Parte III de "Dia 16 de Março de 1974", um trabalho da autoria do nosso camarada José Martins (ex-Fur Mil TRMS, CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70), enviado ao Blog em 10 de Abril de 2024. Neste ensaiou-se a primeira tentativa de derrube do regime vigente, conhecida por Levantamento ou Golpe das Caldas, por ter sido protagonizada por militares do antigo RI 5 das Caldas da Rainha.
Dia 16 de Março de 1974 - Parte III
Se a sexta-feira tinha sido um dia “pleno de acontecimentos”, o sábado seria ainda mais. Pouco passava da meia-noite quando o Capitão Virgílio Luz Varela e Tenentes Rocha Neves, Gomes Mendes e Silva Carvalho, neutralizam o Coronel Horácio Lopes Rodrigues e o Tenente-Coronel Farinha Tavares, comandante, que tinha sido empossado na véspera, e o 2.º Comandante do Regimento de Infantaria n.º 5, cientes de que o Centro de Instrução de Operações Especiais (CIOE - Lamego), a Escola Prática de Cavalaria (EPC - Santarém), a Escola Prática de Artilharia (EPA - Vendas Novas), a Escola Prática de Infantaria (EPI - Mafra) e o Regimento de Cavalaria n.º 7 (RC 7 - Lisboa) iriam secundar o levantamento.
A descrição dos factos ocorridos, quase ao minuto, foi baseada nos relatórios das unidades do Exército e da Guarda Nacional Republicana, que estão nos Arquivo Histórico Militar ou da GNR, entretanto desclassificados, mas que se encontram transcritos no livro “Nas vésperas da democracia em Portugal / O golpe das Caldas de 16 de Março de 1974”, da autoria de Joana de Matos Tornada.
Não se faz a transcrição dos relatórios, mas a sua condensação, criando uma única “fita do Tempo”. Desta forma, os relatórios, que utilizamos, são antecedidos por uma sigla, da responsabilidade do autor deste texto, que segue, entre parênteses rectos a seguir a cada facto relatado, identificando a origem.
Sempre que utilizamos os textos reportados nos relatórios, os mesmos estarão em itálico, sendo os restantes escritos de forma mais perceptível já que, quem os escreveu, suprimiu algumas sílabas para abreviar os mesmos.
[RMT] Quartel-General da Região Militar de Tomar (Tomar) - Fita do Tempo dos Acontecimentos de 16MAR71, no Regimento de Infantaria n.º 5 – Quartel General da Região Militar de Tomar – 3.ª Repartição.
[RI7] Regimento do Infantaria n.º 7 (Leiria) - Relatório de Situação, Segurança Interna: Incidentes de 16 e 17Mar74 – Assinado pelo Comandante Coronel CEM Jorge da Costa Salazar Braga, datado de 23 de Março de 1974.
[RI7a] Regimento do Infantaria n.º 7 (Leiria) - Fita do Tempo dos Acontecimentos do Dia 16/17 MAR 74, anexo ao Relatório do RI 7 – Assinado pelo Major Virgílio António Alves Guimarães, data do dia 17.
[EPC] Escola Prática de Cavalaria (Santarém) – Relatório da Acção em consequência dos acontecimentos registados no RI 5 em 16MAR74 – Assinado pelo seu comandante Coronel de Cavalaria Augusto da Fonseca Lage, assinado em 19MAR74.
[CEM] Chefe do Estado-Maior (Évora) – Quartel-General – Região Militar de Évora – Mensagem Confidencial de 16 de Março de 1974.
[PCR] Guarda Nacional Republicana, Posto de Caldas da Rainha – Sublevação de Oficiais na RI 5 (Caldas da Rainha) – Fita do Tempo - Assinado pelo Tenente José Augusto Pascoal Pires, em 18MAR74.
[B2g] Guarda Nacional Republicana, Batalhão n.º 2 – Resumo de Noticias n.º 1/74 – Período de 160100MAR74 a 181430MAR74.
[AdM] Escola Prática de Administração Militar – Relatório dos factos ocorridos na EPAM durante as Operações Militares de 24/25 de Abril de 1974 e seus antecedentes. Assinado pelo seu Comandante Coronel/AM Carlos Joaquim Gaspar, assinado em 26ABR1999 (cd25a, reescrito por extravio do original).
