domingo, 11 de dezembro de 2005

Guiné 63/74 - P339: Digitalização de mapas e de diapositivos (Humberto Reis / Carlos Fortunato)

Guiné > Zona Leste > Sector L1 > Xime > c. 1969/70 > O nosso Humberto Reis, furriel miliciano de operações especiais, o ranger da CCAÇ 12 (Bambadinca, 1969/71).

Sempre descontraído e prestável, ontem como hoje...

© Humberto Reis (2005)

Mensagem do Humberto Reis:

Mandem o Luís para o mato, que é o que ele está a precisar (1). Não quero agradecimentos de ninguém pois ninguém me encomendou este sermão.

Sou possuidor da totalidade das cartas da Guiné-Bissau porque as comprei, por "carolice e saudades", em 1995 e 96 no tempo em que não sonhávamos em vir a ter este "Programa Espectacular" que o Luís arranjou e continua a acarinhar.

Se vocês soubessem o prazer que me dá olhar para aquelas cartas compreendiam o gosto que tenho em as partilhar convosco. Imagino a cara de alguns de vocês a recordarem as picadas e os trilhos que lá estão assinalados e a recuarem 30, 35 e 40 anos atrás.

A mim não me faz sentir velho, mas apenas saudoso de alguns tempos bons que passei naquela terra, apesar dos muito maus. Se não fossem esses tempos estaríamos agora aqui a conversar uns com os outros?

É engraçado que, se repararem na identificação dos Tertulianos, são mais os operacionais do que os outros, os que fizeram a guerra dentro do arame farpado. Atenção, não façamos distinções, pois sem o pessoal da manutenção, não tínhamos as rações de combate para levar para aqueles piqueniques que por vezes fazíamos algures; sem os maqueiros não tínhamos o mezinho para nos tapar o buraco parvo do raio de uma 7,62 que a Kalash do outro lado nos tinha feito na pele; sem o pessoal da ferrugem não tínhamos Unimog ou GMC para nos levar e, de preferência, trazer inteiros; sem o pessoal de transmissões não havia rádio nem para falar com o vizinho do mesmo Grupo de Combate. Todos precisavam de todos por isso, como sei que vocês precisam ABSOLUTAMENTE de mim.

Agora faço aqui uma pergunta para os entendidos em informática: tal como vocês também eu tenho um bom par de diapositivos daquele tempo; como se faz para digitalizar isso pois possuo um par deles de vistas aéreas de algumas zonas que devem ser agradáveis de rever (2).

Uma última questão antes de me ir embora: na passada sexta feira, dia 9, sabia que o nosso amigo Paulo Salgado regressava da Guiné para vir passar a época natalícia. Como tenho facilidade de acesso às áreas reservadas do aeroporto de Lisboa estive desde as 8,10 até às 09,00 na saída da sala de desembarque, após os controles de passaportes, à espera de o ver passar e fiquei a chuchar no dedo. Ainda fui à sala de embarque do voo das 9,55 para o Porto mas não o consegui ver. Se ele aparecer digam-me alguma coisa.

Um abraço
Humberto Reis
_____

Nota do L.G.

(1) Tinha mandado no dia 9 de Dezembro, ao pessoal da tertúlia, a seguinte mensagem:

Amigos & Camaradas de Tertúlia:

O Pai Natal do Humberto Reis fez-me chegar mais umas cartas (militares) da “nossa” Guiné… com alta resolução, de modo a permitir localizar os sítios por onde andámos no mato… No cabaz de Natal vinham as seguintes cartas: Mansoa (que inclui também Bissorã e Encheia), Cadoca, Guileje, Binta, Buba, Pelundo… Para já, podem consultar a carta de Mansoa e Bissorã.

Pessoalmente confesso que, com estas cartas militares (que temos vindo a disponibilizar no nosso blogue) e com as estórias que vocês têm contado (para não falar do valiosíssimo álbum de fotografias e de outros documentos…), conheço agora melhor a Guiné de 1969/71 do que naquela época em que lá estive…

Não se esqueçam de mandar um palavrinha de agradecimento ao Nosso Pai Natal…

(2) O Carlos Fortunato deu logo, a seguir, uma sugestão:

Humberto:
Sobre a digitalização dos diapositivos, aqui vai alguma informação. Os diapositivos que aparecem na nossa página sobre Bissorã, e no site sobre a minha companhia (CCAÇ 13 - Os Leões Negros) são 90% retirados de diapositivos, a sua qualidade é razoavel, e nalguns casos mesmo boa.

Depois de algumas tentativas por outros processos que não deram um mínimo de qualidade (scanner com adptador para esse efeito e fotografar), acabei por seleccionar os 100 melhores e levar a uma loja da Kodak para os converter em formato digital, dado possuirem equipamento para o efeito, e também por fazerem uma pequena limpeza ao diapositivo para retirarem manchas. O custo foi cerca de 200 euros, mas eles convertem quantidades mais pequenas.

Um abraço e bom Natal para todos.
Carlos Fortunato

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