domingo, 24 de fevereiro de 2008

Guiné 63/74 - P2577: Inquérito online: Uma guerra violenta mas humana (?) (2): A guerra dos pára-quedistas (Manuel Rebocho)

Guiné > Bissau > Pós-25 de Abril de 1974 > Manifestações populares de regozijo mas também de contestação: nesta foto, um manifestante guineense empunha um cartaz onde se lê: "Abaixo a D.G.S." [a PIDE/DGS, a polícia política portuguesa]...

Temos aqui falado muito pouco ou quase nada sobre o o papel da nossa polícia política durante a guerra colonial, na Guiné... Por um lado percebe-se: eles eram aliados dos militares, mas não se misturavam; por outro, a PIDE (mais tarde, DGS, com Marcelo Caetano) existia e até dizem que foi protegida por Spínola, a seguir ao 25 de Abril, em paga dos seus bons serviços na Guiné... Não sei, não estou suficientemente documentado sobre este lado mais sombrio da nossa presença na Guiné... De qualquer modo, os seus métodos mudaram, quando comparamos o consulado de Spínola (1968/73) com o dos seus antecessores... Tal como Deus, a PIDE/DGC era descrita como omnipotente, ominisciente e omnipresente... O que era um mito: o falhanço da Operação Mar Verde é hoje imputado, em grande parte, à incompetência da nossa intelligence que estava, em grande parte, concentrada na PIDE/DGS...

De qualquer modo, o mito funcionava internamente. Eu nunca escrevi um aerograma porque estava intimamenet convencido que a PIDE/DGS os lia todos... Que santa ingenuidade a minha! De qualquer modo, só vi uma única vez agentes da PIDE/DGS... Foi em Bafatá. Fui então testemunha, involuntário, à mesa de café, da estupefacção de um dos agentes perante a nova política de Spínola em relação aos nacionalistas do PAIGC e ao tratamento dos prisioneiros em combate (1).

Foto: © José Casimiro Carvalho (2007). Direitos reservados.

Guiné > Região Leste > Bafatá > Soldado ferido em operações... Nenhum combatente nosso, ferido ou morto, ficava para trás...

Foto do João Varanda (ex-Fur Mil, CCAÇ 2636, Có/Pelundo e Teixeira Pinto; Bafatá, Saré Bacar e Pirada, 1969/71).

Foto: © João Varanda (2005). Direitos reservados.


Guiné > Região do Cacheu > CCAÇ 3 > Barro > 1968> Um prisioneiro do PAIGC.

Foto: © A. Marques Lopes (2005). Direitos reservados.

"Sempre foi minha preocupação não matar população civil (...). Mas era difícil, pois a visão e a filosofia da vida deles [ os meus soldados balantas da CCAÇ 3, ] era diferente. Um dia, por exemplo, foi apanhado no meio de um tiroteio um velho cego.
- Mata! - foi a reacção.
- Não, disse eu - Mas foi complicado.

"Numa das tais operações do COP 3, não sei já qual, um guerrilheiro do PAIGC levou uma rajada no baixo ventre e ficou com os tomates pendurados. Disse para fazerem uma maca para o levarem. Fizeram a maca, mas não o quiseram levar:
- Alfero, deixa estar, vem jagudi e come ele...
- Não!

"Eu e um furriel pegámos na maca e começámos a atravessar uma bolanha com água pelo pescoço. A meio da bolanha, vieram dois e disseram:
-Alfero, a gente pega.

"Chegámos à base de operações, onde estava o tenente-coronel Correia de Campos, um helicóptero e uma enfermeira pára-quedista, e, azar, o homem do PAIGC morreu.

