junho de 2016 > Guiné 63/74 - P16240: Inquérito 'on line' (56): As nossas lavadeiras, quem não as tinha ?... Já responderam 97 camaradas... O prazo de resposta termina amanhã.
 

24 de junho de 2016 > Guiné 63/74 - P16232: Inquérito 'on line' (55): A nossas queridas lavadeiras... (Foto: Jorge Pinto / Comentários: Henrique Cerqueira / José Diniz de Sousa Faro / Vasco Pires / António J. Pereira da Costa)

23 de junho de 2016 > Guiné 63/74 - P16229: Inquérito 'on line' (54): "Povo que lavas no rio"...Afinal, éramos todos bons rapazes... Resposta até ao dia 28, 3ª feira

21 de junho de 2016 > Guiné 63/74 - P16222: Álbum fotográfico de Francisco Gamelas, ex-alf mil cav, cmdt do Pel Rec Daimler 3089, ao tempo do BCAÇ 3863 (Teixeira Pinto, 1971/73) - Parte IV: As lavadeiras de Canchungo
 

21 de março de 2016 > Guiné 63/74 - P16222: Álbum fotográfico de Francisco Gamelas, ex-alf mil cav, cmdt do Pel Rec Daimler 3089, ao tempo do BCAÇ 3863 (Teixeira Pinto, 1971/73) - Parte IV: As lavadeiras de Canchungo
 

9 de março de 2016 > Guiné 63/74 - P15836: Outras memórias da minha guerra (José Ferreira da Silva) (22): O “Galã de Nhacra” e “Conquistador de Guimarães”


10 de dezembro de 2015 > Guiné 63/74 - P15472: Fotos à procura de... uma legenda (67): Xitole, 2008, extraordinária fotografia, a do João Rocha!... 40 anos depois com a antiga lavadeira, é muito mais que um abraço ou "o olá como tens passado"... (Valdemar Queiroz, ex-fur mil, CART 2479 / CART 11, Contuboel, Nova Lamego, Canquelifá, Paunca, Guiro Iero Bocari, 1969/70)
 

27 de julho de 2015 > Guiné 63/74 - P14935: Memórias de José João Braga Domingos, ex-Fur Mil da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4516/73 (1): Bolama, chegada e primeiros contactos com a população
 

11 de julho de 2015 > Guiné 63/74 - P14864: Álbum fotográfico de Jaime Machado (ex-alf mil cav, cmdt do Pel Rec Daimler 2046, Bambadinca, 1968/70) - Parte VI: Mulheres e bajudas (III)
 

13 de maio de 2013 > Guiné 63/74 - P11565: (Ex)citações (220): Cherno Baldé, deixo aqui a minha homenagem à mulher do teu país...(João Martins)
 

24 de abril de 2013 > Guiné 63/74 - P11456: Estórias do Xitole (David Guimarães, ex-fur mil, CART 2716, 1970/72) (2): Nem santos nem pecadores
 

8 de abril de 2013 > Guiné 63/74 - P11360: (Ex)citações (217): Lavadeiras... e favores sexuais na Empada do meu tempo (José Teixeira / Arménio Estorninho, "maiorais" da CCAÇ 2381, 1968/70)


10 de março de 2013 > Guiné 63/74 - P11232: Prosas & versos de Ricardo Almeida, ex-1º cabo da CCAÇ 2548, Farim, Saliquinhedim, Cuntima e Jumbembem, 1969/71) (3): Homenagem à minha lavadeira em Farim


17 de novembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10729: Do Ninho D'Águia até África (30): As lavadeiras (Tony Borié)


24 de setembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10427: Blogues da nossa blogosfera (55): Memórias de Bissum-Naga, no blogue de Quim Santos (CCAÇ 2781, 1970/72)


21 de dezembrode 2011 > Guiné 63/74 - P9243: Memórias do Chico, menino e moço (Cherno Baldé) (32): Havia lavadeiras e... lavadeiras: o caso das minhas duas irmãs (Cherno Baldé)


18 de dezembro de 2011 > Guiné 63/74 - P9226: Memória dos lugares (167): As nossas lavadeiras da Guiné, a nossa Amélia de Bissorã (Maria Dulcinea)


26 de novembro de 2011 > Guiné 63/74 – P9100: Memórias de Gabú (José Saúde) (15): Lavadeiras: duquesas do quartel


20 de julho de 2010 > Guiné 63/74 - P6765: (In)citações (3): A lavadeira de Guileje: 'Já passei a roupa a ferro, já lavei o meu vestido, amanhã vou-me casar e o Manuel é meu marido' (Pepito / AD - Acção para o Desenvolvimento)


