Guiné > Teixeira Pinto > 1961 >
O corneteiro Marques, mano do Américo Marques, nosso camarada de tertúlia.
© Américo Marques (2005)
Já aqui falámos do Américo Marques e do seu mano, mais velho. Ambos estiveram na Guiné: O Américo foi soldado de transmissões, na 3ª CART do BART 6523 (Nova Lamego), entre Junho de 1973 e Setembro de 1974. Ele foi do contingente dos últimos soldados do Império...
Já publicámos a sua foto com a malta de Cansissé a celebrar, com os guerrilheiros do PAIGC, o fim da guerra e a promessa da tão desejada paz (1)...
Guiné > Teixeira Pinto > 1961 > Na época, não havia ainda guerra. E a farda dos expedicionários era a amarelinha...
© Américo Marques (2005)
O outro mano Marques esteve na Guiné entre 1961 e 1963, na região do Cacheu (S. Domingos e Teixeira Pinto). Era corneteiro, mas o Américo não disse a companhia ou o batalhão a que ele pertencia. Fez a a viagem no Ana Mafalda. E pode-se dizer, com propriedade, que ele é o avô da velhice. Na época ainda se usava a farda amarela. Em contraprtida, não ainda guerra. Em homenagem ao nosso avozinho, publicamos aqui duas as fotos dele, dessa época. Depois da peluda, ele emigrou para França, onde viveu cerca de 40 anos!
Como é sabido, a "guerra de libertação" da Guiné só começou, oficialmente para o PAIGC, em 23 de Janeiro de 1963, com o ataque ao aquartelamento de Tite, no sul. Em Julho desse ano é, entretanto, aberta a "frente norte"... Não sei se o mano Marques mais velho ainda chegou a cheirar a pólvora...
De qualquer modo, não deixa de ser irónica a história destes dois irmãos. Pertencentes a duas gerações diferentes, acabam por ser mobilizados para o mesmo território ultramarino, para a mesma guerra: o mais velho em 1961, o mais novo em 1973, doze anos depois… Um está no princípio dos acontecmentos, na 1ª cena do 1º acto; o outro representa a último cena do último acto... Não serão caso único: a guerra colonial tocou quase todas as famílias e algumas delas viram ser mobilizados para o distante Ultramar mais do que um filho... No caso dos manos Marques, só faltou terem estado exactamente do mesmo sítio, para fazerem o pleno!
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(1) Vd. post de 12 de Novembro de 2005 > Guiné 63/74 - CCLXXXVI: Américo Marques, o último soldado do Império (Cansissé, 1974)
Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
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