"Em frente destes, formei o grupo de combate e, porque estava furioso, chamei-lhes todos os nomes. O tenente-coronel Correia de Campos estava de boca aberta. É evidente que nós, os ocidentais, temos uma maneira de ver as coisas, a vida e a morte, de uma forma diferente. Assim como outras, por exemplo, a democracia e a política". (A. Marques Lopes)


1. Mensagem, de 21 do corrente, do Manuel Rebocho:

Camaradas

Entendeu o camarada Luís Graça individualizar, de um texto meu, a expressão “a guerra em que eu participei foi violenta, mas humana”. Deixei a frase “à solta”, sem a explicar, o que parece que se impõe agora, face às opiniões, entretanto surgidas (2).

A questão “Guerra Humana” é fracturante, sem dúvida alguma. Contudo, este assunto não fica limitado aos combatentes da Guiné, é extensivo a todo o mundo e a todos os tempos. Sobre ele já foram escritos inúmeros tratados e se debruçaram pensadores, como Chris Argyris, Raymond Aron, T. B. Bottomore, Carl Von Clausewitz, Lewis Coser, Gaston Courtois, Ortega Y Gasset (autor da célebre frase “eu sou eu e as minhas circunstâncias"), Samuel Huntington, Adriano Moreira, Sun Tsu e tantos outros, sem que chegassem a uma posição unânime. Estes ilustres pensadores não conseguiram uma definição que a todos satisfizesse ou enquadrasse todas as situações que uma guerra provoca. Também não vamos nós consegui-lo, seguramente.

Não me querendo, tão-pouco, assemelhar com qualquer destes pensadores, tenho a minha própria definição sobre a matéria.

Guerra violenta:

Corresponde ao que acontece durante os combates, que podem ser mais ou menos frequentes; ter uma maior ou menor duração; as baixas podem ser maiores ou menores; cada combate de per si pode conter uma maior ou menor perigosidade, consoante o número de homens envolvidos, armamento utilizado e distância entre os combatentes, entre outros aspectos (não pretendo escrever nenhum tratado). No que às minas se refere, dou-lhe total equivalência a um combate.

Neste sentido há duas considerações a seguir: uma diz respeito à guerra que cada um de nós enfrentou, que corresponde à componente individual (e eu falei da minha); outra consideração diz respeito à resultante de todas as componentes individuais, a qual define a guerra que travamos.

Guerra humana:

Por guerra humana entendo a maneira como são tratados, pelos vencedores, os inimigos feridos ou aprisionados (3) e a própria população das zonas ocupadas militarmente por forças alheias aos territórios, onde as guerras se desenvolvem.

Um pouco para demonstrar que o meu pensamento não é de hoje, nem foi escrito levianamente, transcrevo, na íntegra, a página 346 da minha tese de doutoramento:

“A 1 de Maio desse ano de 1973, no decurso da operação Tabica Texuga [relembro que tenho os relatórios das operações em meu poder], em Caboxanque, empenhando o 2.º e 3.º Pelotões (da CCP 123), Sousa Bernardes revelou mais uma vez a sua capacidade criativa, quando detectou, atravessando uma bolanha, um grupo de 10 Guerrilheiros e, numa inteligente manobra táctica, surpreendeu-os no seu aquartelamento. Do contacto resultou a morte de três dos Guerrilheiros, vários feridos e a captura de diverso material e armamento.

"Mulheres e crianças que estavam misturadas com os Guerrilheiros fugiram dos combates para a bolanha. Os Pára-Quedistas, em mais uma manobra de rigor, preferiram deixar fugir alguns Guerrilheiros a matar inocentes e nenhuma mulher ou criança foi atingida. Uma idosa doente, que não conseguiu fugir, foi tratada pelo Enfermeiro Aguiar e foi deixada no seu tabancal. As nossas tropas não sofreram qualquer consequência.

