sexta-feira, 11 de março de 2011

Guiné 63/74 - P7929: Notas de leitura (216): Grande Reportagem, nº de Dezembro de 1993: Desaparecidos em combate, os portugueses que não voltaram da guerra: o caso do Victor Capítulo, da CART 1743, Tite, 3 de Fevereiro de 1968 (Mário Beja Santos)


1. Mensagem de Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, Comandante do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 9 de Março de 2011:


Queridos amigos,

Nas minhas arrumações, encontrei este número da revista Grande Reportagem, tanto quanto me ocorre daquilo que leio diariamente no blogue ainda não se falou desta reportagem e da história do nosso camarada Vitor Capítulo (*), um dos libertados da operação Mar Verde.

Um abraço do  Mário

2. Do lado de cá, julgaram-no morto

por Beja Santos 

A revista Grande Reportagem, no número de Dezembro de 1993 tinha uma capa bem expressiva:
“Desaparecidos em combate, os portugueses que não voltaram da guerra”.

O texto era assinado por Fernanda Pratas, assim apresentado:

“Ficar sem um filho na guerra é uma mágoa que não se pode dizer. Muito menos em números, o mais absurdo dos instrumentos para traduzir a tortura de uma ausência forçada. Mas não é de paixões da alma que tratam as instituições. Para as Forças Armadas portuguesas, há um balanço da guerra colonial: 13 anos de campanhas de África, 8807 mortos, 30 000 deficientes. Os restantes 800 000 voltaram vivos e bem de saúde. Tudo resolvido, portanto. De uns, resta encomendar a alma e oferecer medalhas póstumas às crianças, a lembrar que o pai foi herói ao serviço da Nação. Aos estropiados, ajudas financeiras, a assistência do costume. E os outros? Quais outros? Desaparecidos? Isso não há, garantem. Dos nossos, ninguém ficou sem destino. Muitas famílias nunca viram os seus mortos, não têm mesmo a certeza se morreram. Mas que importa?”.

E sucedem-se algumas histórias. António Dias Neto, primeiro grumete da Armada, da Companhia de Fuzileiros nº 7, desapareceu no Rio Zaire. Não deram com o corpo, nem o dele nem o de dois companheiros. Comunica-se à família enlutada, aliás já em decomposição, os pais vão morrer poucos anos depois. Resta Edite, a irmã. Ainda se lutou pela pensão de sangue, os pais dependiam daquele rapaz de 23 anos. A namorada do desaparecido casou.

Desaparecido é sempre uma situação incómoda: prisioneiros, perdidos, desertores e mais algumas situações exóticas. A lógica militar é bastante linear ou quase: da guerra só resultam sobreviventes e cadáveres. Lidar com a situação de um desaparecido é bastante incómodo, nada comparável com um morto em combate ou um morto por acidente.

O escritor João de Melo, que foi Furriel Enfermeiro entre 1971 e 1973, refere-se a uma missão bem espinhosa que coube à sua Unidade: recuperar o corpo de um homem morto uns sete anos antes, enterrado no mato pelos colegas:

“Havia cartas militares com o lugar assinalado, mas a operação era para durar três dias e durou oito. Andámos perdidos, já sem ração de combate. Depois, lá descobrimos umas marcas em árvores, umas pedras no chão, era como que uma caça ao tesouro. Ao longe, víamos o Zaire e os movimentos da FNLA. Desenterrámos então um monte de ossos, sem botas nem roupas, só os ossos. Trouxemo-los para o nosso aquartelamento em sacos de tenda, lavámo-los e foram metidos dentro de uma urna selada, para a família. Esses casos não eram frequentes, normalmente não se deixavam os cadáveres no mato”.

A reportagem prossegue com o desaparecimento do Capitão Piloto-aviador Hugo Assunção Ventura, desaparecido sobre o rio Rovuma. Houve um patrulhamento no rio Rovuma, o T6 desapareceu, conforme depoimento do Furriel Semedo. Um mês depois do desaparecimento, veio da capital da Tanzânia a notícia de um avião encontrado junto ao rio. Em Fevereiro de 1976, chegou ao aeroporto da Portela uma caixa com o que restaria do cadáver: uma bota, uns ossos indistintos, bocados de tecido da farda e do lenço habitual dos pilotos. Sem crânio, não era possível determinar a identidade.