[BC5] Batalhão de Caçadores n.º 5 – Relatório dos Preliminares do Movimento de 25 de Abril [de 1974], aditamento ao Relatório do Movimento. Assinado pelo seu Comandante Interino Major de Infantaria José Cardoso Fontão, em 05 de Outubro de 1993 (cd25a, reescrito por extravio do original).
[JM] Martins, José da Silva Marcelino – Notas do autor, compiladas ao longo dos anos, pesquisas em jornais e de livros e/ou revistas especializadas.
Dia 16 de Março de 1974
Na leitura da Fita do Tempo dos diversos relatórios, e aqui condensada, poderá gerar, ao leitor, alguma dúvida. Lembramos então que só, as noticias e/ou factos conhecidos são reportadas nos diversos relatórios, indicando a hora em que foram recebidos, relatando, ou não a hora real do acontecimento.
Cada entrada não é a transcrição do que está escrito no relatório, mas a adopção de um texto não tão simplista como, por vezes, os factos são anotados.
Outra nota que é preciso dar, é que o material de transmissões, à data, existente no Exército, tinha alguma antiguidade e comunicações faziam-se com alguma dificuldade e, também, desfasadas da hora em que ocorreram, uma vez que, normalmente, eram efectuadas pela rede telefónica geral, e os telefones eram fixos.
00:30
● O Comando-Geral da GNR é informado pela Direcção-Geral de Segurança, de que Academias Militar está sublevada. É dada ordem ao Regimento de Cavalaria (Largo Cabeço de Bola, Lisboa) e Batalhão n.º 1 da GNR (Santa Bárbara, Lisboa), para realizar o cerco à Academia Militar, apenas consentindo a entrada do Comandante. Passagem à situação de Prevenção Rigorosa. [CGg]
00:35
● O Batalhão n.º 2 da GNR (Convento Paulistas, Lisboa) recebe instruções para entrar em Prevenção Rigorosa. [B2g]
01:00
● Comunicação do Comandante-Geral da GNR (Carmo, Lisboa) dando instruções a todas as Unidades da Guarda, para entrar em Prevenção Rigorosa. [CGg]
01:40
● Foi recebido pelo Comandante da GNR de Caldas da Rainha, um telefonema do Comando da GNR de Leiria, determinando que todos os postos entrassem, imediatamente, em Prevenção Rigorosa. Esta ordem foi imediatamente transmitida aos Postos dependentes da Secção. [PCR]
02:00
● Os ministros das pastas militares, outros membros do Governo e altas patentes das Forças Armadas estiverem em reunião permanente no Ministério do Exército, das 02:00 às 06:00 horas da manhã. [JM]
● Uma força do Regimento de Cavalaria da GNR, comandada pelo Capitão Andrade e Sousa, cerca a Academia Militar, para que a Direcção-Geral de Segurança pudesse efectuar buscas e prender o Tenente-Coronel João de Almeida Bruno, Comandante do Batalhão do Corpo de Alunos. Teria sido chamada pelo Coronel Leopoldo Severo, Comandante do Corpo de Alunos, devido à presença de elementos militares estranhos à Academia. [JM]
● Pelo Quartel-General da Região Militar de Tomar, foram avisadas, telefonicamente, todas as unidades, para passarem à situação de Prevenção Rigorosa. [RMT]
● No Regimento de Infantaria n.º 7 (Leiria), as medidas de segurança imediata do aquartelamento (guarda, reforço e piquete) foram logo implementadas e convocou-se o Capitão Crespo, Comandante da Companhia de Caçadores, que se apresentou minutos depois. [RI7]
02:10
● Foi recebido telefonema do Comando-Geral da GNR, determinando que o Comandante da GNR de Caldas da Rainha, se pusesse urgentemente em contacto com Chefe do Estado-Maior da GNR. [PCR]
02:20
● O Comandante da GNR de Caldas da Rainha, entra em contacto telefónico com o Chefe do Estado-Maior da GNR e recebe instruções para averiguar se havia algo de anormal no Regimento de Infantaria n.º 5, naquela cidade [PCR]
● Recebida ordem telefónica do Comandante do Batalhão N.º 2 da GNR para o Comandante da GNR de Caldas da Rainha, para alertar o Comandante do Forte de Peniche, do que se estava a passar. Na mesma altura, também foi alertado o Comandante da PSP de Caldas da Rainha. [PCR]