"Se entre o grupo dos Sargentos havia um que já se distinguira e diferenciava dos restantes, Sousa Bernardes, com mais esta atitude, mostrava que os Oficiais também se diferenciavam pela sua criatividade. Neste ponto, não se pode deixar de fazer uma referência. Houve, durante a Guerra, quem conseguisse grandes êxitos militares, mas à custa de consideráveis baixas para as nossas tropas, a esses não os apelido de criativos, mas de aventureiros que arriscam a vida dos seus homens, mas sem consciência do que estão fazendo. Sousa Bernardes não foi assim, arriscou com prudência, cautela e autoridade, concebendo criativamente as manobras, pelo que pode afirmar que as estrelas que usa são «suas», ninguém lhas deu.

"No relatório do Comando sobre esta operação consta a seguinte passagem: 'por informações dadas pela população a identificação de 2 dos mortos é a seguinte: Ancanha, Comandante de bigrupo, natural de Fabrate, e Bunhé, natural de Flaque Injã', ambos reputados combatentes nas hostes inimigas. Sousa Bernardes não se tinha enfrentado com milícia vulgar, o que deixa evidente que a qualificação do combatente depende do valor humano e da experiência. Os conhecimentos adquiridos na Academia Militar eram iguais aos de todos os outros Oficiais de carreira e nenhum, dos que me comandaram e fui comandado por 6 Capitães, 4 na Guiné e 2 em Angola, era como ele.

"Esta mesma opinião teve o Comandante do Batalhão, quando escreveu no seu relatório acerca de Sousa Bernardes: '...A sua posição na primeira linha incutiu confiança e galvanizou os seus subordinados... É aqui que os combatentes se diferenciam: no fazer, porque no mandar são todos iguais. Recorrendo a uma afirmação que circula nos meios militares de uma frase atribuída a Napoleão - Os exércitos ou se puxam ou se empurram - , julgo que se puxam pela competência, pelo exemplo e pela liderança, e se empurram pela autoridade repressiva".

Nesta 346.ª página, que foi escrita há anos e pode ser consultada na dezena de locais onde as teses são disponibilizadas, observam-se as duas situações: a guerra violenta reflectida no combate que se travou entre um bigrupo de Pára-Quedistas e um bigrupo de forças do PAIGC; e a guerra humana reflectida no risco que se correu, ao deixar-se fugir guerrilheiros para não atingir nem mulheres nem crianças e, mesmo depois, ao tratar-se a idosa doente.

Diferentemente seria se o ataque tivesse sido indiscriminado e se tivessem matado as mulheres, as crianças e a idosa. Neste caso estaríamos perante uma guerra desumana.

Admito que nem todos vejamos as diferenças, e que haja quem considere que guerra é guerra, mas também penso que tenho o direito de pensar e descrever a guerra em que eu participei. Que foi esta. No campo do individual, cada um de nós fala da guerra em que participou.

A este propósito recebi uma carta do Padre Pinho, Capelão dos Pára-Quedistas, durante o tempo da Guerra, na qual me manifesta a sua concordância pela abordagem que eu faço à guerra humana, referindo-me que os Pára-Quedistas tinham efectivamente esta doutrina.

Um abraço

Manuel Rebocho [ ex-sargento pára-quedista da CCP 123 / BCP 12 (Guiné, Maio de 1972/Julho de 1974), hoje Sargento-Mor Pára-quedista, na Reserva, e doutorado pela Universidade de Évora em Sociologia da Paz e dos Conflitos (tese de doutoramento: "A formação das elites militares portuguesas entre 1900 e 1975")]
______________

Notas de L.G.:

(1) Vd. poste de 29 de Março de 2006 > Guiné 63/74 - DCLVIII: Comerciantes de Bafatá: turras ou pides ? (Manuel Mata)


"(...) Comentário de L.G.:

"Manuel Mata: Estes elementos são preciosos... Eu nunca insinuei que o Teófilo fosse da PIDE/DGS... Pelo contrário, ele deveria ser contra a situação (o regime político então vigente desde 1926), só assim se explica que ele tivesse sido deportado para a Guiné no princípio dos anos 30... Nalguns sítios (como Bambadinca, que eu conheci melhor) havia a suspeita de os comerciantes locais serem também informadores da PIDE ou jogarem com um pau de dois bicos... Eu penso que, aos olhos da tropa, isso devia acontecer em todos os os postos administrativos e localidades de menor importância onde houvesse comerciantes (portugueses, caboverdianos ou libaneses)...

