Caro amigo e camarada Carlos Vinhal, saudações guinéuas.
Escrevendo sobre o Infante D. Henrique, enaltecendo o homem que, vencendo o poder da superstição e dai advêm o iniciar das tentativas dos seus navegantes dobrarem o Cabo Bojador, assim como, as pretendidas chegadas ao Senegal e à Guiné.
Arménio Estorninho
Descoberta do Senegal e da Guiné, pelos Portugueses (2)
Parte 2
Criara-se uma escola naquele promontório na solidão agreste de Sagres, como num laboratório secreto, ia D. Henrique recolhendo e coordenando todos os elementos que o conduzissem a um único fim o de atingir a Índia. Esses elementos eram-lhe trazidos pelos navegadores que, de cada viagem, observavam mais algum pormenor.
Foto 10 > Sagres> Promontório e seu Observatório> D. Henrique com os cartógrafos, astrónomos e especialistas. Gravura extraída de uma antiga História de Portugal, com narração até 1910.
Por isso, não custará imaginar-se quanto, sob o seu ar fleumático e inalterável, não se teria alegrado D. Henrique, quando Antão Gonçalves lhe trouxe o respeitável Adahu, um homem viajado, conhecedor do “Sara” em todas as direcções e que, ainda, por cima, falava arábico.
Tratou Adahu com toda a deferência que se deve a um cavaleiro respeitável, pois este bem mostrava em sua “contenenca” (porte) e ter a vantagem da nobreza sobre os outros ao tempo também apanhados. Interrogou-o miudamente sobre aquele Mundo de onde vinha e de cuja existência a Europa nem sequer suspeitava. Que estranhas notícias ele trouxe do interior da África misteriosa.
Adahu tinha percorrido esse deserto, o “Sara,” em todos os sentidos e falara-lhe das caravanas que cruzavam em jornadas de meses, levando e trazendo mercadorias que ninguém sabia de onde vinham, nem para onde iam, cada caravana percorria umas tantas léguas, muitas léguas de areal sem fim, desde um certo ponto, um oásis ou uma povoação perdida algures, até outro local, onde entregava os seus fardos a outra caravana que partia e se sumia no deserto ao encontro de mais outra caravana, que por seu turno, tomava a mesma carga e, embalada pela “guizalheira” monótona dos camelos, desaparecia na lonjura e no silêncio.
Mas, onde principiavam e onde acabavam essas carreiras? Havia cruzamentos e términos. Adahu citou um delas, um nome lendário que soava por vezes na Europa, mas que ninguém sabia ao certo onde ficava Tambucotu. O nobre berbere explicava que era um porto na margem do grande rio Níger que sulcava o deserto. Ali se cruzavam caravanas vindas de vários quadrantes. Só de uma vez Adahu vira uma caravana de trezentos camelos carregados de ouro. Era de entontecer, D. Henrique disse que seria o bastante para fazer de Portugal o reino mais rico da Europa.
Mas donde vinha esse ouro? Desapontamento de Adahu porque não sabia. Porém sabia a maneira como se obtinha, permutando-o com sal. Sal, uma coisa que andava quase aos pontapés pelo reino lusitano, que até exportava para o Norte da Europa.
E pensar que tão rendoso comércio estava nas mãos dos Árabes e foi o que raciocinaria
Foto 11 > Sagres> Praia da Mareta e Ponta de Sagres. Extraída da Colecção História de Portugal – Publicações Alfa, e com a devida vénia.
D. Henrique acumulava Adahu de perguntas sobre os povos que viviam para além do grande “Sara” e onde acabava este. Na Guiné asseverou o nobre cativo. Adahu descreveu-lhe essa região como sendo coberta de profundas florestas verdes, onde os homens do deserto raramente se aventuram e porquanto a selva era povoada de negros selvagens. Falou também de um grande império Mandingo de Mali, também se referiu ao Nilo, que nasce nas montanhas da Lua, onde viviam homens de cabeça de cão e cauda comprida.
Não se pode duvidar de que D. Henrique teria analisado com seu irmão D. Pedro as importantes revelações de Adahu. Ponde de lado inverosimilhanças como as dos homens de cabeça de cão e longa cauda, havia dados perfeitamente aceitáveis.