02:30
● Reunião na sala de oficiais do Regimento de Infantaria 5 (Caldas da Rainha), com a presença dos Capitães Armando Ramos, Gonçalves Novo, Virgílio Luz Varela, Piedade Faria, Domingos Gil; Tenentes Rocha Neves, Gomes Mendes, Silva Carvalho, Adelino de Matos Coelho; além de outros oficiais, para traçar o plano operacional da coluna militar que devia marchar sobre Lisboa e planear a defesa do quartel. [JM]
02:40
● O Comandante da GNR de Caldas da Rainha, sai na sua viatura particular, trajando civilmente, e passa frente ao quartel, tendo-se cruzado com viaturas da PSP, não notando, aparentemente, nada de anormal. Deu, também, uma volta pela cidade e tudo estava sossegado. [PCR]
03:00
● Após a ronda pela cidade, Comandante da GNR de Caldas da Rainha, entrou em contacto com o Comandante-Geral da GNR, informando-o da situação. O mesmo deu ordens no sentido de ser contactado o Comandante do Regimento de Infantaria n.º 5, a pedido do Ministro do Exército, para saber se já se tinha ali apresentado o Major Silva Carvalho, pois já tinha tentado várias ligações com aquela Unidade, sem sucesso. O Comandante do Regimento, cuja voz era desconhecida, pois que se tinha ali apresentado umas horas antes, informou que não se tinha apresentado qualquer Major e que não precisava de nada. Deu conhecimento desse facto ao Comandante-Geral da GNR e recebeu instruções para se manter vigilante e, novamente, ir ver o que se estava a passar. [PCR]
03:00
● Levantado, depois de entendimento do Comando-Geral da GNR com o Comandante da Academia Militar, do cerco ali montado pela GNR. [CGg]
03:25
● O Comandante da GNR de Caldas da Rainha contactou com o Comandante da PSP da cidade, recebendo a informação de que nada de anormal tinha sido detectado. Deu ordem aos Postos de Óbidos e Bombarral que pusessem uma patrulha à paisana, na EN 8, no sentido de verificar se havia qualquer movimento de tropas. [PCR]
03:30
● O Comandante GNR da Caldas da Rainha, saindo do posto, passa duas vezes perto do aquartelamento de Infantaria n.º 5, e tudo estava, aparentemente, normal. Pelas 03:40 informou o Chefe do Estado-Maior da GNR do que observou nas imediações do quartel. Recebeu instruções para continuar a vigiar, mas que não se devia aproximar muito, pois algo de anormal se estava a passar ou já se tinha ali passado. [PCR]
04:00
● Uma coluna Auto transportando cerca de 200 militares, comandada pelo Capitão Piedade Faria, sai do quartel das Caldas da Rainha, a caminho de Lisboa, com a missão de ocupar o aeroporto. [JM]
● Em telefonema do Comandante da Região Militar de Tomar, para o Comandante do Regimento de Infantaria n.º 7, comunicando que teria havido apenas uma tentativa de intromissão de oficiais estranhos ao Regimento de Cavalaria n.º 7, em Lisboa, e que, como consequência da convocação de oficiais, começavam a surgir boatos sobre uma revolta em grande escala, boatos estes, entretanto, sem fundamento. [RI7]
● O Comandante da GNR de Caldas da Rainha torna a sair e constata que iam sair também 3 viaturas civis da PSP local. Passou, novamente, à distância do Regimento de Infantaria n.º 5, pela estrada de Avenal, que fica a cerca de 250 metros, em linha recta, da EN 8, que passa mesmo em frente daquela unidade. [PCR]
● Os Almirante Américo Tomás, Professor Marcelo Caetano e outros membros do Governo procuram refúgio no Quartel-General da 1.ª Região Aérea, em Monsanto, Lisboa, protegidos por tropas páraquedistas. [JM]
● Na Região Militar de Lisboa, todas as unidades entram em estado de Prevenção Reforçada. [JM]
04:20
● Vinte minutos depois, é transmitida, por mensagem a todas as unidades da Região Militar de Tomar, a entrada em Prevenção Rigorosa. [RMT]
04:20