Essa estória do PIDE que levou porrada numa tabanca (iam-lhe cortando o nariz, à dentada) ouvia-a eu ao próprio, em Bafatá, creio que na Transmontana... Hei-de contá-la aqui, um dia destes. Lembro-me que de ouvir a conversa dele (eu, incomodado, com a presença deles, numa mesa de alferes e furriéis milicianos de Bambadinca)...O fulano - que, se bem me lembro, falava alemão, por ter sido emigrante, com os pais, na Alemanha - estava lixado com o Spínola, por que na época (c. 1970) já não se podia fazer justiça pelas mãos próprias como nos bons velhos tempos do colonialismo...

"Uma última pergunta: alguma vez vistes os pides locais frequentarem o café do Teófilo ? Pelo que me contas, ele não gostava mesmo deles, o que vem confirmar a minha teoria de ser o Teófilo um velho antifascista... (ou do reviralho, como diriam os pides). Infelizmente não tive com ele a mesma intimidade que tu tiveste!" (...).


Já publicámos, na 1ª Série do nosso blogue, alguns postes sobre a colaboração da PIDE/DGS com as Forças Armadas e vice-versa, no TO da Guiné, mas ficámos mais pela opinião do que pela apresentção e discussão de factos, de situações concretas, vividas ou testemunhadas, o que se enquadra bem no espírito do nosso blogue:

30 de Setembro de 2005 > Guiné 63/74 - CCXXVI: Guerra limpa, guerra suja (1)

"O João Tunes acaba de publicar, no seu blogue, um post com o título Guerra limpa, guerra suja, em relação ao qual pede o feedback da nossa tertúlia. Com a devida vénia, passo a transcrever aqui o seu conteúdo, aguardando que este suscite os comentários dos nossos tertulianos. O assunto é delicado mas não podemos ignorá-lo ou escamoteá-lo. Um dia teríamos que falar disto, mesmo que fosse incómodo ou doloroso... L.G" (...).

30 de Setembro de 2005 > Guiné 63/74 - CCXXVII: Guerra limpa, guerra suja (2)

"Resposta do Marques Lopes ao João Tunes:

" (...) É verdade que a PIDE tinha esse principal papel, e eu assisti, em Bafatá, ao início da tortura de um prisioneiro por essa polícia e por um capitão de informações. Revoltei-me e fui-me embora, quando vi meter o homem num bidão de água até ele gorgolejar.

"Em Geba, os alferes que estávamos tivemos que nos afastar um dia (o Maçarico viu e que conte, o Luís Graça conhece-o) quando o capitão (que até morreu lá) e o primeiro-sargento deram tal enxerto de porrada a outro prisioneiro que este se borrou todo e se mijou.

"Em Barro, sei de um alferes que, duma só vez, matou dez elementos da população civil controlada pelo PAIGC" (...).

(2) Vd. poste de 20 de Fevereiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2563: Sondagem: Uma guerra violenta mas humana ? (1): Nem santa nem suja (Francisco Palma / Virgínio Briote / Carlos Vinhal)

(2) Vd. postes de:

10 de Outubro de 2005 > Guiné 63/74 - CCXLII: A galeria dos meus heróis (2): Iero Jau (Luís Graça)

14 de Novembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2264: Blogue-fora-nada: O melhor de... (3): Carta de Bissau, longe do Vietname: talvez apanhe o barco da Gouveia amanhã (Luís Graça)

"(...) Já nem sequer se pode tocar no cabelo de um preto (Capitão P.)