24 de outubro de 2009 > Guiné 63/74 - P5148: Não-estórias de guerra (2): A Lavadeira de Aldeia Formosa (Manuel Amaro)



Guiné 61/74 - P22221: Notas de leitura (1358): "Impérios ao Sol, a luta pelo domínio de África”, por Lawrence James; Edições Saída de Emergência, 2018 (2) (Mário Beja Santos)


1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 10 de Agosto de 2018:

Queridos amigos,
Já se fez referência ao período correspondente a 1830-1881, denominado de "missão civilizadora", a França conquistou a Argélia, o tráfico negreiro está posto em causa, inicia-se no período subsequente a ocupação efetiva, à força ou recorrendo a governantes de palha, as missões cristãs proliferam e vão igualmente proliferar as tensões com o Islão. Veremos a seguir como vai ascender o nacionalismo e como a II Guerra Mundial tudo vai alterar no continente.

Um abraço do
Mário


“Impérios ao Sol, A Luta pelo Domínio de África”, por Lawrence James (2)

Beja Santos

“Impérios ao Sol, a luta pelo domínio de África”, por Lawrence James, Edições Saída de Emergência, 2018, põe em imenso ecrã as ambiguidades deste conceito de progresso e de missão civilizadora e de ocupação que se forjou a partir de 1830, aproximadamente; desvela uma luta sem quartel para tomar posse de domínios por todo o continente, entre 1882 e 1918, no Egito e no Sudão, na África Austral, no Congo, em combate religioso; assistimos à ascensão dos nacionalismos, a presença de contingentes africanos em duas guerras mundiais para medir as consequências do que se seguiu, aproveitando a boleia da Guerra Fria; e de 1945 a 1990 o continente africano foi mudando de look, todos os povos se encaminharam para a independência; e assim chegamos aos últimos dias da África branca.

Se o espírito de missão civilizadora se inicia em 1830, em 1882 a partilha de África toma novo rumo, ocupa-se, subjuga-se, provoca-se golpes de Estado, a Europa quer tomar conta de África em termos geoestratégicos e geopolíticos. Os britânicos não estão para demoras, mudam o regime no Egito e no Sudão, na África Ocidental os franceses expulsam um sultão pouco real, está instituída uma nova ordem política, as potências coloniais celebram compromissos em Londres, Paris, Berlim e Roma, traçam zonas de influência, os britânicos têm ao seu dispor um visionário, Cecil Rhodes, ele projetou construir uma linha de caminhos-de-ferro entre a Cidade do Cabo e o Cairo, cujos carris nunca abandonariam solo britânico; a França quer ser dona e senhora de um vasto território que se estende do interior da África Ocidental, atravessa o Sara, prolonga-se até ao Nilo, descendo em seguida na direção da fronteira com o Estado Livre do Congo; Carl Peters é o arquiteto do Império Africano Alemão, a Alemanha tinha assegurado o território hoje ocupado pela Tanzânia, a Namíbia e o Togo. Lawrence James diz mesmo que os alemães tinham obtido autorização por parte dos britânicos para adquirir Angola e Moçambique. Falava-se na construção da linha ferroviária transcontinental alemã entre os Camarões e a África Oriental alemã.

No inverno de 1884-85 aconteceu a Conferência de Berlim, o tema central era a África Ocidental e a questão controversa da Bacia do Congo. O rei Leopoldo saiu vencedor, foi-lhe atribuída uma sociedade comercial, o rei belga transformar-se-á num monstro sanguinário no seu reino do Congo. A França, a Grã-Bretanha e a Alemanha celebram vários acordos, a Itália bate à porta, quer a Líbia como mais tarde atacarão a Abissínia. Serão criadas companhias com alvará régio, com poderes administrativos e fiscais em troca de privilégios comerciais, tais contratos revelar-se-ão um desastre, quase todos se sobrarão. No final do século XIX, o chamado incidente de Fachoda afasta a França do Nilo.

A Grã-Bretanha pretende impor-se sozinha na África Austral, conquistou uma posição de hegemonia que vai do Cabo ao Alto Zambeze. Mas tem pela frente um osso duro de roer, os bóeres, senhores de campos auríferos e de muita agricultura, o autor descreve detalhadamente os acontecimentos que irão rematar numa guerra que será perdida pelos bóeres.