● Chegaram à GNR da Caldas da Rainha, duas viaturas civis, uma com pessoal da PSP e outra com o Chefe do Posto da DGS de Peniche, tendo colhido informação de que tinham ambos passado mesmo junto ao Regimento de Infantaria n.º 5, nada notaram de anormal. O Chefe da DGS de Peniche informou que vinha de Peniche e que não tinha visto quaisquer viaturas militares em trânsito. [PCR]
04:25
● O Comando-Geral da GNR confirma a saída de uma força sublevada do Regimento de Infantaria n.º 5, das Caldas da Rainha para Lisboa. [CGg]
04:30
● O Comandante da GNR de Caldas da Rainha informou superiormente de que nada de anormal fora notado no quartel do Regimento de Infantaria n.º 5. [PCR]
● O Comando-Geral da GNR refere que o cerco à Academia Militar foi restabelecido, a pedido do Comandante da mesma. [CGg]
● Uma companhia do Batalhão n.º 2 da GNR, sob o comando do Capitão Viana, com um efectivo de 3 Pelotões (dois da 2.ª Companhia [Paulistas, Lisboa] e um da 4.ª Companhia [Estrela, Lisboa]), foi montar segurança próxima ao edifício do Comando da 1.ª Região Aérea, em Monsanto/Lisboa. Ali estivam reunidos os Presidentes da República e do Conselho, e os Ministros da Defesa, Interior, Marinha e Finanças e Secretário de Estado da Aeronáutica. [B2g]
04:40
● O Comandante da GNR de Caldas da Rainha recebe um telefonema de alguém, que dizia ser o Comandante do Regimento de Infantaria n.º 5, informando que tinha saído uma Companhia daquela unidade às 04:25, com destino desconhecido. Foi tentado confirmar a origem do telefonema, para o telefone do Comando do Regimento de Infantaria n.º 5, mas este dava sinal de impedido. Tentado o telefone geral, foi o mesmo atendido pelo Capitão Varela, que confirmou a saída à hora atrás indicada e disse: "Deixa-te estar aí sossegado; não é nada contigo. Isto é um movimento de Norte a Sul do País de apoio ao General Spínola". Foi pedido para falar com o Comandante, mas tal não foi autorizado. [PCR]
04:50
● O Comandante da GNR de Caldas da Rainha tenta entrar em contacto com o Comando-Geral daquela força de segurança, mas não conseguiu ligação. Então fez telefonemas para os Postos de Alenquer e Rio Maior, alertando-os do que se passava, não conseguindo, porém, contactar o Posto da Brigada de Trânsito da GNR do Carregado. [PCR]
04:55
● O Comandante da Região Militar de Tomar reporta que, do Regimento de Infantaria n.º 5, informaram a saída de uma Companhia e que levou grande parte dos Oficiais. Deu instruções para, de imediato, reconhecerem o pessoal que ficou no quartel e a quantidade de munições levadas pela Companhia e saber direcção provável tomada. [RMT]
05:00
● O Comandante da Região Militar de Tomar, comunica ao Chefe do Estado-Maior do Exército que desconhece a direcção seguida pela coluna sublevada, mas presume que se dirijam a Lisboa. Solicita a saída de uma coluna da Escola Prática de Cavalaria (Santarém), para a interceptar. Foi-lhe comunicado para aguardar. [RMT]
● O Comandante da GNR de Caldas da Rainha consegue entrar em contacto com o Comandante-Geral, dando-lhe conhecimento do teor do telefonema efectuado para o Comando do Regimento de Infantaria n.º 5, sendo incumbido de tentar averiguar qual o destino tomado pala coluna militar, assim como o que se estava a passar no quartel. Tanto os Comandantes da GNR e PSP de Caldas da Rainha assim como o Chefe da DGS de Peniche, tinham fortes dúvidas acerca da autenticidade das informações recolhidas, devido à rigorosa vigilância junto do quartel e ao aparente sossego que se verificara. Nesta altura, o chefe da DGS saiu com destino a Lisboa, pela EN 115 e EN 1, afim de procurar localizar a coluna militar, comprometendo-se a informar esta Secção se tal acontecesse. [PCR]
05:10
● O Comandante da GNR de Caldas da Rainha instruiu o soldado 139, para que saísse à paisana e fosse verificar o que se passava na retaguarda do quartel, em virtude da sua residência se localizar muito perto daquela Unidade. [PCR]