Victor Capítulo, o desaparecido que voltou

E estamos chegados à história de Victor Manuel de Jesus Capítulo, na altura da reportagem com 48 anos. Cá, foi dado como morto, mas voltou e deslumbrou a família. Antes da tropa era pescador em Sesimbra. Em 1967 viajou no barco Timor até à Guiné. Foi colocado na região de Tite [, na CART 1743]. A sua vida mudou na noite de 3 de Fevereiro de 1968, o seu quartel foi atacado, o Victor não se apercebeu do que estava a acontecer, apareceu-lhe pela frente um guerrilheiro que apontou uma arma aos três militares que estavam junto do aparelho da rádio (ele, o Operador de Cripto e o Comandante do Pelotão) cumprimentou-os e levou-os.

Depois de uma longa viagem foi levado para uma prisão em Kíndia, depois para Conacri, será aqui que Victor Capítulo irá conhecer o então Sargento Piloto-aviador Lobato. Serão todos libertados na Operação Mar Verde. Um oficial foi entregá-lo à família a Sesimbra. A reportagem mostra o Victor Capítulo na Guiné e agora (1993) em Sesimbra. À data da reportagem, o Victor dormia mal e precisava de acompanhamento médico. Não é fácil lidar com uma captura, ser interrogado, não saber o dia de amanhã. O Victor foi aquele desaparecido em combate que voltou e quebrou com uma mágoa que não se podia dizer.

Este número da revista Grande Reportagem passa a pertencer ao blogue. (**)
____________

Notas de CV:

(*) A captura do Victor e demais camaradas (António Júlio Rosa e  Geraldino Marques Contino)  já aqui foi objecto de "tratamento bloguístico", sob o poste de 12 de Setembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2095: PAIGC - Propaganda (3): A guerra dos números (A. Marques Lopes / António Pimentel)

(...) Excerto da notícia da captura do António Júlio Rosa e de mais 2 dos seus camaradas (Jornal Libertação, Fevereiro de 1968, página 3):

(…) Na área de Quínara (Frente Sul), no dia 3 de Fevereiro [de 1968], no decurso de um ataque a uma unidade colonialista que se instalara na tabanca de Bissássema, as nossas forças, comandadas pelos camaradas Fokna Na Santchu e Mamadu Mané, fizeram prisioneiros os seguintes militares portugueses: alferes miliciano de infantaria António Júlio Rosa, 1º cabo nº 093526/66, Geraldino Marques Contino, o soldado nº 034660/66, Victor Manuel de Jesus Capítulo, todos da companhia 1743, estacionada em Tite.

Nesta acção foram ainda postos fora de combate 16 soldados colonialistas. O restante da tropa inimiga fugiu para o campo fortificado de Tite, abandonando no terreno uma importante quantidade de material, entre os quais se contam 6 rádios de campanha de fabricação britânica.

De acordo com as normas do Partido, estes novos prisioneiros portugueses receberão o tratamento humano que lhes é garantido pelas convenções internacionais (...).



(**) Vd. último poste da série de 10 de Março de 2011 > Guiné 63/74 - P7920: Notas de leitura (215): Jardim Botânico, de Luís Naves (2) (Mário Beja Santos)

13 comentários:

paulo santiago disse...

Mário
Não conhecia o caso deste Vitor
Capítulo,mas não lhe demos um maior
enfoque só por ter saído na "Grande
Reportagem"...temos no blogue/tabanca o António Batista...
aprisionado em 17/04/72,"sepultado"
com honras militares, em Junho/72,e
"ressuscitado"em Setembro/74,sem
nenhuma entidade militar a ir
"entregá-lo" à família.Ainda não
existia a GR,mas a história saiu no
JN de 18/09/74 como já,em tempos,
foi publicado neste blogue.Assim,
este artigo da GR,não vem trazer
nada de novo,traria se não estivesse cá o Batista...

Unknown disse...

Luís Graça, Carlos Vinhal, Beja Santos, o meu profundo lamento, por razões que só a Vocês diz respeito, terem que suportar e/ou admitir semelhantes uivos de indiginas, manifestamente manifestamente indecifráveis.
Por uma razão muito forte estou comentando, sendo ela que todos os dias visito o Blog, e ele está sofrendo um forte revès, no tocante a sua principal objectividade.
Sem mais, e reconhecendo que transgredi a minha passada opção, de não participar mais (e mantem-se), a razão já foi apontada.

Luís Graça disse...

Carlos Filipe:

Faz parte dos "ossos do ofício" ler coisas que às vezes são desagradáveis (ou menos simpáticas)... Também não estamos aqui para agradar e ser agradáveis... Estamos aqui para partilhar histórias, memórias e afectos... E quem escreve (aqui, no blogue ou noutro sítio público), sujeita-se ao "escrutínio" de quem lê... Por isso falamos de comnunicação (que é sempre a tentaiva de "pôr em comum", do latim "communicare")...