Em despeito de ser muito bem tratado em Portugal, o nobre Adahu começou a sentir grandes saudades da sua África. Era um berbere habituado à vida nómada do “Sara,” ao calor “esbraseante” e não teria em apreço as paisagens verdejantes e risonhas de Portugal. Parece que se estabelecera uma certa cordialidade entre ele e Antão Gonçalves, e, dois anos decorridos sobre a sua chegada ao Algarve, pediu ao jovem Capitão que o levasse de regresso ao rio do Ouro. Prometia indemnizá-lo e foi logo lembrado que também dois dos seus companheiros de exílio também o dariam. D. Henrique já não precisava do nobre Adahu, em dois anos, espremera dele como um limão todas as informações úteis até à última gota e a seu pedido foi-lhe concedido o regresso ao rio do Ouro. Deu uma roupa nova e vistosa a Adahu e, anuindo à proposta de Antão Gonçalves. E, com os três cativos largou de Portugal para o rio do Ouro e onde se efectuariam as indemnizações acordadas.
Chegados, pôs Antão Gonçalves o nobre Adahu em liberdade, apenas sobre palavra, pois, “dele fiava, pensando que a nobreza que mostrava seria seu principal constrangimento de não quebrar sua fé.” Os outros cativos ficaram, porém, a bordo.
Adahu internou-se tranquilamente no deserto e, uma semana depois ainda não voltara com o seu resgate. Faltara à sua palavra, traíra a sua fé. Mas Adahu não fora totalmente nocivo, porque teria avisado os parentes dos outros dois cativos, porquanto, ao oitavo dia de espera, surgiu um mouro montando um camelo branco, seguido de outros homens para ultimar o negócio.
Antão Gonçalves considerou-se muito bem compensado da perda do resgate do respeitável Adahu e regressou à Europa indo aportar a Lagos.
E ali, funcionava pela primeira vez, em Portugal, um mercado de escravos. É uma data a assinalar este ano de 1443. Ainda lá está em Lagos, o histórico local. Cheia de curiosidade por aquele espectáculo inédito, ali acorreu a população, a ver os seres estranhos. D. Henrique, montado no seu cavalo, trajando ainda o seu negro fato de luto e na cabeça o amplo chapéu com a larga fita pendente, assistia, com a sua impassibilidade habitual, ao movimento do quadro e naquele mesmo ano em que morria seu irmão D. Fernando no cativeiro, em Fez.
Foto 12 > Infante D. Henrique> Extraída do livro sobre o estudo do seu itinerário no Algarve, da Delegação do Algarve para as Comemorações Henriquinas de 1960.
Estamos no ano de 1444, D. Henrique, enviou Antão Gonçalves pela terceira vez ao rio do Ouro, e agora com fins puramente mercantis. Quando partiu na caravela, levava consigo um escudeiro de D. Henrique chamado João Fernandes e chegados ao lugar, este ai ficou na companhia dos berberes que tinham vindo fazer algum negócio.
João Fernandes ao desembarcar ficou com uma provisão de biscoito e de farinha, que os berberes apreciaram tanto que ele a cedera quase toda. Simpatizaram muito com este homem muito dado e tomaram-no à sua conta. Vestiram-lhe uma túnica semelhante às que usavam, na qual se sentiu muito divertido.
Depois de vagabundear por algum tempo pelas proximidades da costa, em companhia dos rudes pastores, apareceram-lhe certo dia dois homens montados em camelos e vinham da parte de um grande senhor Ahude Meymon, que, sabendo da sua presença naquelas terras o convidava a visitá-lo. João Fernandes muito cortês, apressou-se logo a declarar: “Bem me praz, porque hei novas que é nobre senhor e quero-o ir ver para o conhecer.”
Montados em camelos, internaram-se no deserto, percorreram léguas e léguas por aquela desolação sem fim. Finalmente chegaram ao acampamento de Ahude Meymon, que recebeu o forasteiro na sua tenda e o regalou com leite fresco.
Sabe-se que ao fim de sete meses de vagabundagem por aquelas terras, observando tudo e tudo inquirindo, regressou à costa e ao ponto de desembarque onde viriam buscá-lo. Ahude Meymon, o patriarca daquele país sem cidades, nem aldeias, dignou-se a vir acompanhá-lo. E quando, ao cabo de alguns dias de espera impaciente, João Fernandes viu surgir, enfim, ao longe no vasto oceano verde e deserto, as velas da caravela.