A resistência dos autóctones vai diminuindo pois recorre-se às mais mortíferas tecnologias militares. Quem enfrenta os exércitos coloniais sofre bombardeamentos com granadas explosivas lançadas por artilharia de longo alcance, vêm munidos das mais modernas metralhadoras e espingardas. E surge um novo terror, a aviação que os franceses e os italianos usarão em Marrocos e na Líbia. Como escreve o autor, “Foram necessários exércitos numerosos, reforçados por contingentes de tropas brancas, para derrotar os Estados africanos de maiores dimensões e mais bem apetrechados. Na década de 1890, a França destacou 12 mil homens para o Daomé, 18 mil para o reino Merina de Madagáscar, entre 1894 e 1895, e mais de 20 mil para a imposição de um protetorado sobre Marrocos, em 1912. A Itália recrutou uma força de 30 mil homens para a desventura da Abissínia, em 1896, e 35 mil para a invasão da Líbia, em 1911. Kitchener, que pecava sempre por excesso em matéria de segurança, precisou de 15 mil tropas britânicas, indianas, egípcias e sudanesas para reconquistar o Sudão. A maior concentração de tropas brancas alguma vez vista em África ocorreu, sem dúvida, na África do Sul, entre 1899 e 1902. Foram necessários 445 mil soldados britânicos, australianos, neozelandeses e canadianos e um número considerável de vira-casacas bóeres para subjugar o Transval e o Estado Livre de Orange e reprimir as subsequentes ações de guerrilha empreendidas pelos rebeldes.”

E são igualmente tempos de selvajaria, basta lembrar o reinado de Leopoldo no Congo, massacres de vária ordem no Níger. O autor dedica bastante atenção às missões católicas e protestantes, cedo se irá criar uma clivagem entre o lóbi humanista e os interesses comerciais, que tratavam o africano como um consumidor de uma unidade de produção. Os missionários cedo protestarão contra o trabalho forçado, a chibata, eram a favor do ensino prático onde se ministrassem conhecimentos de carpintaria, agricultura, impressão e alvenaria. Mas o conflito com o Islão rapidamente se apresentou, as potências coloniais tiveram que agir com prudência e evitar as intolerâncias religiosas. Seja como for, no decurso da I Guerra Mundial potências como a Inglaterra viraram crentes da mesma religião entre si, os britânicos ajudaram os árabes a rebelarem-se contra os turcos, o Islão vai sofrer muitos reveses, adotará a cooperação. Até porque a complexidade religiosa do Islão não excluía a África, a maioria dos muçulmanos africanos eram sunitas que veneravam o sultão-califa otomano, descendente de Maomé, e era, teoricamente, o seu líder espiritual, paradoxos e contradições irão ocorrer entre finais do século XIX e praticamente a primeira metade do século XX.

O esplendor da África romântica vai entrelaçar-se com a África dos missionários, dos políticos, dos investidores e dos negociantes, atrairá uma nova vertente literária, jornalistas e jovens sonhadores interessar-se-ão cada vez mais com as culturas africanas. As direitas e as esquerdas da época também se inflamaram a discutir o destino de África, a exploração do africano e as atrocidades cometidas no Congo serão denunciadas pelos socialistas franceses que apoiarão as rebeliões na Argélia e Marrocos das classes trabalhadoras.

Os europeus vão para África mas em pequenas quantidades, África não foi verdadeiramente uma solução para os problemas demográficos, a emigração seguia para os EUA e um pouco para a América do Sul. Acresce que a África tinha pouco a oferecer aos imigrantes pobres e não qualificados. O autor observa: “Em 1914, existiam 23 mil brancos na Rodésia e cerca de 3 mil colonos brancos no Quénia, a maioria dos quais se dedicava à agricultura. Todos precisavam de capital: um produtor de café queniano necessitava de 1670 libras para cobrir as despesas com passagem, utensílios, sementes e 20 bois, a que se somavam outras 150 libras para pagar oito meses de salários a um capataz e a 20 trabalhadores”.

A guerra aproxima-se, África vai intervir, centenas de milhares de homens virão dos domínios imperiais combater nas frentes ocidentais e orientais. Iremos seguidamente ver o significado do racismo, a evolução da guerra, África depois de Versailles e assistiremos à ascensão do nacionalismo.

(Continua)

Imagem retirada do blogue Teatro Mané Beiçudo, com a devida vénia.
Imagem da guerra anglo-bóer, retirada do site alertadigital.com.
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Nota do editor

Último poste da série de 17 DE MAIO DE 2021 > Guiné 61/74 - P22207: Notas de leitura (1357): "Impérios ao Sol, a luta pelo domínio de África”, por Lawrence James; Edições Saída de Emergência, 2018 (1) (Mário Beja Santos)