● O Batalhão n.º 2 da GNR manda uma companhia, para protecção das instalações onde, em Monsanto/Lisboa, se tinham protegido as Altas Entidade. [CGg]
05:15
● Em telefonema do Comandante da Região Militar de Tomar, para o Comandante do Regimento de Infantaria n.º 7, comunica a sublevação do Regimento de Infantaria n.º 5, e ordena a saída da Companhia de Caçadores do Regimento de Infantaria n.º 7 e à ordem do Região Militar, para se aprontar para se deslocar para Caldas da Rainha, para cercar o aquartelamento sublevado. De imediato, e face à gravidade da situação, o Comandante do Regimento de Infantaria n.º 7, manda tocar a alarme, ordena a recolha de todo o pessoal à unidade e inicia todos os preparativos para a saída da Companhia de Caçadores do Regimento. Tudo se desenrolou normalmente, sem atropelos ou precipitações. O Comandante do Regimento de Infantaria n.º 7, no intuito de conseguir informações que seriam necessárias à acção, contacta telefonicamente com o Capitão Trovão, Comandante da GNR de Leiria, que forneceu algumas notícias vagas, e prometeu que poria em campo, imediatamente, patrulhas que contactando com a coluna da Companhia de Caçadores do Regimento de Infantaria n.º 7, lhe transmitiriam todas as notícias pesquisadas. [RI7]
05:17
● De acordo com orientação recebida do Comandante do Quartel-General da Região Militar de Tomar, o Comandante do Regimento de Infantaria n.º 7 deu ordem ao Major Virgílio Guimarães (Entretanto promovido ao posto de Tenente-Coronel, Ordem do Exército n.º 7 de 1 de Abril de 1974) para seguir com a Companhia de Caçadores do Regimento de Infantaria n.º 7, para constituir um Posto de Comando Avançado. [RI7]
05:20
● O Comandante da Região Militar de Tomar dá ordem para preparar a saída Companhia de Caçadores do Regimento de Infantaria n.º 7. Na mesma altura transmite, igual ordem ao Comandante da Escola Prática de Cavalaria para preparar um Esquadrão de Reconhecimento (reduzido) e um Esquadrão da Atiradores Auto Transportado. [RMT]
05:35 ● O Batalhão n.º 1 da GNR, faz sair uma companhia, a três pelotões, sendo dois pelotões da 3.ª Companhia (Beato, Lisboa) e um da 5.ª Companhia (Lóios, Lisboa) com destino ao Carregado, com a missão de interceptar a coluna sublevada, saída das Caldas da Rainha. [CGg]
05:40
● O Comandante do Regimento de Infantaria n.º 5 informa que a Companhia saiu às 04H25, e que não conseguiu reconhecer fosse o que fosse, pois não lhe foi permitido sair do Gabinete. Na Unidade estão vários oficiais e que alguns teriam referido que seguiu para Lisboa, para repor os Generais (Costa Gomes e Spínola), e derrubar o Governo. [RMT]
05:40
● O Comandante da Região Militar de Tomar dá ordem ao Regimento de Infantaria n.º 15 (Tomar) para preparar a Companhia de Caçadores, e ficar às ordens do Quartel-General. [RMT]
05:45
● Recebida ordem do Quartel-General de Tomar, para a Companhia de Caçadores do Regimento de Infantaria n.º 7 sair, com a missão de "Cercar o quartel do Regimento de Infantaria n.º 5 e impedir que qualquer militar ou força saia do quartel. Só em última instância abrirá fogo, para cumprir missão". [RMT]
05:50
● O soldado n.º 139, da GNR de Caldas da Rainha, regressa da sua missão de observação na retaguarda do quartel, informando o seu comandante. Este, de imediato, entra em contacto com o Chefe do Estado-Maior da GNR a informar que, na retaguarda do Regimento de Infantaria n.º 5, nada de anormal fora notado. [PCR]
05:53
● O Quartel-General da Região Militar de Tomar, em mensagem telefonada, deu-se instruções a todas as unidades da Região, excepto ao Regimento de Infantaria n.º 5, para mudar a senha e contra-senha. [RMT]
(continua)
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Nota do editor
Último post da série de 13 de Abril de 2024 > Guiné 61/74 - P25381: Consultório Militar do José Martins (77): Dia 16 de Março de 1974 - Antes do dia - Parte II