A chegada da caravela foi uma festa para aquela gente que nunca vira coisa assim. Ahude e seus sequazes estavam encantados. Realizou-se bom negócio. Convidados a entrar na formosa embarcação os berberes hesitaram. Exigiram reféns, para as tendas de Ahude para onde foram enviados dois portugueses e passaram todo o dia inquietos na companhia de mulheres indígenas que, na ausência dos seus homens não faziam senão lançar-lhes olhares provocantes. Mais confiantes os berberes acabaram por ir buscar as mulheres e passaram todo um dia em rija festa à portuguesa, a bordo da caravela cujas entranhas os maravilharam. Por último quando a embarcação levantou ferro, enfunou as velas ornadas da grande cruz de Cristo e se perdeu na lonjura do mar, os pastores “azenegues” ficaram a chorar por João Fernandes. Gente ingénua e simples. Como o Mundo seria delicioso, se a Humanidade fosse toda assim!
De regresso, Antão Gonçalves não se dirigiu a Lagos, como de costume, talvez por saber que D. Henrique se encontrava em Lisboa e fez rumo ao Tejo.
É preciso dizer-se, em abono da verdade, que o tráfico de escravos não era o principal objectivo das explorações marítimas em que o Infante D. Henrique se empenhara de alma e coração. Era a Índia que ele queria atingir, embora no percurso o interessasse a organização de um sólido comércio com várias regiões e a fim de obter ouro.
O que o Infante queria era que os seus mareantes fossem sempre mais além, até se encontrar a Guiné.
Nem todos os mareantes descoravam totalmente as ordens de D. Henrique. Havia alguns com outro espírito, que tinham em mais apreço a “honra” do que o “proveito”. E neste número deve-se incluir Diniz Dias. Naquele mesmo ano de 1444, ultrapassando os últimos pontos conhecidos da costa deserta e continuando a avançar sempre para Sul até que começou a “enxergar” uma linha costeira muito escura, na qual sobressaíam no horizonte duas palmeiras. Aproximou-se de terra, esta enviou-lhe uma aragem fresca e perfumada de jardim. Que maravilhosas coisas esta aragem parecia anunciar! À orla da praia acorria multidão de homens negros, que se quedavam maravilhados a contemplar aquela estranha coisa, monstro marinho e/ou gigantesca ave de asas brancas. Que deslizava airosamente ao longo da costa e que, contornando um escuro promontório, ao qual Diniz Dias pôs o nome do Cabo Verde.
Os navegadores no regresso, contando a verdade o que nem sempre acontecia e revelavam coisas fabulosas. Os papagaios, periquitos, passarinhos de bico vermelho e deslumbrantes plumagens, que as tripulações traziam e vendiam por altos preços, era a demonstração de que realmente tinham atingido regiões até então nunca vistas.
Foto 13 > Sagres> Ponta de Sagres> Extraída do Almanaque Bertrand, datado de 1934, e com a devida vénia.
Uma missão inteligente e uns caçadores caçados. Companheiros aconselham Gonçalo Cintra a retomar o batel em que desembarcaram e regressar a bordo.
E assim, também naquele ano fértil de 1444, D. Henrique incumbira um moço audacioso, Gonçalo Cintra, de navegar a partir do Cabo Verde, o ponto mais longínquo que se tinha atingido até se encontrar a Guiné e que já não devia achar-se muito longe. Depositara o Infante muita esperança em Gonçalo Cintra, “que era moço de boa estatura e de bom coração,” veio a demonstrar que era ainda mais alguma coisa o de ambicioso e de indisciplinado. Em vez de seguir sempre até à Guiné, como lhe tinham recomendado quis fazer uma diversão pelo trajecto. Desembarcou numa ilha nas proximidades do Cabo Branco, à procura de indígenas para escaramuças e ao regressarem ao batel foram emboscados por um grupo de duzentos negros e só cinco dos mareantes salvaram-se nadando para a embarcação. Grande lição de um caçador que vai à caça e é caçado! Perderam-se aquelas vidas, malogrou-se a projectada viagem à Guiné.
Foto 14 > Sagres> Fortaleza de Sagres> Exemplar de um Padrão> em 1973.
