Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
domingo, 5 de março de 2006
Guiné 63/74 - P589: A dolce vita de Canjadude, até ao dia 27 de Abril de 1973 (João Carvalho)
Guiné > Zona leste > Algures > 1973 > Uma Daimler, avariada, é levada em cima de uma GMC... Sítio ? Talvez Bambadinca, talvez Bafatá, junto ao Rio Geba... quando o João Carvalho veio de férias à metrópole... © João Carvalho (2006).
Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > Canjadude > 1973 > O Bar da CCAÇ 5, onde se fizeram muitos terrafianços. © João Carvalho (2006).
Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > Canjadude > 1973 > O sentido de humor dos tugas da CCAÇ 5: Placa, em pedra, que sinaliza o "Aeroporto da Portela de Canjadude", com data de 2-11-68, e que tem a assinatura da CCAÇ 5 / CART 2338. © João Carvalho (2006)
Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > Canjadude > 1973 > Posto de rádio da CCAÇ 5
"onde eu, ilegalmente, muitas vezes passei umas boas horas a jogar King" (JC) © João Carvalho (2006).
Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > Canjadude > 1973 > Um furriel miliciano enfermeiro... em serviço no posto de rádio. © João Carvalho (2006).
Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > Canjadude > 1973 > O João Carvalho deve ter batido umas boas sonecas neste cadeirão, no posto de rádio... © João Carvalho (2006)
Olá Luís
Venho complementar a informação descrita no aerograma sobre o ataque a Canjadude em 27 de Abril de 1973, com mísseis terra-terra Katyusha (1).
1 - A razão da existência de um Unimog estacionado (contra a qual eu choquei) num local em que não era habitual haver viaturas foi a seguinte:
Tinha sido enviado para Canjadude um grupo de milícia africana para uma operação. Qual a finalidade ou objectivo dessa operação, eu desconheço. Sei é que esse grupo foi transportado desde Nova Lamego até Canjadude no referido Mercedes Unimog.
2 - Depois do ataque, constou que os mísseis não teriam sido levados para aquela zona, com a finalidade de serem lançados sobre Canjadude, mas sim sobre Nova Lamego e que o que originou a alteração dos alvos teria sido o PAIGC ter detectado (ou ter sido perseguido por) o grupo de milícias.
Não sei se esta versão corresponderá à realidade, nem se alguém terá dados para confirmá-la ou desmenti-la. O que me leva a supor que haja pelo menos um mínimo de verdade nisto, é que em todo o tempo que estive em Canjadude,esta foi a única vez que um grupo exterior à companhia CCAÇ 5 passou por lá para uma operação.
Observações pessoais:
Será que haveria informações que o PAIGC iria atacar Nova Lamego? Terá sido por isso que foi enviado um grupo de milícias para tentar que isso não acontecesse ? É evidente que atacar com mísseis Nova Lamego ou Canjadude, o impacto político-militar seria muito diferente:
- Manga de ronco!!! - diríamos nós, na época. Ou melhor: já não me lembro bem se a expressão utilizada era esta para grande façanha).
Anexo duas fotos a cores, mais algumas, a preto e branco, que ilustram a calmaria - direi mais, a dolce vita ! - em que se vivia em Canjadude, antes do famoso ataque com foguetões:
(i) Uma tirada quando vim de férias à Metrópole: uma Daimler, avariada, em cima de um GMC, talvez em Bambadinca... (a memória é fraca, se alguém me confirmar, eu agradeço!).
(ii) O nosso bar em Canjadude, vendo-se um dos bancos em que eu estava sentado quando se ouviu o lançamento dos mísseis terra-terra Katyusha. Neste bar foram feitos muitos terrafianços. (Não sei se a expressão era utilizada também nas outras companhias para designar farras com muita, muita, bebida).
Abraços para ti e para todos os tertulianos
João Carvalho
__________
Nota de L.G.:
(1) Vd post de 5 de Fevereiro de 2006 > Guiné 63/74 - CDXCIX: O ataque de foguetões a Canjadude, em Abril de 1973 (João Carvalho)
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