Deixa-me dizer-te que há termos que eu nunca uso, ou não gosto de usar, nem espero vir a usar, tais como gentelha, energúmenos, bestas, indígenas, etc., a propósito de camaradas de armas... Mesmo quando discordo, em parte ou totalmente...

No Norte, na "minha família do Norte", costumo dizer que "falamos de tudo, excepto religião, política e futebol"... Há dias um velho amigo meu, aqui de Lisboa, retorquia: "Mas isso é quase tudo, na vida dos homens, é a razão e a paixão!"...

Expliquei-me: Estou de acordo... podemos falar de tudo (não há tabus), tudo depende da maneira "como" falamos... Por exemplo, quando falamos da "nossa história", passada ou recente, podemos e devemos fazê-lo com elevação e elegância... Independentemente das simpatias ou antipatias, podemos falar com distanciamento crítico, com assertividade, com objectividade, com rigor, sem "juízos sumários", dos homens que estiveram à frente dos destinos do nosso país, e que já nos deixaram... Por exemplo, Salazar, Spínola, Afonso Costa, D. Carlos, D. Pedro, Pombal, e por aí fora, até ao nosso "pai-fundador"... Respeito os mortos, e as figuras da nossa história... Tal não impede que tenha, sobre eles, a minha "visão crítica"... Mas os mortos não se insultam...

O nosso papel no blogue, como editores (ajudados por uma equipa de "conselheiros editorais") é a de prevenir conflitos gratuitos, e sobretudo os excessos de linguagem (que são, muitas vezes, a causa imediata de algumas susceptibilidades, incompatibilidades, quezílias, provocando desnecessário mal-estar e desconforto na Tabanca Grande)...

Há expressões que violam as nossas regras do jogo, mas a nossa preocupação primordial tem de ser a de salvaguardar o "direito de liberdade de pensamento e de expressão" de todos e de cada um...

Esse equilíbrio nem sempre é fácil... A riqueza do nosso blogue está não apenas nas nossas "comunalidades" (a tropa, a guerra, a Guiné), está também nas nossas singularidades, na nossa diversidade e sobretudo no respeito pelas nossas diferenças mútuas (incluindo as "político-ideológicas")...

Sendo mais explícito: temos de ter sempre cuidado com os "grafiteiros" que andam a "borrar" as paredes da cave (o lugar para os comentários)... e mais cuidado ainda quando damos honras de 1º piso aos "grafiteiros"...

Às vezes, há coisas que eu, em particular, acho que merecem a pena ser melhor publicitadas, passando à categoria de "poste" (ou seja, que deve ser alojado no 1º piso ou mostrado na "montra principal")... Mas isso também tem os seus riscos... Em todo o caso, o trabalho de autores e de editores não pode estar acima da crítica...

A crítica dos nossos queridos amigos, camaradas e camarigos, é sempre bem vinda, mesmo quando é (ou pode parecer) injusta... Ela ajuda-nos a nunca perder de vista o essencial...

Espero, meu caro Filipe, que voltes mais vezes, quebrando a tua promessa de "no comments"...

Unknown disse...

Para dizer caro Luís, que li e aceito a parte da Mensg, que entendo como a mim dirigida.
Contudo o nuclo da questão é o conteuodo do comentário de Paulo Santiago, que não sei como classificá-lo. E que não deixa de ser a destruição de todo o conteuodo da tua mensg. Luis. Só que com palavras aplicáveis a qualquer tipo de pensamento ou opinião.
O ámago da questão está exactamente no que transmite, diferenciando ou excluindo homens
que são igualmente merecedores da mesma atenção, respeito e consideração.
Não será assim ???.
Cumprimentos. Carlos Filipe.

Anónimo disse...

Caro Filipe,
Não percebi a razão de tanta fúria. Francamente não percebi. Relativamente ao poste de Beja Santos não terá sido: encontrou um número da "Grande Reportagem" com uma história do desaparecimento de um militar que depois regressou e contou-a. Que há de mal nisso? E também não vejo qualquer razão para o ser quanto ao comentário de Paulo Santiago, que nada traz de insultuoso, falso, etc. Acha que o caso de António Batista foi bem mais grave e abordado em profundidade no blogue. É a sua opinião e é também a minha.
Será que o comentário era mesmo para este poste?
A não ser que tenha havido algo que me escapou.

Um abraço,
Carlos Cordeiro

Anónimo disse...

... Nota:
o meu comentário foi escrito sem ter ainda lido o último de Filipe.
Carlos Cordeiro

paulo santiago disse...