João Gonçalves Zarco, descobridor da Madeira, que, sabendo com que idealismo e sacrifício se iniciara a obra dos descobrimentos, expediu do Funchal “uma muito nobre caravela,” construída e tripulada inteiramente à sua custa. Deu o comando a seu sobrinho Álvaro Fernandes, recomendando-lhe que não tivesse respeito em outro ganho, senão ver e saber qualquer coisa nova que pudesse. Como pioneiro, Álvaro Fernandes ultrapassou em 1445, os servidores do Príncipe seus contemporâneos, após visitar a foz do rio Cenega (Senegal), dobrando o Cabo Verde e chegou às proximidades do arquipélago do Bijagós da actual Guiné-Bissau, mas, ao atingir o décimo grau de latitude, Fernandes não quis ir mais além receoso de que se lhe acabassem os mantimentos, regressou ao Funchal e daqui rumou a Lisboa da qual D. Henrique andava tão ávido de notícias.
Estamos no ano de 1446, Álvaro Fernandes fez a sua segunda viagem à Guiné. Passando pela actual Guiné-Bissau e sendo o primeiro Europeu a visitá-la, depois atingiu a maior distância até então percorrida de cento e dez léguas para além de Cabo Verde, e, talvez chegando às proximidades da actual Conacri.
Devido a um ferimento de uma flecha envenenada numa perna, o que motivou de estar em risco de vida, assim, Álvaro Fernandes regressou a Portugal. Encantado com esta façanha, o Regente D. Pedro, que seguia a par e passo o progresso dos descobrimentos, deu-lhe um prémio de duzentas dobras e o D. Henrique adicionou mais cem.
Ingenuidade branca, ingenuidade negra e mais uma tragédia.
Por esta mesma época de 1446, não admira que Nuno Tristão, um dos melhores navegantes do seu tempo, (depois de em 1445, ter navegado até às proximidades das regiões de Cenega (Senegal) e da Guiné), agora, que ultrapassada a costa árida e desolada do “Sara,” tomava os primeiros contactos com os países negros, já as viagens à África se revestiam de outra sedução.
Tendo lançado ferro na foz de um rio desconhecido (delta do rio Geba), desembarcado nas proximidades da actual cidade de Bissau e havendo a curiosidade de conhecer a África que era cada vez maior. Nuno Tristão e alguns tripulantes, fascinados pelo mistério do local, em pequenos batéis e ajudados pela maré enchente subiram esse rio maravilhoso.
A densa vegetação, que crescia nas margens e tecia sobre as suas cabeças deliciosos túneis de verdura.
Iam encantados, mas, bruscamente, partiu do fundo da selva uma chuva de pequeninas frechas (setas), aparentemente inofensivas, picando como vespas, mas molestando como víboras. Quatro tripulantes já não chegaram vivos à foz, os outros quase não tiveram forças para remar até à caravela, que os recolheu e levantou ferro em seguida. Os feridos levavam no corpo um veneno que não perdoava. Toda a tripulação se encontrava mortalmente ferida, excepto Aires Tinoco, escrivão do navio, ainda muito novo e dois pequenos pajens. Aires Tinoco, criado no ambiente de Sagres, junto de D. Henrique e por isso conhecia pelo menos em teoria muitas coisas do mar. Tomou ele corajosamente o comando do navio, coadjuvado pelos outros rapazotes traçou a rota da viagem de regresso e assim vieram velejando.
Após uma longa viagem, avistaram um navio e tremeram de susto. Podiam ser piratas mouros, que os levariam para o cativeiro em Marrocos e não havia forma de escapar.
Chegaram à fala, usaram um idioma de cristãos. O Capitão um corsário galego chamado Pêro Falcão, logo os informou que estavam nas costas de Portugal e por alturas de Sines. E levou a sua gentileza ao extremo de os pilotar até Lagos, onde se apresentaram ao Infante D. Henrique e mostrando-lhe as flechas “ervadas,” única recordação tangível daquela trágica viagem. Diz Azurara que D. Henrique experimentou grande desgosto com a morte de Nuno Tristão e seus companheiros, “porque quase os criara todos.”
Foto 16 > Guiné> Rio Geba> Porto Gole> Marco com referência de ali estar Diogo Gomes. Sendo solicitado e gentilmente cedido o seu uso, “na foto estão os amigos e camaradas ex- Alferes Jorge Rosales e o Capelão Navário, em 1964.”
