Sitio, na Net, da produtora de cinema Papaveronoir, criada pelo realizador João Viana, que consegue cometer a proeza de pôr dois filmes na seleção oficial do Festival de Cinema de Berlim (Berlim, 7-17 de fevereiro de 2013), a curta Tabatô e a longa metragem A batalha de Tabatô...
1. “Tabatô” e "A batalha de Tabatô", do jovem realizador português João Viana, fazem parte da seleção oficial do Festival de Cinema de Berlim, um dos mais importantes a nível mundial, e que tem data marcada, de 7 a 17 de fevereiro deste ano.
(i) "Tabatô" integra a competição oficial de curtas-metragens. É a única película nacional a competir nesta categoria. Em 2011, “Rafa”, de outro português, João Salaviza, conquistou o Urso de Ouro em Berlim, nesta categoria. Por sua vez, Miguel Gomes venceu, no mesmo festival, os prémios da crítica e da inovação com a longa-metragem Tabu.
Rodado na Guiné-Bissau, "Tabatô" e conta a história do regresso de Mutar, um antigo combatente da guerra colonial, à sua terra natal, Tabatô, em que todos os habitantes são músicos. A mala que transporta consigo e a curiosidade da filha vão desencadear uma série de acontecimentos que culminam num final trágico.Pensada inicialmente como um documentário, a curta acabou por seguir o caminho da ficção.
João Viana, realizador reconhecido internacionalmente, nasceu em Angola em 1966, de pais portugueses. estudou cinema no Porto e licenciou-se em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. Compete pela primeira vez em Berlim. Trabalha em cinema, nas áreas de argumento, realização e produção. Escreveu o argumento de "Olhos Vermelhos“ para Paulo Rocha e trabalhou com prestigiados cineastas como João de César Monteiro, Manuel de Oliveira, Werner Schroeter, entre outros. Realizou „A piscina“ (2004) e a curta metragem "Alfama“ (2011).A sua primeira curta, “A Piscina”, atingiu a marca de 60 presenças em festivais de cinema nos cinco continentes, com destaque para o de Veneza, tendo sido premiada em Portugal, Espanha, França e Itália. Em 2009 criou a sua própria produtora, a Papaveronoir.
Sobre Tabatô, João Viana explicou que “é um filme passado numa aldeia de músicos, no centro da Guiné-Bissau, uma aldeia assim mítica”, que ficou a conhecer através de um músico alemão.
(ii) "A Batalha de Tabatô"
Sinopse
O pai de Fatu volta a casa, na Guiné-Bissau, vindo de Portugal para assistir a seu casamento. A jovem ensina na universidade e seu futuro marido é um músico bem conhecido. O casamento deve realizar-se em Tabatô, uma aldeia onde todos são músicos. No caminho até lá, torna-se evidente que o pai sofre de stresse pós-traumático de guerra, na sequência da sua experiência como combatente, décadas atrás, da guerra colonial.
Narrativa pós-colonial a preto e branco e vermelha, este filme, visualmente fascinante, incorpora muitos elementos documentais na sua história: por exemplo, as referências às realizações históricas e às tradições culturais dos mandingas, da África Ocidental; ou o enfoque na tabanca de Tabatô e na vida real dos seus músicos; as imagens do cinema, cemitério, porto e bolanhas. O homem, já de certa idade, transporta relíquias da guerra na sua mala. Os jovens estão cansados dos frequentes golpes de Estado. Ambas as realidades marcam a atualidade do país. Quando o pai decide finalmente lutar contra os seus demónios e os músicos da aldeia acompanham o processo tocando os seus balafons trava-se uma batalha entre guerra e a paz, o passado e o futuro. [Fonte: Berlinale.de. Adapt. por LG]
Cartaz de A Batalha de Tabatô; Argumento e realização: João Viana; Produção: Papaveronoir; Género: Documentário; Duração: 90'; Intérpretes: Fatu Djebaté, Mamadu Baio, Mutar Djebaté.
Fonte: Papaveronoir
2. Comentário de L.G..
No meu dia de aniversário, 29 de janeiro transato, passei um serão agradável, com a família... O meu filho João Graça, médico, músico e nosso grã-tabanqueiro, fez-me uma deliciosa surpresa: imaginem que me trouxe um músico guineense, Mamadu Baio, da famosa tabanca de Tabatô, líder dos Super Camarimba, de que sou fã (, aliás, somos,. toda a família...).
Estivemos até à 1 da noite na conversa e a ouvir música afromandinga... Foi aí que soube da existência dos filmes do João Viana sobre Tabatô. O Mamadu Baio casou com uma jovem cooperante portuguesa, a Sílvia, professora, de Évora, que também veio jantar connosco. O João conheceu o Mamadu Baio em Bissau, em dezembro de 2009. É um jovem músico, talentoso, que precisa do nosso apoio, ajuda, carinho...
Está há um ano em Portugal, e a preparar o seu próximo CD. A sua tabanca, única na Guiné, de trovadores e músicos, chamava-se Dando, no nosso tempo, na antiga estrada Bafatá -Nova Lamego, a cerca de 12 km, a leste de Bafatá (vd. carta de Bafatá). Hoje é Tabatô. É seguramente a mais "internacional" das tabancas da Guiné-Bissau...
Do Mamadu Baio, vamos seguramente ouvir falar mais vezes. Dele e da Sílvia, os nossos dois próximos grã-tabanqueiros. Já aceitaram o meu convite para integrar a nossa Tabanca Grande. São ambos fãs do nosso blogue. A Silvia viveu cinco anos na Guiné-Bissau, como cooperante. E o Mamadu já fala razoavelmente bem o português: nunca foi à escola, como muitos jovens guineenses...
_____________
Nota do editor:
Último poste da série > 30 de janeiro de 2013 > Guiné 63/74 - P11025: Agenda cultural (253): Mesa redonda: reflexões sobre o devir guineense. Auditório CIUL, Picoas Plaza, 17h45, Lisboa, 30 de Janeiro de 2013
Do Mamadu Baio, vamos seguramente ouvir falar mais vezes. Dele e da Sílvia, os nossos dois próximos grã-tabanqueiros. Já aceitaram o meu convite para integrar a nossa Tabanca Grande. São ambos fãs do nosso blogue. A Silvia viveu cinco anos na Guiné-Bissau, como cooperante. E o Mamadu já fala razoavelmente bem o português: nunca foi à escola, como muitos jovens guineenses...
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Nota do editor:
Último poste da série > 30 de janeiro de 2013 > Guiné 63/74 - P11025: Agenda cultural (253): Mesa redonda: reflexões sobre o devir guineense. Auditório CIUL, Picoas Plaza, 17h45, Lisboa, 30 de Janeiro de 2013
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