Nunca pensei que o meu pequeno
comentário ao post pudesse ser
classificado como UIVOS DE
INDIGINAS(sic)...
O comentário,foi dirigido ao Mário,
e apenas chamava a atenção para
o caso do Batista que acho mais
grave que o do Victor Capítulo,
julgo que este não foi dado
como morto e "sepultado".Não
uivei,e penso que não insultei
nenhum camarada.Assim não entendeu
o Filipe,camarada que não conheço
pessoalmente.Então o porquê desta
animosidade do Filipe? porquê esta
xenofobia(indiginas)?Só encontro
uma explicação que se chama:dor de
corno...e o Filipe não devia,nem
tem que ter destes ressentimentos.
Ao falar no caso do Batista,não
estou a criticar o batalhão a que
ambos( Filipe e Batista)pertenceram
As únicas pessoas que sempre
considerei culpadas foram o Castro
Lemos(comandante do BCAÇ 3872)e o
Lourenço da CCAÇ do Saltinho.
Quer parecer-me que o Filipe teria
óptimas relações com o Castro Lemos
e daí falar no Batista,é mexer na
ferida até sangrar...

P.S.-já agora(é para o Luís)gostava
de saber se sou "grafiteiro"?

Unknown disse...

Caro Paulo Santiago e restantes leitores.

Começando pelo principio:

“Não conhecia o caso deste Vitor Capítulo, mas não lhe demos um maior enfoque...”

“...só por ter saído na "Grande Reportagem”...”

Repare nas duas primeiras exclusões que faz.

E continua:

“Ainda não existia a GR,”

“Assim, este artigo da GR, não vem trazer nada de novo, traria se não estivesse cá o Batista...” (as últimas reticências são suas).

Posso entender que, que uma noticia (ou informação) numa revista como a ‘Grande Reportagem’ tem maior ou menor valor conforme a sua longevidade ?

Por outro lado, começando o seu comentário por confessar o desconhecimento do facto, finaliza o mesmo com a diminuição da importância do mesmo.

Assim entendo que está a descriminar pessoas que estiveram no mesmo teatro de operações (e aqui estou a utilizar uma terminologia e não é a minha usual) com situações similares. Além de veladamente manifestar algo contra a publicação em causa, seja qual for o ‘camuflado’ que use.

Com relação ao seu segundo comentário.

Uivo = grito; Indigina = indivíduo não identificado.

“...Porquê esta xenofobia(indiginas)?”

Se eu fosse xenófobo, nem teria escrito o que já escrevi neste blog sabendo o quantos ‘inimigos’ iria criar, porque não sou cínico. Expresso claramente (ou tento) aquilo que penso.

Não entendo o que é “dor de corno” nem estou preocupado com isso, e escreveu:

“Ao falar no caso do Batista, não estou a criticar o batalhão a que ambos ( Filipe e Batista) pertenceram”

Em nenhum momento disse ou insinuei tal.

Sobre o seu parecer sobre culpados não me pronuncio, porque o comportamento, é idêntico à de um provocador do sistema, que aliás eu tive que me esquivar de indivíduos idênticos em Galomaro e em Bolama,(com uma incidência especial) já me eram conhecidos, mesmo antes de ir para a Guiné.

E a pior ofensa que Paulo Santiago me faz, é precisamente o seu último parágrafo, que fica devidamente registado.

Seria terapêutico, que procurasse neste Blog, pelo meu nome, por Galomaro etç.

Nota final. Nunca comuniquei com o Batista de nenhuma forma, embora tivesse acompanhado todo o seu historial em todos os fóruns.

Bem, creio ser suficiente, para si e eventuais ex-combatentes acompanhantes deste Post.

C/ os meus cumprimentos, Carlos Filipe.

Luís Graça disse...

Paulo, claro que não és nenhum "grafiteiro"!... A carapuça não te serve... És um contribuinte (líquido) do nosso blogue... O teu nome tem 85 referências (na lista dos marcadores), o que dá uma ideia da tua sempre valiosa e original participação, desde 2006... Mas mesmo os "grafiteiros" tem o pleníssimo direito de aqui "opinar", dentro das nossas regras bloguísticas... Entende o termo dentro do nosso espírito, bem humorado, de caserna...

Um grande Alfa Bravo para ti, daqui até Águeda! (e outro para o Carlos Filipe, que é também um camarada que merece toda a nossa estima, sem esquecer o outro Carlos, Cordeiro, que está em Ponta Delgada, e cujas "achegas" trazem sempre bom senso e erudição à nossa "cave"...).