Ainda no mesmo ano de 1446, o senhor Infante armou uma caravela de Lagos chamada Piconso, e fez Diogo Gomes Capitão dela, e armou também outras duas caravelas para que fossem além. E mandou que Diogo Gomes fosse capitão destas caravelas e que fossem avante quanto pudessem.
E assim passaram pelo rio S. Domingos e outro rio grande que se chama Fancaso, para lá do Rio Grande Geba e tiveram ali grandes correntes do mar, e na enchente faz grande ímpeto, o que chamam macaréu, porque então não há âncora que possa aguentar
Por este motivo outros capitães e homens deles temiam muito, julgando que era assim todo o mar além e, rogavam que voltasse.
No outro dia tomaram o caminho de regresso a Portugal, viram a grande foz de um rio, que tem três léguas de largura, onde entraram, e pela grandeza logo pensaram que aquele rio era o Gâmbia, e assim era. Os navios comandados por Diogo Gomes subiram o rio e mandou um capitão com a sua caravela para um certo porto chamado “Olimansa” e outro ficou em “Animais.” E ai subiu o rio quanto pôde, e achou Cantor, que é uma grande habitação junto daquele rio. Ai foram tomadas informações sobre o comércio em abundância de ouro, em Tambucotu, Serra Gely e Quioquum, e que ali passavam as caravanas de camelos, dromedários e asnos, levando mercadorias de Cartago ou Tunes, de Fez, do Cairo, e de toda a terra dos sarracenos levando ouro, porque ai há em abundância.
Feita a paz com os de Cantor, porque os homens se fatigavam com o calor, e assim, voltaram para procurar as outras duas caravelas. Na caravela que ficou em Olimansa encontraram 9 homens mortos e o Capitão Gonçalo Afonso bastante enfermo, e assim como outros homens. E na outra caravela, mais abaixo contra oceano 50 léguas e na qual estavam mortos cinco homens.
Saíram em direcção ao mar e foram a um lugar, onde tomaram conhecimento de um grande senhor chamado Batimansa, do lugar de Alcuzet e senhor desse país. E assim, também fizeram paz com este rei e ele ficou muito contente.
E ali soube Diogo Gomes a verdade, que todo o dano feito aos Cristãos que estavam nas duas caravelas o fizera um certo rei, chamado Nomimans, que possui a terra que jaz neste promontório.
Diogo Gomes, depois que deixou o rei da Gâmbia, seguiu caminho de Portugal, levando informações interessantes ao Infante D. Henrique.
O que o Infante pretendia era fundar um império mercantil ao longo da África, no caminho da Índia. Por isso, Diogo Gomes, velho criado muito da sua “privança,” asseverava: “O senhor Infante dizia que, para o futuro, não brigassem com aquela gente naquelas regiões, mas que travassem alianças e tratassem do comércio.
Os enviados, porém, não compreendiam o problema da mesma maneira e, sempre dispostos a responder à violência com violência, “olho por olho, dente por dente.
Contudo, episódios desta natureza já não conseguiam refrear o entusiasmo e assim, os navegadores se lançavam em novas aventuras.
Nota:
O vocabulário em português arcaico e a pontuação, foram escritos de forma que em parte estejam conforme o extraído da literatura analisada para a feitura deste trabalho. Continuando assim, a dar um certo cunho e de conservar particularidades da época.
Fontes de Bibliografias e de fotografias:
- Vitorino Magalhães Godinho, Documentos sobre a Expansão Portuguesa – Ano de 1956;
- Mário Domingues, O Infante D. Henrique, O Homem e a sua Época – Ano de 1957;
- Alberto Iria, O Itinerário do Infante D. Henrique no Algarve – Ano de 1960;
- Almanaques Bertrand - anos de 1933, 1934 e 1939.
- Outras Literaturas avulsas.
Com um Abraço,
Arménio Estorninho
Ex-1.º Cabo Mec Auto Rodas
CCaç 2381, Os Maiorais de Empada
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Nota de CV:
Vd. primeiro poste da série de 14 de Outubro de 2010 > Guiné 63/74 - P7127: Descoberta do Senegal e da Guiné, pelos Portugueses (1) (Arménio Estorninho)