A propósito, como os tempos mudam, meu caro!.. Em conversa com um sargento de cavalaria que teve o Velho como comandante de batalhão no Norte de Angola – conversa a que ocasionalmente assisti -, o Capitão P. (que eu não sei, nem me interessa saber, se é miliciano, ou se é do quadro, ça c'est m´égale!), mostrava-se vexado (o termo é dele) pelo facto do então tenente coronel [Spínola] ameaçar executar, in loco, sumariamente os guias nativos que mostrassem a mais pequena hesitação na escolha dos trilhos ou os carregadores que deliberadamente deitassem fora a água dos jericãs...

- E agora, como Com-Chefe na Guiné, não permitir sequer que se toque no cabelo de um preto!

"Bissau, enfim, porto de fuga e salvação!... Embora não se possa exactamente prever até onde tudo isto irá parar, com a actual escalada da guerra, de parte a parte, aqui tu tens ao menos a reconfortante sensação de teres as malas sempre feitas, pronto a partir em qualquer altura… Mas nada te garante que embarques a tempo: é que estamos todos metidos num atoleiro e em vias de perder o último avião!...Make love, not war. Um abraço. Até mais logo. Talvez apanhe o barco da Gouveia, amanhã. Já estou farto desta merda" (...).


(3) Sobre prisioneiros feitos pelas NT, vd. postes de:

20 de Fevereiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2564: Prisioneiros: Havia um tratamento decente, no meu tempo (António Santos, Nova Lamego, Pel Mort 4574, 1972/74)

20 de Fevereiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2560: Pami Na Dondo, a Guerrilheira, de Mário Vicente (10) - Parte IX: A prisioneira é violada...

18 de Fevereiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2552: Estórias de Guileje (8): Como feri, capturei e evacuei o comandante Malan Camará no Cantanhez (Manuel Rebocho, CCP 123 / BCP 12)

16 de Janeiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2443: Pami Na Dono, a Guerrilheira, de Mário Vicente (8) - Parte VII: O prisioneiro Malan é usado como guia (Mário Fitas)

1 de Janeiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2396: Estórias (secretas) dos nossos criptos (1): Braimadicô, o prisioneiro (Albano Gomes)

30 de Dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2391: Pami Na Dondo, a Guerrilheira , de Mário Vicente (7) - Parte VI: Malan é entregue à PIDE de Catió (Mário Fitas)

10 de Dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2340: Pami Na Dondo, a Guerrilheira, de Mário Vicente (5) - Parte IV: Pami e Malan são feitos prisioneiros (Mário Fitas)

15 de Maio de 2006 > Guiné 63/74 - DCCLIII: O Malan Mané estava vivo em Novembro de 1969 e eu abracei-o (Torcato Mendonça)

25 de Junho de 2006 > Guiné 63/74 - P906: CART 2339 e Malan Mané, duas estórias para duas fotos (Torcato Mendonça)

1 de Agosto de 2006 > Guiné 63/74 - P1011: A galeria dos meus heróis (4): o infortunado 'turra' Malan Mané (Luís Graça)

1 comentário:

Anónimo disse...

Com Sondagens entre nós próprios, caimos no risco de entrarmos num circuito fechado, acabamos como quando começamos, isto é, cada um na sua.

As tentativas do Luis, de trazer para a tertúlia, elementos guineenses, é que poderia dar-nos pontos de vista diferentes dos nossos, e aí poderiamos fazer outras avaliações.

Eu pessoalmente, que devido à minha convivência com muitas tribos na Guiné, quer Balantas, Fulas, Suecas, Russas, italianas ou Caboverdeanas, tenho a dizer que ouvi certas avaliações da nossa guerra, em que não eramos avaliados mais do que uns "ingénuos escuteiros".

E tirando os discursos oficiais, em que apenas os sistema colonial era atacado,(tipo Alberto João Jardim, nem mais nem menos), nunca os militares, sempre se ouvia falar dos militares com o maior respeito e até carinho.

Isto, nos primeiros anos da independência, hoje não sei.
Antº Rosinha