Luís

Luís Graça disse...

1. Esse bom e saudável espírito de humor que faz parte da "cultura do nossa Tabanca Grande" (que é mais do que o nosso blogue...) está bem patente nesta mensagem, que acabo de receber do nosso "correspondente" na Ilha de São Miguel, Região Autónoma dos Açores, o Carlos Cordeiro (irmão do malogrado Capitão pára João Cordeiro, do BCP 12), às 13h35:

"Enquanto faço um intervalo nos acabamentos do cozido à portuguesa (eu é que gosto de o fazer - não esquecer o inhame...). Já agora - e em mais uma informação 'erudita' (Luís dixit) eheheheh - por aqui (julgo que por aí não) não se trata só do cozido propriamente dito, mas também da sopa do cozido. Ou seja, quando se colocam os vegetais, também lá se põe batatas cortadas miúdas, o mesmo de cenouras, nabos, repolho, couve também cortada, e massa grada (macarrão, por exemplo), dando como resultado uma sopa de entulho. Imaginem: começar com a sopa (hoje valerá a pena: 9 graus!!!) e continua-se com o resto. Tudo regado com vinho tinto, naturalmente. Irei no 'Quinta de Cabriz' (que não é nada mau e é barato). Um bom Domingo para vocês, com um abraço do Carlos Cordeiro"

"PS - Oops! Quase me esquecia da batata-doce. O que vale é que coze rapidamente!"...

2. Bom apetite, Carlos. Que inveja!...Ou talvez não, acabei de comer sardas escaladas, com 24 horas de "salmoura"... cozidas com batata, couve e muita cebola... Comida de pobres (no passado), e um dos meus pratos favoritos (digamos, na lista dos 20 melhores...). Costumo trazê-las do mercado de peixe da minha terra, Lourinhã, aonde vou todos os sábados...

Mas o cozido do Carlos ainda um dia destes tem que ser provado...

paulo santiago disse...

Diz o Filipe,passo a citar"sobre o
seu parecer sobre culpados não me
pronuncio,porque o comportamento,é
idêntico à de um provocador do
sistema,que aliás eu tive que me
esquivar de individuos idênticos
em Galomaro e em Bolama,(com uma
evidência especial)já me eram
conhecidos,mesmo antes de ir para
a Guiné" fim de citação.Tirando o
facto de me chamar provocador,não
entendi onde o Filipe quer chegar,
julgo que está com uma grande
confusão na cabeça, e quanto a isso
nada posso fazer...lamento

António Tavares disse...

Caros Camarigos,
Conheço pessoalmente o António Batista, Paulo Santiago e Carlos Filipe.
São HOMENS (H) com Valores.
Fico à espera do vosso Saber.
Desconhecia a história do Victor Capítulo.
Um abraço.

Unknown disse...

"Quer parecer-me que o Filipe teria
óptimas relações com o Castro Lemos
e daí falar no Batista,é mexer na
ferida até sangrar..." (as reticências são suas)

Disse o Paulo Santiago, e eu disse que foi este o parágrafo, que me ofendeu.

Não vou aqui expressar como defenia o Ten Cor. Castro Lemos em Galomaro e em consequência dos mortos que tivemos e sua postura perante os acontecimentos.

Fi-lo em pleno Destacamento e no momento, perante o clâ (um grupo) de Furrieis, reunidos na caserna, e passei consequentes maus momentos.

E porque nada me obriga a justificar-me perante o forum, só lhe digo que sei o que eu era antes, o que fui na Guiné, e o que sou, ou seja o que sempre fui e sou.
Não me escondo, não tenho camofulados, e não utilizo metamaforses.

Sendo assim não sou paciente de nenhuma 'confusão na cabeça'. Mas carente por parte de outros, de honestidade, clareza e valores de principios.
Não tenho nenhuma 'ferida a sangrar' nem qualquer anomalia na minha consciência.

Portanto diga-se de uma forma clara e consisa o que se tem a dizer, para que possam caír mascaras e falsas personalidades.

Não sou, ou melhor, não fui oficial nem da classe de sargento, fui um soldado (tudo fiz p/ o ser somente) que sabia porque estava na Guiné, que sem beliscar a lealdade aos meus camaradas, combati consequentemente o fascismo e o colonialismo no seu próprio terreno.
Outros não conseguem dizer que defendem estes.

Muito pouco tempo depois de ser evacuado de Galomaro, este foi atacado,(indiciando golpe de mão) quando não o era à long time. Coincidência?, fica consigo.

Com os meu cumprimentos p/ todos, Carlos Filipe